| Unidade 3 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1 - Reinvestimentos
Mais uma vez, continuamos a nos aproximar um pouco mais da realidade das grandes e médias empresas. O fato é que um projeto de alocação de recursos em ativos fixos, em geral, não é estanque e simples. Usualmente, com o passar do tempo, estes ativos necessitam nova alocação de recursos para a continuidade de suas produções. É o caso, por exemplo, de bancos que, ao investir na abertura de uma agência (ativo fixo), necessitam periodicamente alocar recursos para sua manutenção, tais como pintura de paredes, atualização de hardware e software ou manutenção da rede elétrica.
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Tela 2 |
| A partir dos dados assumidos, o motorista de táxi monta o fluxo de caixa dos 6 anos, encontrando um fluxo de caixa de R$ 10.100,00 anuais.
Com base na taxa de juros de mercado vigente (10%a.a.), a projeção indica um Valor Presente Líquido (VPL) positivo de R$ 1.988 e uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 11,6%, indicando que seu projeto pessoal é viável e ele já pode deixar de trabalhar para a empresa e ser autônomo.
O veículo que será utilizado como táxi consome peças e pneus na geração de receitas. É necessário que, em algum momento ao longo dos seis anos, sejam feitos reinvestimentos na manutenção do seu ativo, caso contrário não se conseguirá gerar a receita prevista, seja porque o táxi não funcionará ou os clientes preferirão entrar em um táxi que lhes proporcione mais conforto e segurança. Dessa forma, o motorista de táxi é alertado e, revendo suas projeções, chega à conclusão de que é necessário fazer uma revisão geral no terceiro ano, o que lhe consumirá R$ 1.800 em pneus e R$ 1.000,00 em peças. Refazendo o fluxo, chega-se a um novo diagrama de projeto, cuja alteração ocorre no terceiro ano. Há, agora, uma previsão de reinvestimento no valor de R$ 2.800,00 que altera o resultado econômico do projeto.
Com base na taxa de juros de mercado vigente, que é de 10%a.a., a projeção indica agora um Valor Presente Líquido (VPL) negativo de R$116,00 e uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 9,9%, indicando que seu projeto pessoal não é mais viável. Ou seja, todos os fatores que envolvem a projeção são importantes e necessitam ser muito bem mensurados, mas, sobretudo, necessitam ser muito bem mapeados. O valor dos reinvestimentos é um fator tão importante quanto os fluxos de caixa gerados, o valor do investimento a ser feito, a vida útil do projeto e/ou a taxa mínima de atratividade. |
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Valor
do ivestimento necessário |
Ano
01 |
Ano
02 |
Ano
03 |
Ano
04 |
Ano
05 |
Ano
06 |
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42.000 |
10.100 |
10.100 |
10.100 |
10.100 |
10.100 |
10.100 |
Com base na taxa de juros de mercado vigente (10%a.a.), a projeção indica um Valor Presente Líquido (VPL) positivo de R$ 1.988 e uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 11,6%, indicando que seu projeto pessoal é viável e ele já pode deixar de trabalhar para a empresa e ser autônomo.
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O veículo que será utilizado como táxi consome peças e pneus na geração de receitas. É necessário que, em algum momento ao longo dos seis anos, sejam feitos reinvestimentos na manutenção do seu ativo, caso contrário não se conseguirá gerar a receita prevista, seja porque o táxi não funcionará ou os clientes preferirão entrar em um táxi que lhes proporcione mais conforto e segurança.
Dessa forma, o motorista de táxi é alertado e, revendo suas projeções, chega à conclusão de que é necessário fazer uma revisão geral no terceiro ano, o que lhe consumirá R$ 1.800 em pneus e R$ 1.000,00 em peças.
Refazendo o fluxo, chega-se a um novo diagrama de projeto, cuja alteração ocorre no terceiro ano. Há, agora, uma previsão de reinvestimento no valor de R$ 2.800,00 que altera o resultado econômico do projeto.
Com base na taxa de juros de mercado vigente, que é de 10%a.a., a projeção indica agora um Valor Presente Líquido (VPL) negativo de R$116,00 e uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 9,9%, indicando que seu projeto pessoal não é mais viável.
Ou seja, todos os fatores que envolvem a projeção são importantes e necessitam ser muito bem mensurados, mas, sobretudo, necessitam ser muito bem mapeados.
O valor dos reinvestimentos é um fator tão importante quanto os fluxos de caixa gerados, o valor do investimento a ser feito, a vida útil do projeto e/ou a taxa mínima de atratividade.
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Tela 3 |
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| 2
- Valor Residual
Outro fator muito importante que também deve ser considerado, quando da análise e levantamento das informações relativas a um projeto, é se o ativo possuirá um valor residual no final de sua vida útil. Ao estudarmos depreciação observou-se que a legislação fiscal beneficia as empresas que fazem investimentos ao permitir que se reduza a base de cálculo do imposto de renda por meio das despesas de depreciação. A lei das sociedades anônimas nº. 6.404, que disciplina e regula o cálculo da depreciação, define a taxa de depreciação para cada ativo. Pela legislação, os veículos, por exemplo, possuem taxa de depreciação de 20% ao ano, o que corresponde a uma vida útil, para fins contábeis e legais de 5 anos. Ou seja, para fins fiscais, o valor do bem ou ativo se reduz ao longo do tempo até chegar a zero.
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Tela 4 |
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| No entanto, na prática, não é isso que ocorre. Normalmente, os ativos possuem um valor de revenda no fim de sua vida útil contábil. Mesmo que pequeno ou simbólico, mesmo que só seja vendido como sucata, o ativo fixo pode, mesmo no fim de sua vida, possuir valor. Este valor é chamado residual.
Este valor residual pode alterar a viabilidade de um projeto em função de ser um fluxo de caixa positivo que em alguns casos é relevante para o projeto. Resgatando o exemplo do motorista de táxi que possuía um projeto viável no início, e, ao considerar o reinvestimento necessário à continuidade das operações, inverteu-se a situação, e o mesmo acabou desistindo do projeto.
