| Unidade 1 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1 - O instante da tomada de decisão Os agentes econômicos: famílias, empresas, governo e resto do mundo são categorias convencionadas pela Metodologia das Contas Nacionais, e em nosso dia-a-dia são obrigados a tomar decisões em diferentes níveis de responsabilidade que vão afetar os seus futuros. Principalmente, quando se trata de se avaliar projetos e tomar decisões financeiras. Neste sentido, é possível utilizar metodologias de análise de risco para mitigar os efeitos da incerteza e visualizar o problema incerto. O estudo do processo decisório de forma a considerar sempre a estruturação de um problema incerto como a principal preocupação, examina alguns critérios ou métodos para auxiliar as etapas deste processo em ambiente de risco, incerteza e probabilidades ligadas à área financeira. Se existe certeza, não existe risco. Se existe incerteza, existe o risco. A tomada de decisão com relação ao futuro deverá montar cenários possíveis (otimista, pessimista e provável), de acordo com as hipóteses relacionadas às previsões. Veja os exemplos a seguir. |
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Tela 2 |
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| Quando
existe condição para tomada de decisão dos agentes
econômicos com relação aos projetos e decisões
financeiras sobre o futuro?
Essa condição dependerá de um estudo de processo decisório, de forma geral, seguindo critérios ou métodos que auxiliem esse processo, pois podem representar o fracasso ou o sucesso de determinado projeto, investimento ou concessão de crédito, principalmente, em economias sujeitas a instabilidades, como a dos países emergentes, que é o caso da economia brasileira. Segundo o Prof. Securato:
O administrador, ao decidir no presente, terá tanto um fim quanto o início de uma decisão, pois deverá dar fim ao passado e dar início ao futuro. Esse administrador pode ser avesso ao risco ou conservador, pode ser propenso ao risco ou arrojado. Se for conservador, prefere as decisões com pouco risco e que são mais previsíveis ou menos incertas; e, se for arrojado, deseja muito risco e que as decisões sejam menos previsíveis ou mais incertas. |
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Tela 3 |
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| Tipos
de Investidor
As pessoas, em geral, estão dispostas a negar tudo aquilo que não compreendem. Em função disso, pode-se destacar os diferentes tipos de investidor descritos por Halpern:
a) Os conservadores têm que demonstrar que são avessos ao risco ou que desejam rendimento certo. Exemplo. b) Os poupadores passivos menosprezam as características dos ativos financeiros como segurança, liquidez, rendimento e manutenção do poder de compra de seus investimentos. O poupador passivo deve demonstrar que é indiferente às escolhas de ativos que têm segurança, liquidez, rendimento e manutenção do poder de compra. Para ele, tanto faz aplicar em poupança quanto em título público, como aplicar em fundo de investimento, por exemplo. c) Os crédulos crêem em quase tudo que prometa alguma ferramenta mágica e infalível para enriquecimento rápido. Os crédulos acreditam em quaisquer promessas que os levem ao enriquecimento rápido. Mostra que ele tem fé ou crença no que os outros lhe sugerem como investimento que o levará a um possível enriquecimento rápido. Exemplo. d) Os jogadores são aqueles investidores irracionais que adoram a sensação de desafio, do risco puro e aleatório em busca de adrenalina, aventura e sensação de poder. e) Os arrojados ou arriscados são propensos ao risco, ou seja, aqueles que desejam rendimento incerto, mas com chances de ser elevado. Exemplo. |
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Tela 4 |
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| É importante
destacar que a abordagem de problemas incertos requer certo grau de sofisticação
na utilização de ferramental adequado. Até se chegar
à solução do problema tem-se que estruturá-lo
adequadamente. Entretanto, o fato de tomar decisões por meio de uma
metodologia não quer dizer que se vai acertar sempre, pois se tratam
de problemas incertos.
Como exemplo, façamos uma analogia com um time de futebol. Em geral, o técnico monta uma estratégia para o time, que pode fazer com que este perca uma ou outra partida, mas a sua meta é ganhar o campeonato.
Isto vale também para as aplicações financeiras ou concessão de crédito; caso fossem feitas todas as aplicações financeiras em um ou poucos ativos financeiros, como depósitos à vista, de poupança, a prazo, títulos públicos etc. Para qualquer agente econômico, a metodologia de decisão deve permear todos os níveis e ser aplicada em todas as decisões, da mesma forma. Uma ou outra decisão poderá levar a resultados negativos, o que é natural por se tratar de variáveis incertas. |
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2 - Conceito de previsão
Por exemplo, o dirigente de uma empresa deseja tomar crédito para aumentar sua produção. Após saber os custos financeiros dessa linha de crédito, é necessário fazer uma previsão da venda futura com base em fluxos de caixa (receitas e despesas) que trazem o valor futuro para o valor presente, para que auxilie na tomada de decisão para o endividamento.
Vejamos os seguintes exemplos sobre previsão:
A previsão poderá ser feita, em algumas situações, de forma sistemática, objetiva e consciente, como, por exemplo, com um desenvolvimento formal de uma dada metodologia. Em outras situações, de forma assistemática, subjetiva e inconsciente, que levará mais em consideração o feeling (sentimento) do que algum formalismo ou modelo quantitativo. Mesmo assim, não se deve desprezar que a previsão estará sempre presente no processo decisório. Temos, como casos especiais de previsão:
Todos esses casos especiais apresentam limitações. É importante registrar que todas as análises que levem à previsão com base na projeção e predição, deverão necessariamente se utilizar do planejamento para atuar no processo, definindo um plano de atuação a fim de corrigir os desvios em relação aos objetivos que se pretende atingir. |
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Tela 6 |
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- Elementos que antecedem a tomada de decisão
Na maioria das vezes existe grande dificuldade em se estabelecer um processo para a tomada de decisão. Entretanto, podem ser identificados alguns elementos que possam influenciar esse processo ao examinar a possibilidade de atuar, ou não, sobre tais elementos, os quais são: a experiência, o julgamento e o ambiente.
Vejamos, por exemplo, o caso da concessão de crédito ou das aplicações financeiras. Quanto maior for a freqüência do processo decisório na concessão de crédito, maior será a experiência do agente econômico. Quanto maior for o número de aplicações financeiras, maior será a experiência do agente econômico.
No caso da concessão de crédito, o julgamento do agente deveria ser o de conceder o crédito de acordo com as garantias dadas, mas pode ser suficiente também com menos garantias dadas. O julgamento pela escolha da aplicação financeira pode dar-se com base em uma menor rentabilidade, mas que tenha outras características suficientes, como por exemplo, o período ou até mesmo a liquidez (que é a capacidade de transformar um ativo financeiro em moeda).
Mas, antes, é necessário procurar responder às seguintes questões:
No que se referem ao ambiente pós-decisão, as decisões poderão afetar os agentes econômicos, suas crenças, opiniões e conceitos pré-estabelecidos, criando um processo circular (conhecido como ciclo vicioso), pois a decisão afetará diretamente o ambiente. |
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Tela 7 |
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- Risco, incerteza e probabilidade
O risco, a certeza e a incerteza são situações que acontecem quase sempre de forma natural, com maior ou menor probabilidade quando olhamos para o futuro. A teoria da probabilidade é o ramo da matemática que estuda os fenômenos aleatórios. Sempre atraiu o interesse das pessoas devido às suas aplicações a diversas áreas como, por exemplo, a ciência e a engenharia, em que, freqüentemente, nos deparamos com experimentos que podem fornecer diferentes resultados. Um caso simples é o lançamento de um dado, já que não sabemos de antemão qual número obteremos. Exemplos de probabilidades:
O risco e a incerteza podem levar ao fracasso/insucesso ou ao sucesso dos agentes econômicos, notadamente, das empresas financeiras. Exemplos.
