| Unidade 1 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1 - Breve Histórico O Brasil viveu, antes da década de 1990, um período de altas taxas de inflação. As empresas Brasileiras conviviam com taxas de até dois dígitos percentuais ao mês. Esta situação, única no planeta, propiciou a criação de um artifício, chamado correção monetária, que camuflava o problema da inflação e minimizava seus danos. A década de 1980 também foi marcada pelo fim da ditadura militar e por uma série de planos econômicos que tentaram resolver o problema da inflação no País. O primeiro foi o Plano Cruzado, surgido em 1986, no governo do presidente José Sarney. O Plano tinha como objetivo combater a inflação e aumentar o poder aquisitivo da população. Então, a partir do dia 28 de Fevereiro de 1986, mil cruzeiros passaram a valer um cruzado. Em 1989 mais um plano miraculoso foi implantado, na segunda reforma monetária do presidente José Sarney. A nova moeda, o Cruzado Novo, substituía o Cruzado, sendo que um Cruzado Novo valia 1000 Cruzados. Durou apenas 14 meses. Nesta época as empresas obtinham lucros e rentabilidades muito elevadas sem risco algum, pois viviam da “ciranda financeira”, ou seja, ninguém alocava recursos em produção, pois o retorno não compensava o risco, inexistente em aplicações da época como o overnight. |
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Tela 2 |
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Vemos na figura 1 a rentabilidade média das empresas brasileiras durante 26 anos, no período compreendido entre 1978 e 1989 foi de 10,8%, uma taxa elevada até para os padrões atuais. A cultura especulativa por parte das empresas permaneceu até 1989, quando ocorreu a primeira eleição presidencial após a ditadura. Seu governo retornou o Cruzeiro como padrão monetário em substituição ao "Cruzado Novo", como parte do Plano Collor.
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Com a abertura de mercado e a redução de liquidez financeira, proporcionadas pelo “Plano Collor”, muitas empresas quebraram, principalmente as de menor porte, e muitas outras necessitaram reestruturar-se para conseguir competir com as empresas estrangeiras que começavam a se instalar no país. Muitas metodologias e técnicas administrativas, relacionadas à gestão, começaram a ser difundidas e utilizadas, tais como:
Apesar das danosas consequências provocadas às empresas nacionais, a ruptura no modelo econômico amadureceu o segmento empresarial brasileiro e pavimentou as bases fundamentais dos atuais modelos de gestão. |
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Tela 4 |
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Finalmente,
a partir de Junho de 1993, com a implantação do Plano Real
o Brasil conseguiu o tão almejado arrefecimento da taxa de inflação
e entrou na rota de estabilidade, crescimento econômico e investimentos
nacionais e internacionais. O neoliberalismo
e a globalização
ganharam força, impulsionada por diversos fatores como a evolução
tecnológica, o acirramento comercial, a formação
de blocos econômicos e a elevada liquidez do mercado financeiro. Em conjunto com China, Índia, Coreia do Sul, Rússia e África do Sul, o Brasil é apontado por analistas como um dos principais e mais valorizados países emergentes do mundo, tornando-o rota para investimentos internacionais.
Vamos a seguir recordar alguns conceitos básicos que vão da Economia à Contabilidade, passando pela Matemática Financeira e conceitos de Empresa como sistema aberto. O estudo destes conceitos tem por finalidade oferecer o arcabouço necessário para se fazer uma boa análise de investimento. |
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2 - Ambiente Empresarial O que são análises de investimentos, para que servem, como são elaboradas e quais técnicas são utilizadas, que ambiente as análises se processam? O foco são as empresas, sejam elas: micro-empresa, pequena, grande ou até mesmo empresa sem fins lucrativos. Invariavelmente todas têm, ou pelos menos deveriam ter, objetivos semelhantes. A sua continuidade, a preservação de sua existência é o objetivo natural de qualquer empresa, normalmente traduzida num objetivo determinado como a missão. Portanto, assim como nós temos necessidade de decidir mensalmente como investir ou alocar nosso salário para que possamos garantir nossa sobrevivência, as empresas também têm tal necessidade. Obviamente que com algumas diferenças quanto à periodicidade, fonte dos recursos, volume a ser alocado e o retorno mínimo exigido. |
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Empresa como Sistema Aberto: A empresa pode ser definida como um grupamento humano hierarquizado o qual põe em ação os meios intelectuais, físicos e financeiros para extrair, transformar, transportar e distribuir riquezas ou produzir serviços conforme objetivos definidos por uma direção, individual ou de colegiado, fazendo intervir em diversos graus, motivação de benefícios e de utilidade social. Em outras palavras as empresas são formadas por pessoas, agrupadas conforme seu modelo de gestão, exercendo uma atividade econômica que consuma recursos escassos, com a finalidade de gerar riquezas para que possam manter sua continuidade. Esses recursos escassos, ou como também são conhecidos: recursos econômicos, são divididos em: financeiros, humanos, tecnológicos e materiais transformados e naturais. Uma das finalidades da análise de investimentos é auxiliar previamente as decisões relativas à melhor forma de alocar estes recursos para que se consiga otimizar a produção de riqueza da empresa. Como veremos mais adiante, a preservação do melhor resultado, por meio da transformação dos recursos, deve ser suficiente para remunerar seus financiadores, sejam próprios (acionistas) ou terceiros (bancos), e gerar valor aos seus clientes. Dessa forma, cria-se um círculo virtuoso que retroalimenta suas atividades. Esquematicamente, podemos sintetizar o conceito de empresa, seu objetivo e suas relações conforme demonstra a Figura nº. 02 – Dinâmica Empresarial.
O estudo da empresa não se atém apenas ao ambiente interno e suas relações de produção, alocação de recursos e gestão do negócio. Assim como o ser humano, ela mantém intercâmbio com seu meio, direta e indiretamente. E o fato de uma empresa ser um sistema aberto significa não apenas que ela se empenha em intercâmbios com o meio, mas também que esses intercâmbios são fatores essenciais que lhe sustentam a viabilidade, a capacidade adaptativa e sua continuidade.
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Para conseguir obter a eficácia no processamento dos recursos e obtenção de riquezas, o sistema empresa se vale de subsistemas. Catelli & Guerreiro os divide em seis, conforme abaixo:
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A eficácia com que é feito este intercâmbio interno, entre seus subsistemas, e externo, entre a empresa e seus stakeholders gera a garantia de continuidade, agrega valor à instituição e provoca sinergia, que é de extrema importância para o cumprimento de sua missão. |
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3 - Modelo de Gestão Existem várias definições para gestão, contudo todas têm as mesmas bases.
Catelli afirma, com muita propriedade, que modelo de gestão é um conjunto de princípios, estabelecidos pela alta administração, de como a empresa deve ser gerida. Ela torna-se fundamental para que a empresa consiga eficiência de suas funções e por consequência a eficácia nos resultados (2006). Então, se analisarmos e concatenarmos os conceitos de Empresa e modelo de gestão, até aqui estudados, veremos que a empresa existe para se apropriar de recursos e gerar riquezas. Para tanto, vale-se de um modelo de gestão no intuito de desenvolver essas atividades da maneira mais eficaz possível. Ou seja, o modelo de gestão é a forma com que a empresa atinge seus objetivos e garante sua continuidade.
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Para melhor entendimento do que seja o modelo de gestão, de como ele é formado e sua importância para a Empresa, vamos tomar o interessante conceito de Nakagawa – 1993. É uma representação abstrata, por meio de ideias, valores e crenças, expressas ou não por meio de normas e regras que orientam o processo administrativo da empresa. Você não vê ou toca o modelo de gestão. No entanto, ele permeia toda a instituição por meio dos valores e crenças dos seus gestores e da forma com que as ações são tomadas. Dessa forma, é fato que um modelo de gestão deve ser influenciado pelo subsistema institucional, mas também deve ser composto por processos e metodologias que auxiliam os gestores no processo administrativo e que, em conjunto, formem um fluxo de ações. Normalmente um modelo de gestão possui quatro grandes etapas consecutivas, complementares e dependentes, também conhecidos como PDCA.
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As análises de investimento normalmente são realizadas na etapa de planejamento da empresa. Dependendo do seu modelo e das suas árvores de decisão, pode localizar-se numa fase mais estratégica (Planejamento Estratégico) ou numa fase mais tática (Planejamento Tático/Operacional). O fato é que as análises de investimento são feitas previamente para que possam servir à tomada de decisão antecipada, constar dos Planos Estratégicos e de Investimentos da empresa, e, dessa forma, serem executados, controlados e devidamente avaliados. Portanto, o cenário econômico nacional, o ambiente empresarial e seu modelo de gestão são fatores determinantes para que as análises de investimentos sejam ou não realizadas e, quando realizadas, sejam feitas de forma coerente e tenham relevância no processo de planejamento. Exemplo da microempresa “Papa Capim Crepes” – 1ª Parte. |
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É importante que toda empresa, independente do seu porte, e até mesmo pessoas físicas, mantenham um processo de monitoramento do ambiente e um modelo que os assessore na decisão. O planejamento estratégico é a solução para tal situação. Ele é vital para a preservação e continuidade dos negócios e auxilia nas decisões, sejam elas corporativas ou pessoais. Vamos supor que você more em Brasília e tome a decisão de fazer uma viagem de carro para Salvador a fim de conhecer o carnaval mais famoso do País. Bem, se você já tomou a decisão e não se importa com as condições para atingir seu objetivo então possui grande probabilidade de chegar ao seu destino sem recursos financeiros para curtir a festa. Contudo, se antes de tomar a decisão você fizer um planejamento no qual mapeie todas as oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos relativos à viagem, poderá tomar decisões antecipadamente e aumentar suas chances de ser bem sucedido ao longo da viagem. Dessa forma,
o caso da Papa Capim será acompanhado por vocês ao longo
de todo o curso. Vamos verificar erros e acertos cometidos na gestão
e ao final do curso estaremos prontos para prestar consultoria em análise
de investimento para a proprietária, Sra. Andréa Abrantes. |
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Tela 13 |
Resumo Apesar da relativa estabilidade vivenciada nos últimos 12 anos, o cenário econômico nem sempre foi assim. As décadas de 1980 e 1990 foram marcadas por crises inflacionárias que inibiam os investimentos em meios de produção. Além disso, possuíamos um mercado fechado para concorrência mundial que acabou atrofiando as empresas nacionais. Com a abertura de mercado e a almejada estabilidade econômica, o país deu um importante passo em direção a criação das condições ideais de crescimento e investimentos. O ambiente empresarial se profissionalizou. A concorrência internacional ocasionou a quebra de muitas empresas nacionais. As empresas tiveram que mudar e reaprender a serem produtivas. Para tanto, alteraram suas estruturas de custos e intensificaram a utilização de metodologias para auxiliar a gestão, entre elas a análise de investimento. Foram implantados
modelos de gestão, nos quais o planejamento estratégico
se tornou peça fundamental. As empresas amadureceram e começaram
a alocar recursos de forma eficiente, no intuito de gerar riquezas suficientes
para sua sobrevivência entre os novos players e continuidade num
mercado competitivo. |
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| Unidade 1 | Módulo 2 | Tela 14 |
| 1 - Introdução As transformações econômicas, tecnológicas e sociais que ocorrem no mundo moderno exigem, das organizações, níveis crescentes de competência para administrar o processo de mudança, inovar e incorporar inovações tecnológicas. Isso torna as organizações competitivas, condição para manterem-se no mercado. A necessidade de alcançar e manter a competitividade tem levado as empresas, cada vez mais, a utilizarem os conceitos e as técnicas de planejamento. A especificação do Planejamento Estratégico é definida como um caminho apropriado para as organizações conquistarem administração mais eficiente.
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Tela 15 |
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- Conceitos e dimensões de planejamento
Planejamento é o processo de estabelecimento de um cenário desejado e um delineamento dos meios efetivos de torná-lo realidade. É ainda um processo contínuo que a empresa executa independentemente da vontade do administrador. Por isso o planejamento é a fase que antecede a decisão e a ação.
De acordo com Peter Drucker, é mais fácil conceituar planejamento pelo que ele não é, do que pelo que ele é:
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| Entendido
como processo, o planejamento pode ser visualizado como um conjunto de etapas
que compreende: (1) avaliação do contexto; (2) definição de objetivos; (3) definição dos meios de execução; (4) definição dos meios de controle; (5) implementação; (6) acompanhamento; (7) avaliação. Dimensões do planejamento – Steiner (1969:12) estabelece cinco dimensões do planejamento, não excludentes entre si e nem claramente separadas:
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Tela 17 |
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- Princípios e partes do planejamento
Princípios gerais – 1) Princípio da contribuição aos objetivos; 2) Princípio da precedência; 3) Princípio da maior penetração e abrangência; e 4) Princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade.