Assim, fica o diagrama do projeto:
Notem que o fluxo do terceiro ano já é o líquido resultante da redução proporcionada pelo reinvestimento. Em contrapartida, observem que o fluxo do 6º ano se eleva e salta de R$ 10.100 para R$ 12.200,00 em função da adição do valor residual previsto de R$ 2.100,00. Como conseqüência, o Valor Presente Líquido (VPL), que era negativo de R$116, tornou-se positivo em R$ 1.070. Já a Taxa Interna de Retorno, (TIR) que era de 9,9% , elevou-se para 10,8. Ambos indicadores sugerem a viabilidade do projeto.
Portanto, o reinvestimento e o valor residual são fatores importantes e devem ser levados em consideração quando da construção e análise dos projetos. |
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Tela 5 |
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| 3
- VAUE – Valor Anual Uniforme Equivalente
Até o momento, para efeitos didáticos, só foi estudada a comparação entre projetos com horizontes semelhantes. No entanto, isto não reflete a rotina de grandes corporações que, em suas decisões diárias, confrontam situações nas quais necessitam decidir sobre projetos variados em termos de valores a serem investidos, origens, tipos, retornos e, principalmente, de prazos (horizontes). Quando do estudo do VPL e da TIR, trabalhou-se com um exemplo no qual existiam vários projetos com horizontes diferentes entre eles. Aquele exemplo nos foi útil para ilustrar problemas envolvendo as metodologias de análise de projetos de investimento. E é exatamente por existirem problemas envolvendo análise entre projetos com horizontes diferentes entre si que se utiliza o Valor Atual Uniforme Equivalente (VAUE).
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Tela 6 |
Para entendermos como este método funciona na prática, vamos pegar como exemplo dois projetos, mutuamente excludentes, com os seguintes fluxos de caixa:
Supondo que a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é de 20%a.a., qual deveria ser o projeto escolhido? Em tese, bastaria calcular o Valor Presente Líquido de cada um dos projetos. O que apresentasse o maior VPL deveria ser o escolhido. Calculando-se o VPL dos projetos, temos o seguinte resultado:
Contudo, a avaliação fica bastante prejudicada em função dos prazos serem diferenciados. O fato de o Projeto B possuir um valor presente maior não significa que é o melhor projeto, pois possui um fluxo a mais que o Projeto A.
Enquanto o Valor Presente Líquido (VPL) demonstra o resultado líquido de um fluxo de caixa a valor presente, o VAUE evidencia um resultado equivalente em bases periódicas, como no caso citado, anual. |
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ANO |
Projeto
A |
Projeto
B |
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0 |
(200.000) |
(200.000) |
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1 |
130.000 |
80.000 |
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2 |
210.000 |
130.000 |
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3 |
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200.000 |
Supondo que a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é de 20%a.a., qual deveria ser o projeto escolhido? Em tese, bastaria calcular o Valor Presente Líquido de cada um dos projetos. O que apresentasse o maior VPL deveria ser o escolhido. Calculando-se o VPL dos projetos, temos o seguinte resultado:
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Contudo, a avaliação fica bastante prejudicada em função dos prazos serem diferenciados. O fato de o Projeto B possuir um valor presente maior não significa que é o melhor projeto, pois possui um fluxo a mais que o Projeto A.
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Enquanto o Valor Presente Líquido (VPL) demonstra o resultado líquido de um fluxo de caixa a valor presente, o VAUE evidencia um resultado equivalente em bases periódicas, como no caso citado, anual.
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Tela 7 |
| Uma das formas de se calcular o VAUE dá-se pela seguinte fórmula:
Para se calcular o VAUE basta utilizar as informações de cada fluxo mais o valor presente líquido calculado e o auxilio de uma calculadora financeira, dessa forma tem-se o seguinte resultado:
* Inverter o sinal utilizando a tecla CHS O resultado calculado tem o seguinte significado: Projeto A apesar de possuir um valor presente líquido (VPL) menor que o Projeto B possui uma série uniforme periódica (no caso anual) maior que o projeto B. Ou seja, o “VPL médio” do projeto A é melhor que o Projeto BEsta é a diferença entre o VPL e o VAUE. O VPL evidencia o resultado líquido do fluxo todo, enquanto o VAUE evidencia o resultado equivalente periódico (anual/mensal...) deste mesmo projeto.
É
a mesma coisa no dia-a-dia das pessoas. Imagine que uma mãe oferece
uma mesada para sua filha em duas opções: b) 6 mensalidades de 150,00 Obviamente
que, a princípio, o volume total da Obviamente que este exemplo é bem simples e a intenção é pura e simplesmente o entendimento sobre o conceito por trás do VAUE.
A mesma coisa podemos dizer sobre o projeto B. Os R$ 34.505 equivalem ao lucro médio por ano ao longo dos três anos de horizonte deste projeto. |
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Tela 8 |
| Método
alternativo – Por meio do VPL Pode-se determinar o projeto que possui a média de fluxos periódicos mais interessantes de outra forma. Para tanto, deve-se determinar o mínimo múltiplo comum – MMC, entre os prazos das alternativas. É como se os fluxos fossem se renovando até um horizonte único. Ou seja, no exemplo anterior o MMC é igual a 6 (2 fluxo x 3 fluxos) para se igualar os respectivos horizontes. Depois, basta calcular-se o VPL como se fosse um projeto normal. Montando-se os diagramas originais e os “projetados” visualiza-se mais facilmente o processo de se igualar os fluxos, como se eles se multiplicassem até o ponto de igualar seus horizontes.
Para se calcular o valor presente líquido dos projetos, o procedimento é o mesmo utilizado até então.
