| Unidade 4 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1 – Importância da análise dos relatórios contábeis As atividades empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-se para a obtenção de lucros. Os recursos investidos na empresa pelos proprietários (capital próprio – Patrimônio Líquido) e por terceiros (capital de terceiros – Passivo Exigível) encontram-se aplicados em ativos empregados na produção e/ou comercialização de bens ou na prestação de serviços. As receitas obtidas com as operações devem ser suficientes para cobrir todos os custos e despesas incorridas e ainda gerar lucros. Paralelamente a esse fluxo econômico de resultados, ocorre uma movimentação de numerário que deve permitir o pagamento dos compromissos assumidos, dividendos e a reinversão da parcela remanescente dos lucros. O resultado dessas atividades é resumido em demonstrações contábeis, que buscam retratar, em unidades monetárias, a situação da empresa. Essas demonstrações não mostram tudo, não entram em detalhes sobre a situação da entidade, apresentando apenas aquilo que se considera relevante para o bom entendimento das condições do patrimônio e sua avaliação. As demonstrações contábeis de uma entidade devem ser vistas como um dos mais importantes instrumentos para a tomada de decisões, o que é possibilitado pela sua análise. Elas fornecem, de forma sucinta, uma visão de como andam os negócios da empresa, possibilitando planejar os ajustes necessários, verificar a possibilidade de novos investimentos, decidir quanto à obtenção de financiamento ou à utilização de recursos próprios, quanto ao nível de estoques, à política de crédito e tomar inúmeras outras decisões que orientam tanto o dia a dia como as políticas e diretrizes da empresa. A análise desse importante conjunto de dados e o seu cruzamento permitem aos diversos usuários das demonstrações contábeis extrair conclusões sobre a saúde econômica e financeira da empresa e, a partir delas, tomar novas decisões, conforme os seus interesses na empresa em análise.
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O analista de balanços preocupa-se com as demonstrações financeiras que, por sua vez, precisam ser transformadas em informações que permitam concluir se a empresa merece ou não crédito, se vem sendo bem ou mal administrada, se tem ou não condições de pagar suas dívidas, se é ou não lucrativa, se vem evoluindo ou regredindo, se é eficiente ou ineficiente, se irá falir ou se continuará operando.
Os principais relatórios utilizados para análise são:
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Tela 4 |
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2
- Simplificação e padronização das Demonstrações
Financeiras
Antes de dar início ao processo de análise, é conveniente colocar as demonstrações dentro de determinado formato e proceder a alguns ajustes com os objetivos de:
Este último ponto dá margem a que o analista faça uso de seus conhecimentos e de sua criatividade, uma vez que deve produzir um formato (ou modelo) adequado ao que tem em mente e ao grau de profundidade que deseja atingir.
Não é possível estabelecer um padrão único, pois a diversidade de atividades empresariais leva a diferentes estruturas de balanço, mesmo obedecendo a um mesmo conjunto de normas. Para fins didáticos adotaremos o seguinte padrão: CIA
EXEMPLO
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É
fundamental que o modelo tenda ao propósito da análise e
que o analista e os demais interessados na análise saibam o que,
exatamente, engloba cada conta do balanço padronizado.
Vejamos algumas considerações sobre o modelo proposto:
Vejamos agora a demonstração de resultado do exercício: CIA
EXEMPLO
No processo de simplificação e padronização das demonstrações contábeis, com objetivo de análise, podemos indicar outros itens do balanço a serem observados e reclassificados, quando for o caso:
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Vale destacar que a possibilidade de obter informações para uma adequada reclassificação de contas não depende apenas da vontade do analista. Quando se trata de um analista interno, ou seja, trabalhando para a entidade como empregado ou contratado, as informações devem estar disponíveis. Mas quando se trata de um analista externo à entidade, trabalhando para um fornecedor ou um concorrente, a possibilidade de obter informações pode ser extremamente reduzida. |
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Resumo
A contabilidade tem a função básica de fornecer informações que auxiliem o processo de tomada de decisão por pessoas interessadas na situação econômica e financeira da empresa, tais como acionistas, empregados, governo, concorrentes, financiadores etc. A análise
de balanços tem a finalidade de extrair informações
das demonstrações financeiras, buscando subsídios
que auxiliem no processo de tomada de decisão, identificando sua
liquidez, seu nível de endividamento, sua lucratividade e sua rentabilidade.
