Unidade 2 Módulo 1
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Módulo 03 -Reengenharia

1 - Dívida Interna

Como já foi visto, a dívida pública está diretamente ligada à política fiscal adotada pelo governo, pois os resultados das medidas colocadas em prática refletem no montante da dívida. Seu financiamento pode ocorrer por intermédio do aumento de impostos (política fiscal), emissão de moeda e/ou colocação de títulos no mercado, estas duas últimas vinculadas à política monetária.

A dívida interna se refere àquela firmada pelos governos federal, estadual e municipal junto ao mercado interno, por meio de emissões primárias de títulos. Toda vez que o Tesouro Nacional emite títulos para executar a política fiscal eou monetária visa antecipar receitas orçamentárias ou, o que é mais comum, financiar déficits fiscais. Essas emissões de papéis, que são lançadas no mercado primário, aumentam a dívida interna do Governo.

Funciona da seguinte maneira:




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Módulo 03 -Reengenharia

Como o quadro demonstra, os compradores, financiadores e credores da dívida pública interna do governo são os agentes financeiros e normalmente agentes como bancos, fundos de pensão, corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários (DTVM).

Os bancos normalmente não conseguem alocar todos os seus recursos em empréstimos e, desta forma, aplicam suas sobras de caixa nestes títulos que acabam por remunerar aqueles recursos que ficam “parados” no caixa.

Além disso, muitos bancos e DTVM compram estes títulos para lastrear operações de captação arbitrando taxas e ganhando um spread pela intermediação e gestão do recurso. Isto porque somente agentes financeiros (mercado primário) possuem acesso a estes títulos.

Apenas recentemente, com a criação do Tesouro Direto, pessoas físicas tiveram acesso a esta modalidade de aplicação sem a intermediação de agentes financeiros.



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Prospecto do produto
Fonte: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/


O Tesouro Direto é o programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas desenvolvido pelo Tesouro Nacional em parceria com a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – CBLC. Direcionado a pessoas físicas, residentes no País, que queiram investir com segurança e tranqüilidade, o Tesouro Direto oferece a compra de títulos da dívida pública diretamente pela Internet, a partir de R$ 200,00.

A compra de títulos públicos pode ser feita, a qualquer momento, e a venda, garantida pelo Tesouro Nacional, semanalmente às quartas-feiras pelos preços de mercado. Desta forma, o Tesouro Direto se habilita como uma oportunidade para quem sonha, planeja e busca alcançar seus objetivos. Tudo isso sem sair de casa, com a comodidade do auto-atendimento na Internet. Uma das principais vantagens é a possibilidade do investidor montar sua carteira de acordo com os seus objetivos, adequando prazos de vencimento e indexadores às suas necessidades. Há títulos de curto, médio e longo prazo; indexados a índices de inflação, taxa SELIC ou prefixados. Entre os títulos ofertados, você deve escolher aqueles cujas características sejam compatíveis com o seu perfil.

Os títulos públicos adquiridos no Tesouro Direto são considerados ativos de renda fixa porque o rendimento pode ser dimensionado no momento da aplicação. Face à menor volatilidade dos ativos de renda fixa, este tipo de investimento é considerado mais conservador do que os demais ativos. O volume mínimo de compra é de 20% de um título, aproximadamente R$ 200,00. O limite máximo de compras é de R$ 400.000,00 ao mês, por CPF. As taxas envolvidas são: 0,50% a.a. (taxa de serviço dos Bancos) e 0,40% a. a. (taxa destinada a remunerar a CBLC).

Você poderá acompanhar seus investimentos pelo site do seu banco, no momento que desejar e o banco no qual tem conta realiza os débitos e créditos referentes às negociações diretamente em sua conta corrente ou conta investimento. O Tesouro Direto fica disponível a consulta 24 horas por dia, 7 dias por semana. Os investidores podem realizar compras entre às 9 horas de um dia às 5 horas do dia seguinte. As vendas podem ser feitas semanalmente entre 9h de quarta-feira e 5h de quinta-feira, e os créditos são realizados sempre às quintas-feiras. Para maiores informações acesse:
Fonte: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/



Tela 3
Módulo 03 -Reengenharia

Dentre os diversos papéis existentes, os títulos mais habituais utilizados pelo Tesouro Nacional para a captação de recursos estão:

LTNLetra do Tesouro Nacional é um título prefixado com juros apurados
em sua emissão pelo deságio aplicado.

LFTLetra Financeira do Tesouro é um título pós-fixado com remuneração
atrelada à taxa média Selic.

NTNNota do Tesouro Nacional também é um título pós-fixado com
valor de face (valor nominal) que poderá ser acrescido de uma
letra do alfabeto para diferenciação quanto ao indexador atrelado
ao papel.

• NTN-A – Atrelado à valorização da dívida externa brasileira
• NTN-B – Atrelado à variação do IPCA
• NTN-C – Atrelado à variação do IGP-M
• NTN-D – Atrelado à variação cambial (dólar americano)


O Bacen também emite títulos próprios para a execução da política monetária com lastro
em títulos do Tesouro Nacional, custodiados em sua carteira, tais como:

NBC – Nota do Banco Central com rendimento pós-fixado atrelado a um
indexador da economia.

LBC – Letra do Banco Central com rendimento prefixado

Leia “Economia na real 



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Unidade 01 - Matemática Básica

“Economia na real” é um artigo que tem como objetivo ilustrar a importância do monitoramento das variáveis econômicas da dívida interna e externa de um país. Datas ou períodos desse texto não prejudicam seu objetivo.

Dívida interna do País cai para R$ 1,204 trilhão
O Estadão – 21/01/2008

A dívida interna do governo em títulos atingiu em janeiro de 2008 R$ 1,204 trilhão. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 21, pelo Tesouro Nacional, o valor caiu 1,71% em relação à dívida verificada no final do ano passado, de R$ 1,224 trilhão. De dezembro para janeiro, a dívida interna em títulos caiu R$ 20,909 bilhões. Esta queda ocorreu porque o Tesouro fez um resgate líquido (resgate de títulos públicos descontadas as emissões) no valor de R$ 34,3 bilhões. Este resgate foi suficiente para compensar o impacto de R$ 13,389 bilhões dos juros da dívida.

A dívida pública externa fechou o mês de janeiro em R$ 107,388 bilhões, com uma queda de R$ 1,504 bilhão em relação ao saldo de dezembro (-1,38%). O recuo, segundo o Tesouro Nacional, ocorreu devido à valorização do real frente ao dólar. A dívida pública total (interna e externa) atingiu em janeiro o patamar de R$ 1,311 trilhão, com queda de 1,68% em relação a dezembro.

Perfil da dívida

Apesar da redução da dívida interna do País, o perfil dos papéis piorou. O governo reduziu a parcela de títulos prefixados, com juros definidos no momento da operação, e aumentou a parcela de papéis pós-fixados. Isso é ruim para o perfil da dívida porque o governo fica mais vulnerável à oscilação das taxas de juros. Segundo dados do Tesouro Nacional, a participação de papéis prefixados caiu de 37,31% em dezembro para 34,92% em janeiro. Essa queda, de acordo com o Tesouro, foi devido ao resgate líquido de R$ 40,9 bilhões desses papéis. É que no primeiro mês de cada trimestre, há sempre uma concentração forte de vencimentos desses papéis. A participação de títulos indexados à taxa Selic, por outro lado, aumentou no mesmo período de 33,39% para 34,77%, considerando os contratos de swap cambial (troca de papéis indexados em dólar por títulos em juros). A parcela atrelada à Selic subiu de 36,63 para 38,02%.

Outro dado ruim foi que aumentou a parcela dívida a vencer no curto prazo — próximos 12 meses — passando para 32,79% do estoque da dívida, segundo dados divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional. Em dezembro, essa fatia foi de 30,15%. A parcela que vence de um a dois anos ficou praticamente estável, passando de 22,59% para 22,62%. Os títulos que expiram dentro de dois a três anos tiveram perda de participação, recuando de 18,29% para 14,56%. Os papéis entre três e quatro anos subiram de 6,92% para 8,92%. Os de quatro a cinco anos recuaram de 7,06% para 5,07%. E os títulos acima de cinco anos subiram de 14,98% para 16,04%. Já o prazo médio da dívida interna melhorou, passando de 36,47 meses para 37,61 meses. Segundo a nota do Tesouro, isso ocorreu por conta do resgate líquido de papéis prefixados.