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Tela 8 |
| Exemplo
1 – Quem poderia admitir que grandes empresas multinacionais
como General Motors – GM e Ford, no ano passado tiveram rebaixamento
dos seus ratings de crédito (conceitos mais baixos ou sem muitas
garantias quando da tomada de operações de crédito)?
Exemplo 2 – Quem poderia imaginar que a classificação das operações de crédito da Argentina com o default (moratória das dívidas externa e interna) do ano passado, fosse rapidamente elevada pelas agências de classificação do risco de crédito? Exemplo 3 – Quem poderia imaginar que títulos públicos de alguns países como Rússia, Brasil e México, por exemplo, nos últimos anos pudessem ter riscos elevados se são garantidos pelos seus respectivos governos? Exemplo 4 – Quem poderia imaginar que algumas empresas privadas brasileiras com pouco tempo de privatização, como a Companhia Vale do Rio Doce – CVRD e Companhia Siderúrgica Nacional – CSN – conseguissem rapidamente o tão sonhado “investment grade” (grau de investimento ou conceitos sem risco para tomada de crédito no mercado internacional), enquanto os títulos públicos da própria República Federativa do Brasil ainda não o têm. |
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Tela 9 |
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| Alguns estudiosos
admitem que o risco seja o grau de incerteza
com relação a qualquer evento. Quanto maior o risco, maior
a incerteza desse evento. Quanto menor o risco, menor a incerteza desse
evento.
Se admitíssemos que se viva num ambiente de certeza, não haveria nenhum risco, ou seja, o futuro seria igual ao presente. O custo do dinheiro, por exemplo, seria zero, pois nenhum agente econômico se interessaria em trocar o presente pelo futuro. E aí as bases do capitalismo estariam minadas, pois o seu motor – que é o lucro – estaria ausente. Alguns gostam de fazer analogias entre o ciclo econômico (que tem desaceleração, recessão, recuperação e auge) e o corpo humano, ou seja, é necessário que haja diversos agentes (bactérias, vírus, febres, doenças, alergias, alterações hormonais, excesso ou carência de vitaminas e sais minerais etc.) que provoquem alterações saudáveis e prejudiciais no funcionamento do corpo humano, como forma do seu próprio dinamismo para a vida e morte dos seres humanos.
Assim, é por intermédio das probabilidades que se pretende captar a influência da experiência, do julgamento e do ambiente em diferentes situações de projeções dos resultados, relacionados a uma questão que será objeto de decisão. |
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Tela 10 |
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- Etapas do processo decisório
As etapas de um processo para tomada de decisão podem ser as seguintes:
O objetivo da decisão a ser tomada tem que estar bem definido. Por exemplo, para a aplicação financeira tem que se obter o máximo rendimento. Para aprovar a concessão de um crédito é necessário ter todas as garantias possíveis para o recebimento A variável objetivo, mesmo sendo qualitativa, sempre deve ter uma correspondência com as variáveis quantitativas. É necessário estabelecer uma escala de valores que permita comparações. Isto quer dizer que a variável objetivo deve adaptar-se a uma escala de intervalo ou a uma escala de razão. Assim é permitida a obtenção de médias e desvios-padrão. Exemplos. As alternativas são muito importantes para o processo decisório. Podem também ser conhecidas como o “Plano B”. Sempre devem existir formas diferentes para se conseguir atingir algum objetivo. Os processos de decisão devem ser vistos como uma seleção ou elenco de prioridades para se atingir o objetivo em estudo. É importante, para o processo decisório, que sejam fixados os objetivos para ser feita a decisão, devendo listar todas as alternativas que possibilitem atingi-lo. Essas alternativas devem ser bem delineadas e elaboradas para que sejam mutuamente exclusivas (ou independentes), evitando, assim, que tenham elementos em comum, o que permitirá uma explícita diferenciação entre elas. Caso tivéssemos um processo decisório em condições de certeza não seria necessária a existência de alternativas. Mas em condição de risco ou incerteza, a escolha de alternativas é uma parte necessária, mas não suficiente para o processo decisório. |
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Tela 11 |
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| Os cenários
constituem um conjunto de informações objetivas ou subjetivas
sobre o futuro, que se assume como uma forma de avaliação.
As principais etapas da construção de um cenário são:
Suponhamos que existam três tipos de cenários
previstos para um dado ano com relação ao desenvolvimento
das operações de crédito (variável objetivo):
otimista, pessimista e provável.
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Tela 12 |
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Securato sugere
como metodologias para a construção dos cenários o
seguinte:
• Brainstorming caracteriza-se por listar um conjunto de variáveis de influência de acordo com a variável objetivo, para um grupo de até 15 pessoas reunidas. Em seguida, discute-se cada uma e selecionam-se aquelas de consenso, para fixar os parâmetros que compõem os possíveis cenários. • Sinética caracteriza-se por grupos de especialistas, com máximo de 6 a 8 pessoas, que estipulam as variáveis de influência e fixam seus parâmetros, com vistas à obtenção de vários cenários. • Especialista caracteriza-se em ter único profissional que fixa as variáveis e os parâmetros, de acordo com os cenários pretendidos. • Delphi caracteriza-se por ser sofisticada, com a elaboração de questionários entre alguns grupos que não se comunicam. Apresenta uma minuciosa crítica construtiva com relação ao objetivo e as variáveis de influência. Permite fixar as variáveis e repete-se o trabalho com os parâmetros e com os cenários obtidos. Após serem definidos os cenários, o grupo vencedor deve estabelecer as probabilidades de ocorrência de cada cenário, completando, assim, o conjunto de informações para a avaliação do risco. Portanto, a matriz de decisão é a síntese da apresentação final de todos os elementos que pertencem ao processo de avaliação do risco e do processo decisório. Alternativas
Descrição de cada cenário Probabilidade de cada cenário A1 A2 ... Ar C1 P1 X11 X12 X1r C2 P2 X21 X22 X2r ... ... ... Xij Ck Pk Xk1 Xk2 xkr Essa figura representa a matriz de decisão em que são mostrados vários cenários C1, C2, ..., Ck; suas probabilidades p1, p2, ..., pk; as várias alternativas A1, A2, ... Ar; e os valores da variável objetivo para cada cenário-alternativa, que são relacionados com os elementos da matriz xij. Vejamos um modelo hipotético. Suponhamos que um aplicador financeiro deve decidir que tipo de investimento financeiro ele deverá fazer para aplicar os seus recursos financeiros em título prefixado ou em título pós-fixado. Se a taxa Selic cair, é bom para o aplicador o título prefixado, em razão de as taxas de juros serem mais altas em ambiente de redução da taxa básica. Se a taxa Selic subir, é bom para o aplicador o título pós-fixado que acompanha a evolução dessa taxa básica.
