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- Objetivos, desafios e metas
Nada é feito sem ter objetivos declarados e um
verdadeiro comprometimento entre todos os integrantes dos processos. Para
que possa existir este comprometimento, primeiramente é preciso
se compreender o que vem a ser objetivo. Da mesma forma que o conceito
de administração, as definições de objetivos
são variadas:
Entretanto, praticamente atrelado ao conceito de objetivo, com diferença muito sutil, está o de desafio, que também sofre variações:
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| Ocorre
que as características dos objetivos e dos desafios são muito
próximas; por isso, o administrador pode associá-los e conceber
o objetivo como sendo o alvo quantificado, com estipulação
de prazo para ser realizado, a ser alcançado por meio de um esforço
extra. No planejamento estratégico, a quantificação
dos objetivos serve para se ter uma idéia aproximada se eles são
viáveis.
Há proximidade entre os conceitos de objetivos, desafios e metas. O conceito de meta não é único:
Buscando esclarecer a diferença entre objetivos e metas, Fischmann e Almeida (1993:25) os definem como:
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| Importância
dos objetivos Por que estabelecer objetivos é importante para a organização? Pelo fato de fornecerem fundamentos para o planejamento e, principalmente, para o controle e a avaliação do que deve ocorrer para a empresa. A definição de objetivos propicia clareza na tomada de decisões, além de determinar o progresso da organização à medida que os objetivos forem alcançados. Sem objetivos e a sua comunicação efetiva, o comportamento nas organizações pode tomar qualquer direção. Para Oliveira
(2001), os objetivos servem para as seguintes finalidades:
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Mesmo admitindo que os objetivos são importantes, parece que poucos dirigentes entendem a necessidade de analisá-los profundamente. Diariamente, várias decisões tomadas são deixadas de lado por não ter havido análise melhor dos elementos em função de objetivos obscuros. O que acaba se vendo é independentemente do nível hierárquico, funcionários de uma mesma organização descreverem os principais objetivos da empresa, de forma divergente e conflitante, evidenciando o desconhecimento sobre eles. Normalmente, dão respostas genéricas sobre a sobrevivência, o lucro, o crescimento contínuo etc.
Há necessidade de se entender que a organização não possui vontade própria; por isso, uma instituição não tem seus próprios objetivos, por si só.
Há outro aspecto importante: a empresa depende, em grande parte, da colaboração do seu pessoal para atingir os seus objetivos. As pessoas que entram na organização trazem na “bagagem” suas expectativas e suas necessidades, esperando que elas sejam contempladas em troca de seu trabalho. O indivíduo apresenta comportamentos diferenciados em decorrência de suas necessidades interiores e de incentivos externos a ele que o movimenta em direção a um objetivo. O executivo deve considerar a motivação do seu pessoal. É
preciso fixar padrões de comportamento para que o indivíduo
alcance tanto os seus objetivos quanto os objetivos da empresa; do contrário,
o efetivo funcionamento da organização poderá ficar
comprometido. Esta situação
pode ser facilitada quando os objetivos empresariais expressam valores
culturais que são adequados para os próprios valores individuais
e os funcionários se identificam com os valores de seu grupo de
trabalho. Pelo menos, é isso que se apregoa, em nível teórico. |
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- Características dos objetivos
As principais características dos objetivos são:
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| Desenvolvendo
hierarquia de objetivos
Uma das tarefas do executivo é determinar o grau de importância de cada um dos diversos objetivos e hierarquizá-los. A finalidade de se estabelecer uma hierarquia de objetivos é assegurar o conhecimento do papel que cada segmento significativo da organização executa. Projetar os objetivos organizacionais pode promover a alocação adequada de recursos nas diversas áreas da empresa, possibilitando que eles não sejam usados em atividades que não estejam diretamente relacionadas com a realização dos objetivos organizacionais globais.
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Os objetivos podem ser de:
Apesar de
não se considerar tipo específico, é bom abordar
a questão do objetivo de lucratividade por este ser freqüentemente
citado no meio empresarial.
É
importante ressaltar que a organização não deve colocar
a obtenção do lucro como o seu grande objetivo porque, se
o lucro for utilizado como provisor de uma situação futura,
pode levar os dirigentes a atuarem a curto prazo, quando, estrategicamente,
os objetivos são voltados para a médio e longo prazos. |
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- Estabelecendo objetivos
Os objetivos são fixados partindo das necessidades e expectativas humanas relativamente ao futuro, na busca da satisfação dos seus anseios. Porém, para que os objetivos sejam alcançados, também é preciso que as pessoas/grupos possuam os meios que conduzam aos objetivos.
Objetivos formulados podem causar alguns conflitos, ou que, em certas situações, são incompatíveis (Ackoff, 1974:21). Por exemplo. Quando os objetivos são estabelecidos de cima para
baixo, pelos proprietários ou grupo dirigente da empresa, que detêm
maior parcela de poder; os demais funcionários da empresa ficam
em situação passiva. Quando os objetivos e desafios são
estabelecidos de baixo para cima, supõe-se que os funcionários
da empresa têm ativa participação. A atuação
simultânea desses dois processos pode resultar numa situação
mais adequada para a empresa, inclusive quanto aos aspectos motivacionais
e da participação com responsabilidade. |
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• Formulação dos objetivos - O que queremos? Por meio
dessa pergunta se tem noção de qual direção
a empresa tomará, onde deve concentrar os esforços.
O formulário abaixo auxilia o estabelecimento dos objetivos por fatores do diagnóstico estratégico:
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| •
Divulgação dos objetivos - dificilmente uma organização
se estabelece sem objetivos. Mas, muito freqüentemente, ocorre a não
disseminação, em todos os níveis, dos objetivos a serem
alcançados. A comunicação precisa ser oficial e pública,
dependendo, é claro, do nível de confidencialidade necessário
em relação aos concorrentes.