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Princípios específicos - Há quatro princípios de planejamento que podem ser considerados específicos. 1) Participativo; 2) Coordenado; 3) Integrado e 4) Permanente (Ackoff, 1974).
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Partes do planejamento - apresentam cinco partes a serem consideradas em qualquer planejamento (Ackoff: 1974):
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- Enfoque sistêmico do planejamento
A empresa como sistema. O planejamento estratégico deve tratar a empresa em relação ao seu ambiente, de forma sistêmica. Por isso, é importante que o executivo e o planejador responsável conheçam alguns aspectos da Teoria de Sistemas. Um sistema é formado pelos seguintes componentes:
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De forma gráfica, a Teoria dos Sistemas pode ser representada conforme a figura abaixo.
Diante desses elementos, verifica-se que a organização é um sistema aberto que recebe energia na forma de insumos do meio ambiente (mercado de fatores), como mão de obra, conhecimentos, informações, materiais e equipamentos, recursos financeiros e demandas da clientela. Tais insumos são “transformados” pela organização que devolve ao meio ambiente (mercado de consumidores) novas tecnologias, produtos e serviços, conforme mostra o diagrama da página seguinte.
Ao se tratar as organizações como sistemas abertos, Von Bertalanffy (1972) diz que dois conceitos, o de equifinalidade e o de entropia negativa, facilitam o entendimento da empresa como sistema aberto e sua interação com o ambiente. |
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Os aspectos podem facilitar o entendimento de uma das características dos sistemas abertos. Ou seja, é a tendência à diferenciação, em que configurações globais são substituídas por funções mais especializadas, hierarquizadas e altamente diferenciadas (Katz & Kahn:1973). O
conceito de adaptação pode ser definido como a
resposta a qualquer mudança
(estímulo). Entretanto,
a empresa pode passar pela heterostase,
o que pode explicar a entropia negativa, os processos de crescimento,
a diversificação, dentre outros. Como são estabelecidos
novos níveis de equilíbrio, novos objetivos serão
definidos pela empresa. O conceito de informação é importante porque está ligado à redução de incerteza que se tem sobre o ambiente. No caso do planejamento estratégico, a informação ajudará a escolher o tipo de postura que a empresa terá com o ambiente. A relação de troca externa de um sistema aberto (a empresa) com o seu ambiente externo acontece por meio de matéria, energia e informação. O fluxo desses elementos, entre dois sistemas, é possibilitado pelos seus canais de comunicação (interação).
Considerando o controle exercido, Fleury (1974) indica quatro alternativas de adaptação: |
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Tela 23 |
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5 - Obstáculos do planejamento
A velocidade das transformações econômicas e tecnológicas, por exemplo, mesmo enquanto exige das empresas uma “ação planejada”, cria dificuldades para a formulação de um planejamento adequado. O nível de interferência do governo na economia pode apresentar-se como fator dificultador para o planejamento, na medida em que obriga o administrador a mudar os seus planos em velocidade que pode ser maior do que a possibilidade de a organização modificar-se. Também há fatores econômicos conjunturais, como a inflação, o balanço de pagamentos, a recessão econômica que interferem no processo de planejamento. É importante mencionar o processo de envelhecimento ou de enrijecimento burocrático para o qual tendem as organizações que apresentam acomodação do seu pessoal de cúpula, a rotinização e a perda da capacidade de inovar. Por vezes, o planejamento pode ser uma situação paradoxal, pois é função que requer condições (técnicas, de informação, organização, pesquisa e pessoal técnico) nem sempre disponíveis na escala adequada. |
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Tela 25 |
Resumo O planejamento
traça uma situação empresarial futura almejada e
demarca os meios para concretizá-la. Por ser executado organizacionalmente,
independente dos desejos dos administrados. A fase do planejamento antecede
a decisão e a ação. |
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| Unidade 1 | Módulo 3 | Tela 26 |
| Diante da instabilidade dos contextos de mercados empresariais, os responsáveis por organizações já compreenderam que simplesmente planejar, a longo prazo, não leva a empresa ao estado desejado, nem gera diferencial competitivo. Na busca por essa vantagem competitiva e pela concretização de uma administração estratégica eficiente, efetiva e eficaz, é preciso que o planejamento estratégico de cada organização seja elaborado, implementado, avaliado e readequado, se necessário for. 1 - Os
níveis de planejamento e suas especificidades
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Tela 27 |
| 2 - Diferenciação entre os níveis estratégico e tático Como não há diferença marcante entre os dois níveis, distingui-los não é trabalho fácil; mas é necessário.
O planejamento de longo prazo tradicional trabalha com nítida estratégia programada no tempo, considerando os recursos e o fluxo de fundos, sempre havendo o consenso da alta administração da empresa. É elaborado por alguma unidade organizacional, sendo apenas ampliação do desempenho passado apresentado numericamente.
O planejamento estratégico possui duas dimensões operacionais:
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Tela 28 |
| 3 - Processo de elaboração do planejamento estratégico Para iniciar-se a construção do planejamento estratégico, é preciso pensar sobre o que a empresa pode fazer, em relação ao ambiente externo; o que a empresa é capaz de fazer, em relação à competição; o que deve fazer, consideradas as restrições sociais e éticas e o que a alta administração da empresa quer fazer, consideradas as expectativas pessoais e grupais.
Metodologia de elaboração - Não existe receita para todas as organizações elaborarem sua estratégia organizacional. A metodologia adequada às características da organização, que leve em conta sua cultura e seus valores, é um dos pontos-chave de sucesso do processo. Para Silveira, Jr. & Vivacqua (1996), as empresas têm três tipos de metodologia: 1) primeiro define-se “aonde a empresa quer chegar” e depois se estabelece “como ela está para chegar à situação desejada”; ou 2) primeiro define “como está” e depois estabelece “aonde quer chegar”; ou 3) define “aonde quer chegar” juntamente com o “como está para chegar lá”.
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| Etapas do processo de elaboração do planejamento estratégico: Etapa 1 – Realização do diagnóstico estratégico: a partir da definição da visão da empresa, faz-se a análise ambiental interna (avaliação de seus pontos fortes e fracos) e a análise ambiental externa à empresa (avaliação das ameaças e oportunidades). Etapa 2 – Definição da missão empresarial (composta também pela análise de cenários e opção de postura estratégica). Etapa
3 – Estabelecimento de objetivos, desafios e metas; escolha
do(s) tipo(s) de estratégia(s) a ser(em) adotada(s); (re)definição
de políticas e diretrizes; elaboração de projetos
e planos de ação; previsão orçamentária. |
Tela 30 |
| Princípios básicos a serem seguidos na elaboração do planejamento estratégico
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Tela 31 |
| Erros mais comuns no processo de planejamento estratégico. O planejamento
estratégico não está livre de problemas e erros.
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Tela 32 |
| O que a empresa espera de planejamento estratégico?
A empresa espera:
A finalidade
precípua do planejamento estratégico é oferecer um
“norte” à organização, no sentido de
garantir a sua sustentabilidade.
O planejamento estratégico deverá apresentar os seguintes produtos finais:
Quadro síntese do planejamento estratégico
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Tela 33 |
| Resumo
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| Unidade 1 | Módulo 4 | Tela 34 |
| 1 - Introdução A importância de a empresa realizar sua missão é fundamental. A organização deve ter em mente qual o motivo da própria existência. Mas sempre restam dúvidas:
Relembrando os principais aspectos do planejamento temos que, para Freitas Filho (1989), esse tipo de planejamento consiste em definir: •
o conjunto de diretrizes que orientam os rumos da organização
no futuro;
Além disso, define:
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Tela 35 |
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| 2 - Missão
Quando a alta administração da empresa concentra-se nesses aspectos (missão, negócio e atividades futuras), provoca a definição das áreas de atuação prioritárias em que devem ser aplicados os recursos disponíveis e o consenso de opinião de que os esforços e os recursos dirigidos aos alvos estabelecidos no horizonte da missão serão bem sucedidos. A definição da missão é importante porque procura descrever as habilidades essenciais e secundárias da empresa. A missão deve ser expressa de maneira sintética, clara e precisa para representar a imagem da organização, tanto para o seu ambiente externo como para o interno (EMBRAPA, 1996). A forma simples para se descrever a missão: Qual é o negócio da empresa? Essa é a questão básica para se descrever a missão em termos simples. O mais adequado é a empresa encarar sua missão quanto à necessidade. Por exemplo: Alguns sinônimos da missão geralmente utilizados pela literatura, como: finalidade, função, propósito e objetivo principal.
Para definição da missão organizacional é necessário responder às perguntas:
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Tela 36 |
| Cuidados a serem tomados no estabelecimento da missão:
Frases que representam missão de empresas (Oliveira, 2001:13):
A missão da empresa representa a razão de ser num horizonte temporal, onde a empresa decide atuar e entrar em cada um dos negócios que aparecem neste horizonte.
Unidades Estratégicas de Negócio - a análise ambiental deve ser feita por Unidades de Negócio devido às suas próprias particularidades. A organização cria as “unidades de negócio” ou “unidades estratégicas de negócio” para promover uma gestão mais flexível e rápida no atendimento do negócio corporativo. Essas unidades são encarregadas de atender a um determinado segmento do mercado, com produtos e serviços claramente definidos, para a qual a administração define objetivos e metas de uma forma semi-independente às demais unidades organizacionais. Funciona de forma semiautônoma. Unidades estratégicas de negócio podem ser consideradas na definição do negócio da organização em substituição às unidades funcionais ou podem conviver com elas. |
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Tela 37 |
| 3 - Cenários A elaboração dos cenários estratégicos é o auge de um processo participativo. Tal processo promove informações e visões mais ricas e incentiva uma maior aceitação dos cenários como algo fundamental para a elaboração do planejamento estratégico.
Os cenários podem ser analisados nas situações: 1) mais provável; 2) otimista e 3) pessimista. Tais análises estão relacionadas às técnicas diversas de desenvolvimento de cenários estratégicos (dedução, indução, lógica intuitiva, análise de impacto, Delphi). Oliveira (2001) indica que a elaboração de cenários pode ter: 1) Como fundamentação:
2) Como abordagem projetiva:
3) Como abordagem prospectiva:
Diante das aceleradas mudanças que ocorrem nos dias atuais, o executivo verificou que a abordagem projetiva era insuficiente para orientar a ação futura da empresa, optando pela abordagem prospectiva, que auxilia a criação de futuros desejáveis e viáveis, além de estruturar a ação a partir do presente. |
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Tela 38 |
| 4 - Posturas estratégicas da empresa A estratégia define a postura estratégica da organização. Essa postura se estabelece diante da opção consciente por um caminho voltado para o cumprimento da missão. Tem como objetivo fixar todas as políticas e estratégias, a partir da decisão por determinada missão. A postura estratégica pode ser:
Regra geral - a organização que adota uma postura estratégica de vanguarda:
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Tela 39 |
| 5 - Aspectos da vantagem competitiva O rumo mais adequado para a futura estratégia empresarial será aquele em que a empresa possa distinguir-se favoravelmente de suas concorrentes. Assim, para a empresa ser eficaz no mercado, ela deve ter significativa vantagem competitiva. A vantagem competitiva de uma empresa pode ser resultado do ambiente onde ela opera da situação geral da empresa, bem como da postura de atuação de sua alta administração.