Assim, com a matriz de decisão, é possível analisar e avaliar a decisão em aplicar em título prefixado ou pós-fixado em função da ocorrência dos cenários em condições de risco ou incerteza. |
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Tela 13 |
| Resumo O estudo do processo decisório de forma a considerar sempre a estruturação de um problema incerto como a principal preocupação, examina alguns critérios ou métodos para auxiliar as etapas deste processo em ambiente de risco, incerteza e probabilidades ligadas à área financeira Deve-se considerar, na tomada de decisão, as características dos investidores:
Há alguns casos especiais de previsão de resultados, que são importantes para a tomada de decisão. São eles: a projeção, a predição e o planejamento, não obstante as suas limitações. A projeção mostra que o futuro é uma continuação do passado; a predição mostra o futuro diferente do passado por razões que estão fora de nossos controles; e o planejamento liga o futuro ao passado por razões que estão sob nossos controles. Com relação aos elementos que antecedem a tomada de decisão, são identificados alguns atributos - experiência, julgamento e ambiente - que podem influenciar essas decisões e examinar a possibilidade de atuar, ou não, sobre tais elementos. O risco, a certeza e a incerteza são situações que acontecem quase sempre de forma natural, com maior ou menor probabilidade quando olhamos para o futuro. O evento certo terá 100% de probabilidade de ocorrer. Logo, qualquer incerteza terá a probabilidade de ocorrer inferior a 100%. Vai depender de uma dada distribuição de probabilidades, ou seja, com uma dada média e desvio-padrão (medida de volatilidade ou a raiz quadrada do quadrado do desvio dos elementos da distribuição em relação à média). Quanto maior/menor o desvio-padrão, maior/menor será o risco da variável em estudo. Com as probabilidades, pode-se captar a influência da experiência, do julgamento e do ambiente em diferentes situações de projeções dos resultados, relacionados a uma questão que seja objeto de decisão. As etapas de um processo para tomada de decisão são: definição do objetivo da decisão a ser tomada e da variável-objetivo (transformar toda variável qualitativa em variável quantitativa que se relacione com os eventos em estudo); a identificação de alternativas possíveis (“Plano B”); a construção de cenários, para o que pode-se utilizar algumas metodologias (brainstorming, sinética, especialista e Delphi); a elaboração de uma matriz de decisão (utilizando probabilidades de cada cenário e valores da variável-objetivo para cada par de cenário-alternativo), a qual será pré-requisito para analisar e avaliar a decisão em condições de risco ou incerteza. |
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| Unidade 1 | Módulo 2 | Tela 14 |
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| 1
- Risco definido como probabilidade e desvio-padrão
O risco possui diversas formas de se apresentar a cada agente econômico, portanto, é necessário estabelecer claramente o seu conceito e construir modelos que lhe possam dar forma quantitativa. Por exemplo.
Na figura acima, é possível verificar que, com o aumento do risco, o investidor avesso ao risco (conservador) tende a exigir retorno maior (ponto A) do que aquele que não possui risco associado (ponto I’). O investidor com propensão ao risco, por sua vez, exige retornos menores (ponto T), enquanto a indiferença ao risco mostra-se pela exigência de um nível de risco constante, igual ao do investimento livre de risco (ponto I’).
O risco pode ser definido como a possibilidade de perda, ou seja, o grau de incerteza com relação a um evento. Assim, a probabilidade de evento certo + probabilidade de evento não certo = 1, ou P(EC) + P(ENC) = 1. E o risco será dado pela seguinte igualdade:
Logo, podemos escrever que:
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Tela 15 |
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| Observe os
exemplos 1 e 2 a seguir.
Exemplo 1 - Qual é a chance de um aplicador financeiro em renda pós-fixada em 90 dias, como o depósito a prazo, receber o rendimento e o principal de um dado banco? Suponhamos que tenha sido realizada uma pesquisa (ou até mesmo tivéssemos essas informações), e que chegamos à seguinte conclusão: Eventos que podem ocorrer Valores em Probabilidade 1 A aplicação pagar em dinheiro no prazo 30.000 80,0 2 Prorrogação do prazo da aplicação financeira perda de 5% 28.500 10,0 3 Questionamento judicial perda de 13% 26.100 2,0 4 Falência do banco, com garantia do seguro depósito até R$ 20.000,00. 10.000 5,0 5 Perda total 0 3,0 Se admitirmos a existência dos eventos e probabilidades listadas, e que o sucesso ou evento certo é apenas o primeiro evento, então o risco da operação será de:
Isto quer dizer que existe a probabilidade de 20% de não receber rendimento e o principal no prazo de 90 dias.
Isto quer dizer que o risco ou a probabilidade da perda financeira com a aplicação será de 8%. |
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Tela 16 |
Exemplo 2 - Qual é a chance de um banco receber um empréstimo bancário de R$ 100.000,00 após 90 dias? Eventos que podem ocorrer no vencimento Valor a ser recebido em R$ 1,00 Probabilidade 1 Recebimento do empréstimo na data 100.000 98 2 Prorrogação de prazo por inadimplência perda de 3% 97.000 1 3 Questionamento judicial perda de 10% 90.000 0,5 4 Concordata do credor perda de 75% 25.000 0,2 5 Falência do credor perda total 0 0,3 Se admitirmos a existência dos eventos e probabilidades listadas, e que o sucesso ou evento certo é apenas o primeiro evento, então o risco da operação será de:
Isto quer dizer que existe a probabilidade de 2% de o banco não receber os empréstimos no prazo de 90 dias.
Isto quer dizer que o risco ou a probabilidade da perda financeira com a aplicação será de 0,5%. Mas, essa definição de risco, como probabilidade dos fracassos ou dos eventos de não sucessos, é muito simplista e nem sempre é possível ser aplicada, mostrando perda de sensibilidade. Esse método é eficaz somente se os efeitos dos fracassos e sucessos são imediatos e decisivos, o que nem sempre é o caso. |
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Tela 17 |
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2
- Risco definido como desvio-padrão e volatilidade Eventos que podem ocorrer Variável objetivo X Probabilidade de ocorrência do evento P(X) E1 X1 P(X1) E2 X2 P(X2) ... ... ... En Xn P(Xn) Média:
µx = Desvio-padrão:
Sx = S (x) = [ Quando se calcula a média de uma distribuição de probabilidades procura-se a possibilidade de que esta média represente a distribuição. Na verdade, deseja-se substituir as informações contidas no quadro ou tabela, a qual é a distribuição de probabilidades, por único número, que é a média, como representativa para as análises. Entretanto, a média não é representativa da distribuição de probabilidades, mas sim, a variância ou o desvio-padrão, que nos mostra o grau de concentração ou dispersão das probabilidades em torno da média. Quanto menor a variância ou o desvio-padrão, maior a concentração de probabilidades (menor dispersão) em torno da média. Quanto maior a variância ou o desvio-padrão, menor a concentração de probabilidades (maior a dispersão) em torno da média. Também se criou o hábito em finanças de se utilizar o conceito de volatilidade ou risco como sinônimo de variância ou desvio-padrão.
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Tela 18 |
| O conceito
de risco procura mostrar o efeito da distribuição de probabilidades
sobre a variável-objetivo, levando em consideração
os eventos que correspondem a fracassos, sucessos ou aqueles que estão
entre esses dois extremos. Observe os exemplos 1 e 2 a seguir.