Para comprovar o cálculo do VAUE, basta achar o PMT (prestação) de cada um dos fluxos utilizando uma calculadora financeira, com base nos novos digramas projetados, ambos com horizonte de 6 anos, conforme o modelo:
* Inverter o sinal utilizando a tecla CHS A conclusão é a mesma que a calculada pelo VAUE. Ou seja, se os projetos tivessem o mesmo horizonte o projeto A é melhor que o projeto B em função da média de seus fluxos de caixa anuais serem maiores. |
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Tela 9 |
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| Uma decisão
interessante seria tentar estender os negócios dos projetos com as
mesmas condições, para que a empresa produzisse mais riqueza
ao longo de um período maior.
Um exemplo clássico é o de projetos cujo material utilizado pode ser diferente e ao fim de sua vida útil tem que ser reposto, provocando um reinvestimento. Montando-se o fluxo tem-se a seguinte configuração:
O detalhe é que estes projetos não geram receitas, mas sim apenas investimentos que produzem despesas de manutenção e, desta forma, os valores presentes líquido de ambos são negativos. Portanto, a decisão, a princípio, deve recair sobre o projeto que gera menor VPL, ao contrário dos projetos vistos até então. Calculando-se o VPL destes projetos, tem-se o seguinte resultado:
O VAUE pode ser utilizado, normalmente, em complemento ao VPL e, no caso acima, deve ser utilizado sob pena de decidir-se pelo projeto de estacas de madeira em função de possuir o menor VPL. |
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Tela 10 |
Existem projetos
que exigem a utilização do método VAUE. Algumas características
são peculiares a estes projetos, mas duas são as mais importantes.
Dessa forma, para se decidir pelo melhor projeto deve-se, necessariamente, utilizar a metodologia do Valor Anual Uniforme Equivalente – VAUE. Calculando-se o VAUE dos projetos do exemplo anterior, temos o seguinte resultado:
(**) Não é necessário inverter o sinal em função do projeto já apresentar VPL negativo. Lembrar que o projeto é apenas de fluxos negativos e, apesar da calculadora financeira apresentar PMT positivo, o valor refere-se a prestações negativas. O resultado do exemplo indica que é preferível o projeto de cerca de concreto em função de este material proporcionar fluxos de caixa negativos (custos) médios menores que o projeto de cerca de madeira. |
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Tela 11 |
| Resumo
Mais uma vez, continuamos a nos aproximar um pouco mais da realidade das grandes e médias empresas. Para tanto, vimos conceitos que acontecem no dia-a-dia das grandes corporações quando da análise de projetos investimento. O reinvestimento, como o próprio nome indica, é um novo investimento previsto ou feito em um determinado projeto. Outro fator muito importante e que também deve ser considerado, quando da análise e levantamento das informações relativas a um projeto, é se o ativo possuirá um valor residual no final de sua vida útil. E, por fim, é importante entender a metodologia do valor atual uniforme equivalente, que é uma versão do VPL e é bastante utilizado quando da análise de projetos com vida útil diferentes, projetos de substituição de ativos e projetos que envolvem ativos diferentes para o mesmo fim. O VAUE é bastante efetivo nestes casos, pois é um método fundamentado na transformação de valores atuais das séries de fluxo de caixa das diferentes alternativas, em séries de fluxos periódicos com o mesmo valor atual original. |
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| Unidade 3 | Módulo 2 | Tela 12 |
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| 1 - Perpetuidade Estes conceitos serão utilizados a todo o momento e são indispensáveis para o entendimento dos conceitos a serem estudados.
A perpetuidade é um destes conceitos avançados que podemos utilizar em muitas das análises de projetos de investimentos fixos. Como abordado no conteúdo do VAUE, muitos projetos tem horizontes de vida diferentes e em muitos casos os projetos tendem a se perpetuar. É o caso, por exemplo, da abertura de uma empresa ou filial de uma empresa. Ninguém faz um investimento pensando em fechar as portas no ano seguinte. Para estes casos, ao invés de se ficar calculando indicadores sobre fluxos intermináveis, pode-se utilizar o conceito de perpetuidade. A perpetuidade é derivada do VAUE e consiste em achar o VPL após o período explícito de crescimento. Partindo do pressuposto de que os negócios são infinitos ou continuados indefinidamente, e que o VAUE representa um valor médio que se repete igualmente ao longo de todo o período de cada projeto após o período explícito. Desta forma concluí-se que esse valor irá se repetir também por período indeterminado. |
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Tela 13 |
| Sendo assim pode-se calcular o Valor Presente Líquido (VPL) de cada uma das alternativas /projetos por meio da fórmula utilizada para séries infinitas, a saber: Vamos voltar ao exemplo utilizado quando da análise do VAUE.
Calculando-se a perpetuidade dos projetos temos:
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Ano |
Projeto
A |
Projeto
B |
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0 |
(
200.000 ) |
(
200.000 ) |
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1 |
130.000 |
80.000 |
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2 |
210.000 |
130.000 |
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3 |
200.000 |
Calculando-se a perpetuidade dos projetos temos:

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Tela 14 |
Refletindo um pouco sobre a origem desse cálculo, sem os rigores das formulações matemáticas, pode-se pegar o comportamento do Valor Presente Líquido de um projeto, dada determinada taxa de juros, conforme gráfico abaixo:
Notamos, neste gráfico, que o VPL aumentará à medida que se aumenta o prazo, mas não de forma constante. Independente da taxa de desconto utilizada, essa curva é mais ascendente nos primeiros anos e suave e insignificante ao longo tempo. |
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Tela 15 |
2 - Ponto de Equilíbrio
Contudo, para entendermos a importância e o cálculo do ponto de equilíbrio de forma mais apropriada, é vital revisar alguns conceitos contábeis relativos a custos. Os custos podem ser classificados de várias formas em função da análise que se quer fazer. Para a finalidade de análise do ponto de equilíbrio, os custos devem ser divididos em fixos e variáveis. Custos - Custos podem ser definidos como os gastos relativos a bens e/ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços. O custo é reconhecido no momento da utilização de fatores de produção necessários para a fabricação de um produto ou execução de um serviço.