Para isso, o analista utiliza as diversas demonstrações
contábeis elaboradas e publicadas pelas empresas: Balanço
Patrimonial; Demonstração do Resultado do Exercício,
Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido, Demonstração dos Fluxos de Caixa, entre
outras. A Demonstração do Resultado do Exercício é um resumo das receitas e despesas incorridas durante o exercício financeiro. É uma demonstração dinâmica, essencialmente econômica que apura o lucro ou prejuízo da entidade. A Demonstração
de Lucros ou Prejuízos Acumulados evidencia a distribuição
do lucro. Tem a finalidade de realizar a interligação da
Demonstração do Resultado do Exercício com o Balanço
Patrimonial, uma vez que o lucro apurado na DRE retorna ao BP na forma
de dividendos (passivo circulante) ou lucros retidos (patrimônio
líquido). Por essa razão, para que seja possível a análise e comparação com outras entidades, é conveniente colocá-las dentro de modelos previamente definidos, agrupando-se ou desmembrando-se algumas contas. Além
disso, é indispensável fazer a crítica das demonstrações,
para identificar e corrigir erros eventualmente cometidos, e também
reclassificar algumas contas, para que as demonstrações
reflitam adequadamente a realidade da organização. |
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| Unidade 4 | Módulo 2 | Tela 9 |
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| 1
- Método de análise vertical
A análise vertical tem como objetivo detalhar as demonstrações financeiras, ressaltando por meio de cálculos percentuais a participação de cada conta dentro de um total. Demonstra a importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence e, por meio da comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos anteriores, permite inferir se há itens fora das proporções normais.
A Análise Vertical mostra, de um lado, qual a composição detalhada dos recursos tomados pela empresa, qual a participação dos capitais próprios e de terceiros, qual o percentual de capitais de terceiros em curto e em longo prazo, qual a participação de cada um dos itens de capitais de terceiros. De outro lado, a Análise Vertical mostra quanto por cento dos recursos totais foi destinado ao Ativo Circulante e quanto ao Realizável em Longo Prazo e quanto Aos demais itens do ativo não circulante. A comparação dos percentuais da Análise Vertical da empresa com os de concorrentes permite saber se a alocação dos recursos no Ativo é típica ou não para aquele ramo de atividade. É sabido, por exemplo. |
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Tela 10 |
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A análise do percentual de cada item do Ativo permite detectar a política de investimento da empresa em relação a estoques, duplicatas, imobilizado, enquanto no Passivo permite visualizar a política financeira de obtenção de recursos.
Vejamos um exemplo da Análise Vertical do Balanço de uma empresa industrial: |
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Tela 11 |
Vejamos o cálculo
do índice de análise vertical para o ativo circulante
em 2009: Assim temos: R$
374.400
X = 213.300* 100
/ 374.400 = 56,97% |
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Tela 12 |
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Vejamos algumas considerações sobre a situação da empresa, comparando os saldos do balanço nas duas datas (31/12/08 e 31/12/09): a)
Análise vertical do ativo circulante:
b) Análise vertical do ativo não circulante:
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Tela 13 |
| c)
Análise do Passivo Circulante e não Circulante:
d) Análise do Patrimônio Líquido:
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2 - Análise Vertical da Demonstração do Resultado do Exercício
Toda a atividade de uma empresa gira em torno das vendas. São elas que devem determinar o que a empresa pode consumir em cada item de despesa. Por isso, na Análise Vertical da Demonstração do Resultado, as vendas são igualadas a 100%, e todos os demais itens têm seu percentual calculado em relação às Vendas. Com isso, cada item de despesa da Demonstração do Resultado do Exercício pode ser controlado em função do seu percentual em relação a Vendas. Esse controle é extremamente importante quando se lembra que o percentual de lucro líquido em relação a Vendas costuma ser muito pequeno (de 5% a 10% para as atividades comerciais e industriais. Já para as empresas que prestam serviços, a lucratividade média costuma ser de 15% a 20%). Por isso, o aumento percentual de despesa em relação a Vendas é indesejável. Há empresas que controlam rigorosamente esses percentuais, não permitindo que ultrapassem metas. |
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Vejamos agora a análise vertical da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE):
Vejamos o cálculo
do índice de análise vertical para lucro bruto em 2009: Assim temos: R$
389.200
X = 169.400* 100
/ 389.200 = 43,52% Observação: a análise da DRE deve sempre partir da Receita Operacional Líquida, visando excluir eventuais efeitos das devoluções e abatimentos na análise da lucratividade da empresa. |
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Vejamos algumas considerações sobre a situação da empresa, comparando as receitas, despesas e resultados nas duas datas de apuração (31/12/08 e 31/12/09): a) em 2008:
b) em 2009:
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Tela 17 |
