Existem, então, vários saberes, alguns dispensáveis, outros não. Um saber imprescindível, então, é o de que existem certas coisas que nos são convenientes, chamadas “boas”, pois trazem boas consequências (alimentar-se corretamente, não consumir venenos), outras denominamos “más” por implicarem em consequências que não são convenientes (consumir água sanitária, pular do vigésimo andar – sem proteção). Distinguir entre o que é bom e mau, é conhecimento que todos tentamos adquirir, pelas consequências boas que pretendamos obter.

Essa questão, contudo, não é tão simples: algumas drogas produzem sensações agradáveis, mas seu uso é nocivo a longo prazo. Elas nos trazem consequências boas e más. Nas relações humanas, essas ambiguidades ocorrem frequentemente: a mentira é uma coisa má, pois destrói a confiança entre as pessoas, a verdade é uma coisa boa, pois fortalece a confiança.

Às vezes, entretanto, pode ser útil ou benéfico mentir, até mesmo para se fazer um favor a alguém. A um paciente de câncer incurável em estado terminal, deve ser dita a verdade – destruindo-lhe toda a esperança – ou deve ser enganado, permitindo-lhe permanecer lutando?



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