Os custos variáveis são aqueles que mudam de acordo com o volume de produtos ou serviços produzidos dentro de uma unidade de tempo. Dessa forma, pode-se representar o comportamento do custo variável de acordo com o gráfico abaixo:
Percebam que à medida que o volume aumenta o custo se eleva proporcionalmente. |
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Tela 16 |
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O crescimento do custo, assim como o da receita são lineares e uniformes, em função de ambos crescerem diretamente. O aumento do resultado se dá em decorrência do aumento da produção.
É importante salientar que, na verdade, os custos fixos só são fixos até determinados patamares e limites de oscilação das atividades a que se referem. Dessa forma, pode-se representar o comportamento do custo variável de acordo com o gráfico abaixo:
Perceba que apesar de contínuo o comportamento do custo fixo pode se alterar em degraus caso haja necessidade de se alterar limites de produção, por exemplo. São exemplos clássicos de custos fixos: depreciação das máquinas, aluguel e impostos prediais, mão de obra indireta utilizada na produção tal como um vigia noturno e contas de telefones da fábrica dentre muitos outros. |
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Tela 17 |
As empresas incorrem invariavelmente nos dois tipos de custos para produzirem seus produtos e a gestão de ambos é fator preponderante para o sucesso. A conjunção dos dois, forma o custo total de uma empresa assim como de um novo empreendimento ao qual se deseja alocar investimentos.
A finalidade da classificação dos custos em fixos e variáveis é que esta permite uma melhor comparação entre alternativas de projetos com diferentes estruturas de custos. Assim, pode-se verificar qual a melhor alternativa para diferentes níveis de produção ou demanda. |
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Tela 18 |
Break
even point ou o ponto de equilíbrio
propriamente dito pode mostrar o nível de atividade a partir do
qual um negócio/projeto se torna lucrativo ou, nos casos dos projetos
de investimentos, viável. Perceba que, até então, as metodologias estudadas prestam-se às análises quanto à viabilidade dos projetos por meio do estudo do retorno dos investimentos efetuados. Em nenhum momento considera-se o mérito dos valores mínimos, seja de receita ou quantidade de produtos/serviços vendidos requeridos para se garantir a viabilidade de um projeto. As análises também não se preocupam com o nível das despesas e com a margem de contribuição mínima necessária ao atingimento da viabilidade econômica financeira. No caso da Análise de Investimentos, a idéia do ponto de equilíbrio é identificar os volumes mínimos necessários da variável considerada mais crítica sob o ponto de vista do projeto de investimento. Vamos utilizar o seguinte exemplo:
Apesar de haver muitas informações neste exemplo, é necessário apenas trabalhar de forma ordenada e em etapas, utilizando os conceitos até agora estudados, para resolver a questão e analisar o caso. |
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Tela 19 |
| 1ª etapa
– Mapear entradas e saídas
O projeto possui muitas entradas e saídas e o devido mapeamento é condição básica para o entendimento e a construção do diagrama de fluxo de caixa do projeto. A primeira informação fornecida é o investimento que, conforme indicação, é de e US$300.000 por quilômetro. A rodovia possui 100 quilômetros, portanto o investimento necessário é de US$30.000.000 (300.000 x 100). Além do investimento necessário, foram informados alguns custos inerentes ao funcionamento da rodovia. O primeiro deles diz respeito aos custos de manutenção projetados, que são da ordem de US$10.000 por quilômetro, por ano. Como são 100 quilômetros, tem-se um custo anual de US$1.000.000 (10.000 x 100) ao longo dos 20 anos da vida útil. O segundo custo refere-se ao de recapeamento, que é de US$80.000 por quilômetro e incorre a cada 5 anos. Dessa forma são US$8.000.000 que reduzirão o fluxo de caixa a cada 5 anos (80.000 x 100). Por fim a receita prevista ocorrerá em função do fluxo de 10.000 veículos que trafegarão na rodovia por dia e que pagarão pedágio no valor de US$2,00. Considerando o ano normal com 360 dias tem-se uma receita prevista de US$7.200.000 (10.000 x 360 x 2,00).
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Tela 20 |
| 2ª etapa
- Montar o fluxo do projeto
A montagem do diagrama de fluxo de caixa ajuda a visualizar o projeto de forma mais clara e auxilia a interpretação do problema. De acordo com as informações levantadas na etapa anterior temos as informações quanto ao investimento, receitas e custos e, dessa forma, pode-se evidenciá-las conforme mostra o quadro abaixo: 3ª etapa – Calcular os indicadores de retorno e viabilidade Antes de aprofundarmos a análise sobre o ponto de equilíbrio, é necessário, a partir da construção do fluxo caixa projetado do negócio, calcular os indicadores de viabilidade conforme metodologias estudadas até aqui. Indicadores |
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Tela 21 |
| 4ª
etapa – Resolução dos problemas
a) A partir do cálculo dos indicadores pode-se responder as questões quanto ao custo máximo admitido e o ponto de equilíbrio do projeto. O custo máximo admitido por este projeto é simples. Com a estrutura de custos projetados atuais, o investimento retorna um valor presente líquido positivo de R$2.798.163,93. Ou seja, mesmo que haja custos adicionais neste montante, o projeto proporcionaria um VPL nulo que ainda é aceitável, mais precisamente, o limite para aceitação do projeto. Portanto, o custo máximo admitido são os fluxos de caixa negativos trazidos a valor presente no montante de R$32.798.163,93.
A margem de segurança, que é uma medida de risco, pode ser calculada pela relação entre a folga e o valor presente dos fluxos de saída.