Exemplo 1 - Suponhamos que os retornos esperados (que é a variável objetivo) de uma aplicação financeira de R$ 100 mil em depósito a prazo, em 24 meses, e suas respectivas probabilidades sejam as seguintes: Retorno Esperado (R$ mil) Probabilidade (%) 30,0 10 32,5 15 35,0 50 37,5 15 40,0 10 Calculando a média dos retornos esperados ponderada pela probabilidade de cada um dos retornos, teremos: X = (30,0 x 0,10) + (32,5 x 0,15) + (35,0 x 0,50) + (37,5 x 0,15) + (40,0 x 0,10) = 35,00 E o desvio-padrão é calculado como a raiz quadrada do resultado encontrado pela probabilidade, multiplicada pelo quadrado das diferenças entre o retorno esperado e o retorno médio, ou seja: P(x1)
= 0,10 Logo, teremos: 0,10 x (30,0-35,0)² = 2,50 A soma desses valores será a variância de 6,88, e a sua raiz quadrada será o desvio-padrão, ou seja, 2,62. |
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Tela 19 |
Exemplo 2 - Suponhamos que os retornos esperados (que é a variável objetivo) de uma aplicação financeira de R$ 100 mil em fundo de investimento, em 24 meses, e suas respectivas probabilidades sejam as seguintes:
Retorno
Esperado (R$ mil) Probabilidade
(%) 15,0 10 25,0 20 35,0 40 45,0 20 55,0 10 y = (15,0 x 0,10) + (25,0 x 0,20) + (35,0 x 0,40) + (45,0 x 0,20) + (55,0 x 0,10) = 35,00 E o desvio-padrão é calculado como a raiz quadrada do resultado encontrado pela probabilidade, multiplicada pelo quadrado das diferenças entre o retorno esperado e o retorno médio, ou seja: P(y1)
= 0,10 Logo, teremos:
A soma desses valores será a variância de 120,0, e a sua raiz quadrada será o desvio-padrão, ou seja, 10,95. Conclui-se que, aparentemente, pela igualdade da média dos retornos esperados poder-se-ia esperar que as aplicações financeiras fossem iguais, entretanto, quando se calcula a variância e o desvio-padrão, verifica-se que não têm o mesmo risco. |
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Tela 20 |
Observe os gráficos abaixo:
Temos aí dois gráficos: um, para a distribuição de probabilidades da aplicação financeira A (variando de 10 a 50) e outro, para a distribuição de probabilidades da aplicação financeira B (variando de 10 a 40). Note que a média dos retornos esperados é igual para as duas aplicações (35), mas a aplicação financeira B mostra maior grau de risco em relação à aplicação financeira A, dada a maior dispersão de probabilidades de seus retornos esperados em torno da média (variância). A figura da aplicação financeira A é estreita em torno da média de 35, e a figura da aplicação financeira B é parecida com a distribuição normal (ou forma de sino), mostrando a maior dispersão dos retornos esperados em relação à média de 35. |
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Tela 21 |
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| 3
- Efeito do risco sobre o valor futuro e as taxas de juros
Quando se trata de decisão financeira, o conceito de risco é importante para a variável-objetivo, pois é um valor futuro ou é uma taxa de juros. a) Valor futuro como variável-objetivo Pode-se tomar como exemplo o resgate de título público ou privado, de empréstimo, de contrato de derivativo, de ação, que estejam relacionados com o valor futuro e que tenham alguma característica de risco em relação ao valor a ser resgatado. Considerando R o valor futuro a resgatar, e assumindo uma distribuição de probabilidades (R; P (R)), pode-se calcular a média: µr e o desvio-padrão Sr que dará o risco associado à decisão pela média. Exemplo: alternativas de investimentos e risco. Considerando-se a existência de conjunto de alternativas de investimentos A1, A2,..., Ak, mutuamente exclusivas e por um mesmo prazo; e o valor futuro de resgate para cada alternativa R1, R2,..., Rn, que são variáveis aleatórias, expressas por distribuições de probabilidades, pode-se calcular as médias µR1, µR2, ...,µRn e os riscos envolvidos ou desvios-padrão SR1, SR2, ..., SRn. Construamos um gráfico Risco x Resgate para que seja dada visão relativa às várias alternativas existentes, como forma de auxílio ao processo decisório.
Ao observarmos o gráfico, podem ser feitas as seguintes considerações:
Conclui-se que esse gráfico é elucidativo, pois permite auxiliar o processo de análise e decisão das aplicações financeiras, mostrando, desta forma, que os investidores procuram as alternativas que lhe dêem maior resgate por unidade de capital investido, com menor risco. |
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Tela 22 |
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| b)
Taxa de juros como variável-objetivo Considere-se a taxa de juros I como variável aleatória e sujeita às condições de risco, e tendo a distribuição de probabilidade (I; P(I)), para as taxas no período, obtém-se a média ?I e o desvio-padrão SI como medida do risco. Considerando-se a existência de conjunto de alternativas de investimentos A1, A2,..., An, mutuamente exclusivas e por um mesmo prazo; e as suas taxas de retorno para um mesmo período I1, I2,..., In, que são variáveis aleatórias, expressas por distribuições de probabilidades, pode-se calcular as médias µI1, µI2, ...,µIn e os riscos envolvidos ou desvios-padrão SI1, SI2, ..., SIn, respectivamente. Essa questão entre o risco e o retorno foi motivo de uma das teorias mais importantes e interessantes na área de finanças, que é o CAPM – Capital Asset Pricing Model, traduzido como Modelo de Precificação de Ativos Financeiros. Construamos um gráfico Risco x Retorno para que seja dada visão relativa às várias alternativas existentes, como forma de auxílio ao processo decisório.
Vê-se que a alternativa A1 apresenta o mesmo retorno que A3 (que tem o menor risco). Enquanto A2 apresenta o mesmo risco que A1, mas tem maior retorno. O que levaria o investidor a decidir pelo A2 como a melhora aplicação financeira. Esse gráfico permite auxiliar o processo de análise e decisão das aplicações financeiras, mostrando, assim, as alternativas existentes para os investidores, conjugando os retornos da aplicação financeira com os riscos envolvidos. |
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Tela 23 |
| 4
- Coeficiente de Variação
O risco definido pelo desvio-padrão, não obstante ser considerado como uma boa medida, traz dificuldades no processo de comparação das alternativas em função do binômio risco e retorno. Vejamos o seguinte gráfico.
Têm-se duas alternativas, A e B. Quando se passa da alternativa A para a B, tem-se maior retorno e maior risco. Qual é a conclusão? Sem a utilização do coeficiente de variação, a decisão seria pela alternativa B. Vamos tomar como exemplo populações de gigantes ou de anões. Caso seja utilizada a variância ou o desvio-padrão, pode-se concluir que são muito baixos e, por isso, não conseguem explicar a dispersão. Aí entra em cena o coeficiente de variação. O coeficiente de variação visa captar a proporcionalidade risco e retorno e é definida pelo quociente entre o desvio-padrão e a média, ou seja:
Ele é expresso em porcentagem e indica quanto o desvio-padrão representa em relação à média. No caso do gráfico, após calcular os coeficientes de variação, conclui-se o seguinte:
Assim, pode-se optar pela alternativa B, que teria menor risco relativo ao retorno esperado, segundo o critério do coeficiente de variação. Embora o coeficiente de variação seja um bom instrumento para comparação entre alternativas, não é um critério absoluto. |
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Tela 24 |
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| 5
- Tipos de riscos
Em geral, os tipos de riscos a que estão sujeitos os ativos e passivos financeiros podem ser subdivididos em risco sistemático ou conjuntural e risco não-sistemático ou próprio. • Risco sistemático ou conjuntural O risco sistemático ou conjuntural é aquele que não pode ser eliminado (ou reduzido) mediante a diversificação, estando sempre presente na estrutura do portfólio. Esse é um tipo de risco que está intimamente associado com os sistemas econômico, político e social de um país. Exemplos:
Para se defender desses tipos de problemas, a recomendação é a administração diversificada da carteira de ativos, com vistas a maximizar os retornos minimizando os riscos. Nesse sentido, existe uma frase muito utilizada em finanças, que diz:
Costuma-se
argumentar que um dos maiores responsáveis pelo risco sistemático
ou conjuntural são as políticas públicas promovidas
pelo Estado, notadamente, a política macroeconômica. |
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Tela 25 |
| •
Risco não-sistemático ou diversificável
O risco não-sistemático ou diversificável é aquele que pode ser total ou parcialmente diluído pela diversificação da carteira. Está relacionado mais diretamente com as características básicas do título e do mercado de negociação. Esse é um risco intrínseco aos ativos e
passivos financeiros. Tomemos como exemplo o caso de commodities,
como ouro ou petróleo. Se existe uma descoberta de jazidas de ouro
e de poços de petróleo, aumentará a oferta desses
produtos e, em conseqüência, afetará os seus preços
de equilíbrio, admitindo-se que não exista profunda alteração
de suas demandas. Se o Banco Central eleva a taxa básica de juros, os ativos financeiros que rendem juros vão ter seus preços alterados, podendo provocar riscos nos aplicadores financeiros. Também acontece quando existe uma valorização ou apreciação cambial (a moeda estrangeira passa a ficar mais cara em relação à moeda nacional), fazendo que as aplicações financeiras rendam mais e, em conseqüência, provocam alterações nos seus preços.