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Tela 5
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2 - Marcação a mercado (Marked to Market)

Em função da alta exposição ao risco de mercado, o Banco Central obrigou, em 2002, as instituições financeiras a efetuarem um procedimento denominado marcação a mercado em seus títulos (governamentais e privados) encarteirados em seu patrimônio.

A marcação a mercado consiste em estabelecer o preço atual de uma operação de tal forma que sua reposição permita ao adquirente os mesmos resultados de uma nova operação com características de fluxos de caixa e prazos remanescentes, iguais ao da operação original.

Ou seja, é um procedimento de precificação para estabelecer o valor diário para cada um de seus títulos, com o intuito de saber quanto valeria sua carteira, caso fosse vendê-la ao mercado secundário. Essa marcação normalmente ocorre após o horário regular de negociação, levando-se em consideração o preço de fechamento de cada título. Quando o título não é negociado em mercado regulado ou quando não tem liquidez, o administrador de recursos deve procurar estabelecer um valor pelo qual conseguiria vender caso fosse negociar o título.

Em ambiente de instabilidade e consequente alta volatilidade, os preços de mercados destes títulos tendem a oscilar muito fazendo com que ocorram muitas variações patrimoniais.

Foi o que ocorreu entre os meses de maio a agosto de 2002, período pré-eleitoral no país e de muitas incertezas políticas. O mercado começou a cobrar ágio pelos títulos de longo prazo já que não havia certeza se o governo honraria seus contratos, conforme podemos evidenciar nas notícias da época.

Leia “Economia na real
 



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Unidade 01 - Matemática Básica

“Economia na real” são artigos que têm como objetivo demonstrar o conceito de marcação a mercado, que teve início no Brasil, em maio de 2002 e seus impactos. Datas ou períodos desse texto não prejudicam nosso objetivo.


CVM antecipa prazo de ajuste de FIF a normas de marcação a mercado
Valor Econômico – 25/05/2002

BRASÍLIA - Foi antecipada para a próxima sexta-feira, dia 31, a entrada em vigor do ajuste dos Fundos de Investimento Financeiro (FIF) às novas regras para contabilidade de títulos de renda fixa. O prazo anterior era 30 de setembro. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou instrução número 365, antecipando o prazo.

Os novos critérios valem para registro e avaliação contábil de títulos e derivativos das carteiras dos fundos de investimento financeiro (FIF), Fundos de Aplicação em Cotas (FAC) e Fundos de Investimento no Exterior (Fiex). Com a mudança, os fundos terão de lançar o valor dos papéis pela chamada "marcação a mercado", isto é, converter, diariamente, o preço das cotas ao valor de mercado.

Os papéis de renda fixa devem ser registrados "pelo valor efetivamente pago, inclusive corretagem e emolumentos", diz a norma. Além disso, os títulos precisam ser classificados como papéis para negociação ou títulos definitivos que serão mantidos até o vencimento.

Baixada pela CVM, a regra foi elaborada em conjunto com o Banco Central (BC), ainda responsável pela normatização e fiscalização de aplicações em renda fixa. Em breve, entretanto, ficarão a cargo da CVM, conforme determinou a nova Lei das Sociedades Anônimas (S.A). Para isso, foi criado um grupo de trabalho, com prazo que vence em meados de junho, para efetuar a transferência à CVM dos FIF que hoje são fiscalizados pelo BC.


BC e CVM antecipam mudanças que podem gerar perdas a fundos Valor Econômico - 31/05/2002

Parte das pessoas com dinheiro aplicado em fundos de renda fixa pode tomar um susto hoje, ao tirar o seu extrato. O saldo da aplicação pode estar menor do que na quarta-feira. A possibilidade de que muitos fundos tenham suas cotas desvalorizadas foi reconhecida pelo diretor de Política Monetária do Banco Central, na noite de quarta-feira, ao comentar os efeitos da Instrução Normativa 365 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Em comum acordo com o BC, a CVM antecipou para hoje o prazo final de enquadramento dos fundos na regra que manda registrar os ativos de suas carteiras pelo valor de mercado (marcação a mercado). Como parte da indústria de fundos nem tinha começado a fazer o ajuste, admitiu Figueiredo, a mudança pode reduzir o valor das cotas. É o que vai acontecer precisamente com os fundos cujos ativos estavam sendo avaliados e registrados na contabilidade por um valor acima do de mercado - chamado curva do papel.

Isso antes era possível porque a regra anterior permitia que os ativos de renda fixa fossem contabilizados de acordo com o preço de aquisição atualizado pela curva de rentabilidade do papel. O problema é que, em momentos de queda da cotação de um título no mercado secundário, a avaliação por este critério pode ficar superestimada, fora da realidade.
Para papéis levados até o vencimento, o preço de mercado não afeta a rentabilidade. Mas não é assim no caso da carteira dos fundos. Como os investimentos em fundos de renda fixa precisam ter liquidez — ou seja, devem estar sempre disponíveis para saque, o valor de registro na contabilidade deve estar de acordo com o valor de mercado, porque este é o preço que o fundo vai conseguir pelos papéis se tiver que vendê-los no mercado secundário para atender solicitações de resgate. A norma vale para os Fundos de Investimento Financeiro (FIFs), Fundos de Aplicação em Cotas (FACs) e Fundos de Investimento no Exterior (Fiex). Esses procedimentos diferenciados estavam provocando distorções de rentabilidade entre fundos semelhantes.
A desvalorização verificada nas últimas semanas no preço das Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) — fato que impôs prejuízo a muitos fundos DI — influenciou a decisão do BC e da CVM. Em função do processo de ajuste gradual, diversos fundos pararam de comprar LFTs, fazendo com que a falta de demanda abrisse o prêmio pedido para aquisição desses títulos. Com a antecipação do prazo e o consequente término do ajuste, a demanda por LFTs deve voltar ao normal, acredita o diretor do BC.
As novas normas valem para todos os fundos de renda fixa, tanto para papéis privados como públicos. Ficam isentos de seguir a nova regra os investidores qualificados — basicamente os institucionais —, fundos exclusivos (apenas um cotista) e fundos com investidores de um mesmo conglomerado ou grupo econômico-financeiro.



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Tela 7
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3 - Dívida Externa

A dívida externa é composta pelos empréstimos contraídos fora do país, tanto pelo governo como pelo setor privado e classifica-se em pública e privada.

O compromisso do governo com a execução de grandes projetos, necessários ao desenvolvimento do país, fez com que buscasse recursos externos mediante empréstimos, financiamentos e emissão de títulos do Tesouro Nacional, elevando o nível de sua dívida ao longo da história. Com a melhora da economia mundial o país possui um grande desafio que é o de conseguir alterar o perfil da dívida assumida no passado, tanto em prazo como em custos (redução da taxa).

Da mesma forma que o país, empresas nacionais buscaram e vem buscando financiamentos externos para se capitalizar e poder fazer os investimentos necessários aos seus crescimentos. Atualmente, parte significativa do total da dívida externa pertence ao setor privado da economia.


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Dívida Externa Pública

A dívida externa pública é composta pela captação obtida pelos governos no exterior junto a terceiros como bancos, organizações e outros governos. Elas podem ser contraídas em qualquer país e, por consequência, em qualquer moeda. Como já mencionado, tem a finalidade de financiar os investimentos necessários do país como infraestrutura, por exemplo.

Antigamente o país, mediante seus governantes e dirigentes, visitava outros paises e instituições internacionais para solicitar os empréstimos e financiamentos necessários para fazer frente às obras. Contudo, com a globalização, o amadurecimento dos mercados de capitais mundiais e principalmente a estabilização da economia do Brasil, o processo de captação ocorre por intermédio da emissão de títulos soberanos.

O mais conhecido destes títulos da dívida externa brasileira é o bond, utilizado na troca de dívidas bancárias antigas do governo. O bond é um título de renda fixa, assim como os títulos utilizados pelo Tesouro Nacional para financiar a dívida interna, que, neste caso, representa uma obrigação do governo brasileiro a credores e investidores internacionais que acreditam na capacidade do país de honrar seus compromissos.