• Benefícios de se estabelecer objetivos adequados – são muitos, mas o aproveitamento de tais benefícios depende do executivo. Podem ser:
É comum o pensamento que, quando estabelecidos os objetivos e desafios, em condições estáveis da empresa, eles são válidos por um longo período de tempo. Isto significa que um velho objetivo, repetido muitas vezes, não surtirá muito efeito, além de não significar um desafio. Ainda que as condições internas e externas
da empresa não se alterem, uma reavaliação sistemática
de objetivos e desafios é aconselhável; do contrário,
seus objetivos passam a ser estáticos, o que pode redundar em conseqüências
indesejáveis em termos de sua dinâmica de operação. |
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| Resumo
O objetivo diz respeito à obtenção de um fim/resultado final. Uma empresa, por ser pessoa jurídica, em si mesma, não tem objetivos. Na realidade, a composição do conjunto dos objetivos dos dirigentes é que é chamado de objetivos da empresa. Os objetivos balizam os planejamentos, principalmente, para o controle e a avaliação da empresa. Além disso, fornece clareza na tomada de decisões. Principais características dos objetivos - os mesmos devem espelhar as aspirações da organização; relacionar-se adequadamente aos fatores internos e externos da empresa; ser claros, entendidos, aceitos e disseminados (comunicado); prever estratégias alternativas, considerando o custo de cada uma; ser específicos, mensuráveis, desafiadores, mas alcançáveis (realistas); ser hierarquizados; fazer a relação custo/benefício; possibilitar o controle e avaliação; apresentar espaço para a ocorrência de erros; ser revistos periodicamente; utilitários e operacionais. À medida que as discussões levem às idéias básicas sobre os objetivos e os desafios, é importante a hierarquização de cada um deles (objetivos e desafios), dentro de determinadas classificações. Nesse processo, podem-se visualizar os níveis:
O estabelecimento de objetivos e desafios é básico para qualquer atividade ou negócio, uma vez que, não se sabendo aonde se quer chegar com a empresa, qualquer caminho servirá. A empresa pode ter o objetivo de obter algo mais ou de manter algo que já alcançou. Porém é preciso atenção para que o estabelecimento de objetivos e desafios não promovam situações conflitantes. É fundamental, para o bom funcionamento da organização, que eles sejam formalmente divulgados para a empresa como um todo. Os objetivos podem ser de curto prazo (metas que se tenta alcançar dentro de um a dois anos) e de longo prazo (metas a alcançar dentro de três a cinco anos). O executivo precisa estar atento para equilibrar os objetivos,
não abrindo espaço para que exista conflito entre eles. |
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| 1 - Conceitos de indicador de desempenho
A busca pela excelência das ações organizacionais tem sido tema constante para a sobrevivência das empresas, além da procura, cada vez mais intensa, por maior destaque no mercado. Portanto, é preciso implementar processos contínuos que permitam interpretar os resultados das ações empresariais em parâmetros objetivos. É necessária, para tanto, a existência de avaliações, também objetivas. Não se pode pensar em avaliações objetivas de resultados da implantação do Plano Estratégico sem que indicadores sejam elaborados e selecionados para balizar os procedimentos organizacionais. Um sistema de indicadores de desempenho permite que o plano estratégico seja acompanhado, ajustado e aprimorado conforme vai sendo implementado. Se a organização não conta com sistema de medição de desempenho poderá implementar seu Plano Estratégico de forma inadequada. |
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2 - Conceitos de indicador de desempenho
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Vale lembrar que as metas definidas em função da fixação dos objetivos e da missão organizacionais é um dos itens necessários à realização de comparações e, portanto, à validação dos indicadores. Isso mostra que os indicadores devem estar intimamente relacionados ao processo de planejamento estratégico da empresa. É preciso atentar para o fato que o indicador não é a própria realidade avaliada e sim uma aproximação dela. Trata-se de instrumento que busca conhecer a realidade que pretende avaliar e identificar as situações existentes no ambiente em que a organização está inserida. Associados ao conceito de indicador, têm-se os conceitos de índice e de padrão. Entretanto, um número não é, por si só, um indicador. Torna-se um indicador apenas se trouxer alguma informação, ou a idéia associada ao número. Exemplo elucidativo sobre o assunto é a temperatura corporal de uma pessoa (Viña, 1986).
A indicação
de queda nos lucros ou então a redução no orçamento
anual não diz a ninguém o que está errado e muito
menos o que precisa ser feito; é, também, exemplo de indicador. |
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- Função dos indicadores
Os indicadores de desempenho não podem ser definidos como simples medições. Para melhor explicação, o quadro abaixo apresenta uma síntese da diferença entre esses pontos.
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Definição do indicador - Em princípio, todas as atividades de um processo podem ser medidas. Os produtos e serviços gerados por um processo devem ser medidos por diversas razões. A principal razão seria a verificação do atendimento das necessidades dos clientes. O ponto básico para definir indicador de um processo é perguntar aos clientes quais os seus requisitos para avaliação dos produtos ou serviços que recebem. Pode-se também utilizar os requisitos dos clientes para orientar na definição dos indicadores que a solução do problema necessita. Os indicadores devem ser estabelecidos de forma que os executores e gerentes do processo disponham, de forma sistemática, de informações durante sua execução, principalmente quanto aos fatores críticos. Para intervir na execução, visando-lhe o seu aprimoramento, devem ser estabelecidos e medidos periodicamente, para identificar possíveis desvios que lhe interferem no desempenho. São utilizados para medir a eficácia e a eficiência do processo e, conseqüentemente, sua efetividade. Tanto a eficácia como a eficiência geram indicadores de qualidade (ou de eficácia) e indicadores de produtividade (ou de eficiência). |
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O acompanhamento
adequado de cada fase do projeto poderá trazer vários benefícios
à organização. Dentre eles podem ser relacionados os
seguintes:
Há indicadores de desempenho:
É
necessário alertar quanto à diferença entre informação
básica e indicador. |
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| Definir
indicadores de qualidade e produtividade é imprescindível
para avaliar a melhoria do desempenho atual, acompanhando o progresso alcançado
pela empresa. Indicadores setoriais possibilitam que cada organização
compare seu desempenho com outras empresas do setor e avalie seu nível
de competitividade. Os
indicadores quase sempre são compostos por variáveis
decorrentes de um dos seguintes conjuntos: custo, tempo,
quantidade e qualidade.