Esta taxa significa dizer que os custos só podem crescer 9,33% para que o projeto ainda continue viável, caso contrário, o projeto de investimento torna-se inviável. Para comprovar, basta multiplicar os mesmos R$ 30.000.000 pela taxa de 9,33%, e serão encontrados os mesmos R$ 2.798.163,93. b) O ponto de equilíbrio é calculado com base no mesmo raciocínio. Neste caso, a lógica também é simples. Tomemos novamente o conceito de ponto de equilíbrio. O break even point é o ponto em que as receitas cobrem os custos e o resultado contábil da empresa é nulo. Dessa forma, no fluxo de projetos de investimentos basta igualar o valor presente líquido das saídas (custos/despesas) ao valor presente líquido das entradas.
Calculando-se o VPL das saídas, encontra-se o valor de R$ 42.269.022,68. Para “zerar” este valor deve-se achar a receita anual que, a uma taxa de 15%a.a., faça com que o VPL das entradas proporcione os mesmos R$ 42.269.022,68 e o VPL do projeto, conseqüentemente, seja nulo. VPL saída = VPL entrada Utilizando-se a calculadora financeira, basta inserir as informações para encontrar a prestação anual – PMT (receita anual), seguinte forma:
Analisando este resultado, pode-se compreender que, se a rodovia gerar uma receita de US$ 6.752.961,22 por ano, o valor presente líquido do projeto será nulo. Outra interpretação que se pode dar é que esta receita anual calculada é a receita mínima exigida para se diluir todos os custos existentes sem prejudicar a viabilidade, pois o resultado será nulo. Calculando a receita, pode-se ainda descobrir o ponto de equilíbrio em quantidade de veículos. Para tanto, basta dividir a receita anual de equilíbrio pela quantidade de dias (360). Daí, divide-se o resultado encontrado pelo valor da tarifa que é de US$ 2,00.
Da mesma forma que calculamos a margem de segurança dos custos, pode-se calcular para a receita, já que também é uma medida de risco do projeto. O cálculo é similar, bastando para isso dividir a quantidade de veículos de equilíbrio pela projetada.
Esta taxa calculada significa dizer que a quantidade de veículos só pode variar, para baixo, em 6,2089%, caso contrário, o projeto tornar-se-á inviável.
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Tela 22 |
| Resumo
Até este momento, foram vistos muitos conceitos básicos e elementares para se proceder a uma análise de projeto de investimentos em ativos fixos. A perpetuidade é um conceito que pode ser utilizado em muitas das análises de projetos de investimentos fixos. Derivado do VAUE a perpetuidade deve ser utilizada em projetos cujo horizonte de vida tende a se perpetuar. É o caso, por exemplo, da abertura de uma empresa ou filial de uma empresa. Ninguém faz um investimento pensando em fechar as portas no ano seguinte. A princípio, a análise do ponto de equilíbrio está sempre associada à idéia de identificar o volume mínimo de produção (vendas) que permita cobrir custos fixos e custos variáveis. O ponto de
equilíbrio, ou break even point como também é
conhecido, é o ponto em que as receitas cobrem os custos e o resultado
contábil da empresa é nulo e refere-se ao estudo dos pontos
mínimos e máximos aceitáveis de receitas e custos,
respectivamente, a fim de dimensionar os riscos de inviabilidade dos projetos
de investimento. |
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| Unidade 3 | Módulo 3 | Tela 23 |
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| 1 - Taxa Mínima de Atratividade Ajustada Quaisquer que sejam os tipos de taxas de juros conhecidas no mercado, todas exprimem, em essência, a remuneração pela alocação de capital. A taxa de juros reflete, portanto, o preço pelo sacrifício de poupar, o que equivale, em outras palavras, à remuneração exigida por um agente econômico ao decidir postergar o consumo, transferindo seus recursos a outros agentes.
As taxas de juros que precificam os ativos do governo no mercado é denominada taxa livre de risco, constituindo-se na taxa base do sistema econômico. |
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Tela 24 |
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| Por outro
lado, a taxa de juros vigente na economia pode assumir diversos valores
de acordo com o risco oferecido pelas diversas alternativas financeiras.
Até o momento, foram estudados apenas casos e exemplos de análise de projetos, cuja taxa mínima de atratividade era a mesma. Contudo, a realidade das empresas evidencia que nem sempre isto é possível. Caso uma empresa aplique a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) semelhante para todos os projetos que está analisando significa que, em tese, mesmo que implicitamente, todos os projetos possuem o mesmo nível de risco. O fato é que esta situação é anormal. Normalmente, não traduz a realidade das corporações. Para efeitos didáticos utiliza-se uma mesma taxa para simplificar o entendimento e evidenciar de forma mais clara o conceito por trás dos cálculos. |
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Tela 25 |
| A taxa mínima de atratividade pode e deve ser ajustada para compensar o fato de a empresa estar assumindo um risco maior ou menor, conforme o caso. Este ajuste na taxa é uma forma prática e direta de se ajustar o projeto à clara exposição às oscilações de fluxos existentes. É necessário ter em mente que as projeções até então vistas são de caráter determinístico e seguem princípios de conservadorismo. Dessa forma, nada melhor que um ajuste na taxa para evidenciar um potencial risco. Exemplo: Alternativamente, há possibilidade de inaugurar uma nova modalidade de canal de atendimento cuja característica difere bastante das tradicionais que é através da telefonia móvel. Os fluxos de caixa associados aos dois estudos são os seguintes:
O canal tradicional de atendimento é bem conhecido com uma série histórica de resultados bem consistente. Sua taxa mínima de atratividade é de 12% a.a.. Calculando-se o valor presente líquido (VPL) e o valor anual uniforme equivalente (VAUE) tem-se: |
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Tela 26 |