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Tela 9
Módulo 03 -Reengenharia

Esta emissão ganhou força a partir de 1994, ano de implantação do Plano Real, com os bradies bonds, que tem este nome em razão da intervenção de Nicholas Brady, ex-secretário do Tesouro Americano, nas negociações dos países devedores com os credores internacionais. O país estava no início do processo de estabilização e sua imagem ainda estava muito marcada e em descrédito em virtude da moratória ocorrida na década de oitenta.

Na época foram emitidos vários bradies bond tais como: C-bonds, IDV (Interes Due Unpaid), par bonds e discount bonds dentre outros. Até pouco tempo, sem sombra de dúvidas, o C-bond era o título mais conhecido, negociado, de maior liquidez e mais volátil do país. A remuneração adicional paga pelos C-bonds em relação aos T-bonds (treasury bonds – títulos emitidos pelo Tesouro Americano) é utilizada como a famosa medida de risco Brasil ou também conhecida como risco soberano.

Após a crise de 2002 e a boa performance econômica do país até então, o governo brasileiro decidiu melhorar o perfil de sua dívida externa a partir de 2004. Dentre as ações tomadas o maior marco foi a troca dos famosos C-Bonds pelos novos títulos da dívida externa brasileira denominados Global 40 e A-Bond.


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MORATÓRIA


Moratória é o processo de suspensão de pagamento da dívida externa decidida de forma unilateral pelo devedor, ou negociada com o credor.



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A principal razão da recompra dos C-Bonds foi a economia que esta ação proporcionou ao Tesouro. A troca de títulos alongou prazos de vencimento e reduziu a taxa de juros da dívida (custo da dívida), o que gerou uma economia de quase US$ 1 bilhão no ano de 2004, com efeito no fluxo de caixa dos anos que se seguiram.

Em abril de 2005, pela primeira vez desde a reestruturação da dívida externa de 1994, o título brasileiro C-Bond deixou de ser o título mais negociado dos mercados emergentes. Isto porque o Global 40 assumiu o seu lugar tornou-se o título com o maior volume de negócios. O resgate dos C-Bonds emitidos em 1994, pelos Global 40 e A-Bond marcou a transição de uma época pontuada pela luta da estabilização da economia do país e de sua moeda e por elevados níveis de dívida externa.

Por fim, vale lembrar e salientar que quando o governo brasileiro emite papéis no mercado internacional está tomando empréstimos e aumentando a dívida externa pública, normalmente em dólar ou euro.

Nesse caso, a captação de recursos tem aspectos positivos para a economia, pois aumenta a disponibilidade de moeda forte à disposição do Bacen. Contudo aumenta o seu nível de endividamento. A boa gestão busca exatamente o equilíbrio desta equação.


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Tela 11
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Dívida Externa Privada

A dívida externa privada é constituída pelo somatório das captações realizadas pelas empresas brasileiras no exterior via empréstimos e financiamentos.

A captação de recursos no exterior muitas vezes é uma alternativa às empresas de financiar seus projetos internamente a fim de viabilizar a geração de riqueza. Isto normalmente ocorre quando a taxa de juros externa está barata e acessível o que permite o processo de alavancagem.

O processo mais comum das empresas se financiarem externamente ocorre por meio da emissão de papéis – instrumentos de captação

Eurobonds, Commercial Papers, Export Notes.
 


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EUROBOND


Eurobond são títulos de renda fixa com valor nominal expresso em dólares norteamericanos ou em outras moedas e vendido a investidores fora do país de origem da moeda usada.



Commercial Papers


Semelhantes a notas promissórias, os Commercial Papers são títulos de curto prazo que as empresas emitem, visando captar recursos no mercado externo para normalmente financiar suas necessidades de capital de giro. É uma alternativa às operações de empréstimos bancários convencionais.



Export Notes


Export Notes são contratos de cessão de crédito de exportação pelos quais recursos obtidos no mercado doméstico junto a investidores locais, bancos e empresas são adiantados à vista ao exportador, em reais, no valor equivalente aos recebimentos em moeda estrangeira, mediante a transferência de direitos de venda ao investidor.



Tela 12
Módulo 03 -Reengenharia

4 - Risco País

O Risco País, também conhecido como risco soberano, é um indicador que mostra o grau de instabilidade econômica enfrentado por um país.

Na verdade, o risco país é um índice denominado Emerging Markets Bond Index Plus (EMBI+), criado pelo banco J. P. Morgan em 1995, e significa, de forma simples e resumida, o quão arriscado um país pode ser para um investidor estrangeiro, como se fosse um orientador.

Este índice é divulgado diariamente ao público e tornou-se uma expressão que se popularizou muito nos últimos tempos, especialmente nos países emergentes que enfrentam freqüentes climas de instabilidade como o Brasil.

No caso do Brasil, o Risco País ficou conhecido como “Risco Brasil” e é efetivamente o principal índice de percepção da confiança dos investidores estrangeiros no país.
Desde quando foi criado, esse índice ganhou rapidamente grande destaque no mercado financeiro como medida de risco de crédito implícita nos títulos soberanos emitidos por países emergentes, como o A-bond e Global 40 no caso do Brasil.


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Tela 13
Módulo 03 -Reengenharia

Portanto, o Risco Brasil é, então, uma tentativa de quantificar o risco de se investir no país, sendo expresso em pontos ou em taxa ao ano, calculado pela diferença entre a taxa de juros que se recebe para investir no Brasil (por meio de seus diversos títulos) em relação à taxa de juros pagos pelos títulos do tesouro dos EUA (US Treasury Bonds), considerados os ativos mais seguros do mundo.

Para entendermos melhor esta relação, podemos analisar o exemplo de investidor internacional comprando um título da dívida externa do Brasil no mercado internacional. Desta forma, quanto maior for esta medida, maior o risco percebido e maior são os retornos requeridos para se aplicar em ativos do país.


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Tela 14
Módulo 03 -Reengenharia

Cálculo e interpretação do Risco País

Para o cálculo do EMBI, o J.P. Morgan leva em consideração todos os títulos emitidos por um determinado país no exterior, cujo prazo de vencimento seja, na data da emissão, superior a 2 anos e 6 meses, ponderando a participação de cada título no índice por seu volume negociado.

No caso brasileiro, por exemplo, todos os títulos emitidos pelo governo federal brasileiro (C-Bond, Global 40, A-Bonds) com vencimento superior ao prazo de 2,5 anos são considerados para o cálculo do Risco País brasileiro. Como o Global 40 é o mais negociado, obviamente terá um peso maior no cálculo do índice.

A interpretação é simples: quanto maior o índice maior é o risco e consequentemente maior será a aversão a investimentos no país, e vice-versa. Ou seja, sempre que o Risco País sobe, significa que os investidores internacionais passaram a considerar que investir em títulos do país ficou mais arriscado. Foi o que ocorreu em meados de 2002, no período que antecedeu as eleições presidenciais brasileiras, conforme gráfico abaixo.


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Tela 15
Módulo 03 -Reengenharia

No pior momento da crise o indicador chegou a atingir 2.436 pontos, o que significava dizer que um título brasileiro, para ser negociado, teria que pagar uma taxa de 24,36% a.a. de juros acima do título do governo americano de mesmo prazo. Ou seja, se um título americano estivesse pagando uma taxa de 2,0%a.a. naquele período, o título brasileiro de mesmo prazo teria que estar pagando uma remuneração de no mínimo 26,36% a.a. para sensibilizar os investidores a assumirem o Risco Brasil.

A economia mundial voltou a sofrer abalos no início de 2008, agora em virtude da crise do subprime americano, que vem afetando a taxa de risco dos países emergentes, provocando oscilações com maior freqüência. Apesar da alta volatilidade, o patamar atual é bem inferior aos registrados em outros períodos. Entre Fevereiro de 2008, mês de início da crise até o dia 20 de março de 2008 o índice de Risco Brasil oscilou entre uma mínima de 235 pontos e máxima de 304 pontos.