As empresas financeiras e não-financeiras também têm riscos operacionais e não-operacionais, o que vai influenciar nos seus resultados, podendo gerar lucros ou prejuízos. |
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Tela 26 |
| Diversificação
do risco
Entende-se como diversificação do risco qualquer processo que busque minimizar os efeitos do risco sobre um ativo ou passivo financeiro. Essa diversificação é um processo administrativo. No caso do risco sistemático ou conjuntural, essa gestão consiste na escolha dos ativos, em razão de não poder se atuar diretamente sobre a conjuntura. Por isso é que existem teorias dirigidas para a administração de carteiras ou de portfólios.
No caso do risco próprio ou não sistemático do ativo, pode-se atuar diretamente, preparando-se para cumprir uma gestão de competências, no qual o conhecimento, habilidade e atitude têm de estar presentes. |
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Tela 27 |
| Resumo
O risco pode ser tratado com base em probabilidades e ser entendido como uma probabilidade (resultados prováveis em casos possíveis), e também como um desvio padrão (medida de dispersão dos valores em relação à média ou raiz quadrada da variância). O risco pode ser definido como a possibilidade de perda ou o grau de incerteza com relação a um evento. Mesmo que se tenham dois casos de aplicação financeira com os dois valores esperados de retorno (ou retorno médio), será necessário calcular a dispersão de seus valores em torno desse retorno médio, para ter-se noção do risco. Quanto maior o desvio padrão, maior o risco. Quanto menor o desvio padrão, menor o risco. Entretanto, essas informações podem não ser suficientes no processo decisório de escolha do ativo ou passivo financeiro, por isso é que se introduziu o conceito de coeficiente de variação, que é uma relação entre o desvio-padrão e a média, como medida de risco. Quando se trata de decisão financeira, o conceito de risco é importante para a variável-objetivo, pois pode ser um valor futuro de resgate da aplicação financeira ou o pagamento de uma dívida, ou então é uma decisão sobre a melhor taxa de juros tanto para o ativo ou passivo financeiro. Em geral, os tipos de riscos a que estão sujeitos os ativos e passivos financeiros podem ser subdivididos em risco sistemático ou conjuntural e risco não-sistemático ou próprio. Pouco se pode fazer para minimizar o risco sistemático, como é o caso da diversificação das aplicações. O risco não-sistemático pode ser minimizado pela competência dos gestores, entendida como conhecimento, habilidade e atitude. A fórmula de Fischer é utilizada para o cálculo de investimentos sujeitos à inflação (ou taxa de juros real) embutida nas taxas de juros nominais. |
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| Unidade 1 | Módulo 3 | Tela 28 |
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1 - Risco x retorno – as curvas de indiferença do investidor Os conceitos relacionados a risco, retorno e curva de indiferença surgiram nas finanças após o importante trabalho pioneiro de Markowitz, em 1952, denominado “Portfolio Selection”. O maior desafio dos mercados financeiros e de capitais é o de combinar a máxima rentabilidade com um baixo risco. Para o investidor, é importante e ele deve saber que não existe retorno sem risco, ou seja, quanto maior/menor o risco de um determinado investimento, maior/menor o retorno esperado.
E a moderna teoria de investimentos continua tendo sua base teórica na publicação de Markowitz, no qual risco, variância e volatilidade tornaram-se sinônimos. Uma das frases célebres de Markowitz é: “não coloque todos seus ovos numa mesma cesta”, referindo-se, portanto, aos investimentos. Segundo ele, a combinação de duas ações com alto risco pode gerar uma carteira com risco menor do que o risco de cada ação individual. Outra idéia fantástica do Markowitz está relacionada com a escolha de carteiras de investimentos. Ele percebeu que para um mesmo nível de risco existiam diversas carteiras distintas. Com isso, criou-se a carteira com maior retorno para aquele dado nível de risco. Um indivíduo que possui apenas um título deve usar o retorno esperado como medida da rentabilidade desse título. O desvio-padrão ou a variância são as medidas adequadas do risco do título. Um indivíduo que possui uma carteira diversificada preocupa-se com a “contribuição” de cada título ao retorno esperado e ao risco da carteira. Enfim, o retorno esperado de um título é a medida correta da contribuição desse título ao retorno esperado da carteira. Entretanto, nem a variância, nem o desvio-padrão do retorno desse título são medidas apropriadas da contribuição do título ao risco de uma carteira. A contribuição de um título ao risco de uma carteira é medida mais correta por um indicador denominado beta. |
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Tela 29 |
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| Voltando ao
retorno esperado, é um retorno que um indivíduo espera de
uma ação no futuro. Evidentemente, como se trata apenas de
uma expectativa,
o retorno efetivo poderá ser mais alto ou mais baixo do que o esperado.
Quando se estuda a questão do risco e retorno de um investimento, é necessário procurar estabelecer alguns critérios relativos ao comportamento do investidor. Observe os gráficos a seguir:
Podemos verificar que:
A construção das curvas de indiferença de um investidor está baseada na teoria da escolha ou da preferência e na teoria da utilidade, em que são avaliadas as preferências em condições de incerteza. |
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| 2
- Variância, desvio-padrão e coeficiente de variação
Há muitas maneiras de medir a volatilidade do retorno de um título. Uma das maneiras mais comuns é a variância, que usa os quadrados das diferenças do retorno de um título em relação a seu retorno esperado. O desvio-padrão é a raiz quadrada da variância. E o coeficiente de variação mostra a relação entre a média e o desvio-padrão. Vejamos o caso em que há mais de um título. O retorno esperado de uma carteira é simplesmente uma média ponderada dos retornos esperados dos títulos que a compõem. A variância de uma carteira formada por dois títulos, A e B, é:
A variância de uma carteira depende das variâncias dos retornos dos títulos individuais e da covariância entre os retornos dos dois títulos.
Dadas as variâncias dos retornos dos títulos, uma relação ou covariância positiva entre os retornos dos dois títulos aumenta a variância de toda a carteira. Uma relação ou covariância negativa entre os retornos dos dois títulos reduz a variância da carteira, a qual é importante para justificar o statement de Markowitz: “não colocar todos os ovos na mesma cesta”. Se um dos títulos da carteira tende a valorizar-se quando o outro se desvaloriza, ou vice-versa, os desempenhos de seus dois títulos estão compensando um ao outro. Assim, conseguiremos o que se chama hedge em finanças, e o risco de sua carteira tenderá a ser pequeno. Por outro lado, se ambos os títulos se valorizarem ou desvalorizarem em conjunto, não haverá essa redução de risco, mas sim, o contrário. Por isso é que se recomenda não fazer a aplicação financeira em apenas um ou poucos ativos financeiros de um portfólio. Veja um exemplo. |
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Tela 31 |
| 3
- Covariância e correlação
A variância e o desvio-padrão medem a variabilidade de ações individuais. Mas, como é necessário medir a relação entre a taxa de retorno de uma ação e a taxa de retorno de outra ação, é preciso uma medida estatística de associação entre duas variáveis, em que entre em cena a covariância e a correlação. Os retornos de títulos individuais estão relacionados uns aos outros. A covariância é uma estatística que mede a associação entre os retornos de dois títulos. Alternativamente, essa associação pode ser expressa em termos de correlação entre os dois títulos. A covariância (cov) e a correlação (corr) são elementos fundamentais para o entendimento do coeficiente beta, e medem a intensidade com a qual duas variáveis estão associadas.
Exemplo: Suponhamos que existam dois títulos, x e y. O retorno esperado do título x é 0,175 e o do título y é 0,055. Os retornos efetivos dos títulos x e y são respectivamente, – 0,2 e 0,05. Taxa de retorno do título X R x R x Taxa de retorno do título Y R y R y [(R x R x ) x
0,20 0,375 0,05 0,005 0,001875 0,10 0,075 0,2 0,145 0,010875 0,30 0,125 -0,12 0,175 0,021875 0,5 0,325 0,09 0,035 0,0011375 0,7 0,22 0,0195 Logo, a covariância dos títulos x e y é – 0,0195/4 = – 0,004875, dado que 4 corresponde ao número de situações do retorno. |
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Como o resultado da covariância é negativo (– 0,004875), isto quer dizer que há uma relação inversa entre os retornos dos títulos x e y. Se o resultado da covariância fosse positivo, poder-se-ia dizer que havia uma relação direta entre os retornos dos títulos x e y. E, se não houvesse relação entre eles, a covariância seria nula.
