Leia agora os parágrafos a seguir, extraídos de um texto escrito sobre o tema "violência", proposto por um exame vestibular de uma universidade mineira:


Há rivalidades até entre famílias, filhos matando pais para tomar o que lhes pertence, irmãos brigando entre si.

Brigas por posses de terras, causando guerras entre países como ocorreu há pouco tempo e continua acontecendo.

Por qualquer motivo se pratica a violência, uma simples discussão, ciúmes, um lugar em fila de ônibus, etc. [...]

(Redação de aluno. Apud Maria da Graça Costa Val. Redação e textualidade.
São Paulo: Martins Fontes, 1994. p. 84.)

O exame desse fragmento do texto indica que o autor não possui argumentos consistentes para analisar o fenômeno da violência social.

O primeiro parágrafo, por exemplo, é superficial e generalizante: que tipo de família é essa, em que filhos matam pais para roubá-los? Que motivos os levam a proceder assim?

No segundo parágrafo, a que guerras e países o texto se refere? Será que a violência popular realmente nasce "por qualquer motivo", como se afirma no 3º parágrafo?

A baixa informatividade do texto, ao mesmo tempo em que provoca o desinteresse do leitor - que tende a abandonar a leitura pelo fato de não encontrar nada de novo nela - também põe em dúvida o conhecimento do autor a respeito do assunto e a própria pertinência do texto.

A maior parte dos textos publicados em jornais e revistas apresenta um grau de informatividade médio, capaz de, ao mesmo tempo, mobilizar o repertório cultural do leitor e oferecer-lhe novas informações.



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