Resumo Os conflitos de interesse são uma realidade das empresas modernas. O desenvolvimento das modernas corporações implicou no progressivo afastamento entre a propriedade e a gestão: tradicionalmente o papel de controle, de tomada de decisões era exercido pelos “capitães da indústria”, proprietários que centralizavam em suas pessoas o tríplice papel de proprietários, controladores e decisores. O desenvolvimento das empresas causou a concentração do capital por diversos proprietários, os quais passaram a contratar administradores profissionais, que assumiram o efetivo controle das ações organizacionais e relevante papel no processo de tomada de decisões. Em consequência, ocorreu o divórcio entre a propriedade e a gestão. Cada vez mais os proprietários foram substituídos pelos grandes executivos como dirigentes das corporações. Essa situação criou o primeiro grande conflito de interesses, contrapondo os gestores aos proprietários. Os proprietários passaram a ser associados a um papel de proprietários passivos, diante do poder crescente dos executivos. Tal situação veio a ser contraposta, mais modernamente, à criação de boas práticas administrativas condensadas sobre os princípios de governança corporativa. Essa delegação de poderes por parte dos proprietários aos dirigentes é estudada pela teoria da agência, pois os dirigentes atuam como agentes dos proprietários. Essa relação entre agentes e investidores possui conflitos, os quais passaram a ser denominados conflitos de agência. Conflitos de agência ocorrem pela impossibilidade do estabelecimento de um contrato que antecipadamente preveja todas as situações, normatizando-as; bem como não existem agentes ideais, que atuem em perfeita consonância às expectativas dos proprietários. |
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