Em geral, o processo de extrapolação se realiza por associações evocativas, por relações analógicas: uma idéia lembra outra semelhante e viajamos para fora do texto. Às vezes, a extrapolação acontece devido à preocupação do leitor em descobrir os pontos de partida bem anteriores ao pensamento expresso no texto, ou, ainda, pela preocupação de se tirar conclusões decorrentes das idéias do texto, mas já pertencentes a outros contextos, a outros campos de discussão.

Veja um exemplo simples. Suponhamos que um texto em análise contenha a seguinte informação:

Os franceses Charles e Tierry são simpáticos.

A questão de interpretação apresenta o enunciado:

O texto afirma que os franceses são simpáticos.

Percebeu que a questão apresenta um erro de extrapolação? O texto diz que aqueles (dois) franceses são simpáticos. A questão diz que todos os franceses são simpáticos.

Ao reconhecer os momentos de extrapolação - sejam analógicos ou lógicos – você terá desenvolvido uma maior capacidade de compreensão objetiva dos textos e do contexto em questão. Essa lucidez, além de necessária, é criadora: significa, inclusive, uma maior liberdade de imaginação e de raciocínio, porque as “viagens” para fora dos textos se tornarão intencionais e conscientes, e não mais por incapacidade de diferenciar as suas próprias idéias das idéias apresentadas pelo texto em questão.



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