O problema da gestação indesejada
entre adolescentes passou a se tornar importante a partir da década
de 1960. A revolução de costumes, a onda de contestação
juvenil, o advento de anticoncepção eficaz e a afirmação
dos direitos da mulher marcaram a época, resultando em
maior liberalização do exercício da sexualidade,
iniciação sexual mais precoce e aumento dos índices
de doenças sexualmente transmissíveis e de gravidez
indesejada.
Dentre
os inúmeros fatores que contribuíram para essa situação,
há de se destacar o uso e abuso da sensualidade nos meios
de comunicação de massa. A urbanização
acelerada também contribuiu para a mudança nos hábitos
e na estrutura e dinâmica das famílias. Afrouxaram-se,
nas grandes cidades, os tradicionais meios sociais e familiares
de controle sobre a sexualidade dos jovens.
Tivemos
assim, nas últimas décadas, importantes mudanças
sociais e culturais que acabaram estimulando os jovens - especialmente
as mulheres adolescentes - ao início da vida sexual ativa.
Sem, no entanto, prepará-los para o exercício consciente
dessa sexualidade. Como seria de se esperar, essa situação
resultou num grande aumento da freqüência de doenças
sexualmente transmissíveis e de gestações
indesejadas.