Para que se tenha bons indicadores é preciso que eles sejam:
A maneira mais adequada
para definir indicadores é examinar cada atividade do processo
que o afeta, em relação à eficácia (qualidade)
e à eficiência (produtividade). As medidas do processo são
fundamentais para o perfeito entendimento das características dos
produtos ou serviços gerados e das relações que ocorrem
entre fornecedores e clientes. Se não há como medir os processos,
não há como gerenciá-los. |
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A definição sobre o que medir está relacionada à estratégia de negócio da organização. O gerente do processo é o responsável por implantar um sistema de medidas adequado, que permita a todos os envolvidos desenvolverem seus trabalhos adequadamente. O gerente e a equipe sinalizam o que consideram importante para medir o resultado. Porém, antes de definir os indicadores, as organizações devem atentar para a natureza de seus trabalhos e para a ideologia existente no ambiente em que tais indicadores serão elaborados. |
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Como medir a qualidade dos produtos e serviços de um processo A medição do desempenho de uma empresa é fundamental para a gestão organizacional de qualidade. Ela subsidia os gerentes com as informações necessárias à tomada de decisões e ao desenvolvimento de ações de melhoria da qualidade e da produtividade da empresa. O problema de medição não é simples. Não existe fórmula única e nem sistema de medição absoluto: os indicadores de desempenho devem ser construídos de acordo com a natureza específica de cada negócio e de seus objetivos. Não é possível reduzir a complexidade do desempenho do negócio a um único indicador. São necessários vários indicadores que reflitam os diferentes aspectos nos quais a estratégia do negócio se realiza. Cada produto ou serviço
necessita de suas próprias unidades de medida. Por exemplo, o padrão
de qualidade de um processo é o referencial usado como base de
comparação para avaliação da qualidade de
determinado produto ou serviço. Além disso, é preciso
entender os vários indicadores em seu relacionamento mútuo,
para que eles constituam instrumentos eficazes de gestão. |
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A maneira para se encontrar unidades de medida adequadas é perguntar aos indivíduos que recebem os produtos ou serviços gerados pelo processo (clientes internos e externos) quais são as necessidades e padrões exigidos e, então, adotá-los. Na seqüência, devem ser estabelecidos os padrões de desempenho aceitáveis para o processo. Se o padrão não é obtido, existe algum desvio e devem ser adotadas ações corretivas. Algumas características da qualidade de um produto ou serviço baseiam-se na subjetividade dos clientes. Nesses casos, é necessário transformá-las em características mensuráveis. Por exemplo, a característica segurança de determinado serviço é difícil de ser medida; entretanto, pode mensurar-se o número de acidentes decorrentes da falta de segurança do referido serviço.
As transformações das necessidades dos clientes externos em requisitos mensuráveis devem permitir a quantificação, o entendimento das etapas do processo e o estabelecimento de metas para cada processo. Após o estabelecimento dos requisitos mensuráveis deverá ser estabelecida avaliação de eficácia para o processo. O aprimoramento da
eficácia (indicador de qualidade) é o fator básico
para beneficiar os clientes; porém, o aprimoramento da eficiência
é fator básico para beneficiar o próprio processo
(indicador de produtividade). As formas de medir a qualidade (eficácia)
de um processo podem ser realizadas por meio de pesquisas, inspeção,
entrevista, monitoração das reclamações dos
clientes e percepção dos executores do processo, em contato
com os clientes. O trabalho de uma pessoa ou de uma equipe, pode ser medido
de várias formas e por diferentes agentes. |
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- Conseqüências da utilização de indicadores
O desempenho de uma empresa pode ser aprimorado por meio da implementação de sistemas de medição de desempenho.
Porém, lidar com indicadores pode significar mudanças nos padrões anteriormente seguidos pela cúpula administrativa e pelos funcionários das empresas, de forma geral. Tais mudanças envolvem alterações tanto do tratamento gerencial quanto da assimilação de uma nova cultura organizacional; por isso, nem sempre as transformações ocorrem com a necessária intensidade, em curto prazo. As medições dos processos devem ser estabelecidas tendo em mente o que medir, onde medir, como medir, quem deve medir, quem deve dar o feedback e quem estabelece o padrão. Como exemplo de indicadores
temos Indicadores
de Processo gestão de laboratórios e Indicadores
de processos segundo os interessados e a natureza.
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| Resumo
A construção de indicadores busca o aprimoramento das empresas, mediante a percepção de seus procedimentos e a comparação de seus resultados com parâmetros fixados previamente. Como eles são elaborados, principalmente, a partir das metas da organização, se estas não forem definidas de forma adequada e realista, os resultados gerados pelos indicadores poderão apresentar falsa realidade. Indicador é parâmetro quantificável e comparável, derivado de alguma informação ou dado básico, gerado pelo processo ou associado a ele. Trata-se, portanto, de variável que reflete ou representa outras variáveis mensuráveis. Em princípio, todas as atividades do processo podem ser medidas. O indicador é apenas aproximação da realidade avaliada. É apenas ferramenta utilizada para conhecer a realidade que se pretende avaliar e identificar as situações existentes no ambiente em que a organização está inserida. Porém, o número só se tornará o indicador se associado a alguma idéia ou informação. O indicador de um processo tem como função avaliar-lhe a performance e indicar o padrão a ser alcançado. Os indicadores servem para:
Também são utilizados para medir a eficácia e a eficiência do processo e, conseqüentemente, sua efetividade. O indicador deve ser facilmente compreendido por todos, para fornecer parâmetros à otimização do processo. Indicador de qualidade ou de eficácia é o que mede o resultado. Exemplo: a satisfação dos clientes do processo. Indicador de Produtividade ou de Eficiência: e aquele que mede a utilização de recursos na execução de metas programadas. O gerente do processo é o responsável por implantar sistema de medidas adequado, que permita a todos os envolvidos desenvolverem seus trabalhos adequadamente. O gerente e a equipe sinalizam o que consideram importante para medir o resultado. Uma forma de se definir indicadores é estabelecer os padrões de desempenho aceitáveis para o processo,após ouvir o cliente e identificar-lhe as necessidades e expectativas .Se o padrão não é obtido, existe algum desvio e devem ser tomadas ações corretivas pela equipe. Não existe fórmula única e nem sistema de medição absoluto: os indicadores de desempenho devem ser construídos de acordo com a natureza específica de cada negócio e de seus objetivos. Cada produto ou serviço necessita de suas próprias unidades de medida. Lidar com indicadores pode significar mudanças do tratamento gerencial e dos próprios funcionários das empresas e necessita, inclusive, da assimilação de uma nova cultura organizacional. |
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1 - Lucro e lucratividade
Por lucrativa
entende-se, portanto, uma entidade capaz de gerar receitas superiores
às suas despesas. |
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| Como já
observamos, ao estudarmos a Demonstração do Resultado
do Exercício – DRE, os excedentes das receitas sobre as
despesas recebem diferentes denominações, em função
dos tipos de receitas e despesas consideradas: lucro bruto, lucro operacional,
lucro antes e depois do imposto de renda, lucro líquido.
