Interagir é uma ação recíproca,
uma forma de se relacionar com o outro; é promover representações
com outros sobre o mundo. Quando falamos, nossa referência são
as coisas do mundo e podemos presumir a multiplicidade das coisas
por meio de conceitos que nossa língua põe à
nossa disposição.
Ao construir a multiplicidade de conceitos, podemos agir sobre
os outros, assim como os outros podem agir sobre nós.
Para referir o mundo e nos entendermos, usamos necessariamente contextos.
E podemos mostrar ou indicar as coisas. Também supomos a existência
de um conhecimento compartilhado sobre o mundo, sobre valores e sobre
possibilidades interpretativas.
Compreendemos até este momento, portanto, que a linguagem forma-se
não apenas no falar, mas também nos códigos e elementos
visuais, que são produtores de sentido.
Já vimos também que no texto escrito esses recursos são
utilizados de forma diversa da fala e das imagens: podem ser expressos
por palavras, por idéias, por pontuações e recursos
gramaticais e semânticos (de idéias) que transmitam a intenção
do escritor, dependendo do tipo de texto.
Tanto ao falar, como ao escrever, temos diversas formas de discurso.
É possível diferenciar áreas e opções,
assim como gêneros discursivos (livro didático, cartilha,
folheto, cartaz publicitário, sermão, anúncio, manual
de instruções, bula...) e tipos textuais (dissertação,
exposição, narração...).
Mas, antes de tudo, devemos lembrar de algo: uma criança, por exemplo,
tem contato com a fala de seu contexto, ou seja, inicialmente
a fala da própria família, ou de determinada comunidade.
Esta forma de comunicação e linguagem é dada como
natural, e ela aprende a falar. Este é o primeiro distanciamento
da fala em relação à escrita: esta última
é aprendida sistematicamente, e em geral é à escola
que cabe esse papel.
O comunicado,
portanto, é essencial ao pensamento, à organização
de idéias e é aprendido desde a infância, quando a
criança se comunica ela interage
com as pessoas com quem convive e aprende a falar.
Mais tarde, ela aprenderá as diferenciações das formas
de discurso e os diversos recursos para se construir um pensamento, uma
fala, ou um texto escrito, de forma a agir
sobre os outros, ou seja, é um processo social.