Leia “Economia na real1, 2, 3


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SUBPRIME

São hipotecas de risco elevado.



Tela 16
Unidade 01 - Matemática Básica

Economia na real 1

“Economia na real” é um artigo que tem como objetivo ilustrar a estratégia do governo brasileiro de mudança do perfil da dívida externa, aproveitando a redução do Risco País. Datas ou períodos desse relatório não prejudicam seu objetivo.

Governo anuncia compra de títulos da dívida externa brasileira
Brasília, 9 fev 2012 (EFE)
O Governo anunciou hoje um programa de compra de títulos da dívida externa brasileira como parte de uma estratégia para melhorar o perfil de suas obrigações financeiras, informaram fontes oficiais. O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, informou que o programa de resgate antecipado dos títulos começou em janeiro de 2005, e tem como principais objetivos os papéis com vencimento em 2010 e os chamados bônus Brady.
Levy disse que desde que o programa começou até hoje foram comprados aos investidores US$ 2,3 bilhões em títulos, e que o programa continuará pelo menos até o fim do ano de 2012.
O Governo calcula que com a operação, que usará parte das reservas internacionais do país, serão comprados entre US$ 16 bilhões e US$ 20 bilhões, segundo "as condições do mercado".
"O objetivo é reduzir o risco de curto e médio prazo", disse Levy, lembrando que em 2005 o Governo pagou antecipadamente sua dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e recuperou todos os títulos C-Bond que estavam nas mãos do mercado.
Segundo o Tesouro Nacional, a melhora do perfil da dívida brasileira foi possível devido ao "desempenho favorável da balança de pagamentos do país, a boa evolução da economia nacional e a alta liquidez internacional".




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Tela 17
Unidade 01 - Matemática Básica

“Economia na real 2” é um artigo que tem como objetivo ilustrar a importância da variável Risco País nas decisões macroeconômicas de uma nação, no caso, Brasil. Datas ou períodos desse relatório não prejudicam seu objetivo.


Risco Brasil opera aos 265 pontos perto do fechamento
(Valor Online, com agências internacionais- 03/03/2008)

Considerado um dos principais termômetros da confiança dos investidores na economia brasileira, o EMBI+ Brasil, calculado pelo Banco JP Morgan Chase, operava aos 255 pontos perto do fechamento de sexta-feira. Na quinta-feira, o indicador fechou aos 255 pontos.

No mercado secundário de títulos da dívida externa brasileira, o Global 40 era negociado a 134,375% do seu valor de face, com alta de 0,27%. O segundo papel mais representativo do índice do JP Morgan, o Global 18 ou A-Bond (Amortizing Bond ou Bônus de Amortização), marcava 113,063%, com avanço de 0,33%.

Sobre o EMBI + Brasil
O Emerging Markets Bond Index - Brasil é um índice que reflete o comportamento dos títulos da dívida externa brasileira. Corresponde à média ponderada dos prêmios pagos por esses títulos em relação a papéis de prazo equivalente do Tesouro dos Estados Unidos, tido como o país mais solvente do mundo, de risco praticamente nulo.

O indicador mensura o excedente que se paga em relação à rentabilidade garantida pelos bônus do governo norte-americano. Significa dizer que a cada 100 pontos expressos pelo risco Brasil, os títulos do país pagam uma sobretaxa de 1% sobre os papéis dos EUA.

Basicamente, o mercado usa o EMBI+ para medir a capacidade de um país honrar os seus compromissos financeiros. A interpretação dos investidores é de que quanto maior a pontuação do indicador de risco, mais perigoso fica aplicar no país. Assim, para atrair capital estrangeiro, o governo tido como " arriscado " deve oferecer altas taxas de juros para convencer os investidores externos a financiar sua dívida - ao que se chama prêmio pelo risco.



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Tela 18
Unidade 01 - Matemática Básica

“Economia na real” 3

“Economia na real” é um artigo que tem como objetivo ilustrar como é classificado, de forma geral, o Risco País de cada nação. Datas ou períodos desse relatório não prejudicam o seu objetivo.

Correio Braziliense
Brasília, sexta-feira, 11 de maio de 2007



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Módulo 03 -Reengenharia

4 - Grau de Investimento

O grau de investimento é um reconhecimento internacional, dado em forma de nota ou classificação, que sinaliza que o país teve seus fundamentos socioeconômicos melhorados e que há menos risco do país/empresa não honrar credores nacionais e internacionais.

Quando um país ou empresa ainda não é reconhecido como seguro para investimentos é comum serem identificadas como Grau Especulativo exatamente em contraposição ao Grau de Investimento.

As agências internacionais de classificação usam notas para identificar e sinalizar o risco de investimento em empresas e países. Assim, fica fácil para que fundos e gestores internacionais possam conhecer a empresa e suas características econômicas e de estrutura de capital.

Cada agência de risco utiliza seu próprio processo e modelo de classificação, mas em resumo seus métodos são parecidos, ou seja, atribuem notas boas para empresas e países mais seguros e notas reduzidas para empresas e países mais arriscados. 


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Agência de risco


São empresas internacionais especializadas em avaliar a capacidade que países e empresas têm de pagar suas dívidas.



Tela 20
Módulo 03 -Reengenharia

As agências Moodys, Standard & Poors e Fitch são as mais conhecidas e mais importantes, acompanhadas pelos analistas sistematicamente.

Os países, bem como as empresas, são avaliados por vários critérios, mas alguns se destacam, como no caso do rating soberano.


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RATING SOBERANO

É a capacidade e a disposição de um governo soberano para honrar, completa e pontualmente, o serviço de sua dívida.



Tela 21
Módulo 03 -Reengenharia

O primeiro é a boa situação econômica que um país possui. O controle inflacionário, aliado a uma boa política fiscal e boas reservas contribuem positivamente para que as agências melhorem o nível de risco de um país. Além disso a manutenção de taxas reais de juros reduzidas pontua positivamente o rating de um país. Isto porque o seu descontrole gera encarecimento dos recursos das empresas e prejudica o financiamento da dívida pública, gerando um ciclo vicioso que inviabiliza o crescimento econômico.

Outro critério importante analisado pelas agências de rating é a independência da atuação do Banco Central de um país. Quanto mais um Banco Central está desvinculado do Governo e mais vinculado à manutenção das metas das políticas econômicas de um país, maior é a identificação da mitigação de riscos por parte das agências de ratings.


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Tela 22
Módulo 03 -Reengenharia

Por fim, outro critério de constante acompanhamento das agências são análises de tendências de crescimento econômico sustentável e participação da carga tributária em relação ao PIB, que hoje é excessiva e já se encontra próxima de 40% do PIB. A carga tributária também prejudica os investimentos e as exportações, uma vez que fica “caro” agregar valor aos produtos.

Portanto, as agências de classificação de risco visam, de forma geral, entender se o país oferecerá vantagens para investidores, nacionais e internacionais, de forma a proteger seu capital e criar um cenário de desenvolvimento para indústrias e para o consumidor local.

Vale ressaltar que esta é uma explicação simples e básica, de forma que todos possam compreender a lógica de funcionamento. É óbvio que existem variáveis mais complexas, como valorização da moeda, relação entre dívida e PIB, nível de desemprego, etc.


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Módulo 03 -Reengenharia

A Moodys, por exemplo, classifica o Brasil como Ba2 (maio/2008). No quadro de classificação da Moodys esta avaliação ainda não é considerada uma nota que evidencia baixo risco. Ou seja, o país ainda teria algumas restrições quanto aos investimentos e estaria abaixo da média de confiabilidade para dívidas de longo prazo. O próximo passo é entrar na média, indo para Baa3, a fim de receber o grau de investimento pela agência Moodys.



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Já a Fitch Ratings publica vários tipos de riscos. Os mais comuns deles são os ratings de crédito, mas a Fitch também publica outros ratings, scores e avaliações relativas de força financeira ou operacional das instituições. Os ratings de crédito da Fitch constituem uma opinião quanto às condições de um emissor de honrar seus compromissos financeiros, tais como pagamento de juros e pagamento de principal.