A situação geral da empresa pode proporcionar vantagem competitiva quando, entre outros aspectos, apresentar:
A postura da alta administração pode facilitar uma situação de vantagem competitiva quando, entre outros aspectos:
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Tela 40 |
| 6 - Avaliação da postura estratégica Para avaliação de uma postura estratégica da empresa, o executivo deve considerar: a) os parâmetros para medir o desempenho da empresa, como:
b) pesos relativos que devem estabelecer para os vários parâmetros em função de:
Cada um desses aspectos poderá ser comparado com a atuação atual e passada da empresa, dos concorrentes, com objetivos e os desafios estabelecidos para a empresa. |
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Tela 41 |
| Resumo Após relembrar alguns dos principais aspectos do planejamento estratégico como sua conceituação de uma técnica administrativa para identificar as ameaças e oportunidades do ambiente externo e os pontos fortes e fracos do seu ambiente interno, tem-se como finalidade (re)definir seu negócio, sua missão, políticas, diretrizes e projetos estratégicos. Missão - é a razão de ser da empresa. Nesse ponto, procura-se determinar qual o negócio da empresa (em que tipos de atividades a empresa deverá concentrar-se no futuro). A definição da missão é importante porque procura descrever as habilidades essenciais e secundárias da empresa. Responder a questão – “Qual é o negócio da empresa?” É a forma de se descrever a missão em termos simples. Ao se definir a missão, é preciso cuidar para não haver apenas uma descrição do que a empresa faz porque este procedimento não promove mudanças. Também é preciso não limitar a missão, ligando-a diretamente aos produtos/serviços empresariais e defini-la de forma clara e equilibrada (nem longa nem extremamente resumida). Cenários - são composições muito subjetivas, porém consistentes, entre projeções variadas de tendências históricas e as postulações de eventos específicos. Os cenários podem ser analisados nas situações: 1) mais provável; 2) otimista; 3) pessimista. A elaboração dos cenários pode utilizar a abordagem projetiva ou prospectiva. Posturas estratégicas da empresa – a organização pode adotar a postura estratégica conservadora (continuar com um comportamento que vem dando certo) ou a postura estratégica de vanguarda ou inovadora (assume como necessário o processo de mudança). Avaliação da postura estratégica - para avaliar a postura estratégica, é preciso levar em conta os parâmetros de desempenho (taxa histórica e atual de vendas; participação no mercado; nível de rentabilidade; capacidade de sobrevivência da empresa; os pesos estabelecidos para os parâmetros como tamanho da empresa, taxa de crescimento atual e futura e rentabilidade/lucratividade). Vantagem competitiva - é a diferença favorável da empresa dentro de seu segmento de mercado em relação aos concorrentes. |
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| Unidade 1 | Módulo 5 | Tela 42 |
| 1 - Diagnóstico estratégico A primeira fase do planejamento estratégico é o diagnóstico, pelo qual se identifica a real situação da empresa quanto aos seus aspectos internos e externos. É fase crucial; qualquer posicionamento equivocado comprometerá o processo de planejamento estratégico.
A empresa, percebendo
que os futuros acontecimentos poderão ser não desejáveis,
precisa fazer alguma coisa e o ponto de partida é constituído
pela disponibilidade de diagnósticos, análises e projeções. Princípios básicos – Segundo Oliveira (2001), o diagnóstico estratégico (ou análise estratégica) apresenta os seguintes princípios básicos:
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Tela 43 |
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| 2 - Elementos do diagnóstico estratégico Alguns dos principais pontos do diagnóstico estratégico são: Estabelecimento da visão da empresa A visão precede qualquer planejamento estratégico. Ela deve resultar do consenso e do bom-senso de uma equipe de líderes e não da vontade de uma só pessoa. Porém, é preciso coerência entre o que a empresa se propõe fazer e o que efetivamente faz. Os líderes que possuem e oferecem visão clara, coerente e sustentada têm elevada base de poder para conduzir os destinos da empresa (Kanter, 1977:14).
Análise ambiental - Para se efetuar análise ambiental da empresa, é preciso considerar que a organização está inserida em um ecossistema organizacional. A análise do ecossistema proporciona visão do que é possível à organização realizar ou alterar em referência ao que é influenciável (ambiente externo) e o que é desejável (ambiente interno). |
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Tela 44 |
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| O primeiro passo para se fazer a análise ambiental é determinar o nível de abrangência almejado, selecionando as dimensões a serem trabalhadas. Seguindo-se as dimensões selecionadas, os componentes a ser considerados devem ser identificados. O processo de análise externa e interna do diagnóstico estratégico deve considerar os pontos fortes e fracos da organização - análise interna - e as oportunidades e as ameaças - análise externa. • Análise ambiental externa - A abrangência da análise ambiental externa relaciona-se ao tamanho da organização e do seu correspondente mercado. Por exemplo, para uma empresa transnacional como a General Motors, planejamento global corporativo deve considerar desde a dimensão internacional até o contexto específico de cada unidade produtiva, passando pelos respectivos ambientes nacionais. No nível
internacional, os componentes são as tendências
de mudanças econômicas, sociais, políticas e tecnológicas. |
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Tela 45 |
| Identificação e seleção dos atores do ambiente externo A análise ambiental externa deve complementar-se com a identificação dos atores, que se relacionam com as ameaças e oportunidades. A característica comum dos atores externos é a capacidade que têm (uns mais, outros menos) de influenciar significativamente o ambiente no qual atuam. Cada ator possui objetivo ou projeto que em dado momento pode ser o mesmo do outro, surgindo então uma oportunidade para alianças estratégicas ou, ao contrário, relação de conflito quando os interesses são divergentes. As empresas mantêm com os atores que participam de seu ambiente externo relações de aliança, conflito ou indiferença, tendo em vista os interesses de cada um. É importante ressaltar que tais relações não são continuamente estáveis, podendo mudar sempre que os interesses são contrariados. Em outras palavras, uma aliança num dado momento pode dar lugar a relação de conflito ou indiferença no momento seguinte.
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Tela 46 |
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Iniciando a análise externa - a análise externa estuda as oportunidades e as ameaças existentes na relação da empresa com o seu ambiente e a sua posição produto-mercado atual e futura (prospecção). As ameaças podem apresentar alguma forma de ação crítica. Por exemplo, a inflação é ameaça, mas não questão crítica, pois a empresa não pode fazer nada a esse respeito. Porém, o relacionamento da empresa com a concorrência pode ser ameaça e tornar-se questão crítica. Mas a empresa pode atuar sobre o relacionamento com os concorrentes.
Na análise externa, cabe ao executivo identificar os elementos importantes do ambiente empresarial e, em seguida, analisá-los quanto às oportunidades e ameaças. Esse ambiente é dinâmico e, nele, grande quantidade de forças atua constantemente. Forças com diferentes dimensões e naturezas, que vão em direções distintas e mudam a cada momento, visto cada uma delas interagir com as demais forças do ambiente. Existe grande interligação e influência entre os fatores ambientais externos (segmentação dos mercados atuais e potenciais; condução tecnológica; concorrência; sindicatos etc.) e internos (produtos novos e atuais; tecnologia; estrutura organizacional; logística da empresa etc.). Por isso, é preciso que sejam articulados entre si. É interessante fazer essa consolidação, depois de se fazerem as análises dos fatores, de forma isolada. Conforme a necessidade da empresa, cada estudo terá um nível de profundidade e detalhamento. Pode-se decidir pelo macro estudo do ambiente ou pela segmentação do ambiente e realizar estudos aprofundados sobre essas partes. Depois, fazem-se as interligações e uma análise geral. Apesar da incerteza do dia a dia do executivo, o fato de reconhecer os elementos ambientais relevantes já diminui a incerteza de uma empresa.
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Tela 47 |
De
acordo com Oliveira (2001:97), para se estabelecerem as oportunidades
e ameaças da empresa, o executivo deverá analisar uma série
de aspectos:
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Tela 48 |
Identificação e análise dos principais ramos de negócios do ambiente no qual a empresa se situa – Levam-se em conta o mercado interno e o externo, os fornecedores e os consumidores, além das peculiaridades de cada mercado. Devem ser principalmente considerados:
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Tela 49 |
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• Análise ambiental interna é necessária para que a organização identifique seus pontos fortes e fracos, estabelecendo estratégia fundamentada nos facilitadores (pontos fortes) e que forneça os dados para os elementos frágeis (pontos fracos). Além dos pontos fortes e fracos da empresa, devem considerar-se também os pontos neutros, pois o planejamento estratégico deve analisar todos os seus componentes. Essa análise evidencia as deficiências e qualidades da empresa, para serem comparadas às das outras empresas do setor de atuação (concorrentes diretas ou potenciais).
O ambiente interno de uma organização forma sistema sóciotécnico que se constitui pela capacidade da organização nas áreas humana, instrumental, física e financeira. A análise desse ambiente permite a reflexão sobre o desempenho passado e presente da organização, suas condições técnicas e funcionais para cumprir a missão e os objetivos propostos, bem como a distância em que se encontra, em relação às propostas de futuro. Os pontos de referência
para a análise ambiental interna são os resultados da análise
ambiental externa, que indica as oportunidades e ameaças externas,
bem como a situação das organizações concorrentes
e colaboradoras. |
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Tela 50 |
A identificação e a definição dos pontos fortes, fracos e neutros devem ser realizadas em relação:
As perguntas a serem respondidas para identificar os pontos fortes são:
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Para Oliveira (2001:103), o executivo, para definir os pontos fortes, fracos e neutros, deve examinar uma série de aspectos, dentre eles:
Funções a serem analisadas – Para facilitar a análise interna, são consideradas a função marketing, a função finanças, a função produção e a função recursos humanos: • Função marketing – Há aspectos a serem levados em conta, dentre eles: o sistema de distribuição; os produtos; a pesquisa de mercado (ponto importante para tomada de decisão); a força de venda; os novos produtos; a promoção e a propaganda; as políticas mercadológicas; a organização do departamento de marketing.
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• Função finanças – Na hipótese, podem-se analisar: os índices financeiros; o sistema de planejamento e controle financeiro; o sistema de registro e análise contábil. Na análise dos índices financeiros, os dados e informações são tirados dos balancetes e balanços e comparados na própria empresa (verificação de exercícios anteriores) e de outras empresas similares quanto ao tamanho, ramo de autuação etc. Os índices são classificados de acordo com os tipos de medidas aos quais se propõem:
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3 - Análise do sistema de planejamento e controle financeiro No sistema de planejamento e controle financeiro e do sistema de registro e análise contábil – são analisadas a função produção e a função recursos humanos. • Função produção – considera, dentre outros, os oito principais aspectos:
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Função recursos humanos – considera, entre outros, os seguintes aspectos:
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Aspectos organizacionais:
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Abrangência do processo – Devem ser examinados os seguintes tópicos:
1) Nível de controle – Deve-se verificar se o controle realizado pelo executivo da organização está no nível de controle da eficiência, da eficácia e da efetividade. 2) Critérios
utilizados - Para avaliar se um ponto é forte, fraco ou
neutro levam em consideração:
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6) Maneiras de obtenção de informações- Para a análise interna levam em consideração:
• Resultados obtidos pela análise ambiental interna servem para:
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Análise dos Concorrentes Apesar de esse ser componente da análise ambiental externa, terá tratamento diferenciado. O que resulta desse tipo de análise promove o levantamento das vantagens competitivas, tanto da organização quanto dos concorrentes. Parece óbvio que se a organização pouco conhece do seu concorrente ela incorre em alto grau de risco estratégico. Entretanto, muitas empresas não se empenham em analisar, fazer projeções e simulações dos dados (plano estratégico) concorrentes. Isso é preocupante.
Tal procedimento, além de possibilitar marcações
iniciais da futura atuação de seus concorrentes, também
promove a fixação da vantagem competitiva, tanto da própria
empresa quanto dos concorrentes. O estudo sobre vantagem competitiva é
importante e, por isso, será mais explorado no próximo módulo. |
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Tela 60 |
Resumo O diagnóstico estratégico, primeira fase do processo de planejamento estratégico, procura responder à pergunta: "qual a real situação da empresa quanto aos seus aspectos interno e externo?". Seus componentes apresentam-se como:
A análise ambiental do diagnóstico lida com os seguintes elementos: • pontos fortes: são as variáveis
controláveis que favorecem a empresa, em relação
ao ambiente; A análise externa examina a relação entre a empresa e seu ambiente, identificando as oportunidades e ameaças e a sua posição produto-mercado atual e futura. A análise interna, composta pelos pontos fortes e fracos, busca identificar as fragilidades e as qualidades da empresa, comparando-as com a concorrência direta ou potencial. Também é realizado exame dos pontos neutros. • Identificação dos pontos fortes, fracos e neutros – Essa identificação deve ser realizada considerando as capacidades para execução das atividades-fim e atividades-meio e os recursos necessários à satisfação da missão e dos objetivos organizacionais. • Definição dos pontos fortes, fracos e neutros – Para haver essa definição, o administrador deve analisar as seguintes dimensões: 1) funções a serem analisadas: marketing, finanças,
produção e recursos humanos; A análise
dos concorrentes é importante para o planejamento estratégico
porque a empresa passa a conhecer melhor os seus principais concorrentes
e situar-se melhor no seu segmento de mercado e estabelecer a sua vantagem
competitiva. |
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| Unidade 1 | Módulo 6 | Tela 61 |
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| 1
- Entendendo modelos de gestão O modelo de gestão procura focalizar os esforços da empresa nas chamadas competências essenciais e nos objetivos estratégicos mais importantes para os quais deve dirigir atenção e recursos, criando as bases da gestão estratégica. O modelo traduz a visão e a estratégia, em conjunto de objetivos estratégicos e respectivas medidas de desempenho, que serve de base à gestão estratégica. Os objetivos e os indicadores de desempenho utilizados não se limitam a conjunto aleatório de medidas. Eles derivam de processo hierárquico do tipo top-down (de cima para baixo, na estrutura hierárquica da empresa), orientado pela missão e visão e são, finalmente, convertidos em objetivos e medidas tangíveis. O modelo de gestão possibilita monitoração e ajuste na implementação da estratégia, por meio das respectivas medidas de desempenho, o que poderá ocasionar mudanças na própria estratégia. Vincula as metas institucionais às metas pessoais, criando entendimento e comprometimento dos empregados e gerentes. O modelo é construído por meio de processo sistemático que implica consenso e clareza sobre como traduzir a missão e a visão em objetivos e indicadores de desempenho. O modelo de gestão é composto de:
A figura representa o Modelo de gestão com os seus componentes.