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| 2 - Indicadores de lucratividade Uma vez
que o volume de vendas, do ponto de vista financeiro, é o fator
determinante do lucro, pois para que haja lucro é indispensável
vender para gerar receitas, os indicadores básicos da lucratividade
(as margens) relacionam as várias expressões de lucro
com as vendas. Demonstração
do Resultado do Exercício de 2006
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a)
Margem Bruta
Margem
Bruta (2005) = 600 ÷ 1.000 = 0,60 = 60% |
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| b) Margem Operacional Para se obter a margem operacional, que nos mostra a lucratividade das operações da empresa, divide-se o lucro operacional pelas vendas líquidas.
No caso
da empresa Exemplo S/A: É
notória a importância desse indicador, por nos revelar
o resultado obtido pelas operações que constituem a própria
finalidade da organização, sua razão de ser, o
“seu negócio”. |
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| c)
Margem Líquida
Utilizando
os dados da DRE do Exemplo S/A: A importância da margem líquida torna-se evidente se considerarmos que a magnitude da lucratividade líquida é que tornará possíveis maiores ou menores remunerações aos proprietários (dividendos).
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3
- Indicadores de rentabilidade |
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| a)
Taxa de Retorno sobre o Investimento Para DRE, por ser dinâmica, iremos utilizar o valor anual.
No caso
da empresa exemplo, temos: Lucro líquido (2006) = R$470,00 TRI = R$ 470,00/R$ 2.540,00 = 0,1850 = 18,50%. A conclusão
que temos é de que, em 2006, os investimentos feitos no ativo
geraram um retorno (lucro) de 18,50%. |
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| Assim, sem que se altere a essência da fórmula anterior, temos que:
Como se pode constatar, a primeira parte da fórmula constitui a fórmula da margem líquida e, a segunda, a fórmula do giro do ativo total. Portanto:
Esse desdobramento
da fórmula permite identificar os fatores determinantes da TRI,
e sobre eles atuar, com vistas à sua maximização,
ou para corrigir eventuais desvios observados na gestão dos elementos
patrimoniais, quais sejam as receitas e os custos e despesas decorrentes
de suas operações, bem como o tipo e a qualidade dos ativos
utilizados, sua capacidade de produção, sua manutenção,
etc.
TRI = 18,50% |
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| Desdobrando-se
a fórmula original: O quadro a seguir ilustra a possibilidade de se aprofundar a análise, decompondo-se sucessivamente os elementos da fórmula. Quadro Analítico da Taxa de Retorno do Investimento - TRI
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| b)
Taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido
No caso da empresa Exemplo S/A:
Convém salientar que os resultados (lucros) obtidos pelos proprietários foram gerados tanto pela aplicação de recursos dos proprietários (capitais próprios) como de terceiros, devendo ser, estes últimos, remunerados pela empresa.
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| Resumo Os indicadores
de lucratividade e rentabilidade são os que despertam maior interesse
e causam maior impacto sobre as partes interessadas nas demonstrações
financeiras das entidades. |
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| 1
- Indicadores
de Planejamento Estratégico
As empresas - sejam elas micro, pequenas, grandes ou até mesmo sem fins lucrativos - normalmente possuem uma coisa em comum: a intenção de se perpetuar. Para atingir este objetivo básico e natural, todas, invariavelmente, almejam criar riqueza e, para tanto, traduzem este objetivo natural em objetivos determinados como a missão. Seus conceitos e definições estão associados à apropriação de recursos e geração de riquezas. Para tanto, se valem de um modelo, no intuito de desenvolver essas atividades da maneira mais eficaz possível. Ou seja, o modelo de gestão é a forma com que a empresa atinge seus objetivos e garante sua continuidade.
Uma das principais características, e ponto de partida, de um modelo de gestão é o planejamento estratégico. Normalmente, é a primeira etapa formal de um modelo de gestão e é a concretização da missão da empresa. Nele são definidos, dentre outros fatores, os objetivos de longo prazo. |
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As decisões de caráter estratégico são voltadas para problemas externos e de longo prazo, mais especificamente relacionadas com a escolha de compostos de produtos e de mercados, todas elas voltadas para o atingimento de objetivos de longo prazo.
Os objetivos de longo prazo têm por finalidade traduzir em metas tangíveis informações obtidas com base em análises de cenários dos ambientes externos e internos. Normalmente, os objetivos de longo prazo possuem três elementos básicos:
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2 - Custo de oportunidade e a criação de valor Outra característica de um modelo de gestão eficiente deve ser o de se pautar no resultado econômico e não no resultado contábil ou financeiro. O modelo de gestão econômica tem como base o resultado econômico que, por sua vez, tem como principal premissa a avaliação do resultado em função do custo de oportunidade. Os conceitos econômicos que fundamentam a gestão econômica buscam atribuir à empresa, ou a suas partes, ou a seus produtos, o valor correto e nunca o valor atrelado a princípios contábeis.
Portanto, o modelo de gestão econômica se diferencia de um modelo de gestão tradicional em função da existência do custo de oportunidade impactando a dinâmica empresarial e seu resultado. Num modelo tradicional só se leva em consideração o custo contábil e financeiro correspondente aos custos e despesas pagas a terceiros.
