Em resumo, há coisas que dependem de minha vontade, mas a minha vontade não é razão suficiente para qualquer coisa. Há muitas forças que limitam nossa liberdade, mas a nossa própria liberdade é, per si, uma força.

Somos seres humanos, e em nossa condição humana podemos criar, destruir, inventar e escolher – de forma parcial – nossa forma de viver. Por poder escolher, e inventar, podemos até nos enganar, o que não acontece com abelhas, castores ou formigas africanas. Por isso, pela possibilidade de nos enganar, é importante termos atenção para o que fazemos, para o bem que produzimos, procurando adquirir o conhecimento de como viver bem. Essa arte de viver, de saber bem viver, é o que se chama ética.

Voltando aos ensinamentos de Valls, o autor apresenta a ética como um estudo ou reflexão, científica, filosófica e mesmo teológica acerca dos costumes e ações humanas, ou mesmo sobre a própria vida. Sendo, indistintamente, um estudo de ações ou costumes, acaba por ser uma ciência normativa, mas também descritiva e especulativa.


Ao se tratar das ações ou dos costumes humanos, a ética tem seu foco em um objeto de estudo mutável, pois as comunidades humanas alteram, no tempo, suas ações, seus costumes, suas atitudes, logo, a ética acompanha tal movimento.

Por esse múltiplo caráter, separam-se os problemas teóricos da ética em dois campos:

Essa divisão é de aspecto apenas didático, para fins de maior facilidade acadêmica no trato dessas questões, pois indagações éticas no mundo real são complexas e transversais a várias áreas do conhecimento.



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