Veja
os exemplos de visão,
missão,
tema
e objetivos
estratégicos de uma empresa. |
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Tela 62 |
| Modelo
de Gestão Estratégica - O MGE deve
ser visto como instrumento que propicia nova maneira de gerenciar o negócio
da empresa e não somente melhoria do sistema de medição
de desempenho da organização. O propósito MGE não
é desenvolver novo conjunto de medidas. Os indicadores, a maneira
como descrever resultados e metas são, de fato, poderosa ferramenta
de motivação e avaliação. Mas a estrutura de
indicadores no MGE deve ser implantada visando a desenvolver novo sistema
gerencial para a Empresa. A distinção entre sistema de indicadores e gerencial é sutil, porém crucial. O sistema de indicadores deve ser apenas o meio para alcançar-se determinada meta; o sistema de gestão estratégica para ajudar os executivos e dirigentes a implementar e obter feedback sobre sua estratégia. A estrutura de indicadores do MGE deve ter o propósito de produzir mudanças organizacionais a longo prazo. A construção e implantação do MGE se inserem no movimento mais amplo de mudança organizacional planejada. Esse Modelo faz parte de um esforço de direcionamento da gestão da empresa, de forma a comunicar a estratégia por toda a organização, alinhar objetivos e metas com a estratégia e conduzir revisões visando à melhoria na sua performance. Busca operacionalizar os objetivos e as metas definidos no Plano Diretor da Empresa. O referido Modelo traduz a visão e a estratégia num conjunto de objetivos estratégicos, com seus respectivos indicadores de desempenho, que servem de base para a gestão estratégica.
As empresas
devem utilizar sistemas de gestão e medição de desempenho,
derivados de suas estratégias e competências. Essa avaliação
não deve tomar por base somente as medidas financeiras no relacionamento
com clientes e competências essenciais. Preserva, sim, os indicadores
financeiros como a síntese final do desempenho gerencial e organizacional,
mas também incorpora um conjunto de medidas mais genérico
e integrado sob a ótica dos clientes, processos internos, empregados
e sistemas ao sucesso financeiro a longo prazo. O MGE traduz a visão
e a estratégia da empresa em objetivos e num conjunto de medidas
de desempenho organizadas, conforme se observa na figura abaixo (Kaplan,
1997). |
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Tela 63 |
O Balanced Scorecard fornece a estrutura necessária para a tradução da estratégia em termos operacionais
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Tela 64 |
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| O Modelo
de gestão estratégica prevê que, após
o estabelecimento da missão, da visão e das perspectivas,
se passe para a fase de definição dos temas estratégicos.
A partir deles, os objetivos estratégicos são delineados sob
as quatro perspectivas de Kaplan. Os objetivos estratégicos e as
iniciativas representam o conjunto de metas e ações com plano
de implantação elaborados.
As definições determinam o direcionamento estratégico. Após traçado o direcionamento, definem-se os indicadores de desempenho para avaliar a performance. Em seguida, o Plano de Ação Estratégico - PAE como meio de operacionalizar as iniciativas para os respectivos objetivos estratégicos. O MGE e a metodologia do Balance Scorecard - BSC Como as atividades, os processos e os programas gerenciais passam a envolver investimentos em relacionamento, tecnologias e capacidades que não poderiam ser avaliadas segundo modelo financeiro de custos históricos; é importante a adoção de um sistema de gestão nos moldes como o apregoado Balanced Scorecard - BSC. Ele dá atenção aos resultados financeiros de curto prazo, mas também reconhece o valor da construção de ativos intangíveis e capacidades competitivas.
Ao identificar os
objetivos mais importantes, para os quais a empresa deve dirigir atenção
e recursos, o MGE cria as bases de um sistema de gestão estratégica,
a fim ordenar temas organizacionais, informações de um conjunto
de processos gerenciais críticos. Cada componente, em tal sistema
de gestão estratégica, pode ser associado às metas
estratégicas. Os objetivos para os clientes, para
os processos internos e para os empregados são articulados para
alcançar o desempenho financeiro a longo prazo. As metas, as equipes
e os indivíduos são alinhados à realização
do desempenho estratégico. As alocações de
recursos, as iniciativas estratégicas e os orçamentos
anuais são orientados pela estratégia. E as análises
passam a constituir oportunidades para o feedback e o aprendizado relacionados
à estratégia. |
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Tela 65 |
2 - Construindo o MGE
A metodologia prevê que os empregados sejam incentivados a sugerir formas pelas quais a visão e a estratégia possam ser alcançadas. Isso lhes permite o engajamento no futuro da empresa e encoraja-os a participar da formulação e implementação dessa estratégia. Uma equipe executiva
encarrega-se da formulação, da implantação
do Modelo e também da tarefa de compartilhar o processo com todo
o grupo funcional, no momento da implantação, em cada Unidade.
Com a compreensão dos objetivos estratégicos e suas iniciativas,
os esforços e ações da empresa se alinham aos processos
necessários. Nesses, a cada indivíduo cabe atuação
específica, sugerindo a realização dos objetivos.
A necessidade da comunicação da implantação
do Modelo serve para aumentar a compreensão que cada qual na empresa
tem da estratégia e da motivação, para assim agir
no intuito de alcançar os objetivos estratégicos. |
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Tela 66 |
Mas, como tudo começa? Inicia-se com o processo de comunicação para mobilizar os empregados quanto às ações voltadas para a consecução da visão que a empresa deseja alcançar. Tal visão deve ser estabelecida e compartilhada. A ênfase nas causas e efeitos dos objetivos estratégicos executados dão, ao processo, a característica de sistêmico e dinâmico. A metodologia BSC possibilita traduzir a estratégia em sistemas de mensuração porque consegue definir objetivos e metas que transmitem a estratégia. Deve ainda, direcionar os dirigentes e empregados para os fatores capazes de levar a empresa a grandes realizações competitivas. Um bom Scorecard deve ser capaz de integrar as medidas de resultados (indicadores) com os vetores de desempenho (que refletem as estratégias, indicadores de tendência = o que deve ser feito hoje para criar valor no futuro), por meio de várias relações de causa e efeito, do tipo “se - então”. Isso possibilita raciocínio sistêmico dinâmico, permitindo que os indivíduos, nos diversos setores, compreendam como as peças se encaixam como o seu papel influencia o de outras pessoas, além de facilitar a definição dos vetores de desempenho e as iniciativas correlatas que medem e alimentam a mudança. Enfim, essa abordagem facilita o aprendizado em equipe.
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Abaixo estão as grandes fases da construção do MGE:
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Tela 68 |
3 - Passos práticos para a construção do MGE
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4 - Reunião de revisão estratégica (Acompanhamento)
A reunião formal e periódica de revisão estratégica desempenha papel fundamental no processo de aprendizado estratégico da equipe executiva. A maioria das reuniões focaliza as questões operacionais, não estratégicas. A análise de questões operacionais, embora com foco de curto prazo, frequentemente identifica questões que causarão impacto de longo prazo, sendo incluídas na agenda da revisão estratégica trimestral. De forma semelhante, durante a revisão estratégica, questões que exijam melhor execução em nível operacional podem ser incluídas na agenda mensal das reuniões operacionais. A reunião deve examinar se questões relacionadas a implicações estratégicas de longo prazo (como a criação de comprometimento organizacional mais forte com a qualidade, demandas da clientela, novos mercados, satisfação da clientela, lançamentos de novas tecnologias e competências dos empregados) continuam coerentes com o plano estratégico. E, ainda, se os recursos adequados continuam sendo alocados à realização do plano estratégico. Deve ser organizada sob a forma de análise de desempenho ampla e equilibrada. A discussão focaliza a estratégia, no sentido de avaliar se a mesma está alcançando seus objetivos de curto prazo, se os de longo prazo serão realizados e se é necessário fazer modificações na estratégia. As revisões devem focalizar mais as medidas em que haja disponibilidade de dados; porém, a falta de dados para uma medida não deve impedir a revisão. A ausência de indicadores deve motivar o desenvolvimento de um plano para obter dados, pois a falta de dados indica a inexistência de processo gerencial adequado. É preciso reunir-se
com funcionários de setores diversos, identificados aleatoriamente,
no intuito de determinar o nível de conscientização
e difusão do programa. Depois, então, a equipe apresenta
avaliação independente e objetiva da estrutura e do processo
do scorecard. A revisão deve permitir que os gerentes não
se envolvam na rotina diária e mensal e possam refletir sobre as
questões estratégicas. A análise ajuda a transferir
as melhores práticas de uma ação à outra. |
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Tela 71 |
Os mecanismos de análise de correlação, jogo gerencial e análise situacional, relatórios verbais e revisões de iniciativas estratégicas permitem que uma organização analise e pense regularmente sobre suas direções estratégicas. Os desvios do desempenho planejado não são usados para caçar bruxas nem para atribuir culpas ou responsabilidade; eles devem ser tratados como oportunidades para aprender. A discrepância entre o desempenho real e o planejado estimula os executivos a discutirem a validade de suas hipóteses. |
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Tela 72 |
| 5
- Barreiras à implantação da estratégia
Criam-se barreiras aos sistemas tradicionais, nas seguintes situações: • quando
não consegue traduzir a visão e a estratégia de forma
compreensível e factível. As divergências
entre a maneira como a missão/visão resultam em ações.
A consequência é a fragmentação e subotimização
das iniciativas não integrativas;
Quando os indivíduos compreendem as metas de longo prazo, bem como as estratégias para alcançá-los, os esforços e as iniciativas se alinham aos processos necessários de transformação da realidade organizacional rumo ao alcance da visão (Comprometimento). Estabelecidas as metas para as perspectivas, os gerentes de cada objetivo poderão avaliar se as iniciativas permitirão atingir os ambiciosos objetivos, ou se novas iniciativas serão necessárias. Finalmente, a institucionalização
de processo destinado a coletar dados para o indicador leva a empresa
a desenvolver iniciativas estratégicas, a fim reunir informações
relevantes e facilitar o melhor gerenciamento de processo interno crítico. |
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Tela 73 |
| Resumo O modelo de gestão procura focalizar os esforços da empresa nas chamadas competências essenciais e nos objetivos estratégicos mais importantes. Para eles a organização deve dirigir atenção e recursos, criando as bases da gestão estratégica. É composto pelo Modelo de Gestão Estratégica - MGE, pela Gestão de Processo e pelo Modelo Organizacional. A Gestão Estratégica tem por objetivo definir a missão (razão de ser da empresa), a visão (desejo futuro da empresa), os temas (sérias intenções a serem perseguidas), os objetivos e as iniciativas (ações para se alcançarem os objetivos estratégicos) e as perspectivas (características do conteúdo estratégico). A gestão por processo organiza o trabalho com o enfoque sistêmico. Isso envolve uma mudança das partes para o todo, da percepção dos objetos para as relações (interdependência entre fornecedores, executores e clientes) das estruturas com os processos, da inter-relação dos problemas, da integração e do crescimento para sustentabilidade. O Modelo Organizacional representa a maneira de dividir e distribuir o trabalho e as responsabilidades entre os gestores da empresa, na busca para se atingirem os objetivos e as metas delineados pela estratégia. A construção e a implantação do MGE se inserem no movimento mais amplo de mudança organizacional planejada. O modelo faz parte do esforço de direcionamento da gestão da empresa, de forma a comunicar a estratégia por toda a organização, alinhar objetivos e metas com a estratégia e conduzir revisões visando à melhoria na sua performance. Busca operacionalizar objetivos e metas definidas. O modelo traduz a visão e a estratégia num conjunto de objetivos estratégicos, com seus respectivos indicadores de desempenho, que servem de base à gestão estratégica. As atividades, os processos e os programas gerenciais envolvem investimentos em relacionamento, tecnologias e capacidades que não poderiam ser avaliadas segundo modelo financeiro de custos históricos. Por isso, é importante a adoção de um sistema de gestão nos moldes como o apregoado Balanced Scorecard - BSC. O MGE, fundamentado nas premissas do BSC, é ferramenta nova que permite a alta administração da empresa focalizar a atenção nas estratégias para o sucesso a longo prazo. O BSC, metodologia desenvolvida por Robert Kaplan, é voltado para medição da performance organizacional. Usa medidas para traduzir estratégias. Dá atenção aos resultados financeiros de curto prazo, mas também reconhece o valor da construção de ativos intangíveis e capacidades competitivas. Os passos práticos para a construção do MGE são: 1) selecionar a unidade organizacional adequada para ser o piloto; 2) identificar relações entre a Unidade e a sede da empresa; 3) o estudo preliminar de mercado e clientes – obtenção do foco do negócio; 4) realizar entrevistas para obter consenso, em relação aos objetivos estratégicos; 5) sessão de síntese; 6) reunião de consenso; 7) desenvolver o plano de implementação do modelo e 8) reunião de consenso do plano de implementação do modelo. A implantação da estratégia enfrenta algumas barreiras criadas aos sistemas tradicionais nas seguintes situações: a) quando não consegue traduzir sua visão e sua estratégia de forma compreensível e factível; b) o foco das metas das unidades/equipes/indivíduos continua a ser o cumprimento dos orçamentos; e c) feedback tático. A institucionalização
de um processo voltado para a coleta de dados para o indicador leva a
empresa a desenvolver iniciativas estratégicas que reúnem
informações relevantes e favorecem o melhor gerenciamento
de processo interno crítico. |
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| Unidade 1 | Módulo 7 | Tela 74 |
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1 – Estratégia e negócio Discutidas a descrição da empresa e a análise do mercado em que pretende atuar, podemos reunir as informações produzidas e pensar na estratégia que o negócio irá adotar. E o que é estratégia?
