Governo quer atrair investidores com maiores prazos e menores custos de financiamento
Revista Exame 05/02/2013
São Paulo - Num esforço para tentar atrair potenciais investidores, o governo brasileiro melhorou as condições das concessões de rodovias previstas para este ano, ampliando os prazos, reduzindo os custos dos financiamentos e permitindo que outros bancos estatais participem do processo.
De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o período de financiamento desses projetos foi elevado a 25 anos, ante 20 anos, e a carência passou a cinco anos, dois a mais do que o previsto antes. O prazo da concessão também subiu, para 30 anos, ante 25 anos.
O governo também revisou a previsão de crescimento médio do tráfego, passando a 4 por cento ao ano, dos 5 por cento anteriormente.
Mantega ressaltou que, com essas mudanças, a taxa de retorno dos investidores ficará acima de 10 por cento real, descontando a inflação medida pelo IPCA. "Depende de cada empreendedor", afirmou o ministro.
As mudanças acontecem depois de o governo adiar o leilão de concessão de trechos de duas rodovias marcado para a semana passada.
O esforço do governo em atrair mais investidores vem após o processo de concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília e que não foi tão bem-sucedido como gostaria o próprio governo, ao atrair investidores sem experiência na administração de grande aeroportos.
O programa de investimentos do governo em infraestrutura --somando aeroportos, ferrovias, rodovias, portos e energia elétrica-- chega a 370 bilhões de reais. Só para rodovias, a estimativa é de 42 bilhões de reais, cuja taxa de juros para os financiamentos também foi melhorada, para TJLP (hoje em 5 por cento ao ano) mais até 1,5 por cento, dependendo do rating do tomador. Antes, ela não variava dependendo da empresa, sendo TJLP mais 1,5 por cento.