Os ratings de crédito são utilizados por investidores como indicação da probabilidade destes receberem seu capital aplicado de volta, segundo os termos acordados na época da realização do investimento. Os ratings de crédito da Fitch são aplicáveis a uma gama de emissores e emissões, incluindo mas não se limitando a países, estados, municípios, instituições financeiras, seguradoras, empresas, assim como operações estruturadas garantidas por recebíveis ou outros ativos financeiros. Para a agência Fitch, o Brasil possui nota BB+ (maio/2008).



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Módulo 03 -Reengenharia

Em 30/04/2008 a Standard & Poor's elevou o rating de crédito soberano de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil para BB+ e em moeda local para BBB-; tornando-se a primeira das grandes agências a promover o país ao primeiro nível de grau de investimento. Dessa forma, o Brasil se juntou a um seleto grupo de países emergentes como Rússia, Coréia, Índia e China que já possuíam este status.


O Grau de investimento é um status conquistado, mas que pode ser perdido.


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Módulo 03 -Reengenharia

O grau de investimento é extremamente positivo para Brasil. Além do fato de elevar a entrada de divisas ao país, o seu efeito tende a diminuir o custo de captação do governo e das empresas brasileiras impulsionando o aumento dos investimentos realizados no país.

A alteração do nível de risco atribuído pela agência Standard & Poor's reflete diretamente no desempenho da economia de um país, principalmente no mercado de capitais. Isto porque os investidores passam a canalizar recursos para o país, trazendo um potencial adicional de valorização de ativos de primeira linha no mercado acionário brasileiro.

Um dos reflexos imediatos foi exatamente o desempenho do Ibovespa em abril de 2008. O índice registrou forte valorização de 11,32% no mês.


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Portanto é possível que o grau de investimento elevará a procura por ações de empresas nacionais por parte de investidores estrangeiros – em particular fundos de pensão europeus e americanos– que não podiam alocar recursos no mercado brasileiro pelo fato do país ser considerado grau especulativo.

Tabela resumo – maio / 2008. Classificação de risco soberano do Brasil – Dívida em moeda estrangeira.



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Resumo


A dívida interna, refere-se àquela firmada pelos governos federal, estadual e municipal junto ao mercado interno, através de emissões primárias de títulos.

Toda vez que o Tesouro Nacional emite títulos para executar a política fiscal e/ou monetária visa, antecipar receitas orçamentárias ou, o que é mais comum, financiar déficits fiscais. Essas emissões de papéis, que são lançadas no mercado primário, aumentam a dívida interna do Governo.

Um componente importante da dívida interna é o da marcação a mercado que é um procedimento de precificação para estabelecer o valor diário para cada um de seus títulos, com o intuito de saber quanto vale sua carteira, caso fosse vendê-la ao mercado.

Já a dívida externa é composta pelos empréstimos contraídos fora do país, tanto pelo governo como pelo setor privado e classifica-se em pública e privada.

Atrelado aos conceitos de dívida está o de risco. O Risco País, também conhecido como risco soberano ou Risco Brasil, é um indicador que mostra o grau de instabilidade econômica enfrentado por um país.



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Unidade 2 Módulo 2
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Módulo 03 -Reengenharia

1 - Conceitos do Mercado de Títulos

1.1 - Preço Unitário (PU)

O preço de um papel, decorrido qualquer prazo, pode ser obtido pela:

As negociações dos papéis no mercado podem ser de 3 tipos:

Com ágio
Quando o valor pago no momento da aquisição do papel é superior ao seu valor de resgate (valor de face). O ágio acontece quando a rentabilidade oferecida pelo papel no ato de sua emissão é maior que a praticada no mercado no momento da negociação do título.
Com deságio
Quando o valor pago no momento da aquisição do papel é inferior ao seu valor de resgate (valor de face), de maneira que a rentabilidade do título seja maior do que a estabelecida nas condições originais no momento da sua emissão, para o caso de títulos que pagam juros periódicos.
Ao par
Quando o valor pago no momento da aquisição do papel é igual ao seu valor de resgate (valor de face). Neste caso, a rentabilidade oferecida pelo título (estabelecida pela sua emissão) é igual à praticada pelo mercado.

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1.2 - Carregamento diário e alavancagem

Um investidor, ao adquirir um título no mercado, pode optar por mantê-lo em estoque ou carregá-lo, visando a rentabilidade ou para fazer face a compromissos.

Quando deseja incrementar sua carteira com recursos de terceiros, a instituição financeira o faz por meio de operações compromissadas. O conjunto de títulos incorporado à carteira do investidor é considerado carteira de terceiros adquirida com recursos próprios (carteira bancada), se captada com lastro em títulos públicos de carteira própria.

Se captado com lastro em títulos públicos de carteira de terceiros, denomina-se carteira de terceiros financiada.

Um investimento em título de renda fixa tem possibilidade de gerar maiores ganhos, por meio de operações em mercados derivativos como opções, futuros e contratos de swap. Conhecida como alavancagem, esta estratégia pode incorrer em maiores riscos.


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1.3 - Formas de Remuneração

1.4 - Mercado de Renda Fixa

Compõe-se de ativos de renda fixa, isto é, aqueles cuja remuneração é pactuada no momento da aplicação.



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Às vezes o rendimento é dado apenas pelo indexador. Atualmente, há diversos indexadores em uso:

• IGP-M Índice Geral de Preços – Mercado e o IGP-DI Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna: utilizados no reajuste de tarifas publicas (telefone, energia etc) e como indexador em títulos públicos federais (NTN);

• Variação cambial do dólar oficial no período da operação (só para papéis públicos federais;

• Variação dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) fornecida pela Cetip etc.

A TBF – Taxa Básica Financeira, a TR – Taxa Referencial e a TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo, embora não sejam indexadores e sim taxas de juros, são usadas como se o fossem como, por exemplo, na remuneração de CDB e RDB, Caderneta de Poupança etc.


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1.5 - Títulos Públicos e Privados de Renda Fixa

Os títulos privados e públicos têm as mesmas características em todos os seus aspectos, seja nos motivos por que foram criados, seja na forma de remuneração que oferecem.

Como títulos públicos de renda fixa, temos:

Os títulos do BACEN existem na forma residual, pois pela Lei de Responsabilidade Fiscal, de 04/05/2000, o Banco Central não pode mais emitir títulos da dívida pública.

O valor nominal de emissão, em geral, é em múltiplos de R$ 1.000,00. É vendido diretamente ou por oferta publica, mediante realização de leilões pelo Banco Central.


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BBC – Bônus do Banco Central

Títulos de curto prazo, em geral de 28, 35, 42 e 49 dias. Seu rendimento é pré-fixado na forma de deságio. São vendidos em leilões de títulos públicos realizados pelo Banco Central.



LBC – Letras do Banco Central

Títulos cujos rendimentos são atrelados a um indexador fixado quando de sua emissão. Destaca-se a série especial MBC-E cuja correção foi atrelada à variação do dólar dos Estados Unidos.



LTN - letras do Tesouro Nacional

Títulos prefixados sem fator de remuneração, negociados com deságio, pagando ao investidor uma quantia inferior ao valor de face. O prazo é definido no momento da emissão.
São vendidos no mercado mediante oferta publica ou de forma direta.

 



LTF - letras Financeiras do Tesouro

Títulos remunerados pela média da taxa Selic, garantindo uma rentabilidade de mercado ao investidor. O prazo de resgate é definido no momento de sua emissão. São vendidos em oferta pública, com a realização de leilões, ou diretamente, por valor não inferior ao de face. O resgate é feito em 180 parcelas mensais e consecutivas, vencendo a primeira no mês seguinte ao da emissão. O valor de cada parcela é correspondente ao resultado obtido pela divisão do saldo remanescente, atualizado e capitalizado na data do vencimento de cada uma das parcelas, pelo número de parcelas vincendas, incluída a que tiver sendo paga.

 



NTN - Notas do Tesouro Nacional

Títulos que apresentam opções de rendimentos e prazos diferentes, de acordo com seu tipo de emissão, que ocorre em séries e subséries. São títulos nominativos e negociáveis.

 



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Títulos de renda fixa privados:


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LC


Letras de Câmbio



CDB


Certificados de Depósito Bancário.

 



RDB


Recibos de Depósito Bancário.