Portanto, a análise estratégica é a atividade que objetiva definir a forma de atuação. Uma vez escolhida, a estratégia funciona como guia para atuação da empresa em todas as áreas. A análise estratégica delimita os parâmetros para o funcionamento do negócio, no longo prazo. A partir das variáveis, deverão ser tomadas as decisões em médio e curto prazo. Por esse motivo, a estratégia demarca o universo das decisões a serem tomadas em outras seções do plano e proporciona a integração de todas elas. Na tentativa de definir condições favoráveis a serem seguidas, a análise estratégica leva em conta todos os elementos do ambiente competitivo em que o negócio irá atuar. Variáveis de caráter macroambiental – O ambiente competitivo, por sua vez, possui elementos que atuam sobre todas as empresas, de forma semelhante: flutuações macroeconômicas, instabilidade política, leis, questões culturais e variáveis demográficas e climáticas. |
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Tela 75 |
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Ambiente tarefa (ou microambiente) – Outros elementos são específicos do nicho de atuação da empresa: clientes, fornecedores, concorrentes, parceiros e órgãos de regulação, como organismos ambientais ou entidades de classe. Do ponto de vista teórico, para facilitar a análise, o primeiro grupo (variáveis de caráter macroambiental) é tratado como o ambiente geral da empresa. Já as variáveis específicas do campo de atuação da empresa constituem o chamado ambiente tarefa ou microambiente. É com vistas no ambiente de tarefa que faremos a análise. Somente sobre essas variáveis é possível traçar algum tipo de ação, ter determinada influência, embora não se vá descuidar do impacto que as variáveis do macroambiente podem ter.
A análise estratégica precisa considerar, ainda, os recursos que a empresa possui. Frente às variáveis ambientais, devemos olhar para o interior da empresa, nova ou madura, que irá implementar o novo negócio e verificarmos que elementos poderão ser melhor aproveitados no ambiente de tarefa e quais serão prejudiciais. O exercício
da análise estratégica busca identificar a vantagem competitiva
que o negócio pode obter no mercado definido para sua atuação.
Em outras palavras, a vantagem competitiva dirá qual a competitividade
do negócio, ou seja, sua capacidade de exibir um diferencial em
relação aos concorrentes e de ser, esse diferencial, reconhecido
pelos clientes, conferindo-lhe determinado posicionamento de mercado. |
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Tela 76 |
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Para Degen (1989), a competitividade é determinada pela capacidade de adaptação do empreendimento ao seu microambiente competitivo, ou seja, ao ambiente de tarefa. Segundo Porter (1992), para alcançar uma vantagem competitiva, a empresa precisa deter, pelo menos, um recurso estratégico. E o recurso estratégico possui as seguintes características:
Admite Degen (1989) que o último atributo é, de fato, o definidor da vantagem competitiva. Ele alerta para o fato de que o valor para os clientes pode manifestar-se em algo tangível, como design do produto ou avanços tecnológicos incorporados; também, pode ser um valor intangível, como o fato de o cliente sentir-se bem atendido, de a empresa ter inspirado confiança, de o cliente, enfim, ter a sensação de que suas necessidades foram supridas. Logo, uma empresa pode ter como recurso estratégico, por exemplo, a capacitação de seus funcionários; o domínio de determinada tecnologia; a patente sobre determinado produto, e assim por diante, desde que seu valor seja reconhecido pelos clientes. |
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Em muitas situações, o recurso estratégico pode assumir o formato de uma barreira à entrada. As barreiras à entrada ocorrem quando uma empresa possui diferencial que impede a entrada de concorrentes no nicho de mercado em que ela atua. É o caso de setores em que a operação é resultado de concessões do setor público, como transporte urbano, telefonia celular, distribuição de energia elétrica e outros.
Em determinados casos, as barreiras à entrada se erguem pela necessidade de investimento inicial ou de uma rede de distribuição muito vasta; normalmente isso é possível às empresas que já atuam no segmento. Os casos em que uma empresa possui determinada patente ou marca importante ou, ainda, o domínio absoluto sobre determinada tecnologia, constituem barreiras à entrada. Muitos autores argumentam que todo empreendimento deve ter como objetivo o estabelecimento de barreiras à entrada. Isso, entretanto, não é algo facilmente atingível em muitos mercados. Em alguns, como nos mercados mais tradicionais, altamente concorrenciais, em que se inserem muitas empresas nascentes, erguer barreiras à entrada é absolutamente impensável. |
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Imagine, por exemplo, o mercado de padarias. O investimento para montar uma padaria, embora não seja desprezível, não chega a constituir impeditivo para que muitos empreendedores disputem tal mercado. Praticamente inexistem fatores que impeçam a entrada de novas empresas. Assim, adquirir vantagem competitiva, neste mercado, só é possível pela identificação de um diferencial como a qualidade do produto (o pão), o atendimento personalizado, as formas de pagamento variadas, os itens diversificados oferecidos na padaria. Cada um desses itens, ou a combinação deles, pode constituir fator de sucesso do negócio. O objetivo, então, da análise estratégica
deve ser o de identificar um recurso estratégico ou uma combinação
de recursos que possa ser trabalhada para constituir fator de sucesso.
Ao mesmo tempo, ela deve apontar as dificuldades do negócio, os
fatores que podem comprometer a exploração da oportunidade
identificada. Muitos empreendedores resistem a olhar para as dificuldades,
mas o analista de plano de negócio quer ver um projeto realista,
sem sonhos, em que fique evidenciado que o propositor do negócio
conhece de fato o mercado, em suas benesses e em seus riscos. |
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Análise estratégica do novo negócio – A execução da análise estratégica pode ser feita com base em variadas técnicas. A mais utilizada e que, normalmente, orienta o preenchimento desta seção do plano de negócios é a análise SWOT. A composição da análise estratégica, na verdade, é definida em três etapas:
Visão e missão da empresa - Essa etapa da análise estratégica define os parâmetros das outras fases, em especial a da definição de objetivos em metas. A visão da empresa indica onde ela quer chegar e qual o perfil que pretende ter em futuro determinado. A missão da empresa indica a razão de ser da organização, qual sua natureza e qual a atuação no mercado. Ambas, visão e missão, estão impregnadas pelos valores da empresa e, portanto, por sua concepção do mercado no qual ela atua. Por isso, mais do que simples frases de efeito, são sinalizadoras para todos os que interagem com ela: clientes, fornecedores, competidores e colaboradores, do tipo de atuação e de relação que ela está dispondo. |
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2 – Vantagens competitivas da empresa
O “coração” da análise estratégica é a aplicação de uma técnica especial que compara os recursos detidos pela empresa com as pressões do ambiente competitivo. Não há dúvida de que a análise SWOT é a técnica mais difundida para isso, em função da facilidade de compreensão e dos resultados práticos que ela fornece. A sigla SWOT é a síntese das seguintes palavras:
Portanto, a análise SWOT nada mais é que o levantamento e interpretação dos pontos fortes e pontos fracos de uma organização e das oportunidades e ameaças a que ela está sujeita em seu macroambiente. |
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Podemos definir cada um destes itens da seguinte forma (SILVEIRA, 2001):
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| O
fato é que, no microambiente, buscamos os recursos estratégicos,
efetivos ou potenciais, ao mesmo tempo em que procuramos os pontos que precisam
de medidas administrativas para sua melhoria. No macroambiente, o objetivo
é identificar como os seus fatores podem ser posicionados para explorar
o potencial de um recurso ou evitar a exposição de um ponto
fraco.
Na sequência, estão os passos para a elaboração da análise SWOT.
A seguir, veremos, mais detalhadamente, cada um desses passos! |
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| 1º
Passo – Identificação dos pontos fortes,
pontos fracos, oportunidades e ameaças – A análise
SWOT deve ser iniciada pela identificação de todos os pontos
fortes e pontos fracos da empresa e das oportunidades e ameaças que
ela prevê no seu campo de atuação. Boa parte da análise
é facilitada pela elaboração cuidadosa das seções
anteriores.
A “descrição da empresa” fornecerá muitas informações sobre os recursos que ela possui, ao passo que a “análise de mercado” terá fornecido todos os elementos necessários para que sejam listadas as oportunidades e as ameaças. Uma boa maneira de fazer essa identificação é criar um quadro, no qual esses itens possam ser facilmente visualizados.
Antes de a listagem ser considerada completa, é importante certificar-se que todos os membros da equipe gerencial tenham validado os itens incluídos. Conhecer o empreendimento é muito importante para definirmos as estratégias para o seu sucesso. Assim, quanto mais colaboradores estiverem envolvidos, maiores as chances de a análise SWOT estar refletindo a realidade e não a concepção de um ou outro dirigente. Dois cuidados devem ser especialmente tomados aqui: mascarar as dificuldades e indicar os riscos inadequados. |
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Tela 84 |
2º Passo – Definição de hierarquia entre os pontos identificados – Após serem listados todos os itens, o segundo passo da análise SWOT consiste na discussão e definição da hierarquia entre os pontos identificados. Ou seja, ao voltar ao quadro elaborado, o empreendedor e sua equipe irão estabelecer, em cada um dos quadrantes, a ordem de importância dos itens citados. Por exemplo: se a capacitação do pessoal e a boa saúde financeira foram identificadas como pontos fortes, deverá ser discutido qual deles é mais importante para o sucesso do negócio. Os números de itens identificados são apenas referenciais. Não é necessário que eles coincidam, nem mesmo há limite para o número de itens. O critério é a correlação com o negócio e, claro, com a empresa que pretende desenvolvê-lo. Veja, abaixo, um quadro elucidativo!
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Tela 85 |
3º Passo – Elaboração da matriz SWOT – O terceiro passo consiste na elaboração da matriz SWOT. A matriz possibilita a visualização da relação entre os itens identificados. Respeitando a hierarquia definida, devemos partir para a análise da relação de cada ponto forte, identificado-a com as oportunidades e ameaças listadas. Em seguida, fazemos o mesmo com os pontos fracos. O resultado é uma matriz de relacionamentos que será a base da análise a ser desenvolvida no próximo ponto.
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Tela 86 |
4º Passo – Análise da matriz SWOT – Depois de formatada a matriz, chegamos ao passo final e fundamental da análise: o cruzamento dos itens identificados. Silveira (2001) nos diz que quatro situações típicas resultam da matriz SWOT. Veja essas situações na tabela abaixo:
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Tela 87 |
3 – Definição de objetivos e metas Cada uma das situações identificadas na análise SWOT irá requerer um plano de ação a ser elaborado pelo empresário e sua equipe. No momento do plano, os objetivos e metas que serão perseguidos devem ser claramente colocados. Mas, fique atento, porque objetivos e metas não são as mesmas coisas. E é isso que o quadro abaixo nos mostra.