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Uma empresa é considerada como criadora de valor quando é capaz de oferecer aos seus proprietários/sócios/acionistas, detentores dos recursos próprios contabilizados no patrimônio líquido, uma remuneração acima de suas expectativas mínimas de ganhos (custo de oportunidade). Em outras palavras, a criação de valor ocorre quando o resultado gerado pelos negócios superar a taxa de remuneração exigida pelos credores (terceiros) e pelos acionistas (próprio). Criação de valor pode ser entendida também quando o preço de mercado da empresa apresentar uma valorização decorrente de sua capacidade em melhor remunerar o custo de oportunidade de seus proprietários.
A mera obtenção de lucro contábil não significa dizer que a empresa consegue construir ou agregar valor. Pelo contrário: em muitos casos, a geração de lucro pode camuflar uma situação de destruição de valor para os sócios/acionistas. Portanto, a existência de lucro não garante a remuneração do capital aplicado pelos sócios e, consequentemente, a atratividade de um empreendimento.
Dentre os indicadores contábeis veiculados aos objetivos de longo prazo, o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL), já estudado anteriormente, é um dos mais utilizados. |
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Quando os sócios/acionistas, durante o processo de planejamento estratégico, definem uma meta para este indicador, estão expressando, de forma explícita, quanto desejam receber de remuneração ao final de um determinado período, pelo recurso alocado no negócio. Se a relação entre o lucro contábil obtido e o patrimônio líquido for maior que o exigido pelos sócios, a empresa estará criando valor.
Portanto, a comparação entre o indicador contábil RSPL planejado e o atingido evidencia criação de valor, mas ainda é incipiente para conhecer mais profundamente quanto está se criando e como se forma esta geração de valor.
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3 - Valor econômico agregado O valor econômico agregado (VEA) ou Economic Value Added (EVA)®, como é mais conhecido, é a medida de criação de valor mais utilizada no mercado corporativo. É um indicador de gestão financeira gerencial importantíssimo cuja utilização é básica para todas as grandes corporações. Assim como a comparação entre os RSPL (resultado sobre patrimônio líquido), o VEA pode ser entendido como o resultado apurado que excede à remuneração mínima exigida pelos sócios/acionistas, que são os credores do capital próprio. O cálculo do VEA possui algumas particularidades:
O conhecimento do
custo total de uma empresa é determinado pelo custo de cada fonte
de financiamento, ponderado pela participação de cada tipo
de capital no total. Esta metodologia é conhecida como WACC
(Weighted Average Cost of Capital) que nada mais é
que a definição do custo médio ponderado
de capital. |
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O cálculo do WACC (Weighted Average Cost of Capital) se dá pela seguinte fórmula:
Vejamos um exemplo:
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O VEA de uma empresa pode ser calculado de várias formas. A seguir evidenciamos algumas:
Onde:
Ou seja, o cálculo do valor econômico agregado indica que a empresa do exemplo anterior não apresenta performance operacional suficiente para remunerar suficientemente seus sócios/acionistas e, dessa maneira, não cria valor, mas sim, destrói $ 9,84. Outra forma de se calcular o Valor Econômico Agregado é a clássica correlação entre o retorno do investimento (ROI) com o custo total do capital (WACC).
Onde: A expressão (ROI – WACC) é conhecida também como ROI Residual (RROI), indicando quanto o retorno dos investimentos superou as expectativas de remuneração dos proprietários. Utilizando-se mais uma vez o exemplo anterior, percebe-se que o cálculo confirmará o mesmo resultado.
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Por fim, o VEA ainda pode ser calculado relacionando-se o Retorno sobre PL atingido com o esperado, conforme mencionado anteriormente, e multiplicando-se esta relação com o Patrimônio Líquido da empresa. Sabendo-se que o Lucro Líquido da empresa utilizada no exemplo anterior foi de $ 3,36, tem-se:
VEA = (( 3,36 / $ 60) – (0,22)) x $ 60 = ($ 9,84) Ao estudar-se o VEA, pode-se perceber uma característica importante. O indicador é evidenciado em valor de moeda. Pelas análises financeiras tradicionais, é impossível identificar se a empresa está criando ou destruindo valor, pois, normalmente, os indicadores são percentuais ou números isolados que se não comparados com valores de mercado ou de concorrentes, tornam-se dispensáveis. Uma segunda característica é a que o VEA possui implicitamente uma variável que faz com que sua análise, isoladamente, possa servir a uma decisão. O VEA considera o custo de oportunidade no seu cálculo e, dessa forma, seu resultado informa diretamente a performance da empresa em relação a todos os stakeholders envolvidos nos seus processos de gestão e operacionais. O VEA também é capaz de revelar inúmeras outras oportunidades de ganhos econômicos, como as provenientes de uma melhor gestão de risco, escolha da melhor estrutura de capital e maior giro, que não são vislumbradas pelos indicadores financeiros tradicionais. |
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4- Market value added – (MVA)® O indicador EVA®, assim como os demais indicadores de rentabilidades, se baseia em dados passados, pois tem como fonte de informações os relatórios financeiros oriundas de transações já ocorridas. Dessa forma, seu direcionamento é para análise passada e não futura.
