1.1 Dimensão local X global em compliance

No que diz respeito à dinâmica que se estabelece entre valores locais e globais, faz-se necessária uma decisão acerca do balanceamento entre esses dois grupos de valores. Uma decisão voltada à valorização de princípios globais conduz a empresa a uma padronização centralizada, onde os aspectos de compliance (visão de futuro, missão, objetivos) encontram-se baseados em parâmetros concebidos em padrões globais.


Esse modelo implica na aceitação de impactos negativos de valores globais decorrentes de percepções negativas dos mesmos em escala local, pois a cultura – globalizada – da empresa poderá vir a entrar em conflito com valores culturais existentes no ambiente local. Um exemplo clássico pode ser observado quanto à decisão de não se efetuar subornos de agentes públicos, o que pode acarretar perda de competitividade em ambientes em que essa prática seja comumente utilizada, podendo mesmo a empresa que adotou valores globais vir a ser percebida como presunçosa, e desprezando os valores estabelecidos pela cultura local.

A decisão contrária, onde se faz a opção por adotar as especificidades e exigências dos valores locais cria um cenário diverso. Essa opção diminui as possibilidades de conflitos e riscos no ambiente local. Por outro lado, devido às diversidades culturais existentes ao redor do globo, implicaria em comportamentos contraditórios da empresa, conforme o mercado em que estiver atuando. Adicione-se, ainda, que os colaboradores enfrentarão o desafio de atuar de formas diferentes, conforme os diversos locais em que estiverem atuando em nome da empresa. Um problema final é a da possibilidade de a organização passar a enfrentar um problema de identidade, pois não haveria um padrão único de atuação.



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