| Percebe-se que o novo canal de relacionamento, representado pela telefonia móvel, possui um retorno traduzido pelo indicador VAUE muito maior que o canal tradicional, aqui representado pelo universo das agências. Contudo, o Banco Zeta Ltda. decide por analisar este novo mercado de forma um pouco mais detalhada e evidencia um nível de risco bem maior em função dos números de fraude, a velocidade da evolução tecnológica e a maturidade do mercado. Em função disto, decide adicionar 8 pontos percentuais à taxa mínima de atratividade deste projeto, que passa a ser 20%a.a.. Desta forma os indicadores se alteram de acordo com tabela e gráfico abaixo: Apesar da grande redução de 56,6% no VAUE do projeto do canal alternativo telefonia celular, referente ao valor de US$ 22.833 para US$ 9.910, o projeto ainda se mostra mais viável que o projeto de canal tradicional que possui um VAUE de apenas US$ 2.979. A redução ocorreu em função do incremento de 8 pontos percentuais feito na taxa de desconto, devido à percepção do maior risco envolvido no novo negócio. O importante é
entender que os indicadores que mensuram a viabilidade dos projetos se
alteram à medida que o fator de risco é inserido à
taxa de desconto do projeto. No caso acima, mesmo compensando a taxa mínima
de atratividade do projeto de canal alternativo com 8 pontos percentuais
a mais, seu VAUE continuou maior evidenciando realmente ser a melhor alternativa. |
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Tela 27 |
| 2 - Análise de Sensibilidade Atenção usar cores do padrão A análise de sensibilidade é ferramenta importantíssima para as empresas e seus analistas, principalmente quando da análise de investimentos projetados de forma determinística e não probabilística. É importante reiterar que esta técnica é utilizada normalmente em situações em que não há quaisquer informações sobre a distribuição de probabilidades e consiste, basicamente, na avaliação de risco de volatilidade dos indicadores de retorno de projetos, principalmente o VPL, em função de possíveis variações das premissas que fundamentam sua projeção. Em outras palavras, a técnica procura medir o efeito da possível oscilação em uma determinada variável, sobre a rentabilidade de um projeto. Para estes casos, costuma-se admitir variações naqueles itens, ou conjunto de itens, nos quais há maior incerteza nas previsões.
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Tela 28 |
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Quando há pequena variação num parâmetro o qual altera drasticamente os resultados esperados, diz-se que o projeto em análise é muito sensível a esse parâmetro e poderá ser interessante concentrar esforços para obter dados menos incertos.
De forma direta, a análise de sensibilidade procura responder perguntas do tipo “O que aconteceria com os indicadores do projeto em estudo, se variássemos determinado parâmetro?”. As suposições poderiam ser até extremistas e isso ajudaria o decisor a identificar o grau de sensibilidade dos parâmetros componentes da projeção. Exemplo: Investimento
– Equipamento US$ 40.000 Montando-se o diagrama do fluxo deste projeto, tem-se a seguinte situação: A projeção básica indica que o projeto de investimento é viável, pois possui um valor presente líquido positivo de US$ 11.071. Mas, e se alguns dos valores das premissas sofressem algum tipo de flutuação? |
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Tela 29 |
| Simulando-se algumas variações nas premissas, isoladamente, pode-se analisar a sensibilidade do VPL e da TIR do projeto em relação a estas alterações. Para efeitos de entendimento, serão construídas cinco simulações. Para melhor acompanhamento os valores alterados aparecem em negrito.
Pode-se claramente evidenciar o impacto de cada simulação no VPL do projeto. Assim, a redução de vida útil provoca uma redução bastante acentuada enquanto que a perspectiva de elevação do custo da matéria prima praticamente quase não afeta o projeto. Analisando quadro-resumo abaixo, percebe-se que somente na ocorrência do pior dos cenários possíveis, que é a ocorrência simultânea de todas as variações simuladas, é que o projeto torna-se inviável.
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Tela 30 |
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| Ferramentas - Uma das ferramentas mais acessíveis para auxiliar o processo de análise de sensibilidade são as planilhas eletrônicas Excel. O processo pode ser feito por meio de formatação de fórmulas básicas ou, também, por meio de funções avançadas como a utilização de solvers e tabelas.
Os modelos de simulações podem ser de caráter probabilístico ou de caráter determinístico, este sim, objeto de nosso estudo.
Em outras palavras, ocorrem quando uma variável ou parâmetro não está sujeito a algum grau de incerteza. Trata-se simplesmente de achar o mix ideal que maximiza a relação.
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Tela 31 |
| Atingir metas - Essa é uma função simples e útil na simulação de uma situação em que se deseja atingir determinado valor como meta. Esta função é indicada na solução de problemas em que se deseja atingir uma única meta, pela variação de uma única variável. Um exemplo típico é o de calcular-se o valor de investimento máximo permitido de um projeto para que o VPL seja nulo, em função de uma projeção de fluxo de caixa. Exemplo:
Após o primeiro passo, que é a disposição dos dados de forma ordenada na planilha eletrônica, com suas respectivas fórmulas de somas e cálculos de porcentagens, aciona-se a função Ferramentas para então acionar-se a função Atingir Metas.
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Tela 32 |
| O que se quer calcular é o investimento máximo (Valor do investimento) para que o projeto seja viável. Ou seja, qual o investimento máximo cujo VPL seja nulo ou zero. Portanto, a terceira informação será a célula cujo valor se quer calcular e que, no caso, é o investimento máximo.
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Tela 33 |
| Solver - é uma extensão de a função atingir metas, mas com uma capacidade maior para processamento de variáveis. Como objetivo principal pode-se estabelecer não apenas um valor definido, mas também metas como maximizar ou minimizar o resultado de determinado problema. Vejamos um caso clássico de utilização de solver. Exemplo: O Sr. Lee
Oswald vende 2 produtos em seus carrinhos de cachorro quente. O primeiro
é o próprio hotdog que possui uma margem de contribuição,
como visto no problema anterior, de R$ 1,05. O outro produto é
um refresco, cuja margem de contribuição é de 0,75. Sabendo-se que o dia tem uma capacidade limite de 8 horas ou no caso 480 minutos, qual é a composição entre os produtos que maximiza a margem de contribuição?