Contabilmente, o valor da empresa é formado pelos seus bens e direitos. No exemplo trabalhado neste módulo, este valor é de R$ 300.000,00. No entanto, o mercado tem uma perspectiva quanto aos seus resultados futuros que modifica este valor, aumentando ou diminuindo. O valor de mercado agregado foi desenvolvido para suprir esta necessidade do mercado. Ele tem o objetivo de avaliar o valor econômico da empresa como um todo e em relação ao potencial de resultados futuros. A visão é derivada, mas tem um sentido mais amplo que o EVA®. Esta é uma medida de valor da empresa. É uma avaliação de futuro, calculada com base nas expectativas do mercado com relação ao potencial demonstrado pelo empreendimento em criar valor. Para se calcular o MVA é necessário conhecer-se o EVA® e o WACC. Com base no exemplo, pode-se proceder ao cálculo com base na fórmula abaixo:
No caso da empresa utilizada como exemplo, ter-se-ia o seguinte: MVA = -$
9,84 / 0,1542 Isto quer dizer que as operações da empresa, neste período analisado, desvalorizaram seu patrimônio de $ 200,00 em $ 63,81. Ou seja, o valor futuro desta empresa no mercado caiu para $ 136,18. |
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Grau de Alavancagem Financeira – GAF A alavancagem
financeira é um conceito simples e está vinculada à
capacidade das empresas em utilizar recursos de terceiros para financiar
suas atividades e gerar riqueza aos seus acionistas, evidenciada no EVA®. É importante lembrarmos que estes recursos de terceiros devem possuir taxas menores que as margens operacionais da empresa, caso contrário, não haverá a alavancagem. É comum ocorrer a inviabilidade de um projeto de investimento em função da existência de taxas de retorno abaixo do mínimo esperado e, ao conseguir-se linhas de financiamento à taxa de juros subsidiadas, o projeto tornar-se viável. Uma das formas de se calcular o grau de alavancagem financeira é dada pela fórmula abaixo:
A expressão revela a alteração percentual no lucro líquido (disponível aos sócios/acionistas) determinada por uma variação no lucro operacional. Por exemplo, se o GAF for de 1,25, indica que a cada 1% de incremento no resultado operacional mantido, constantes as margens e as taxas de juros, resulta num acréscimo de 1,25% no lucro líquido. Mais uma vez, esta capacidade de elevar o retorno operacional ocorre pela existência de passivos mais baratos em relação ao retorno que os ativos produzem. |
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Utilizando a lógica matemática da fórmula anterior, pode-se constatar que se não existissem despesas financeiras, o valor do GAF seria unitário. Ou seja, não haveria o processo de alavancagem em função da inexistência de recursos de terceiros. E se existissem valores de despesas financeiras maiores que o lucro operacional? Neste caso, também não haveria alavancagem. Na verdade, existiria uma relação inversa de destruição de resultado que impactará um indicador a ser estudado posteriormente, o qual mede a criação de valor da empresa. Existe uma outra forma de se calcular o GAF, usualmente denominada em alguns livros de sintética. A fórmula é direta e utiliza dois indicadores de rentabilidade, conforme abaixo:
Uma empresa que tem como política financiar suas atividades e seus projetos apenas com recursos próprios, apresentará um RSPL (ROE) igual ao RSA (ROA), e a razão entre esses dois indicadores será igual a 1. Isto é óbvio e se explica em razão de não existir despesas financeiras a serem deduzidas do lucro operacional. Dessa forma, o lucro operacional será o mesmo que o lucro líquido. Lembrando-se sempre de que é necessário extirpar o efeito do imposto de renda. Quando esta situação ocorre, não há processo alavancagem financeira.
Portanto, parece óbvio que, para os sócios/acionistas, quanto maior for o GAF maior serão seus retornos. Contudo, devemos alertar para o fato deste indicador também ser uma medida de risco. Quanto maior o GAF, maior é o risco em função da exigibilidade de pagamento aos agentes que estão proporcionando o financiamento. |
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RESUMO A utilização de indicadores econômico-financeiros visa traduzir as informações dos relatórios contábeis aos administradores e acionistas. Sua maior finalidade é facilitar a compreensão e entendimento da dinâmica da empresa. As análises são enriquecidas pela leitura, interpretação e análise dos relatórios contábeis, efetuadas a partir de relações percentuais horizontais, verticais e da análise de indicadores de liquidez, estruturais e, principalmente, os de rentabilidade. Muitas empresas atrelam indicadores de longo prazo aos seus planos estratégicos. A intenção é possuir indicadores que traduzam em forma de números a missão e os objetivos das empresas. Um dos mais importantes indicadores financeiros é o VEA (valor econômico agregado) ou EVA (Economic Value Added). Ele indica quanto a empresa gera de riqueza para seus sócios/acionistas. Dá-se pela relação entre a rentabilidade gerada pelas operações e o custo dos recursos que permitiram sua execução. O valor do VEA positivo
indica criação de valor, enquanto que a existência
de valores negativos denota uma relação de altos custos
de capitais para baixas taxas de rentabilidade operacional. |
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| 1 - Introdução
O que dizer destes números? As pesquisas estatísticas indicam que, muitas vezes, apesar de ser bem elaborada, uma boa estratégia pode fracassar se a empresa não for capaz de implementá-la. Lutando pela sobrevivência, as empresas têm adotado a postura de utilizar a medição de desempenho derivada de suas estratégias e capacidades. Mas, muitas delas, ainda, só mensuram o desempenho com as medidas financeiras. Na busca por novas metodologias gerenciais que não tivessem como único foco essas medidas, o Balance Scorecard – BSC, foi desenvolvido. Buscando criar novo modelo de medição de desempenho, organizaram reuniões com representantes de diversas organizações de manufatura e serviços (da indústria pesada à de alta tecnologia). Num dos encontros, foi apresentado um scorecard corporativo contendo, além das medidas financeiras tradicionais, outras medidas de desempenho. As discussões em torno do scorecard corporativo levou o grupo a criar o Balanced Scorecard, que procurou equilibrar as medidas financeiras e operacionais, organizadas sob quatro perspectivas:
Tal sistema buscava traduzir e medir a estratégia empresarial por meio de quatro blocos de indicadores, que equilibram as quatro perspectivas mencionadas. |
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| O Balance Scorecard - BSC As empresas tinham, como sistemas de indicadores, a natureza financeira, em que a contabilidade (“linguagem dos negócios”) era muito utilizada. No século XIX, nasceram grandes empresas que inovaram na medição do desempenho financeiro, tendo papel vital para o bem sucedido desenvolvimento da organização. Até meados da década de 1970, o desempenho das empresas era determinado pela incorporação de novas tecnologias a ativos físicos, em especial, máquinas, para aumentar a eficiência da produção. No final do século XX, tornou-se mais decisiva a capacidade de mobilizar e explorar ativos intangíveis do que gerenciar ativos tangíveis. O Balanced Scorecard nasceu no início da década de 1990, decorrente de um estudo dirigido por David Norton, que trouxe Robert Kaplan, da Universidade de Harvard, para o consultor acadêmico do seu projeto. Kaplan e Norton (1997) eram de opinião que os modelos de avaliação de desempenho, até então existentes, baseavam-se muito em indicadores contábeis e financeiros, tornando-se obsoletos na era da informação. |
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| 2 - O que é o Balanced Scorecard (BSC)?