 



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1.6 - Mercado de Renda Variável

Compõe-se de ativos de renda variável aqueles cuja remuneração ou retorno de capital não pode ser pactuado e conhecido no momento da aplicação.

Os ativos negociados são ações, quotas ou quinhões de capital, o ouro, ativo financeiro, e os contratos negociados nas bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas.

1.7 - Mercado Primário e Secundário para os Ativos de Renda variável

Mercado Primário

Mercado Secundário

• É aquele no qual os títulos são negociados pela primeira vez, revertendo-se os recursos provenientes das operações diretamente aos emitentes dos títulos.

• É o mercado no qual se verifica a renegociação de títulos com terceiros.

• O lançamento de ações no mercado primário tem por objetivo a captação de recursos para a empresa, via abertura de capital. Para colocação dos papéis deve haver aprovação da documentação legal e contábil da empresa e registros na CVM e na Bolsa.

• Não ocorre o contato direto entre o emitente do título e o comprador. O vendedor é um investidor que se desfaz das ações.


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Tela 36
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Exemplo


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1) Os lançamentos primários de ações (IPO, em inglês) do Banco do Brasil,
da Petrobrás, da Vale do Rio Doce, da BM&F etc.

2) A venda, posterior, das ações do Banco do Brasil, da Petrobrás,
da Vale do Rio Doce, da BM&F e outros, no mercado de Bolsa de Valores ou no de Balcão Organizado.



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1.8 - Derivativos

Derivativos são instrumentos financeiros que se originam (dependem) do valor de um outro ativo, tido como ativo de referência. Um contrato derivativo não apresenta valor próprio, derivando-se do valor de um bem básico (commodities, ações, taxas de juros etc.).

O uso de derivativos no mercado financeiro oferece, entre outras vantagens:

• Maior atração ao capital de risco, permitindo uma garantia de preços futuros para os ativos;
• Defesas contra variações adversas dos preços;
• Estímulo à liquidez do mercado físico;
• Melhor gerenciamento do risco e, por conseguinte, redução dos preços dos bens;
• Realização de negócios de maior porte com um volume relativamente pequeno de capital e nível conhecido de risco.

Os ativos objetos dos contratos de derivativos devem ter seus preços livremente estabelecidos pelo mercado. As transações com derivativos são realizadas nos mercados futuro, a termos, opções, swap etc.


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1.9 - Tipos de contrato

Futuro

As partes obrigam-se a negociar (comprar ou vender) determinado ativo em uma data futura a um preço pré-estabelecido.
Eventuais variações no preço ajustado em relação a determinado valor de referência são cobradas ou pagas pelos compradores e vendedores.

Os principais produtos e instrumentos financeiros negociados a futuro são: produtos agropecuários, taxa de juros, taxa de câmbio, ouro, índice Bovespa etc.

Opções

O detentor de uma opção tem um direito, adquirido pelo pagamento de um prêmio, de comprar ou vender, em certa data futura, determinado ativo a um preço pré-acertado. Esse direito é exercido caso as condições econômicas sejam atraentes para o titular da opção; em caso contrário, o direito não é exercido, perdendo o prêmio pago.

Os principais produtos e instrumentos financeiros negociados a futuro são: produtos agropecuários, taxa de juros, taxa de câmbio, ouro, índice Bovespa etc.


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  • Swap
São contratos que prevêem a troca de obrigações de pagamentos periódicos, indexados a determinado índice por outras com diferentes índices de reajuste.

Por exemplo: a operação de swap permite transformar uma dívida pós-fixada em prefixada, um ativo de renda variável em fixa, e assim por diante.
  • A termo

As operações envolvem contrato de compra e venda de certo ativo para ser entregue em data futura e liquidação em prazo determinado, a um preço previamente estabelecido. A característica também presente no mercado a termo é que ele obriga a uma parte a comprar - e a outra a vender - o ativo-objeto da negociação.

Um contrato a termo reflete um acordo particular estabelecido entre dois investidores, não sendo geralmente negociado em Bolsa de Valores. A Bolsa de Mercadorias & Futuros - BM&F é o mercado formalmente estabelecido para as negociações dos mercados futuro, opções e swap.” (ASSAF, 2012)
 

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1.10 - Bolsa e Balcão

Para os investidores, a principal diferença entre as operações realizadas em bolsas de valores e aquelas realizadas no mercado de balcão organizado é que neste último não existe um fundo de garantia que respalde suas operações.

O fundo de garantia é mantido pelas bolsas com a finalidade exclusiva de assegurar aos investidores o ressarcimento de prejuízos decorrentes de execução infiel de ordens por parte de uma corretora-membro, entrega de valores mobiliários ilegítimos ao investidor, decretação de liquidação extrajudicial da corretora de valores, entre outras.

Uma segunda diferença se refere aos procedimentos especiais que as bolsas de valores devem adotar no caso de variação significativa de preços ou no caso de uma oferta representando uma quantidade significativa de ações.
 

Nesses casos, as bolsas de valores devem interromper a negociação do ativo e realizar um leilão aberto à interferência de todos os participantes. Esses procedimentos têm como objetivo amenizar flutuações bruscas de preços e oferecer iguais condições a todos os participantes.

As entidades administradoras do mercado de balcão organizado não estão obrigadas a realizar estes procedimentos especiais. No entanto, os regulamentos adotados pelas entidades são submetidos à aprovação da CVM, que verifica a existência de procedimentos adequados à boa formação de preços e à disseminação de informações aos participantes do mercado.


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1.11 - Principais características do Balcão e da Bolsa
Balcão

• Ausência de um local de negociação centralizado fisicamente com a consequente dependência de um sistema de comunicação para a realização da divulgação das informações.

• As operações realizadas nesse mercado têm pouca influência nas negociações seguintes, em termos de preço, isto porque não há uma divulgação massificada como ocorre na bolsa de valores.

• Baixo custo de operação, se comparado com uma bolsa de valores.

• Nas transações com ações, os mercados de balcão, em muitos países, servem para que empresas novas e pequenas coloquem seus papéis ao público.

Bolsa
• Livre concorrência e pluralidade de participações – nesse mercado existe um número suficiente de clientes e instituições, de modo que nenhum tenha privilégio sobre o outro.

• Homogeneidade de produto – todos os títulos têm as mesmas características, o que facilita as negociações.

• Transparência na fixação de preços – proporciona credibilidade e segurança ao mercado. Para que o processo de formação de preços seja mais transparente e atraente, existem práticas equitativas de mercado, segundo as quais todos aqueles que compram e vendem ações em bolsa terão o mesmo tratamento, obedecerão aos mesmos procedimentos e terão idêntico acesso às informações.

• Ajustes diários e obrigatoriedade de margem de garantia.


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1.12 - Operações de Hedge, Arbitragem e Especulação

Um hedge perfeito é aquele que elimina completamente o risco. Na prática, a eliminação completa do risco é rara, logo, o hedge diminui riscos ou elimina possibilidades de perdas financeiras acentuadas.

Exemplo — Um banco que capta no exterior recursos equivalentes a US$ 100 mil, contraindo uma obrigação para pagamento em dólares. Para se proteger deverá emprestar esses recursos a uma determinada taxa de juros, mais a variação cambial. Assim, não ficará exposto aos riscos de oscilações da moeda.


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1.13 - Fundos e Clubes de Investimentos

a) Fundos

Em 30 de março de 2007 a Comissão de Valores Mobiliários, (CVM), publicou a Instrução nº 450 (Instruções CVM 409/450) que altera algumas das características e cria uma nova regulamentação para os fundos de investimento no Brasil. Esta nova regulamentação significa um marco para o mercado brasileiro de fundos de investimento, pois é o início de sua internacionalização.

A principal motivação da CVM foi preparar a regulamentação dos fundos de investimento para um cenário de menor rentabilidade dos títulos públicos e consequentemente dos investimentos em “renda fixa”.

As alterações promovidas por esta instrução objetivaram:

• melhorar o nível de informação dos investidores sobre os ativos e riscos das carteiras dos fundos;
• ampliar as alternativas de investimento dos gestores, permitindo que possam buscar maior competitividade e maior rentabilidade;
• assegurar que os distribuidores, gestores e administradores analisem cuidadosamente o perfil de risco dos investidores dos fundos.