Segundo Dornelas (2001), metas devem ser “SMART”, isto é:
A coerência e a precisão dos objetivos e metas com o conjunto do plano de negócio, em especial com a definição da estratégia, será item observado com cuidado por qualquer analista. |
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Tela 88 |
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4 – Definição da estratégia Tendo procedido à análise estratégica, percorrendo as três etapas, o empreendedor está em condições de definir, em seu plano de negócio, a estratégia que será seguida pela empresa. Obviamente, cada empreendimento terá sua estratégia própria, adequada ao mercado em que está inserido. As estratégias são definidas por duas questões que o empreendedor pode se colocar: 1) Qual a minha vantagem competitiva? Custos ou diferenciação? 2) Qual o alcance da minha atuação? O mercado como um todo, um segmento de mercado ou, ainda, um nicho de mercado? As respostas possíveis a essas duas questões definirão as quatro estratégias genéricas identificadas (Degen, 1989):
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Tela 89 |
Existem estratégias genéricas, entre as quais o empreendedor escolherá. 1) Diferenciação – A estratégia de diferenciação ocorre quando a empresa concentra seus esforços em recursos estratégicos valorizados pelos clientes. Os clientes, por sua vez, permitem que a empresa possa cobrar mais que seus concorrentes pelos mesmos serviços ou produtos. É a situação típica de boutiques especializadas, em que o consumidor de artigos de moda, por causa da valorização de determinada marca (ou griffe), se dispõe a pagar mais por determinada roupa, mesmo que serviços similares possam ser oferecidos a custo menor por outras lojas.
2) Menor custo – A estratégia de menor custo, como o próprio nome indica, fundamenta-se na capacidade de a empresa prestar os mesmos serviços ou ofertar os mesmos produtos que os seus concorrentes a preço inferior. Essa capacidade advém de sua eficiência operacional. Isto é, sua capacidade de minimizar custos no processo produtivo. Podemos perceber que se trata de estratégia muito exigente, não indicada, geralmente, para empresas que estão em seu início, pois dificilmente é possível atingir tal nível de competência operacional sem algum tempo de experiência e adaptação ao mercado. Além
disso, a estratégia de menor custo reduz a possibilidade de obtenção
de vantagens competitivas. Assim, outros itens, como qualidade no atendimento,
progresso tecnológico, formas de pagamento diferenciadas, enfim,
um conjunto de valores que poderia ser reconhecido pelo cliente acaba
posto de lado. |
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3) Definição de um nicho de mercado – As estratégias expostas podem ser aplicadas a todo o mercado de um produto ou serviço ou a um segmento ou, ainda, a um nicho desse mercado. Ou seja, pode haver a estratégia de menor custo voltada para todo o mercado ou destinada a um público específico. Algumas redes de supermercados, por exemplo, identificadas pela sua qualidade no atendimento e variedade dos produtos, têm lançado supermercados menores, com outra marca, para atender regiões periféricas das grandes cidades, com diferencial de menor preço. Nesse novo negócio, portanto, o próprio nome é alterado para não confundir o mercado-alvo de cada estratégia. Por outro lado, pode haver também a estratégia de diferenciação voltada para um nicho de mercado. É estratégia geralmente indicada para pequenas empresas nascentes que, por seu pouco fôlego financeiro, experiência, reconhecimento e abrangência no mercado, dificilmente têm possibilidade de atender a todo o mercado. Então, a melhor opção é identificar um nicho e constituir um diferencial para ele. Tal estratégia permite à empresa atender bem ao público a que se dirige e, ao mesmo tempo, aumentar as margens de lucro. Tendo feito a análise estratégica, definidos objetivos e as metas do novo negócio, o empreendedor deve, então, deixar claro ao leitor que estratégia será utilizada para assegurar vantagens competitivas que viabilizem o crescimento e desenvolvimento da empresa. O parâmetro para a definição é a análise estratégica; o critério é a priorização daquela estratégia em que ele efetivamente terá condição de desenvolver recursos estratégicos. Não é necessário incorporar a análise SWOT ao plano de negócio, mas todos os planos de ação dela decorrentes e que integraram seu direcionamento estratégico devem ser expostos. A análise, em si, pode ser anexada ao plano para consulta do leitor. |
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Resumo A análise estratégica é o estudo desenvolvido para definir a atuação da empresa no ambiente competitivo em que ela estará inserida, ou seja, sua estratégia. A estratégia do negócio será o guia de suas ações no longo prazo. Assim, delimita e condiciona as ações em médio e curto prazo, necessariamente coerentes com as diretrizes no longo prazo. Logo, na elaboração do plano de negócio, a estratégia atua como “o fio condutor” e agrega as ações propostas nas demais seções do plano. O processo de análise estratégica compreende três etapas:
Definir a visão da empresa significa expor onde ela quer chegar e qual o seu modelo ideal de atuação no futuro. Já a missão, diz respeito à natureza e à forma de participação no mercado, explicitando as necessidades que o negócio irá suprir. A análise SWOT, por sua vez, é a “espinha dorsal” da análise estratégica. Consiste na identificação dos pontos fortes e pontos fracos, as oportunidades e ameaças, com as quais a empresa irá se defrontar. O resultado desta etapa é a demonstração dos fatores críticos de sucesso para o novo negócio, bem como das ações que precisam ser desenvolvidas para o adequado enfrentamento das pressões do ambiente competitivo. Os dados da análise SWOT permitem que o empresário defina, com clareza, os objetivos e metas do novo negócio. Esses, evidentemente, devem ser adequadamente desenvolvidos em cada uma das seções do plano, assegurando a coerência das ações propostas. O resultado da análise deve ser o de identificar os recursos estratégicos da organização, ou seja, os fatores que podem assegurar sua competitividade em seu microambiente competitivo. Isso orientará a definição da estratégia, e a decisão do empresário entre as opções de uma estratégia de diferenciação ou de menor custo, considerando o nicho de mercado identificado. |
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| Unidade 1 | Módulo 8 | Tela 92 |
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1 - Sistema de informações A essência do marketing, portanto, está na captação e no processamento de informações sobre os produtos ou serviços que a empresa oferece ou pretende oferecer. Convém que o processamento seja ininterrupto, com o empreendedor prevendo atividade sistemática de busca de informações cujas principais fontes, segundo Ferreira (1995), são:
- Os primários são oriundos de pesquisas de mercado mais ou menos elaboradas, que podem ser realizadas pelo próprio empreendedor sem condições de contratar empresa especializada. - Os secundários
são recolhidos de publicações especializadas e pesquisas
de mercado realizadas por entidades de classe ou associações
comerciais. Em geral, os dados secundários constituem material
suficiente para as primeiras definições do marketing do
negócio. |
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Não é necessário que o sistema seja complexo. O empreendimento novo pode não ter condições de contratar pessoas dedicadas ou de instalar softwares que processem informações e forneçam relatórios detalhados. Todavia, é preciso que todos os envolvidos no empreendimento sejam receptivos às informações do mercado. Tais informações podem ser levantadas pela conversa pessoal com o cliente, pela observação ou pelo comentário de concorrente, pela relação com o fornecedor, leitura de revistas e jornais especializados. É necessário, ainda, que o empresário e seus colaboradores saibam quais informações realmente interessam, bem como quais as principais fontes que usará. No plano de negócio é fundamental que as definições fiquem explicitadas e o empreendedor demonstre como, ao longo do tempo, pretende estruturar seu sistema de informações e fazer as previsões de desenvolvimento do negócio. |
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2 – Plano de marketing O marketing deve seguir plano pré-determinado, coerente com os elementos da análise de mercado e, fundamentalmente, com a definição da estratégia. Identificadas as informações relevantes por meio do sistema de informações definido, a empresa torna-se capaz de responder às demandas identificadas. Siegel et al (1996, p.93) sustentam que o objetivo do plano de marketing deve ser o de “explicar como uma empresa em projeto pretende manipular e reagir às condições de mercado para gerar vendas”. Embora o autor fale de empresa em projeto, podemos estender esta definição para o conceito que habitualmente temos usado de “negócio em projeto”, independentemente de esse negócio estar gerando nova empresa ou transformando uma empresa existente.
Nos dois casos, é finalidade do plano de marketing deixar claro como a empresa será capaz de reagir e agir no mercado. Para atingir tal objetivo, o plano de marketing deve apresentar estrutura e estilo adequados. A estrutura do plano envolve o detalhamento da estratégia de marketing e da consequente previsão de vendas. A estratégia de marketing deve mostrar como a oportunidade de negócio identificada será explorada proativamente pela empresa. |
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A estratégia de marketing consiste, na definição de como o novo empreendimento lidará com as “ferramentas” de marketing que atuam sobre o chamado “mix” ou composto de marketing, conhecido como “4 P”, integrado pelas seguintes variáveis:
O plano de negócio não requer estratégia apresentada de forma minuciosa. Entretanto, as políticas da empresa para cada P devem estar absolutamente claras. Também precisamos esclarecer o peso relativo atribuído a cada variável na estratégia de marketing e os orçamentos com os gastos previstos em sua execução, sem necessidade de prever, com riqueza de detalhes, todas as ações de marketing no longo prazo, bastando expor algumas iniciativas previstas. A projeção de vendas precisa ser apresentada, pois é de grande utilidade no plano. Ela demonstra a eficácia esperada da estratégia de marketing e é decisiva na comprovação da viabilidade do negócio, além de ser a base para a projeção de um dos itens fundamentais do plano financeiro, a receita esperada com vendas. |
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3 – Elaborando o plano de Marketing A elaboração do plano de marketing envolve a descrição da política da empresa para cada P, ou seja, como a empresa comporá seu “mix” de marketing. E é isso que, agora, passaremos a analisar: cada um dos “4 P”. Produto (ou serviço) – No item “descrição da empresa” do plano de negócios, recomenda-se a descrição do processo operacional que levará a cabo o produto ou serviço a ser oferecido, como forma de atender às necessidades dos clientes identificadas pelo empreendedor.
A preocupação com o produto ou serviço, do ponto de vista do marketing, leva-nos a indagar se as necessidades estão sendo de fato atendidas ou se há real possibilidade de atendê-las com o plano formulado. Trata-se de delinear, em item específico do plano de marketing, os atributos do produto/serviço que correspondem às necessidades identificadas e descritas na definição do negócio ou na análise de mercado. |
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Os atributos podem ser percebidos pelo cliente, tanto no aspecto tangível (as características físicas do produto, embalagem, rótulo e design) quanto no aspecto intangível (como o tipo de atendimento recebido e a sensação de ter feito bom negócio). Sejam tangíveis ou intangíveis, os atributos devem ser coerentes, também, com a estratégia definida pela empresa. Esse é o posicionamento do produto no mercado. O negócio voltado para determinado segmento de mercado, com a estratégia de diferenciação em relação aos competidores em função de uma qualidade superior, precisa deixar claro como tal qualidade superior será identificada, como valor, pelo cliente. Da mesma forma, o serviço que quisermos estabelecer pelo preço deve apresentar, com clareza, como atenderá às necessidades dos clientes, mesmo cortando itens do serviço. Portanto, a definição das características do produto ou serviço deve ser consequência lógica do que constar do plano de negócio. |
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Desenvolvimento do produto ou serviço – Outra questão deve ser refletida e exposta com precisão ao leitor do plano: qual a estratégia de desenvolvimento do produto ou serviço que se está propondo? A questão, na verdade, é levantada em função de dois aspectos geralmente observados pelos analistas de plano de negócios:
Vejamos, inicialmente, o primeiro aspecto que diz respeito ao portfolio de produtos ou serviços lançados pelo empreendimento. Geralmente a dúvida se apresenta ao empresário que, na previsão dos investimentos iniciais a serem feitos, poderá verificar a possibilidade de fornecer produtos correlatos ao produto principal ou serviços adicionais. No caso de uma empresa prestadora de serviços, pode-se pensar em serviços interdependentes. É decisão importante, que implicará em adequações no planejamento financeiro; os resultados até podem melhorar pela previsão de receita extra, e provocar mudanças estratégicas, o que pode levar a uma perda de foco do empreendimento. Recomendamos,
pois, em especial para pequenos empreendimentos, que centralizemos as
atenções num produto ou serviço e que se ofereça,
no plano, cronograma de introdução de novos produtos ou
serviços. |
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Agora, analisemos o segundo aspecto, que se refere ao ciclo de vida de produtos e serviços. Notadamente, produtos e serviços atravessam fases distintas de desenvolvimento, mas que percorrem caminho inevitável até o declínio.
