3. A definição de risco

Damodaran afirma, surpreendido, que a despeito da onipresença do risco nas atividades humanas, e de seu profundo estudo, não existe unanimidade acerca de uma definição do termo “risco”. Destaca o mestre indiano que as primeiras discussões conducentes a tal definição basearam-se na distinção entre riscos que podem ser quantificados daqueles que não o podem.

Citando a obra Risk, Uncertainty and Profit, Damodaran afirma que, segundo os estudos de Franck Knight:

Risco é quantificável, sendo uma variável que pode ser medida.
Incerteza, por sua vez, representa uma situação não-quantificável.

Assim, Knight aceita como risco apenas eventos que podem ser quantificados. Damodaran, contudo, insurge-se contra essa conceituação, afirmando ser ela mal colocada.

Ao justificar sua discordância com Knight, Damodaran lança mão de obra de Holton, o qual afirma:

Existem dois ingredientes para que se possa configurar o risco:

• a incerteza sobre os resultados de um determinado evento,
• a relevância daqueles resultados em termos de utilidade.

Vamos exemplificar o segundo ingrediente acima: imagine uma pessoa que salta de um avião em voo sem um paraquedas; pode-se argumentar que tal pessoa não se encontra em risco, pois o resultado é morte certa (não envolvendo qualquer incerteza). A incerteza quanto à retirada de uma bola de determinada cor de um invólucro também não representa risco, pois não há, em princípio, nenhuma possibilidade de perda de bem-estar ou de riqueza associada a tal evento (apresentando, naturalmente, o fato de que se tal evento for vinculado a alguma aposta monetária passa a existir risco).



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