Exemplo: Suponhamos que os desvios-padrão dos títulos x e y sejam respectivamente, 0,2586 e 0,1150, então, a correlação entre os títulos x e y será: Corr (x, y) = – 0,004875/(0,2586x0,1150) = – 0,1639 Neste caso, a correlação é negativa, ou seja, os títulos x e y são correlacionados negativamente. Quando o retorno de x aumenta, o retorno de y cai. Quando o retorno de x cai, o retorno de y aumenta. Se a correlação fosse positiva, os títulos x e y seriam correlacionados positivamente; e se fosse igual a zero, não seriam correlacionados.
A correlação entre mercados de países diferentes tem dois lados. O mercado financeiro e de capitais brasileiros é ajudado quando os mercados financeiros mundiais estão otimistas, atraindo fluxos de capitais estrangeiros. Por outro lado, é atrapalhado quando saem os fluxos de capitais estrangeiros por razões de desconfiança dos resultados financeiros dos mercados emergentes. A correlação existente entre os mercados é bastante variável. O conceito de correlação pode ser observado entre empresas de um mesmo setor, por setores entre si e até entre determinadas ações e índices, setores ou ações de outros países. Tudo depende do momento e do interesse, das expectativas e dos receios dos agentes. |
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Tela 33 |
| 4
- Beta (β)
Podemos conceituar beta (β) como: • uma medida
de correlação entre uma ação ou um portfólio
e o mercado como um todo é o beta (β); Assim, β = Cov (x, y) / σ(Ry) é uma relação entre a covariância entre os retornos dos títulos x e y e a variância do título y. Uma propriedade útil é a de que o beta médio de todos os títulos, quando ponderado pela proporção do valor de mercado de cada título em relação ao da carteira de mercado, é igual a 1. Ou seja: ∑ Xi.βi = 1, com i variando de 1 a n, sendo que Xi é a proporção entre o valor de mercado do título i e o do mercado em sua totalidade. O beta β de um título é chamado de índice de risco sistemático, ou seja, o risco sistemático do título expresso em unidades do risco de mercado.
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| 5
- Classificação do beta β:
O beta β pode ser classificado como:
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| 6
- Modelo de Precificação de Ativos ou CAPM (Capital Asset
Pricing Model)
O beta de um título é a medida apropriada de risco numa carteira ampla e diversificada. Como muitos investidores possuem carteiras diversificadas, o retorno esperado de um título deve estar diretamente associado a seu beta. Os economistas John Lintner e William F. Sharpe propuseram o modelo de precificação de ativos, conhecido também como CAPM (Capital Asset Pricing Model). O modelo de precificação de ativos ou CAPM mostrou a relação entre risco-retorno de uma carteira, ou seja:
Isto quer dizer que o retorno esperado de um título é igual à soma da taxa livre de risco com o beta do título e multiplicado pela diferença entre o retorno esperado do mercado e a taxa livre de risco.
Se o beta for igual a zero, o retorno esperado do título é igual à taxa livre de risco. E, se o beta for igual a 1, o retorno esperado do título é igual ao retorno esperado do mercado. Isso faz sentido, pois o beta da carteira de mercado é igual a 1. E quando o beta é igual a 1 a sua reta é, freqüentemente, chamada de linha de mercado de títulos (SML- security market line). O CAPM relaciona um ativo com a carteira a que pertence através da linha de mercado de títulos, conforme a figura a seguir.
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| 7
- Curva do Mercado de Capitais – CMC - ou Capital Market Line –
CML
• Risco, Retorno e Liquidez das Operações Financeiras Quando se examina vários tipos de títulos do mercado financeiro ou do mercado de capitais, ou até mesmo operações que envolvam aspectos financeiros, encontram-se diferentes taxas de retorno, de acordo com o risco envolvido. Por exemplo, uma aplicação financeira em títulos públicos federais dará uma expectativa de retorno menor que uma aplicação em Certificado de Depósito a Prazo ou CDB, mas maior do que a aplicação em depósitos de poupança. A explicação reside na liquidez, ou seja, na capacidade de transformar qualquer ativo financeiro que tem rendimento em moeda no sentido estrito (moeda manual ou moeda bancária). Assim, de acordo com a liquidez, os ativos financeiros apresentam retornos diferenciados. Uma regra em finanças é a seguinte: quanto maior a liquidez, menor a rentabilidade; quanto menor a liquidez, maior a rentabilidade. Isso sem argumentarmos prazo, segurança e risco, que também são características inerentes à rentabilidade dos ativos financeiros. O risco sistemático a que está sujeito um título público federal leva-nos a considerá-lo o título de menor risco do mercado financeiro. É conhecido como o benchmarking do mercado, pois tem boa liquidez com risco zero, dado que é o próprio governo federal que o garante.
Já os depósitos a prazo e os depósitos de poupança também estão sujeitos ao risco sistemático, mas envolvem questões de risco próprio do banco que o emitiu, o que é suficiente para dar ao investidor uma taxa de retorno superior a dos títulos públicos federais, não obstante, no Brasil, até R$ 20 mil esses depósitos estão garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito, que é conhecido como o seguro depósito de alguns ativos financeiros. |
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Curva do Mercado de Capitais – CMC
Uma curva do mercado de capitais pode ser construída partindo da combinação entre retorno e risco dos títulos públicos e privados e de ações. Partiríamos da rentabilidade dos títulos públicos federais com base na taxa Selic, os quais teriam o risco mais baixo entre todos. Posteriormente, teríamos os fundos de investimento que têm maior rentabilidade, mas têm também maior risco. E assim, sucessivamente, incluindo aplicações em ouro, dólar, debêntures e ações. Essas curvas variam de país para país, pois depende da cultura dos mercados financeiros e de capitais. Com isso, construiríamos uma curva de equilíbrio com todos os pares retorno-risco dos principais ativos financeiros, chamada de Curva do Mercado de Capitais – CMC, a qual espelharia tanto mais a realidade quanto mais eficiente fosse o mercado.