O
BSC não deve ser utilizado como sistema de controle e sim de informação,
comunicação e aprendizado. É reconhecido como sistema
de gerenciamento que torna possível à organização,
com base no esclarecimento de sua visão e estratégias, a
definição de ações que levem ao contínuo
melhoramento de seu desempenho e resultados. O sistema de informação
gerencial deve contribuir como suporte às estratégias adotadas
para que elas possam ser acompanhadas e venham a produzir retornos positivos
para a empresa.
O sistema BSC preserva a ênfase nos resultados financeiros ao associar todas as demais medidas a objetivos financeiros. Realistas, eles não se esquecem que os resultados financeiros são, afinal de contas, os resultados decisivos. Existe a necessidade de especificar a forma que os investimentos feitos nos funcionários, as ações dirigidas para o aperfeiçoamento de processos e as medidas tomadas para melhorar a qualidade do atendimento e dos serviços prestados aos clientes se relacionam com crescimento dos volumes de vendas, aumento de margens operacionais, redução de custos e maior rapidez no giro dos estoques. Um dos pontos-chave do BSC é a questão da comunicação. É importante mostrar os objetivos críticos a serem alcançados para que a estratégia seja bem-sucedida, transmitindo-os à empresa por todos os meios de comunicação disponíveis.
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| 3 - As quatro perspectivas do Balanced Scorecard –BSC são:
Cada perspectiva é composta por um conjunto equilibrado de indicadores financeiros e não financeiros, que procuram traduzir o desempenho e as ações necessárias para realização dos objetivos. Entretanto, essas perspectivas, apesar de atenderem a grande maioria das empresas, devem ser consideradas modelo e não “camisa-de-força”.
Algumas aplicações do BSC indicam a necessidade de criar novas perspectivas, que podem ser estratégicas à organização. A inter-relação entre as perspectivas é determinada pelas relações de causa-e-efeito, o que gera raciocínio sistêmico dinâmico. |
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| 1. A perspectiva financeira - O BSC conserva a perspectiva financeira porque ela é valiosa para sintetizar as conseqüências econômicas imediatas de ações consumadas. Os objetivos e as metas da perspectiva financeira relacionam-se com a criação de valor para os acionistas. Os objetivos e as metas têm duplo papel:
Nesse
contexto, os objetivos financeiros servem de foco para os objetivos e
as medidas das outras perspectivas do BSC. Para que isso realmente aconteça,
é preciso que as medidas selecionadas nas demais perspectivas façam
parte de uma relação de causa-e-efeito
e resulte na melhoria do desempenho financeiro. As medidas selecionadas
para a perspectiva financeira devem ser sinalizadoras dos resultados
de ações não executadas nas demais perspectivas.
O seu indicador é traduzido pelo valor agregado
e pelo retorno do investimento.
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| 2. A Perspectiva do cliente - propicia a identificação dos segmentos de clientes e de mercados nos quais as unidades de negócio possam competir e a definição das medidas de desempenho das unidades nos seus segmentos-alvo. Kaplan e Norton (1997) propõem que a perspectiva do cliente seja construída tendo por base os seguintes pontos-chaves: a participação de mercado, a retenção, a captação, a satisfação e a lucratividade dos clientes. |
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| 3. A perspectiva dos processos internos considera importante a identificação dos processos internos críticos, nos quais a empresa deve alcançar excelência. Esses processos permitem que a unidade de negócios elabore propostas capazes de atrair e reter clientes em segmentos-alvo de mercado; interessa-se, ainda, em satisfazer as expectativas dos acionistas relativamente aos retornos financeiros. As medidas dos processos internos devem estar voltadas para os aspectos que terão maior impacto na satisfação do cliente e na consecução dos objetivos financeiros da empresa. A perspectiva dos processos internos revela diferenças fundamentais entre as abordagens tradicionais e a abordagem do BSC para a medição de desempenho, conforme quadro:
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| 4. A perspectiva do aprendizado e crescimento - fornece o suporte necessário para que sejam atingidos os objetivos e as metas das demais perspectivas.