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Tela 34 |
| O primeiro passo é dispor os dados de forma ordenada na planilha eletrônica com suas respectivas fórmulas. Em seguida, acionam-se as funções Ferramentas e Solver. Daí preenche-se o quadro parâmetros do Solver conforme abaixo:
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Tela 35 |
| Surge, também, um quadro para emissão de relatórios especiais de Respostas, Análise de Sensibilidade e de Limites das variáveis envolvidas no problema, bem como a opção para salvar a simulação.
Perceba que a quantidade de produtos a ser vendidos que maximiza a margem de contribuição da empresa, em função da margem unitária e do tempo de preparação dos produtos e permanência do cliente, é 30 cachorros quentes e 45 refrescos. Dessa forma,
o Solver é uma ferramenta complementar e fundamental para auxiliar
as empresas e os analistas de projetos de investimento na construção
de sistemas para otimizar resultados, minimizar custos e atingir metas
essenciais à viabilidade dos projetos. |
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Tela 36 |
| Resumo Quaisquer que sejam os tipos de taxas de juros conhecidas no mercado, todas exprimem, em essência, a remuneração pela alocação de capital. A taxa de juros reflete, portanto, o preço pelo sacrifício de poupar, o que eqüivale, em outras palavras, à remuneração exigida por um agente econômico ao decidir postergar o consumo, transferindo seus recursos a outros agentes. Uma forma de se mensurar o risco de um projeto é por meio da Taxa Mínima de Atratividade. Uma vez levantados os riscos inerentes ao negócio ou ao projeto, é possível inserir na TMA um fator de diferenciação necessário à comparação de projetos que normalmente são distintos. Outro instrumento importante na avaliação de riscos das projeções é a análise de sensibilidade, principalmente quando os projetos têm caráter determinístico e não probabilístico. Esta técnica procura medir o efeito da possível oscilação em uma determinada variável, sobre a rentabilidade de um projeto. Para estes casos costuma-se admitir variações naqueles itens, ou conjunto de itens, onde há maior incerteza nas previsões. Costuma-se utilizar, para tanto, o auxílio de calculadoras financeiras, quando o projeto é pequeno e simples, ou planilhas eletrônicas cujas funções são mais potentes e flexíveis, tal como a função Solver. |
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| Unidade 3 | Módulo 4 | Tela 37 |
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| 1 - Inflação
O processo inflacionário, presente numa economia, pode causar impactos nos relatórios contábeis das empresas e, de certa forma, nas análises dos projetos de investimentos em ativos e suas respectivas viabilidades econômico-financeiras. A influência inflacionária nas diversas atividades exercidas por qualquer empresa induz o administrador financeiro à necessidade de dar maior atenção ao fenômeno. Para entender um pouco mais claramente o conceito de inflação, vamos tomar um exemplo bem simples. Exemplo. Indicadores de Inflação no Brasil - As empresas convivem com diversos indicadores de inflação, que procuram refletir a evolução periódica dos preços de diferentes cestas de bens e serviços. O uso adequado desses parâmetros requer conhecimento de seus critérios e cálculos e finalidades de uso. Índice Geral de Preços – disponibilidade interna - IGP-DI - De responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas, este indicador é publicado mensalmente. Sua metodologia de cálculo é definida pela média ponderada do Índice de Preços por Atacado (IPA), do Índice de Custo de Vida (ICV) e do Índice Nacional de Construção Civil.
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Tela 38 |
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Índice Geral de Preços no Mercado - IGP-M - Também calculado pela Fundação Getúlio Vargas, apresenta amplas aplicações no mercado. A principal diferença verificada entre esse índice e o IGP-DI reside no período da medição da inflação. No IGP-M, a taxa de inflação medida cobre o período compreendido entre o dia 11 de um mês e o dia 10 do mês posterior. As demais características do IGP-M são iguais ao IGP-DI, sendo que a cada dez dias são divulgadas prévias do resultado do mês, permitindo que o mercado se antecipe à taxa de inflação do mês.
Índice Nacional de Preço ao Consumidor - INPC O INPC reflete, pelos percentuais publicados todo mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de maneira parcial, a evolução da taxa de inflação da economia, medida pelos IGPs apresentados. A explicação principal desse comportamento parcial é o fato de o INPC referenciar a evolução dos preços somente com base em bens e serviços destinados ao consumo, não computando bens intermediários e de capital. A aplicação desse índice recai preferencialmente sobre os reajustes salariais. O levantamento dos preços é efetuado mensalmente, com base em uma cesta de consumo de famílias com renda de 1 a 8 salários mínimos.