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Na avaliação da ANBID, o investidor foi o grande beneficiário da Instrução Nº 409 da CVM, por se tratar de uma legislação moderna que lhe garante proteção adequada e informações mais claras para que invista em produtos que atendam realmente às suas necessidades.

A CVM classificou os FUNDOS de investimento em seis categorias:

  • Fundo de Curto Prazo.
  • Fundo Referenciado.
  • Fundo de Renda Fixa.
  • Fundo de Ações.
  • Fundo Multimercado.
  • Fundo de Dívida Externa.
Apenas os fundos que possuem legislação própria, específica, não são regidos pela Instrução nº 450 da CVM, por exemplo os fundos imobiliários, fundos de direitos creditórios e de participações.

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ANBID

Associação Nacional dos Bancos de Investimento é a principal representante das instituições que atuam no mercado de capitais brasileiro, e tem por objetivo buscar seu fortalecimento como instrumento fomentador do desenvolvimento do país.



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b) Clube de Investimento ou Clube

É o condomínio constituído por pessoas físicas que têm como objetivo aplicar recursos comuns em títulos e valores mobiliários de acordo com a legislação aplicável.

Sociedade que congrega investidores com a finalidade de operar no mercado de ações, sem obrigatoriedade de patrimônio mínimo. Administrados pelos próprios sócios, os clubes de investimento são supervisionados por sociedades corretoras que atuam nas bolsas de valores, podem operar com um número máximo de 150 cotistas.

Embora seja tributado da mesma forma que os fundos de ações regulamentados pela CVM, os clubes de investimentos apresentam custos menores por não exigirem auditoria.

Estão sujeitos às normas da Instrução da CVM nº 40 de 07/11/1994, da Resolução do Conselho de Administração da BOVESPA nº 303/2005, da Instrução CVM nº 45, de 21 de agosto de 1985 e da Instrução CVM nº 224, de 20 de dezembro de 1994.

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ANBID

ANBID - Associação Nacional dos Bancos de Investimento é a principal representante das instituições que atuam no mercado de capitais brasileiro, e tem por objetivo buscar seu fortalecimento como instrumento fomentador do desenvolvimento do país.



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1.14 - Conceitos Financeiros

1.14.1 - Cupom de Juros

São os juros pagos pelos bônus (títulos) a taxas fixas (percentual do principal) ou variáveis, calculados de acordo com os referenciais estabelecidos.

Para esses títulos o capital e os juros (cupom) podem ser pagos integralmente, ao final, ou em valores periódicos a serem pagos juntos ou separadamente.


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No mercado financeiro existem vários tipos de títulos de renda fixa, sendo que as diferenças essenciais entre eles são:

  • o prazo de resgate
  • a maturidade do título
  • a natureza do emitente.

No mercado monetário, os títulos de renda fixa - commercial papers e certificados de depósitos bancários - emitidos com prazo de resgate inferior a um ano são, normalmente, considerados instrumentos de curto prazo.

Já os títulos com prazo de resgate - maturidade - superior a um ano são chamados de bônus – bonds.

A colocação de títulos ocorre tanto no mercado interno quanto no mercado externo, sendo que, neste último caso, ocorre a troca de títulos por dívidas e/ou empréstimos concedidos por investidores internacionais.


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Existem três tipos de títulos que são negociados no mercado financeiro internacional:


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1.14.2 - Zero Cupom Bond

São assim denominados os bonds (bônus) com um único pagamento ao final do prazo, principal mais os juros.
Como o vencimento coincide com o prazo do título, dizemos que a maturity da operação é representada efetivamente pelo próprio prazo do título.

Tais papéis são negociados por um valor de face deduzido do deságio, sendo que o seu preço de mercado é inferior ao seu valor de face.

1.14.3 - Duration ou Prazo Médio

As situações são as seguintes:
  • O prazo médio das aplicações e captações em títulos prefixados e pós-fixados, quando o administrador tem o poder de aumentar ou reduzir os prazos dos investimentos;
  • Os efeitos de alterações das taxas de juros sobre o valor presente de títulos ou de conjuntos de títulos de renda fixa prefixados. Esse conhecimento influencia a decisão a respeito dos vencimentos das operações de hedge de juros que poderão ser feitas.

A definição da duração efetiva (duration) de um fluxo de caixa reflete mais adequadamente o prazo (maturity) do que simplesmente a medição do intervalo de tempo entre a emissão do título e o momento de seu resgate final.


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1.14.4 - Amortizações

Trata-se da devolução do principal do valor de uma obrigação contraída, em parcelas ou de uma única vez.

As formas de retorno dos fluxos de caixa das obrigações são negociadas entre as partes. No entanto, algumas fórmulas são consagradas pelo mercado financeiro. Os principais sistemas de amortizações de empréstimo, segundo classificação de Milton Juer (2003), são:

Sistema Francês de Amortização – é o mais utilizado e também é conhecido com Tabela Price. Nesse sistema, um empréstimo é liquidado em prestações ao longo de período de tempos iguais. Os juros incidem sobre o saldo devedor que decresce à medida que as prestações são pagas. Na composição das prestações, a parcela de juros é cada vez menor e a parcela de capital é cada vez maior.

Pela sua praticidade o sistema francês é muito utilizado nas vendas a crédito (crediário) e nos empréstimos de crédito direto ao consumidor.


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Sistema Alemão de Amortização – trata-se de modalidade de amortização na qual os juros devidos são pagos antecipadamente, isto é, são pagos no início de cada período de tempo, ao qual se refere à taxa de juros convencionada.

SAC – Sistema de Amortizações Constantes – também conhecido como método hamburguês, foi utilizado na amortização dos empréstimos habitacionais. Nesse sistema, as sucessivas cotas periódicas de amortização são constantes, durante todo o prazo do financiamento e iguais ao quociente C/n, onde C é o valor financiado e n o prazo do financiamento.

Sistema Americano de Amortizações – nesse sistema pactua-se o retorno do capital de uma só vez, no fim do prazo contratado, sendo que, o devedor fica obrigado a pagar os juros no fim de cada período ao qual se refere a taxa de juros convencionada. Para garantir a liquidação da dívida nos prazos contratados, o devedor deverá constituir um fundo (sinking fund), efetuando depósitos periódicos e iguais.

Sistema Misto – os empréstimos são amortizados pela conjugação do Sistema Francês (SF) e do Sistema SAC em 50%, respectivamente.

As amortizações, juros e prestações são obtidos a partir da média aritmética entre os valores computados pelo método de amortização constante e pelo método francês.


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2 - Análise Fundamentalista

É a metodologia de determinação do preço justo de uma ação, fundamentada na expectativa de resultados da empresa (projeção de resultados, a partir dos resultados anteriores), diferentemente da cotação da bolsa, que é o preço de mercado.

a) Fluxo de Caixa Descontado

Refere-se ao valor da empresa com base nas posições dos seus rendimentos líquidos, para um período determinado, e descontando-os à taxa de atratividade mínima para o empreendimento (taxa de desconto).

Pode ser baseada em alguns cenários – otimistas, pessimistas ou com condições de normalidade – e nas probabilidades associadas a cada um deles.



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Módulo 03 -Reengenharia
O Fluxo médio ponderado, descontado a uma taxa mínima de atratividade, indica o valor da empresa. Leva em conta fatores econômicos e financeiros, favoráveis ou desfavoráveis ao empreendimento, a saber:

Fluxo de caixa – série de valores no tempo, cuja montagem requer diagnóstico de todos os setores, quanto a aspectos internos (política de pessoal, estágio de vida dos produtos, atualização tecnológica do parque, competência gerencial) e externos (relacionamento com o mercado consumidor e com a concorrência, acompanhamento de evoluções tecnológicas e administrativas, relacionamento com o setor público, marca).


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Existem 3 tipos de fluxo de caixa: o Caixa Livre, o Caixa de Acionista e o Caixa de Financiamento. Vejamos qual a finalidade de cada um deles.

Fluxo de Caixa Livre – reflete o fluxo gerado pelas operações da empresa, ou seja, a entrada relacionada às vendas menos as saídas relacionadas às operações. Inclui os impostos e os investimentos adicionais na necessidade de capital de giro, no ativo imobilizado e no ativo diferido.

