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Ao ler o texto da publicidade da teia de artéria, falamos também de conceito, mas o que é conceito? Um conceito é uma maneira de definir alguma coisa que existe na realidade, mas que não se confunde com a realidade (pois não é capaz de reproduzi-la). Por exemplo: o conceito de flor se refere às diversas espécies de flores existentes no planeta. Quando se fala em flor, sabemos do que se está falando, podemos imaginar uma flor em nossa mente. Assim como podemos imaginar uma casa, quando ouvimos a palavra casa. Mas, e quando se fala de cultura, de poder, de Estado, de valores, de mercado? Como você poderá ver, cada tradição teórica define esses termos de uma maneira determinada, e cada disciplina aborda essas questões a partir de enfoques e de referenciais teóricos distintos. E uma dica: quando você tiver contato com um texto "novo", com certeza seu pensamento o levará ao sentido de outros textos que leu, ou ao sentido referencial que você já possua sobre determinado assunto. Assim, a leitura e as interpretações que fizer do texto, serão comparadas às interpretações feitas em outros contextos e você poderá recusar ou aceitar tais interpretações, sobrepondo a elas interpretações frutos de diálogos com o texto, com outros textos e consigo mesmo. Cada leitor tem sua própria marca, seu estilo. Cada pessoa tem seu próprio mundo de compreensão e experiência historicamente condicionado no qual interage, a partir de seu ponto de vista. O mundo de um não é idêntico ao mundo do outro: é uma visão de realidade que não se repete. Entretanto, embora pareça paradoxal, são essas diferenças que devem permitir as compreensões, ou seja, são as diferenças que, em vez de definirem horizontes condicionados e limitados, transpõem barreiras e fecundam campos para que outros pontos de vista floresçam, ou seja, permitam "outras leituras". A interpretação não é exclusiva ao leitor, mas também não há uma autoridade suprema do autor em relação à interpretação do texto que escreve. No exercício de uma reinterpretação, os leitores se apossam do texto e tornam-se sujeitos de suas leituras, reescrevendo os sentidos. A leitura é um produto da época em que é realizada, e também é produto de outras leituras e das convicções dos diferentes leitores. |
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