Pode-se perceber que são poucas as diferenças entre estes três indicadores e que suas curvas ao longo de 16 anos evidenciam esta semelhança. Existem outros indicadores no mercado com diferentes formações e periodicidades, criados para determinados setores da economia. É o caso do INCC (índice Nacional da Construção Civil) |
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Tela 39 |
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2 - Decisões de Investimentos e a Inflação
Nas técnicas de avaliação de investimento, tradicionalmente, supõe-se que todos os preços e custos envolvidos no estudo se elevarão de forma proporcional. Portanto, o efeito de uma variação nos valores monetários envolvidos seria nulo. Como foi estudado, uma empresa quando elabora um projeto de investimento está na realidade esperando obter um retorno sobre seu capital aplicado, que seja superior à taxa de desvalorização da moeda, isto é, uma taxa real. Um fluxo de caixa elaborado sem ajustes à inflação é denominado projetos com fluxos a preços constantes. Em contrapartida, projetos que têm seus preços e custos corrigidos por uma expectativa de inflação são denominados projetos com fluxos de caixa a preços constantes ou em valores nominais. Para propósitos didáticos, até então trabalhamos apenas com fluxos simplificados, pois a inclusão da inflação torna o processo de ajustamento bastante difícil e, em alguns casos, requer o auxilio de planilhas eletrônicas. |
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Tela 40 |
| Inflação constante ao longo do tempo - Admitamos, inicialmente, que a inflação é constante e atinge igualmente todos os preços e custos envolvidos. Neste caso, a inflação não alterará o resultado e a decisão final, pois todos os componentes sofrem a influência da taxa da inflação simultaneamente. Exemplo:
Montando-se o diagrama do projeto e calculando-se o VPL e a TIR descontado, a uma taxa de 10%a.a., tem-se:
Contudo, a empresa considera que a inflação nos próximos 3 anos está estimada em 30%a.a. e é aplicável a todos os fatores. Neste caso, será que o projeto continua aceitável? Remontando-se a tabela com os novos valores corrigidos, reconstruindo-se o diagrama do projeto e calculando-se o VPL e a TIR a uma taxa de 43%a.a. (TMA + Inflação) têm-se:
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Tela 41 |
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Nota-se que o VPL é o mesmo que o projeto anterior. Isto porque, apesar das varáveis do projeto terem sofrido um reajuste com base na inflação, a taxa de desconto também continha a inserção da taxa da inflação. Desta maneira uma anulou a outra. Contudo, como explicar a TIR de 46,28%, bem acima dos 12,5% do projeto original. É necessário lembrar que a metodologia TIR possui alguns problemas, dentre os quais, não considerar a taxa mínima de atratividade no seu cálculo, mas, sim, apenas seus próprios fluxos. Então, é fato que, como os fluxos forma inflacionados, a TIR também. Dessa forma, ao extirpar-se a inflação do período da taxa interna de retorno, utilizando a equação de Fisher tem-se:
Portanto, deve ter ficado claro que o fato de incluir ou não a inflação nos fluxos de caixa, de forma homogênea, não altera a decisão quanto à aceitação ou rejeição do projeto. O impacto da inflação, quando atingem todas as variáveis simultaneamente, não afeta o projeto, tampouco sua viabilidade. |
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Tela 42 |
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Variação nos preços relativos - Em países com elevada taxa de inflação, há uma tendência a variações nos preços relativos dos produtos e insumos. O Brasil já viveu uma era, até o início da década de 1990, de altos níveis de inflação, quando as taxas atingiam patamares superiores a 50% ao mês. Apesar de o país viver uma fase de estabilidade econômica e inflacionária, o raciocínio a ser apresentado também é factível para patamares de inflação reduzidos. Imagine que a mesma empresa do exemplo anterior tenha feito uma análise mais aprofundada do seu projeto e do impacto da inflação sobre suas variáveis e tenha constatado que a taxa de inflação é constante ao longo do tempo, mas afeta cada item diferentemente, conforme é mostrado abaixo:
Será que o projeto continuará possuindo o mesmo VPL e TIR?
Montando-se o diagrama deste projeto e descontando-o a 43% ao ano (TMA + Taxa de inflação), tem-se:
Na prática, o que se fez foi corrigir todos os preços e custos pela inflação específica esperada para cada um dos componentes do projeto e transformar o fluxo de caixa resultante, expresso em preços correntes, para um fluxo de caixa em preços constantes.
Ao conseguir mensurar estas variáveis é possível alocar os incrementos ou reduções, assim como foi feito com a inflação. |
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Tela 43 |
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3 - Sistemas de Amortização O sistema de amortização trata, basicamente, da forma com que um agente devedor pode saldar suas dívidas, segundo regras ou acordos estabelecidos entre as partes de sistemas convencionais de amortizações.
Não importa o plano ou sistema de amortização adotado numa operação, pois, como são regidos pelo sistema de juros compostos e os juros são sempre calculados sobre os saldos devedores, os planos serão sempre equivalentes.
Sistema Francês
Como o próprio nome indica, nesse sistema as prestações são constantes e correspondem a uma série uniforme. Sua fórmula matemática é dada pela seguinte equação:
Obviamente, pode-se utilizar também uma calculadora financeira como procedemos durante todo o curso.
* Inverter o sinal utilizando a tecla CHS |
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Tela 44 |
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Neste sistema, a parcela de juros decresce com o tempo, ao passo que a parcela de amortização aumenta com o tempo. Graficamente, pode-se apresentar este comportamento da seguinte maneira:
Montando-se a planilha de acompanhamento do Saldo devedor (do exemplo citado anteriormente):
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| Sistema de Amortização Constante – SAC - Esse sistema foi popularizado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que o adotou nos financiamentos de compra da casa própria. Atualmente, ele é muito utilizado para financiamentos no longo prazo. Como as amortizações são constantes, seu valor é obtido dividindo-se o principal (PV) pelo número de prestações (n). Portanto, dessa forma, a primeira prestação (amortização + juros) será maior que a segunda, pois os juros começam a cair simultaneamente com a base de cálculo (saldo devedor). Neste sistema, a parcela de juros decresce com o tempo, ao passo que a parcela de amortização permanece fixa. Graficamente, pode-se apresentar este comportamento da seguinte maneira:
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Tela 46 |
Resumo A inflação é um processo de desvalorização da moeda dado pela corrosão da moeda de uma Nação. Ela afeta sobremaneira as empresas e pode ser diferente de entidade para entidade, em função dos recursos que são utilizados na execução de suas atividades. O processo inflacionário presente numa economia causa impactos nas empresas, que são refletidos em seus relatórios contábeis. Além disso, podem afetar também as projeções e análises de alocação em capital fixo, As decisões quanto à viabilidade econômico-financeiras dos projetos de investimentos em ativos e suas respectivas viabilidades. A influência inflacionária nas diversas atividades exercidas por qualquer empresa induz o administrador financeiro à necessidade de dar maior atenção ao fenômeno. Outro aspecto importante
a ser estudado são os sistemas de amortização utilizados
pelo Sistema Financeiro com suas características e diferenças.
O comportamento dos juros e das amortizações em cada modalidade
varia, mas o produto final, basicamente, é o mesmo, em vista de
todos trabalharem com o Sistema de Capitalização de Juros
Compostos. |
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