- Fluxo de Caixa do Acionista – procura evidenciar uma medida do que a empresa pode pagar como dividendo. Neste caso, excluem-se do Fluxo de Caixa Livre os juros líquidos da dedução para o imposto de renda e as amortizações de dívidas e incluem-se as novas dívidas contraídas.

- Fluxo de Caixa de Financiamento – incluem-se nessa categoria: a captação de recursos dos proprietários ou acionistas; a devolução dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou não; a captação de empréstimos de terceiros, sua amortização e remuneração e a obtenção e amortização de outros recursos classificados no longo prazo.

Sempre lembrando que estes fluxos de caixa devem ser trazidos a valor presente a uma Taxa de desconto que, como estudado em VPL, é retorno mínimo exigido para a aplicação dos recursos, dado o risco que o negócio enfrenta.


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b) Análise de Múltiplos (Valor Relativo)

Deriva da precificação de ativos “comparáveis”, padronizados pelo uso de uma variável comum como lucros, fluxos de caixa, valores contábeis ou receitas.

A comparação pode ser com médias setoriais ou com outra empresa de características semelhantes. Apesar da simplicidade e facilidade de relacionamento aos indicadores, as premissas para determinação do valor nem sempre são explícitas e podem embutir erros de avaliação do mercado.

Na análise de múltiplos, destacamos:

P/L – um dos indicadores mais utilizados, em que P representa a cotação da ação na Bolsa de Valores e L representa o lucro por ação estimado para os próximos anos.

As vantagens da utilização do P/L são as facilidades de cálculo e de comparação. Já a desvantagem é a possibilidade de o lucro da empresa não ser integralmente distribuído na forma de dividendo, mascarando o índice e a necessidade de ajuste no lucro, caso esteja inflado por distorções como a venda de um ativo não operacional, por exemplo.

VE/EBITDA – VE representa o valor de mercado da empresa mais os empréstimos e financiamentos onerosos, menos as aplicações financeiras. Essa relação indica o prazo para o retorno do capital total (próprio e de terceiros), assumindo-se que a empresa tenha uma geração de caixa equivalente à indicada pelo EBITDA (lucro antes dos juros, impostos e depreciação), em regime de perpetuidade.

Concluímos que a formação do preço justo é resultado da avaliação individual do investidor, em razão de estimativas distintas para lucro por ação, prêmio de risco e custo de oportunidade, de acordo com as expectativas do mesmo.


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Módulo 03 -Reengenharia

3 - Análise Técnica (Grafista ou Gráfica)

É a metodologia de determinação do preço justo de uma ação que se fundamenta na projeção do comportamento dos preços observado em bolsa ao longo do tempo, representado por gráficos.

Estes traduzem o comportamento do mercado e avaliam a participação das massas de investidores que influenciam a formação de preços.

Nesse tipo de análise não importam os motivos que levam à mudança de preços de uma ação e sim a mudança de comportamento do investidor.

Inicialmente fundamentada na Teoria de Charles Dow (o que aconteceu hoje poderá ocorrer amanhã), a análise grafista evoluiu para um conjunto de sofisticados estudos de gráficos de preços e volumes, que medem as forças de oferta e de procura de determinada ação, indicando se o investidor deve comprar, vender, não comprar ou não vender.

Nessa análise são utilizadas informações do histórico de preços e volume, não se levando em conta atualizações, revisões e motivações para alta ou queda de preços da ação. O importante é detectar o começo do movimento de preços e atuar de acordo com a indicação oferecida pela análise dos gráficos.

Distinção entre as Análises Fundamentalista e Grafista - As projeções na análise fundamentalista são efetuadas considerando os aspectos de balanço, negócio e projetos da empresa analisada, enquanto que na análise grafista baseiam-se no estudo do comportamento (variação) do preço das ações no mercado bursátil (da bolsa).


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CHARLES DOW


Charles Dow viveu no começo do século XX e escrevia uma coluna no caderno de economia em seu Wall Street Journal. Ele foi o primeiro a criar índices para acompanhar o mercado e o índice Dow-Jones tem esse nome pois foi sua empresa que o criou. Ele nunca escreveu livro algum, mas suas observações serviram para um exército de estudiosos criarem teorias e mais teorias sobre o mercado. A teoria de Dow unida a suportes, resistências são o cerne da análise técnica que é uma das formas de se fazer dinheiro com o mercado de ações. Charles Dow não viveu para ver o grande crash de 1929, ele morreu 27 anos antes
Fonte: http://comocomprarmeias.marcocarvalho.com/teoria-de-dow-a-pedra-fundamental-para-ganhar-dinheiro-na-bolsa/



Tela 58
Módulo 03 -Reengenharia

Resumo

Embora possa parecer novidade a inclusão do componente período de capitalização na taxa, este item permeia todas as questões resolvidas nesta disciplina, mesmo que de forma implícita.

O período de capitalização é muito importante para identificarmos o tipo de taxa que estamos tratando e quais os procedimentos que deverão ser adotados para incluí-la nas fórmulas de cálculo.

Uma característica importante das taxas nominais é que elas são formadas pelo conceito de “juros simples”.

  • Taxa Nominal – é dita nominal quando o seu prazo for diferente do período de capitalização. Dada esta característica, as taxas nominais não representam o ganho ou custo efetivo da operação, não podendo, portanto, serem empregadas diretamente nas fórmulas de cálculo.

 

  • Taxa efetiva – é dita efetiva quando o seu prazo for igual ao período de capitalização. Dada esta característica, as taxas efetivas representam o ganho ou custo efetivo da operação, podendo, portanto, serem empregadas diretamente nas fórmulas de cálculo.

  • Taxas Unificadas – Aplica-se esse conceito quando a taxa final de uma operação compõe-se de duas ou mais taxas.

 

  • Taxa de Juros Real – A taxa de juros real é aquela obtida por um investimento descontado os efeitos inflacionários.

Pode-se definir capitalização como o processo que visa acrescentar juros a um determinado capital, levando-o a uma data futura. Do outro lado, a descapitalização é o processo inverso ao da capitalização, e consiste em mover um determinado valor que ocorrerá em uma data futura, para uma data anterior à sua ocorrência.

O preço de um papel, decorrido qualquer prazo, pode ser obtido pela curva de taxa ou pela curva de mercado. Quando obtido pela curva da taxa (valor nominal atualizado) chamamos este preço de PU contábil ou “ao par” e quando é obtido pela curva de mercado, PU de mercado.

As formas de remuneração mais usuais no mercado são as prefixada – quando um papel tem sua taxa de juros completamente definida – e pós-fixada –quando um papel tem sua remuneração atrelada a uma taxa de juros (Cupom) e um indexador.

Cupom de Juros são os juros pagos pelos bônus (títulos) a taxas fixas (percentual do principal) ou variáveis, calculados de acordo com os referenciais estabelecidos. Os Zero Cupom Bond são assim denominados os bonds (bônus) com um único pagamento ao final do prazo, principal mais os juros.
Duration ou Prazo Médio é a medida de mensuração do prazo de um investimento de forma que torne indiferente ao investidor resgatá-lo em um único pagamento ou mantê-lo de acordo com o fluxo de parcelas de rendimentos intermediários.

A definição da duração efetiva (duration) de um fluxo de caixa reflete mais adequadamente o prazo (maturity) do que simplesmente a medição do intervalo de tempo entre a emissão do título e o momento de seu resgate final.

A Análise Fundamentalista é a metodologia de determinação do preço justo de uma ação, fundamentada na expectativa de resultados da empresa (projeção de resultados, a partir dos resultados anteriores), diferentemente da cotação da bolsa, que é o preço de mercado.

O Fluxo de Caixa Descontado refere-se ao valor da empresa baseado nas posições dos seus rendimentos líquidos, para um período determinado, e descontando-os à taxa de atratividade mínima para o empreendimento (taxa de desconto).

A Análise Técnica (Grafista ou Gráfica) é a metodologia de determinação do preço justo de uma ação que se fundamenta na projeção do comportamento dos preços observado em bolsa ao longo do tempo, representado por gráficos.



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