Cada fase de um produto ou serviço exige um estilo diferenciado de mix de marketing. No início do ciclo de vida, um produto precisa de mais divulgação para ser conhecido. Na fase de crescimento, o objetivo é angariar maiores fatias de mercado. Na etapa de maturidade, é necessário continuar investindo em marketing para manter a posição adquirida e, mesmo na fase de declínio, o investimento deve ser mantido. Boa estratégia de marketing pode adiar o fim de um produto ou serviço. |
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Com a velocidade e a profundidade dos avanços tecnológicos, cada vez mais se encurta o ciclo de vida dos produtos e serviços. Mais do que isso, a intervenção de concorrência e mudanças na preferência do consumidor interferem na dinâmica de duração (Ferreira, 1995). Esses aspectos tornam mais relevante para o analista de plano de negócios – especialmente quando ele é um potencial investidor – visualizar a possibilidade de renovação e expansão do negócio. O empresário deve assinalar em que situação se encontra seu produto ou serviço. Isso demonstra seu conhecimento do mercado que, juntamente com o cronograma de introdução de novos produtos ou serviços, afirma-lhe o preparo para gerenciar o empreendimento. Preço – A fixação dos preços praticados não é questão meramente contábil, em que se somam os custos e adiciona-se a taxa de lucro necessária para viabilizar o negócio. Ao contrário, a definição passa pelos objetivos estratégicos do empreendedor e, em última instância, pelo comportamento do mercado. Ao abordarmos o preço, no plano de marketing, o objetivo não é informar ao leitor o quanto será cobrado pelo produto ou serviço. Isso poderá ser feito anexando-se lista de preços ou informando o preço e servirá de parâmetro, no plano financeiro. O que se busca, assim, é a exposição da estratégia de preços que o empreendedor pretende adotar. Dornelas
(2001) comenta que o preço é a mais tangível forma
de ação no mercado. No produto (ou serviço), na praça
e na propaganda, a ação de marketing focaliza elementos
tangíveis e intangíveis, com preponderância dos últimos.
O preço é rapidamente percebido pelo consumidor e produz,
com a mesma rapidez, os efeitos esperados. |
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Qualquer alteração nos preços pode causar (Dornelas, 2001):
Alterações na política de preços podem afetar a imagem do produto. Um produto vinculado a nicho de mercado identificado com pessoas de alta renda, que prezam pela alta qualidade, ao ter seu preço rebaixado para tentar expansão da demanda, pode estar perdendo a relação com o seu nicho e sua identidade no mercado. Na mesma perspectiva, uma alteração de preços tem impactos diretos nas previsões financeiras. Assim, eventuais promoções devem estar consubstanciadas pelo plano financeiro, evitando perdas que inviabilizem o negócio. |
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Praça (canais de distribuição) Esse item do plano de marketing trata da chegada do produto ou serviço ao cliente. Só essa constatação é bastante para verificarmos sua relevância. A Praça envolve o processo de distribuição física dos produtos nos pontos de venda ou as formas pelas quais o cliente pode acessar os serviços oferecidos. Assim, considerações que vão desde a localização definida até opções de logística, devem ser colocadas à luz da estratégia definida. Os canais de distribuição podem ser muito variados. Por exemplo: uma indústria, habitualmente, utiliza distribuidores atacadistas para que seus produtos cheguem ao comércio varejista e, finalmente, ao consumidor final.
Fundamentalmente, os critérios para definição dos canais estão relacionados com as características do produto ou serviço e com a forma de venda escolhida. Produtos duráveis permitem canais de distribuição mais complexos, com vários níveis. Nesse caso, exigem cuidados com estrutura de armazenagem e localização de depósitos, embalagem, meios de transporte, requerendo, muitas vezes, a contratação de empresas especializadas em operação logística. |
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Já produtos perecíveis, assim como serviços, exigem proximidade maior entre a empresa e o cliente final. Em linhas gerais, dizemos que quanto maior o número de canais de distribuição melhor, pois aumentam as possibilidades de cobertura geográfica e setorial, possibilitando que o potencial de vendas se multiplique (Ferreira, 1995). Entretanto, a gestão de canais de distribuição pode tornar-se muito complexa, à medida que eles crescem. A gestão do canal de distribuição requer que a empresa esteja em contato permanente com os elos do canal, motivando-os para que o esforço de vendas seja mantido em patamares eficazes. A forma de venda escolhida pelo empreendimento é outro critério fundamental para delimitação dos canais. Podemos optar pela venda direta ou indireta.
Vejamos um exemplo de venda direta. As vendas por catálogos, praticadas pela Avon e Natura, por exemplo, são formas criativas e eficazes de eliminar etapas nos canais de distribuição e, ao mesmo tempo, não perder abrangência. Entretanto, são empresas que possuem muitos anos de experiência, marcas reconhecidas e uma linha de produtos adaptada a esse tipo de comercialização. |
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Administração da Força de Vendas Ainda no caso da venda direta, há uma questão fundamental a ser observada: a administração da força de vendas. A força (ou equipe) de vendas é elemento central na relação com o cliente. O marketing deve ser uma responsabilidade de todos os membros da empresa, mas a força de vendas é especialmente importante; isso porque o contato direto com o cliente possibilita que se percebam – ao mesmo tempo em que exerce a política da empresa –, imediatamente, as reações que podem provocar ajustes na estratégia de marketing. Assim, decisões sobre como será a equipe de vendas – se com funcionários próprios ou profissionais comissionados, como representantes, corretores etc – precisam ser esclarecidas no plano de negócio, e mais especificamente no plano de marketing. Itens como a forma de seleção, treinamento,
remuneração e avaliação da força de
vendas, embora não necessariamente devam ser detalhados no plano,
são fundamentais para que haja esforço coeso que viabilize
o montante de vendas previsto |
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Promoção (comunicação) Esse item do mix de marketing aborda, na verdade, muito mais do que propaganda. Diz respeito a toda a política de comunicação da empresa com seu mercado. No período histórico em que vivemos, denominado por muitos como a era da informação, o processo de comunicação é um dos pilares do sucesso de todos os negócios. E as formas básicas de comunicação para a estratégia de marketing são (Ferreira, 1995):
A definição da forma de comunicação mais eficaz só pode ser feita a partir do mercado potencial identificado pela empresa, isto é, dos elementos que estão descritos na análise de mercado e na estratégia definida. Também a escolha dos veículos para esta comunicação deve seguir este critério e guardar coerência com a estratégia global da empresa. Assim, para comunicação que vise retorno rápido, por exemplo, a televisão e o rádio podem ser os meios mais indicados. A comunicação que pretenda o melhor registro dos dados expostos e permita ao consumidor recorrer a eles com a frequência que desejar, levará a empresa a optar por meios de comunicação impressos: revistas, jornais, panfletos.
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Tela 106 |
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As questões fundamentais a serem avaliadas por um analista de plano de negócio, pertinentes à comunicação prevista pela empresa são:
O aspecto importante que pode contribuir para a avaliação positiva do plano é a contratação de profissionais especializados para cuidar da comunicação e da demonstração dos materiais publicitários propostos por eles (devem constar em anexo, se houver). Evidentemente, a importância disso é relativa ao apelo comercial do produto ou serviço e à capacidade financeira da empresa, de arcar com as despesas, no início de suas operações. |
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4 – Previsão de Vendas A previsão de vendas é consequência da estratégia de marketing. Tendo como base o mercado potencial em que a empresa irá disputar seu espaço, o conjunto das definições do plano de marketing – atributos do produto ou serviço, política de preços, canais de distribuição escolhidos e estratégia de comunicação definida – é possível definir o montante de vendas esperado. Por conseguinte, a partir da previsão de vendas, podemos estabelecer a receita esperada com vendas (ou receita operacional) e os recursos necessários para a produção ou prestação do serviço correspondente. A previsão de vendas pode ser apresentada em vários formatos:
Independentemente do formato definido, a previsão deve ser ilustrada com gráficos e tabelas que permitam a fácil visualização pelo leitor. Além disso, para o primeiro ano, devemos apresentar a projeção mensal de vendas, tendo em conta variações possíveis em função da sazonalidade de produtos ou serviços. Para os anos seguintes, basta a previsão anual. É recomendável que a projeção de vendas, assim como os demais orçamentos do plano de marketing, não seja para período inferior a três anos ou superior a cinco. |
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Resumo A atividade de marketing é o elo entre a empresa e seu mercado, envolvendo o relacionamento com os atores deste mercado: clientes, fornecedores, distribuidores e concorrentes. Portanto, a atividade de marketing requer um adequado sistema de informações e a elaboração de um plano de marketing. O sistema de informações deve ser responsável por obter os dados relevantes, internos e externos, para que o empreendedor conheça todas as informações sobre seus produtos ou serviços e, também, o desempenho dos concorrentes. O plano de marketing, por sua vez, deve demonstrar como a empresa pretende reagir às pressões do mercado e atingir os objetivos previstos nas suas projeções de vendas. O plano de
marketing deverá, então, avaliar e definir o “mix”
de marketing. Isto é, como a empresa se comportará
em relação ao produto (ou serviço), preço,
à praça e à promoção (os “4P”).
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| Unidade 1 | Módulo 9 | Tela 109 |
| 1 - O que é “estratégia”?
Em termos organizacionais, pode-se dizer que estratégia é o trajeto, o modo ou a ação formulada e adequada para atingir, preferencialmente, de maneira diferenciada, os objetivos fixados, para ter melhor posicionamento da empresa no seu segmento de mercado.
Quando se considera essa forma de estratégia, deve-se tentar responder a questão: Que destino devo dar à empresa e como devo estabelecer este destino? (Oliveira, 2001). A estratégia deverá ser, sempre, uma alternativa econômica viável, tornando-se a melhor arma da empresa para otimizar o uso de seus recursos, tornar-se altamente competitiva, superar a concorrência, reduzir seus problemas e aproveitar as oportunidades. |
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Tela 110 |
| De acordo com Katz e Kahn (1973:338), alguns dispositivos auxiliam o executivo a atuar mais apropriadamente sobre a estratégia a ser desenvolvida:
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| 2 - Importância da estratégia A estratégia
é importante por ser ferramenta própria para enfrentar
os desafios e aproveitar as oportunidades. Mas ela é útil
não só para empresas, mas também para sindicatos,
órgãos da administração e outras organizações
que não visam lucros.
A visão indica a importância da estratégia para a empresa, pois se trata de instrumento administrativo que exerce forte influência sobre seus fatores internos, além de otimizar as relações da mesma como os fatores ambientais. As estratégias empresariais, também, determinam as necessidades da estrutura organizacional.
Os
exemplos indicam o tipo de visão que o executivo pode ter do ambiente:
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Tela 112 |
| 3 - Tipos de estratégias Oliveira (2001) aponta que, dependendo da postura e das condições empresariais, do objetivo fixado e da capacitação do executivo, as estratégias podem ser classificadas em:
a) Estratégia de sobrevivência - deve ser utilizada somente quando a empresa e o ambiente estiverem em situação inadequada, alto índice de pontos fracos e ameaças externas (tendências caóticas). Diante disso, a organização fica sem alternativas. O executivo que opta pela sobrevivência, de início, breca os investimentos e reduz as despesas o máximo possível. A empresa que utiliza esta estratégia por um período longo, poderá ser consumida pelo ambiente. A empresa não pode usar a sobrevivência como um objetivo em si mesmo (apenas sobreviver), mas sim como uma condição mínima para atingir outros objetivos mais concretos no futuro, como lucros maiores, vendas incrementadas, maior participação no mercado etc. Enquadram-se na estratégia de sobrevivência, por exemplo, as situações de redução de custo, desinvestimentos e liquidação de negócio. |
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Tela 113 |
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| b) Estratégia de manutenção - a empresa constata ameaças, mas, por possuir uma série de pontos fortes (disponibilidade financeira, recursos humanos, tecnologia etc.), propicia que o dirigente extrapole a situação de sobrevivência e queira também manter a posição conquistada até o momento. Para isto, deverá consolidar e explorar seus pontos fortes e minimizar os seus pontos fracos. A empresa poderá continuar investindo, embora moderadamente. Assim, essa é uma escolha mais adequada se a organização enfrenta ou espera encontrar dificuldades, preferindo a empresa tomar uma atitude defensiva diante das ameaças. Essa estratégia apresenta-se sob três formas: |
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Tela 114 |
| c)
Estratégia de crescimento - é adequada quando,
mesmo que a empresa tenha predominância de pontos fracos, o ambiente
proporciona situações favoráveis que podem transformar-se
em oportunidades, se positivamente exploradas. Diante disso, o executivo
procura lançar novos produtos, aumentar o volume de vendas etc.
