3. O argumento central, que é a própria “necessidade de discussão” e a “necessidade de atribuição de novos significados” em função dessas transformações e diante do despreparo das classes dirigentes, pode ser extraído de parte do primeiro parágrafo e parte nos parágrafos seguintes:

• no primeiro parágrafo, quando o autor apresenta a idéia de discussão necessária entre os dois domínios;
• no segundo parágrafo, quando ele “define” e “evidencia” tais transformações e modificações e a posição do Estado diante de tais evidências,
• e também do terceiro parágrafo, quando ele coloca a questão do “despreparo das classes dirigentes”.

Assim, observe que, no terceiro parágrafo, ele conclui:


Seja como for, podemos situar nosso tema num terreno muito mais vasto do que nossa permanente crise conjuntural, e, por isso mesmo, atribuir-lhe um significado muito maior do que devemos dispensar às eternas confusões de nossas despreparadas classes dirigentes.


Observe que a “ordem” utilizada pelo autor para expor suas idéias é uma ordem “indireta” ou “invertida”, ou seja, ele apresenta o problema (a necessidade de discussão desses domínios) e depois coloca as evidências que geram a necessidade dessa discussão. Por fim, admite que tal discussão deve ser colocada num parâmetro mais vasto, analisando tais processos de transformação e evitando o despreparo das classes dirigentes.

Observe também que ele utiliza recursos, como palavras, expressões, elementos que ligam idéias para construir seu texto de forma encadeada nos três parágrafos.

Na verdade, a tese (ou argumento central deste texto discursivo) está “diluída” nos diversos parágrafos, e mesmo assim faz sentido. Por quê? Simplesmente porque o autor utiliza conectivos adequados para “ligar” as idéias, ou que formam “a teia” de argumentos e evidências, para levar o leitor a entender sua posição.


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