| Unidade 3 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1 - Reinvestimentos
Mais uma vez, continuamos a nos aproximar um pouco mais da realidade das grandes e médias empresas. O fato é que um projeto de alocação de recursos em ativos fixos, em geral, não é estanque e simples. Usualmente, com o passar do tempo, estes ativos necessitam nova alocação de recursos para a continuidade de suas produções. É o caso, por exemplo, de bancos que, ao investir na abertura de uma agência (ativo fixo), necessitam periodicamente alocar recursos para sua manutenção, tais como pintura de paredes, atualização de hardware e software ou manutenção da rede elétrica.
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Tela 2 |
| A partir dos dados assumidos, o motorista de táxi monta o fluxo de caixa dos 6 anos, encontrando um fluxo de caixa de R$ 10.100,00 anuais.
Com base na taxa de juros de mercado vigente (10%a.a.), a projeção indica um Valor Presente Líquido (VPL) positivo de R$ 1.988 e uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 11,6%, indicando que seu projeto pessoal é viável e ele já pode deixar de trabalhar para a empresa e ser autônomo.
O veículo que será utilizado como táxi consome peças e pneus na geração de receitas. É necessário que, em algum momento ao longo dos seis anos, sejam feitos reinvestimentos na manutenção do seu ativo, caso contrário não se conseguirá gerar a receita prevista, seja porque o táxi não funcionará ou os clientes preferirão entrar em um táxi que lhes proporcione mais conforto e segurança. Dessa forma, o motorista de táxi é alertado e, revendo suas projeções, chega à conclusão de que é necessário fazer uma revisão geral no terceiro ano, o que lhe consumirá R$ 1.800 em pneus e R$ 1.000,00 em peças. Refazendo o fluxo, chega-se a um novo diagrama de projeto, cuja alteração ocorre no terceiro ano. Há, agora, uma previsão de reinvestimento no valor de R$ 2.800,00 que altera o resultado econômico do projeto.
Com base na taxa de juros de mercado vigente, que é de 10%a.a., a projeção indica agora um Valor Presente Líquido (VPL) negativo de R$116,00 e uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 9,9%, indicando que seu projeto pessoal não é mais viável. Ou seja, todos os fatores que envolvem a projeção são importantes e necessitam ser muito bem mensurados, mas, sobretudo, necessitam ser muito bem mapeados. O valor dos reinvestimentos é um fator tão importante quanto os fluxos de caixa gerados, o valor do investimento a ser feito, a vida útil do projeto e/ou a taxa mínima de atratividade. |
Tela 3 |
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- Valor Residual
Outro fator muito importante que também deve ser considerado, quando da análise e levantamento das informações relativas a um projeto, é se o ativo possuirá um valor residual no final de sua vida útil. Ao estudarmos depreciação observou-se que a legislação fiscal beneficia as empresas que fazem investimentos ao permitir que se reduza a base de cálculo do imposto de renda por meio das despesas de depreciação. A lei das sociedades anônimas nº. 6.404, que disciplina e regula o cálculo da depreciação, define a taxa de depreciação para cada ativo. Pela legislação, os veículos, por exemplo, possuem taxa de depreciação de 20% ao ano, o que corresponde a uma vida útil, para fins contábeis e legais de 5 anos. Ou seja, para fins fiscais, o valor do bem ou ativo se reduz ao longo do tempo até chegar a zero.
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Tela 4 |
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| No entanto, na prática, não é isso que ocorre. Normalmente, os ativos possuem um valor de revenda no fim de sua vida útil contábil. Mesmo que pequeno ou simbólico, mesmo que só seja vendido como sucata, o ativo fixo pode, mesmo no fim de sua vida, possuir valor. Este valor é chamado residual.
Este valor residual pode alterar a viabilidade de um projeto em função de ser um fluxo de caixa positivo que em alguns casos é relevante para o projeto. Resgatando o exemplo do motorista de táxi que possuía um projeto viável no início, e, ao considerar o reinvestimento necessário à continuidade das operações, inverteu-se a situação, e o mesmo acabou desistindo do projeto.
Assim, fica o diagrama do projeto:
Notem que o fluxo do terceiro ano já é o líquido resultante da redução proporcionada pelo reinvestimento. Em contrapartida, observem que o fluxo do 6º ano se eleva e salta de R$ 10.100 para R$ 12.200,00 em função da adição do valor residual previsto de R$ 2.100,00. Como conseqüência, o Valor Presente Líquido (VPL), que era negativo de R$116, tornou-se positivo em R$ 1.070. Já a Taxa Interna de Retorno, (TIR) que era de 9,9% , elevou-se para 10,8. Ambos indicadores sugerem a viabilidade do projeto.
Portanto, o reinvestimento e o valor residual são fatores importantes e devem ser levados em consideração quando da construção e análise dos projetos. |
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Tela 5 |
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- VAUE – Valor Anual Uniforme Equivalente
Até o momento, para efeitos didáticos, só foi estudada a comparação entre projetos com horizontes semelhantes. No entanto, isto não reflete a rotina de grandes corporações que, em suas decisões diárias, confrontam situações nas quais necessitam decidir sobre projetos variados em termos de valores a serem investidos, origens, tipos, retornos e, principalmente, de prazos (horizontes). Quando do estudo do VPL e da TIR, trabalhou-se com um exemplo no qual existiam vários projetos com horizontes diferentes entre eles. Aquele exemplo nos foi útil para ilustrar problemas envolvendo as metodologias de análise de projetos de investimento. E é exatamente por existirem problemas envolvendo análise entre projetos com horizontes diferentes entre si que se utiliza o Valor Atual Uniforme Equivalente (VAUE).
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Tela 6 |
Para entendermos como este método funciona na prática, vamos pegar como exemplo dois projetos, mutuamente excludentes, com os seguintes fluxos de caixa:
Supondo que a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é de 20%a.a., qual deveria ser o projeto escolhido? Em tese, bastaria calcular o Valor Presente Líquido de cada um dos projetos. O que apresentasse o maior VPL deveria ser o escolhido. Calculando-se o VPL dos projetos, temos o seguinte resultado:
Contudo, a avaliação fica bastante prejudicada em função dos prazos serem diferenciados. O fato de o Projeto B possuir um valor presente maior não significa que é o melhor projeto, pois possui um fluxo a mais que o Projeto A.
Enquanto o Valor Presente Líquido (VPL) demonstra o resultado líquido de um fluxo de caixa a valor presente, o VAUE evidencia um resultado equivalente em bases periódicas, como no caso citado, anual. |