E que conclusões podemos tirar das questões vistas até aqui? Primeiro, que a linguagem oral pode ser apresentada sob a forma de diálogo e monólogo.

E também que a linguagem coloquial pode apresentar-se sob a forma de perguntas e respostas ou sob a forma de conversação. O diálogo pode ser uma narrativa de episódios, um acontecimento, ou uma análise de diferentes visões de mundo, por exemplo. O monólogo, por sua vez, pode ser uma narrativa ou um simples relato, o qual pode ter a forma de um acontecimento determinado ou de análise do acontecimento, das relações lógicas ou causais aí implicadas, pode ser uma auto-reflexão, digamos, com o propósito de estabelecer uma “conversa”, mesmo que seja uma conversa consigo mesmo.

O diálogo apresenta uma estrutura gramatical específica, e em geral, o motivo que leva à alocução não está incluído no projeto interior do sujeito que responde, mas na pergunta do primeiro, e a resposta parte da pergunta formulada. Ou seja, todo o processo se divide entre duas ou mais pessoas, diferentemente do que acontece no monólogo.

Duas outras características do diálogo são: o reconhecimento prévio entre os locutores e o próprio conhecimento da situação (identificação do outro e da possibilidade de diálogo). A inclusão de elementos não verbais também especifica o coloquial: mímica, gestos, entonação, pausas. No monólogo a narrativa sobre um acontecimento ou raciocínio pressupõe a existência tanto de um motivo como de um projeto ou idéia geral. A alocução desdobrada se compõe de idéias relacionadas entre si e que vão sendo “desdobradas” em uma estrutura fechada, como uma conversa interior.

As duas formas, entretanto, possuem características que se aproximam, além dos meios de codificação verbais, como uma série de elementos expressivos complementares ou "marcadores" (prosódicos, mímica e gestos expressivos), que pontuam diferentemente recursos sintáticos que podem ser semelhantes ou idênticos.



Copyright © 2009 AIEC