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Eficiência do Mercado Financeiro
Segundo estudiosos, o mercado de capitais deve ser eficiente em três níveis, em todos os mercados financeiros globalizados:
Em síntese, um mercado eficiente existirá somente quando:
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Tela 39 |
| Resumo
Um aplicador financeiro que possui apenas um título deve usar o retorno esperado como medida da rentabilidade desse título. O desvio-padrão ou a variância são as medidas adequadas do risco do título. Já o aplicador financeiro que possui uma carteira diversificada preocupa-se com a “contribuição” de cada título ao retorno esperado e ao risco da carteira. O retorno esperado de um título é a medida correta da contribuição desse título ao retorno esperado da carteira. Entretanto, nem a variância, nem o desvio-padrão do retorno desse título são medidas apropriadas da contribuição do título ao risco de uma carteira. A contribuição de um título ao risco de uma carteira tem como medida mais correta um indicador denominado beta – que é o nome dado ao coeficiente que mede a sensibilidade das taxas de retorno de um portfólio ou de um título, em relação aos movimentos do mercado. A variância de uma carteira depende das variâncias dos retornos dos títulos individuais e da covariância entre os retornos dos dois títulos. A variância de um título mede a variabilidade dos retornos deste; a covariância mede a associação entre os retornos dos dois títulos. Dadas as variâncias dos retornos dos títulos, uma relação ou covariância positiva entre os retornos dos dois títulos aumenta a variância de toda a carteira. Uma relação ou covariância negativa entre os retornos dos dois títulos reduz a variância da carteira. Além de se calcular a variância e o desvio-padrão para a variabilidade de ações individuais, é necessário medir a relação entre a taxa de retorno de uma ação e a taxa de retorno de outra ação. Com isso, é preciso uma medida estatística de associação entre duas variáveis, como é o caso da covariância e a correlação, pois os retornos de títulos individuais estão relacionados uns aos outros. A covariância é uma estatística que mede a associação entre os retornos de dois títulos. Alternativamente, essa associação pode ser expressa em termos de correlação entre os dois títulos. A covariância e a correlação são elementos fundamentais para o entendimento do coeficiente beta, e medem a intensidade com a qual duas variáveis estão associadas. O Modelo de Precificação de Ativos ou CAPM (Capital Asset Pricing Model) diz que o retorno esperado de um título está linearmente relacionado positivamente a seu beta. Curva do Mercado de Capitais – CMC ou Capital Market Line – CML, ilustra como são distribuídos os ativos financeiros de acordo com a sua liquidez nos mercados financeiros e de capitais. O mercado de capitais deve ser eficiente em três níveis, em todos os mercados financeiros globalizados: informacional, alocacional e operacional. Um mercado eficiente existirá somente quando:
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| Unidade 1 | Módulo 4 | Tela 40 |
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| 1
- Fórmula de Fischer
No mundo dos negócios as decisões que são tomadas estão revestidas pela incerteza (somente vai depender do maior ou menor grau) – e, com isso, passamos o dia-a-dia a gerir ou administrar o risco. Em alguns momentos, nos colocamos passivamente diante do risco, em outros, não. Na verdade, a postura de qualquer gestor é a de eliminar, o quanto possível, os efeitos do risco. As formas mais comuns de se minimizar os riscos em finanças são: as garantias, as defesas ou hedgers. O risco em geral é indesejável, seja qual for a situação, principalmente, na administração dos passivos e ativos financeiros. Todos queremos assumir riscos se estiverem associados a certo prêmio. Isto quer dizer que, em circunstâncias normais, quanto maior o risco associado a um negócio maior deverá ser o retorno esperado dele para compensar o risco assumido. Em geral, o nível de risco associado a um evento varia de acordo com as informações disponíveis a seu respeito e com a forma de utilização dessas informações por parte dos agentes econômicos. Um dos principais tipos de risco a que estamos expostos em finanças é a inflação. O efeito da inflação sobre as taxas de juros é captado pela fórmula de Fischer:
Onde:
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Tela 41 |
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| 2
- Generalização da fórmula de Fischer
O objetivo da fórmula de Fischer é obter a taxa de juros nominal i que assegure que a taxa de juros real r tenha uma rentabilidade positiva, seja para aplicação financeira, seja para operações de crédito. E essa rentabilidade deve ser obtida pelo controle das variáveis de risco. Assim, a taxa de juros nominal i deve captar os efeitos dos vários tipos de riscos a que o capital está sujeito, deve corrigi-lo e, em seguida, remunerá-lo à taxa real de juros r. Objetivando a obtenção da fórmula de Fischer generalizada, deve-se considerar um capital C sujeito a um conjunto de riscos, independentes, cujas taxas serão indicadas por θ1, θ2, θ3, ...,θk, em que representam os riscos do tipo 1, do tipo 2, do tipo 3 ..., do tipo k, respectivamente. Se admitirmos que todas as taxas de juros envolvidas são expressas em uma mesma unidade de tempo; e se considerarmos que a operação de aplicação do capital C por uma unidade de tempo, tem-se: 1) que o capital C deverá ser corrigido perante o risco θ1. Logo, C(1+ θ1) representa o valor aplicado, captando o efeito do risco θ1, indicado por C. 2) que o
capital C1 , considerado a partir de t+0 para captar o risco θ1,
deverá ser corrigido perante o risco θ2. 3) que este processo continua de forma a se obter a correção do capital C, captando todos os efeitos dos riscos representados pelas taxas de riscos. 4) que a partir do valor do capital livre de riscos Ck, pode-se remunerá-lo à taxa real de juros rk. Logo, o valor futuro ou de resgate F será dado por F = Ck(1+r), ou
5) que se pode partir do capital inicial C e aplicá-lo por uma unidade de tempo, de forma a obter o mesmo valor futuro F. A taxa de juros nominal i, que realizará esta operação, capta os efeitos dos riscos θ1, θ2, ..., θk e da taxa real de juros r. 6) que, se igualarmos as fórmulas obtidas em 4) e 5), tem-se:
Observações: Se existe como único risco a inflação, então essa fórmula seria igual à original de Fischer, ou seja: (1+i) = (1+θ)(1+r), dado que θ1= θinfl e θ2=θ3= ...=θk = 0 Embora tenhamos obtido uma fórmula que nos possibilita captar os efeitos dos riscos sobre uma operação, deve-se chamar a atenção para o fato de que as taxas de risco θ1, θ2, θ3, ...,θk são variáveis aleatórias que representam previsões dos riscos em análise, o que implica o risco próprio da aleatoriedade, representados pelos desvios. Exemplo. É importante destacar a questão dos riscos de representação dos valores intrínsecos relativos aos tipos de riscos, no caso perdas por atraso e por inadimplência. Isto quer dizer que, os valores de θ2 e θ3, podem não ser representativos do que ocorre em uma conjuntura de inflação com θ1 = 14% ao mês. |
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Tela 42 |
| 3
- Retorno esperado de um portfólio
A teoria do portfólio trata essencialmente da composição de uma carteira ótima de ativos, tendo por objetivo principal maximizar a utilidade (grau de satisfação) do investidor em relação ao risco/retorno. O retorno esperado de uma carteira composta por mais de um ativo é definido pela média ponderada do retorno de cada ativo em relação a sua participação no total da carteira. Imaginemos, por exemplo, uma carteira que seja composta de duas ações Good (X) e Bad (Y). O retorno esperado da ação Good é de 20% e da ação Bad é de 40%. Suponha, ainda, que 40% da carteira estejam aplicados na ação X, sendo os 60% restantes representados pela ação Y. Logo, o retorno esperado ponderado da carteira pode ser obtido pela seguinte equação:
Após serem feitas as substituições, temos: E(Rp) = R’p = (0,4 x 0,2) + [(1- 0,4) x 0,4] E(Rp) = R’p = 0,08 + 0,24 E(Rp) = 0,32 ou 32%. Se toda a carteira estivesse representada pela ação X, o retorno esperado atingiria 20%, subindo para 40% se todo o capital fosse aplicado na ação Y. Por apresentar um investimento equivalente a 40% em X e 60% em Y, o retorno esperado ponderado da carteira atinge 32%.
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Tela 43 |
| Generalização
Para uma carteira constituída por n ativo, o retorno esperado é obtido pela seguinte expressão de cálculo:
Em que: Wj
representa a proporção do capital total investido no ativo
j; Exemplo: Vamos admitir os seguintes retornos dos ativos A e B para os cenários considerados.