Quando o sistema gerencial de uma organização utiliza apenas medidas financeiras, ou medidas de curto-prazo, justificar investimentos em treinamento de pessoal é tarefa árdua. Na maioria dos casos, os benefícios advindos desses investimentos somente ocorrerão em períodos futuros. Por isso, tais investimentos são considerados, pela contabilidade financeira, como despesas do exercício que, se reduzidas, produzem ganhos incrementais a curto prazo. Porém, se a organização deixa de investir nessa capacitação estará, também, deixando de formar a infra-estrutura necessária para dar suporte aos processos que buscam a satisfação dos clientes. A perspectiva de aprendizado e crescimento deve ser concebida observando três categorias básicas: As quatro perspectivas são adequadas a diversos setores de mercados e empresas, devendo ser consideradas modelo. Não existe nada que diga que as perspectivas são suficientes e necessárias; às vezes, dependendo da estratégia da empresa, é preciso agregar perspectivas complementares. |
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| Os princípios a seguir integram o Balanced Scorecard de uma empresa à sua estratégia:
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Considerando que cada uma das quatro perspectivas do Balanced Scorecard pode exigir de quatro a sete medidas distintas, deve ressaltar-se que elas não podem ser consideradas como aspectos independentes, pois se tornaria muito complicado para a empresa absorvê-los. O Balanced deve ser visto como a instrumentação de uma única estratégia. Quando o scorecard representa a manifestação da estratégia, o número de indicadores passa a ser irrelevante, pois as medidas são interligadas entre si em cadeia de causa e efeito que descreve a estratégia da unidade de negócios. |
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| 4 - Integração das medidas do BSC à estratégia
Muitas empresas já associam medidas financeiras e não financeiras para alcançar o sucesso organizacional. É o caso de organizações da França que, há mais de duas décadas, utilizam o Tableau de Bord, o qual ajuda os funcionários a garantir o sucesso da organização mediante fatores-chaves. A mensuração das estratégias de negócio estabelecidas leva a uma maior probabilidade de sucesso, seus objetivos e metas são definidos de uma melhor maneira. A definição clara das metas e dos objetivos possibilita a concentração dos envolvidos nos pontos críticos, permitindo alinhar investimentos, iniciativas e ações para o pleno alcance das metas estratégicas. O Balanced Scorecard bem sucedido transmite a estratégia por meio de um conjunto integrado de medidas. |
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| Uso das medidas financeiras
Nem todas as empresas consideram a qualidade e a satisfação do cliente em lucros. Assim, os demonstrativos financeiros periódicos e as medidas financeiras devem lembrar aos executivos que a qualidade, o tempo de resposta, a produtividade e os novos produtos devem ser melhorias permanentes e não um fim. Além disso, é bom lembrar que nem todas as estratégias a longo prazo são lucrativas e que não adianta investir em tecnologias avançadas de produção, na qualidade e em pesquisa de desenvolvimento, se a empresa não satisfaz o que o mercado espera. Na linguagem da contabilidade, em curto prazo, o corte de despesas passa a ser lucro, mesmo quando essas reduções inibem a reserva da empresa e sua capacidade de ter novos valores. As empresas também podem maximizar seus lucros, aumentando os preços para os clientes e colocando seus serviços com baixa qualidade. Obviamente, isso causaria a insatisfação dos clientes e colocaria a empresa como presa de fácil ataque para os concorrentes. Exemplo. As medidas financeiras não estão aptas para avaliar e orientar a trajetória organizacional em ambientes competitivos. Elas não são amplas e não têm visão das ações que devem ser realizadas, hoje e futuramente, para ter bom valor financeiro. Porém, a Administração deve revelar as medidas financeiras e não financeiras utilizadas para gerenciar a empresa; com elas quantificam os efeitos das principais atividades e eventos. Portanto, as empresas devem adotar uma abordagem mais ¨equilibrada¨ e orientada para o futuro, atendendo, assim, as necessidades dos usuários.
O Balanced Scorecard corporativo -A empresa deve elaborar o Scorecard corporativo para servir de modelo a cada unidade de negócio, na definição do papel do Scorecard corporativo é colocar meta global de crescimento. Isso permite o estabelecimento de metas ambiciosas para as unidades com considerável potencial de crescimento, e metas modestas para as unidades que atuam em segmentos de mercado mais maduros. As unidades podem identificar seus próprios métodos para alcançar as metas corporativas. Os MGEs delas têm propósito e foco derivados do corporativo, que articula e comunica temas que todas as unidades devem alcançar. |
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A Xerox passou por experiência parecida. Ela mudou sua estratégia e a direcionou para agradar os clientes. Todos os seus indicadores financeiros mostravam estratégia bem-sucedida. Porém, seus clientes continuaram insatisfeitos, pois eles queriam serviços e produtos de qualidade. Vieram os concorrentes que quase levaram a “poderosa” Xerox à falência. Se essa empresa não tivesse colocado outro presidente, que passou a usar de qualidade e serviços que agradavam aos clientes, talvez ela já não existisse mais no mercado. |
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| O balanced scorecard de uma unidade organizacional - As primeiras experiências com o BSC aconteceram em empresas de nichos específicos do setor semicondutores e em segmento específico da indústria da informática. Esses desenvolveram scorecard que funcionava também como scorecard corporativo. A partir do momento que se desenvolve o Balanced scorecard para uma unidade organizacional, as declarações de missão e de estratégia para os departamentos e unidades funcionais podem ser definidas pela missão, pela estratégia e pelo scorecard da unidade de negócios. Todos trabalham com coerência para alcançar os objetivos da scorecard da unidade organizacional.
Terá balanced scorecard o departamento ou unidade funcional que dispuser de missão, estratégia, clientes e processos internos. Se a unidade organizacional for estabelecida em termos amplos, talvez tenha dificuldades de definir estratégia integrada e coerente. Mesmo que as empresas possuam vários scorecards de unidades, com grandes variáveis de independência, elas procuram desenvolver um scorecard corporativo, que lhe define modelo corporativo comum sobre temas e visões que orientem os scorecards a serem desenvolvidos pelas unidades e guiem a forma de a empresa agregar valores. Enfim,
para alcançar-se o sucesso da aplicação do BSC, nas
organizações, alguns aspectos são de fundamental
importância:
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| Resumo Introduzindo
o sistema de avaliação de desempenho balanced
scorecard, vários aspectos fundamentais foram associados
aos assuntos antes estudados. O novo sistema procura equilibrar as medidas financeiras e operacionais, organizadas sob quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos internos e de aprendizado e crescimento. Entretanto, Norton e Kaplan não menosprezam os resultados financeiros, visto serem resultados decisivos. Por isso, o sistema BSC preserva a ênfase nos resultados financeiros, ao associar todas as demais medidas a objetivos financeiros. Como tal modelo lida com a tradução e a mensuração da estratégia empresarial com maior coerência nas medidas de desempenho, por meio das quatro perspectivas, é considerado como das mais completas ferramentas gerenciais. Utiliza medidas e indicadores para articular a estratégia da empresa, comunicar essa estratégia e ajudar a alinhar iniciativas individuais, organizacionais e interdepartamentais, buscando alcançar uma meta comum. Cada perspectiva compõe-se de um conjunto equilibrado de indicadores financeiros e não financeiros:
O BSC segue alguns princípios para se integrar à estratégia da empresa:
É bom lembrar que:
Em síntese, alguns aspectos são de fundamental importância
para se alcançar o sucesso da aplicação do BSC: a
integração entre as quatro perspectivas; o (equilíbrio)
entre os graus de importância das perspectivas do BSC; a visão
organizacional que veja o BSC como sistema de gestão estratégica;
a existência de boa comunicação que esclareça
a todos os funcionários da empresa o que é o modelo e como
ele deve ser utilizado e a integração entre o BSC e o processo
de gestão. |
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