Vejamos
cada uma delas:
Estratégias desse tipo têm suas vantagens: por meio de contínuos lançamentos, consegue-se chegar mais cedo ao mercado e auferir maior rentabilidade e maiores resultados. Mas, para que isso seja implementado, é necessário que toda a estrutura da organização esteja voltada para implementar essa estratégia: levantamentos de mercado, desenvolvimento de produtos, laboratórios, testes piloto, flexibilidade para iniciar novos produtos ou serviços em prazos exíguos e disposição para ousar são alguns ingredientes necessários. Algumas estratégias mais amplas de inovação podem ser também exploradas:
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| Estratégia de desenvolvimento - como a situação é de predominância de pontos fortes, na empresa, e de oportunidades, no ambiente, o executivo procura desenvolver sua organização. Esse desenvolvimento se dá por dois eixos principais:
A combinação desses dois eixos possibilita a construção de novos negócios no mercado. Os tipos de situações que podem ser assumidas são: |
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Tela 116 |
| 4
- Construção de modelo
Com esse modelo, quatro estratégias de diversificação são possíveis: a) horizontal; b) vertical; c) diagonal; d) ancorada nas competências básicas.
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Tela 117 |
O índice de “mortalidade infantil” das organizações sobe mais, principalmente nos setores mais dinâmicos da economia, nos quais o índice de inovação é muito grande, como ocorre nas áreas de informática, internet, telecomunicações e biotecnologia. Essa estratégia sai do quadrante 1 e percorrendo a diagonal da tabela, vai para o quadrante 4.
A combinação dos vários tipos de estratégias deve ser voltada para o aproveitamento de todas as oportunidades possíveis, utilizando a estratégia certa, no momento certo. |
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Tela 118 |
| 5 - Estratégias genéricas Segundo
Michel Porter (1980), as estratégias empresariais podem ser classificadas
em três categorias: diferenciação,
liderança do custo e foco:
Estratégias
alternativas |
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Tela 119 |
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| 6 - Formulação de estratégias Um dos pontos fundamentais da elaboração do planejamento estratégico é a própria formulação da estratégia. Inicialmente, toma-se por base a empresa, o ambiente e a integração entre a empresa e o seu ambiente (Oliveira, 2001). Tal formulação
se dá considerando os objetivos e desafios definidos, a realidade
levantada pelo diagnóstico estratégico, levando em conta
a missão, os propósitos e a cultura da organização. Lidar com a concorrência também é crucial para a formulação de estratégias, pois a estratégia é um forte elemento de consolidação de uma vantagem competitiva para a organização. Por isso, os dirigentes precisam conhecer as forças concorrentes. Para Porter
(1980), são cinco as forças básicas que controlam
as condições de concorrência:
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Tela 120 |
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O executivo, ao implantar estratégias, deve analisar se elas:
Avaliação da estratégia - Trata-se da etapa que o executivo verifica se a estratégia implementada está promovendo o alcance dos objetivos e desafios da empresa. Entretanto, uma estratégia deve ser avaliada tanto para ser adotada quanto após a sua implementação. Para proceder a uma avaliação, deve-se analisar a adequação da estratégia às dimensões externas e internas da empresa (estar de acordo com a cultura e clima organizacional); à missão, aos propósitos, objetivos e desafios da organização; ao horizonte ou período de tempo para que os objetivos sejam alcançados. |
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Tela 121 |
| Resumo Estratégia é o trajeto, o modo ou a ação formulada e adequada para atingir, preferencialmente, de maneira diferenciada, os objetivos fixados, para ter melhor posicionamento da empresa no seu segmento de mercado. A
estratégia procura usar adequadamente os recursos organizacionais
(humanos, físicos e financeiros) para maximizar as oportunidades
e minimizar os problemas; a mesma deverá ser uma opção
econômica e viável.
A formulação da estratégia é uma das etapas importantes do processo de elaboração do planejamento estratégico. Deve tomar por base a empresa, o ambiente e a integração entre a empresa e seu ambiente. Além disso, é imprescindível que o executivo conheça as forças da concorrência para poder usar a estratégia como instrumento de uma vantagem competitiva. Escolha
da estratégia - as aspirações pessoais e
profissionais do executivo-chefe, bem como as suas aspirações
relacionadas à empresa e às vidas dos envolvidos na e com
a empresa também são consideradas na escolha da estratégia.
(Steiner, 1969). |
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| Unidade 1 | Módulo 10 | Tela 122 |
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| 1
- Alianças estratégicas
Nos últimos anos, o desenvolvimento tecnológico e a intensificação da concorrência são alguns dos motivos que tornam cada vez mais necessária a formação de alianças estratégicas. Diversas organizações
compreenderam que a cooperação entre elas se tornou importante
aspecto do crescimento rápido e da legitimidade da empresa. Percebeu
que estabelecer alianças e parcerias é das melhores maneiras
de se manterem atualizadas com as mais modernas técnicas e procedimentos
empresariais, o que possibilita a maximização dos resultados
organizacionais. Apesar de essa nova relação empresarial
estar sendo buscada, pela sua complexidade, ainda não se tornou
prática comum, apesar dos avanços apresentados. Extrapolando a simples relação de troca e de atendimento de interesses mútuos, há a necessidade de um parceiro buscar no outro os recursos e as capacidades de que não dispõe, mas que são necessárias, convertendo-se em forma de ampliar sua competitividade.
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Tela 123 |
Ao falar-se em parcerias, sempre surgem questões do tipo:
O processo de comunicação, desde o início, torna-se fundamental para se responder a essas questões. Após a empresa ouvir a outra, é necessário que os pontos de identidade sejam identificados e que a soma das capacidades individuais resulte em benefício para todos os participantes. |
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Tela 124 |
Ainda que a organização seja maior ou mais conhecida que a outra, é possível a realização de aliança estratégica, desde que sejam unidas as principais capacidades de cada parceiro. A aliança estratégica funciona melhor quando cada parceiro reconhece que não pode evoluir sem a cooperação do outro, quando deseja abordagem revolucionária ou deseja iniciar novo empreendimento. Porém, não
se devem idealizar essas relações e esperar blocos de lealdade
permanentes. As alianças mais duradouras apenas se constroem como
opções que vão se renovando no tempo, a partir da
experiência da troca, do conhecimento mútuo, do aumento da
confiança e do desenvolvimento de uma identidade maior em torno
de valores, objetivos amplos e modos de atuação. |
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Tela 125 |
2 - Diferenças entre parcerias e alianças estratégicas A parceria ou aliança para umas organizações pode não ser necessariamente considerada dessa forma por outras.
Quadro-síntese das diferenças entre parceria e aliança estratégica
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Tela 126 |
O início de alianças e parcerias depende da discussão e equalização de três dimensões:
As empresas buscam associações devido à convicção de que a operação em rede é mais eficiente e flexível que a atuação individual e de que a atuação conjunta pode gerar um algo mais para os clientes e para as empresas. Para se desenvolver a parceria ou estabelecer a aliança estratégica sólida, é fundamental que se faça a avaliação dos parceiros. |
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Tela 127 |
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| 3
- Avaliando o parceiro
O nascimento de alianças e parcerias se dá por fases que devem ser seriamente observadas para facilitar uma formação com perspectivas de sucesso (Dal Piero, 2000): 1ª Fase: Identificação do parceiro ideal – definição clara da estratégia e dos objetivos da aliança comuns às empresas parceiras. Os objetivos da cooperação também deverão focar a remoção das deficiências em termos de recursos e competências necessários à competição, inclusive em nível internacional (internacionalização), se for o caso. Porém, é preciso não perder o foco da aliança, pois muitas empresas parceiras não buscam a internacionalização, seja pelo seu porte ou pelo seu tipo de interesse. Independentemente dessa questão, além das estratégias e dos os objetivos de cooperação precisarem ser comuns aos parceiros, também devem responder às seguintes questões:
Exemplos
de objetivos de alianças e parcerias bem-sucedidas. |
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Tela 128 |
| 2ª
Fase: Buscar o teste do mercado – para fazer esse teste,
pode-se partir das seguintes questões: A associação
pretende aumentar a competitividade no mercado? A parceria vai construir
uma nova entidade mais forte, equilibrada, equipada e competitiva no mercado?
Se não houver aumento de competitividade, por que arcar com os ônus
da parceria sem os bônus no mercado?
3ª Fase: Procurar o candidato cujo perfil melhor se enquadre nas estratégias e objetivos das organizações - É preciso atentar para os seguintes aspectos:
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Tela 129 |
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4ª Fase: Avaliação técnica – momento em que se deve:
5ª Fase:
Outras formas de auxílio - É prudente buscar contribuições
de pessoas experientes que dominem as técnicas para se estabelecerem
as negociações iniciais. |
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Tela 130 |
| 4
- Fatores de sucesso de alianças e parcerias
Para KANTER et al. (1997), num espaço onde todos são fortes e apresentam valores a serem compartilhados, o sucesso de ações conjuntas depende, principalmente:
• Cultura organizacional - aspecto crucial para o sucesso - Para que a negociação não “morra” logo de início, os executivos que buscam parcerias e alianças precisam estar atentos ao aspecto da cultura organizacional. Todo homem de negócios é consciente de que as diferenças culturais podem ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. Os executivos devem estar sintonizados para onde se manifestam as diferenças culturais e quais os seus efeitos no processo de negociação. Afinal, a meta é que os dois lados ganhem. A questão cultural é particularmente preciosa para que o comércio internacional funcione. Porém, mesmo diante das diferenças culturais, existem certos comportamentos humanos que são comuns, aplicáveis nas negociações: todos, independentemente das origens culturais, querem ser respeitados e ter seus objetivos levados a sério. Por outro lado, há distinções culturais significativas que são trazidas à mesa de negociação e que afetam as atitudes e os procedimentos.
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| Parcerias
e alianças em redes digitais - Estudos atuais têm
chamado a atenção para o termo parceria ao se falar em redes
digitais. Elas permitem, cada vez mais, que as organizações
solidifiquem suas parcerias. A Internet, por exemplo, está abrindo
caminho para nova forma de relacionamento no mundo dos negócios.
Os computadores tornam-se, cada vez mais, o elo das cadeias produtivas,
permitindo aprimorar os processos, seja na produção, na distribuição,
no desenvolvimento de produtos ou na prestação de serviços.
Tudo isso, porque tornam mais profundos e eficientes os relacionamentos
que as empresas já têm hoje com seus parceiros.
Junqueira (2000) chama esse modelo de “comércio colaborativo” e diz que “(...) nada mais é do que negócios em parceria”. Muitas organizações têm adotado essa forma de parceria e/ou aliança. A Dell Computers, empresa da indústria do segmento de computadores, é um exemplo. Ela integrou inteiramente em rede seu sistema de produção aos seus fornecedores. O seu diretor de marketing e vendas corporativas busca estabelecer relações mais duradouras com os parceiros:
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Exemplo
de uma parceria bem-sucedida - Empresa que vende flores pelo marketing
direto, a Calyx & Corolla necessitava de se tornar independente do florista
(intermediário). Veja a parceria feita por Ruth Owades, fundadora
dessa empresa e suas consequências.
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A implementação dos acordos incluem os seguintes passos:
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A construção de alianças e parcerias precisa considerar algumas fases e por isso, não acontece de uma hora para outra. Que tensões e conflitos podem surgir? A partir de determinadas posturas, alguns problemas podem ser solucionados, conforme se pode ver no quadro abaixo:
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Enfrentando os problemas - Após uma empresa identificar os principais problemas, deve procurar a organização parceira para conversa sobre os pontos de interesse. É importante que a empresa parceira faça avaliação ou exercício semelhante. Dependendo do tipo e da profundidade da relação entre as empresas, seria muito positivo confrontar as visões de ambas. Antes de a reunião ser realizada, é necessário preparo adequado. O estabelecimento de qual problema será foco de discussão e a definição do objetivo do encontro devem ser resolvidos em comum acordo. • Cuidados a
serem tomados:
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| Resumo
Diferenças
entre parcerias e alianças estratégicas Início de parcerias e alianças - Depende da discussão e equalização dos aspectos culturais de confiança e de interesse de pessoas e empresas; da cultura da competência e da cultura da tecnologia de informação. Fases da avaliação do parceiro
Passos para
a implementação dos acordos
Principais
problemas nas alianças e parcerias - Individualismo, desconfiança,
falta de comprometimento, comunicação ineficiente, questões
culturais. |
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