E(Ra) = (28%
x 30%) + (14% x 40%) + (-4% x 30%) Supondo que cada ativo receba 50% do investimento, tem-se o seguinte retorno esperado da carteira: E(Rp) = (12,8% x 50%)
+ (9,3% x 50%) O desvio-padrão dos retornos dos ativos atinge: σRA
= [(28,0% - 12,8%)2 x 30% + (14% - 12,8%)2 x 40%
+ (-4% - 12,8%)2 x 30%]1/2
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Tela 44 |
Para o mesmo valor investido nos dois ativos o risco da carteira calculado pela média ponderada dos desvios-padrão atinge:
A determinação do risco pela ponderação dos desvios-padrão de cada ativo não é correta, pois não leva em consideração como os retornos se relacionam (covariam) entre si. Ao se apurar o risco do portfólio a partir da ponderação dos retornos de cada ativo, o risco do portfólio diminui para 6,59%, pois essa metodologia incorpora em seus resultados a co-variância dos ativos, ou seja: Estado
de natureza σp
= [(18,0% – 11,05%)2 x 30% + (13,0% – 11,05%)2 x 40% + (1,5%
– 11,05%)2 x 30%]1/2
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Tela 45 |
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| 4
- Risco na estrutura de uma carteira de ativos
O risco envolve o estudo de decisões de uma carteira composta preferencialmente de um só ativo. Entretanto, é importante para o estudo do mercado financeiro que se analise o risco de uma carteira composta por mais de um ativo. A orientação formulada que se assume nessas decisões financeiras é selecionar alternativas que levem à melhor diversificação e, conseqüentemente, redução do risco dos investimentos e produza, ao mesmo tempo, um retorno admitido como aceitável no âmbito dos investidores de mercado. O risco é eliminado na hipótese de se implementar, por exemplo, duas alternativas de investimentos que possuam correlações perfeitamente opostas e extremas, ou seja, que apresentem coeficientes de correlação iguais a – 1 e +1, respectivamente. A existência de aplicações negativamente correlacionadas indica a existência de carteiras com investimentos que produzem retornos inversamente proporcionais, isto é, quando o retorno de um deles diminuir, o retorno do outro ativo se elevará na mesma intensidade, anulando os reflexos negativos produzidos. Nesse comportamento, ocorre uma eliminação total do risco da carteira, sendo os resultados desfavoráveis verificados em alguns ativos perfeitamente compensados pelo desempenho positivo de outros.
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Tela 46 |
| A opção
por aplicações financeiras em ativos positiva
e perfeitamente correlacionados, define um maior risco
dos ativos da empresa por convergirem seus resultados para uma única
decisão. Não se verifica uma compensação do
risco assumido pelos ativos como o demonstrado no contexto de uma carteira
negativamente correlacionada, podendo a correlação positiva
perfeita gerar altos lucros e também elevados prejuízos.
Na prática, no entanto, é extremamente difícil a existência de aplicações financeiras com perfeitas correlações positivas ou negativas. O risco de uma carteira de ativos raramente é anulado pela presença de ativos perfeita e opostamente relacionados, devendo a unidade decisória preocupar-se, nessas condições efetivas, em minimizar seu valor, mediante a seleção de ativos cujos retornos apresentam correlações mais divergentes possíveis. Em resumo, o objetivo básico do estudo de carteiras de ativos, de acordo com a moderna teoria formulada do portfólio, é selecionar a carteira definida como ótima com base no seguinte critério de investimento:
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Tela 47 |
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| 5
- Diversificação e os tipos de risco
O risco de um ativo qualquer pode ser mensurado pela variabilidade dos retornos projetados sobre o retorno esperado, ou seja, pelo grau de dispersão dos retornos em relação à média. Vale lembrar que a medida estatística usualmente adotada para quantificar o risco de um ativo é o desvio-padrão. Por meio do conceito da diversificação, é possível esperar que ativos com risco possam ser combinados no contexto de uma carteira (porftólio) de forma que se apure um risco menor que aquele calculado para cada um de seus componentes. Desde que os retornos dos ativos não sejam perfeita e positivamente correlacionados entre si, há sempre uma redução do risco da carteira pela diversificação. No entanto, essa redução constatada em uma carteira diversificada ocorre até certo limite, sendo impraticável a eliminação total do risco da carteira. O que se consegue, em verdade, é a minimização do risco, e não sua eliminação completa. A diversificação procura combinar títulos que apresentam alguma relação entre si, de forma a promover a redução do risco da carteira. Ao repartir eficientemente as aplicações em ativos com co-variâncias inversas, consegue-se reduzir o risco total de uma carteira pela eliminação (ou redução) do risco diversificável (ou risco não sistemático), mantendo-se, contudo, o risco sistemático, que está relacionado com o comportamento do mercado em geral, comum a todos os ativos. Dessa forma, ao compor uma carteira de ativos, sua medida relevante passa a ser o risco sistemático, já que o outro componente pode ser eliminado pela diversificação. Conforme se amplia a diversificação da carteira por meio da inclusão de mais títulos, seu risco total decresce em função da eliminação do risco diversificável. A partir de certo número de títulos, o risco da carteira se mantém praticamente estável, correspondendo exclusivamente à sua parte não diversificável. O processo de diversificação do risco é uma medida estratégica indispensável de ser adotada em ambientes sob condições de incerteza. |
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Tela 48 |
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| 6
- Risco Total
O risco total de qualquer ativo é mensurado pela soma entre o risco sistemático e o risco não sistemático. A mensuração do risco de um investimento processa-se geralmente por meio do critério probabilístico, o qual consiste em atribuir probabilidades – subjetivas ou objetivas – aos diferentes estados de natureza esperados e, em conseqüência, aos possíveis resultados do investimento. Dessa maneira, é delineada uma distribuição de probabilidades dos resultados esperados e mensuradas suas principais medidas de dispersão e avaliação do risco. Nesse ambiente, o risco pode ser interpretado pelos desvios previsíveis dos fluxos futuros de caixa resultantes de uma decisão de investimento, encontrando-se associado a fatos considerados como de natureza incerta. A principal medida estatística do risco é a variabilidade dos resultados esperados de caixa em relação à média. O retorno esperado está vinculado aos fluxos incertos de caixa do investimento. |
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Tela 49 |
7
- Aplicações financeiras e o risco de dispersão
A mais elevada medida de dispersão (variância e desvio-padrão) de um ativo revela seu maior grau de risco em relação ao outro ativo. Ou seja, a variabilidade maior da média (retorno esperado) de um título em relação aos possíveis resultados evidencia alta expectativa de risco desse ativo.
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Tela 50 |
| Resumo
Um dos principais tipos de risco a que estamos expostos em finanças é a inflação. O efeito da inflação sobre as taxas de juros é captado pela fórmula de Fischer. A teoria do portfólio é apresentada essencialmente pela composição de uma carteira ótima de ativos, tendo por objetivo principal maximizar a utilidade (grau de satisfação) do investidor em relação risco/retorno. O retorno esperado de uma carteira composta por mais de um ativo é definido pela média ponderada do retorno de cada ativo em relação a sua participação no total da carteira. Para o cálculo do risco de um portfólio, é necessário levar em consideração não apenas a participação e o risco de cada ativo individualmente, mas também como os ativos se correlacionam. O risco envolve o estudo de decisões de uma carteira composta preferencialmente de um só ativo. Entretanto, é importante salientar que, para o estudo do mercado financeiro, deve-se analisar o risco de uma carteira composta por mais de um ativo.
O risco de uma carteira de ativos raramente é anulado pela presença de ativos perfeita e opostamente relacionados, devendo a unidade decisória preocupar-se, nessas condições efetivas, em minimizar seu valor, mediante a seleção de ativos cujos retornos apresentam correlações mais divergentes possíveis. O risco sistemático não pode ser eliminado (ou reduzido) mediante a diversificação, estando sempre presente na estrutura do portfólio. Ao repartir eficientemente as aplicações em ativos com co-variâncias inversas, consegue-se reduzir o risco total de uma carteira pela eliminação (ou redução) do risco diversificável, mantendo-se, contudo, o risco sistemático comum a todos os ativos. O processo de diversificação do risco é uma medida estratégica indispensável de ser adotada em ambientes sob condições de incerteza. O risco diversificável é aquele que pode ser total ou parcialmente diluído pela diversificação da carteira. Está relacionado mais diretamente com as características básicas do título e do mercado de negociação. O risco total de qualquer ativo é mensurado pela soma entre o risco sistemático e o risco não sistemático. As aplicações que têm risco alto apresentam maior dispersão dos valores em torno do retorno esperado. A mais elevada medida de dispersão (variância e desvio-padrão) de um ativo revela seu maior grau de risco em relação ao outro ativo. Ou seja, a variabilidade maior da média (retorno esperado) de um título em relação aos possíveis resultados evidencia alta expectativa de risco desse ativo. |
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