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3
- Análise Horizontal
Quando aplicada ao Balanço Patrimonial, a Análise Horizontal procura indicar a variação ocorrida em cada uma das contas. A análise horizontal do Balanço mostra a que itens do Ativo a empresa vem dando ênfase na alocação de seus recursos e, comparativamente, quais recursos adicionais vem utilizando. Por exemplo. É interessante, na Análise Horizontal do balanço, observar comparativamente os seguintes itens:
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Vejamos um exemplo de análise horizontal aproveitando o balanço da Indústria e Comércio de Plásticos:
A análise horizontal pode ser apresentada a partir de percentuais das contas de 2009 em relação aos valores de 2008 ou apenas a variação efetiva, ou seja, o percentual da diferença de 2009 em relação a 2008. Vejamos o cálculo do índice de análise horizontal do total do ativo em 2009: Total do Ativo em 2009: R$ 374.400 Total do Ativo em 2008: R$ 325.000 Diferença (Ativo em 2009 – Ativo em 2008): R$ 49.400 Assim temos: R$
325.000
X = 49.400* 100 / 325.000 = 15,2% |
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Verificando os percentuais calculados na análise horizontal, podemos fazer algumas considerações adicionais, evitando repetições de conclusões já apresentadas na análise vertical:
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Vejamos em seguida a análise horizontal das contas que compõem o resultado da empresa nos dois períodos (2008 e 2009):
A análise horizontal das receitas, despesas e resultados permite alguns questionamentos interessantes:
Porque a empresa teve uma redução de 26% no lucro, enquanto as receitas aumentaram em 8,2%? A expectativa não seria aumentar o lucro na mesma proporção das receitas? Se analisarmos apenas o comportamento da receita líquida e do lucro posso entender que quanto mais vender menor será o lucro? |
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A análise horizontal reflete apenas a comparação dos valores obtidos em 2009 em comparação aos valores de receitas, despesas e resultados de 2008. É preciso verificar as demais alterações para entender o que realmente provocou a redução do lucro. Vejamos:
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Tela 22 |
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4 – Conclusões sobre a análise vertical e Horizontal A análise
conjunta, ou seja, horizontal e vertical, permite conclusões
ainda mais consistentes uma vez que amplia a visão sobre as variações
do balanço patrimonial e da evolução das receitas
e despesas.
Uma boa referência para a análise conjunta é a avaliação do crescimento do total do ativo. Note-se que o ativo cresceu 15,2%. A partir desse parâmetro podemos fazer algumas considerações:
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No caso da Demonstração de resultado do exercício vejamos:
Em análise anterior, já foi mencionado que a redução do lucro deveu-se principalmente ao crescimento das despesas com vendas e despesas administrativas. Note-se que as despesas administrativas cresceram 36,6%, enquanto a receita líquida cresceu apenas 8,2%. Para entendermos a relevância disso, precisamos verificar que a participação dessa despesa no montante de receitas era de 17,4% e passou para 22% em 2009. Quanto maior a participação de um determinado elemento em relação à receita, maior será um impacto na variação do seu valor. Para ilustrar melhor, podemos verificar o Ganho de Equivalência Patrimonial. Mesmo que esse item tivesse aumentado 40%, o impacto sobre o lucro pequeno, pois ele representava apenas 0,9% da receita líquida em 2008. |
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Tela 24 |
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Resumo Quando aplicada
ao Balanço Patrimonial, a análise vertical busca evidenciar
o percentual de cada conta em relação ao total do Ativo
e do Passivo, ou seja, a real importância de cada grupo de conta
no conjunto. Dessa forma, irá indicar a estrutura do Ativo e
do Passivo, bem como suas modificações. |
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| Unidade 4 | Módulo 3 | Tela 25 |
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1 - Situação financeira: ativo circulante X passivo circulante
Evidentemente, o desejável seria que o Ativo Circulante (AC) fosse sempre maior que o Passivo Circulante. Enquanto o segundo significa obrigações a pagar, o primeiro significa dinheiro (caixa e bancos) e valores que se transformarão em dinheiro (Duplicatas a Receber e Estoques) Muitas vezes, mesmo que o AC seja maior que o PC, a empresa encontra dificuldades de pagamento das suas obrigações, isto porque as dívidas estão vencendo com rapidez maior do que os valores que se transformarão em dinheiro. Isto é, os recebimentos da empresa ocorrem de forma mais lenta que os vencimentos das Contas a Pagar. Quando ocorre este fato, a empresa recorre a empréstimos, descontos de duplicatas etc., no sentido de reforçar seu caixa para cobrir seus compromissos em vencimento. Em outras palavras, a empresa recorre a Capital de Giro. O Capital Circulante Líquido (CCL) é representado pela equação: Ativo Circulante menos Passivo representa a parte do Ativo Circulante que não está comprometida com o Passivo Circulante. Isto significa que o CCL representa a sobra de recursos que a empresa possui, após pagar todas as suas obrigações de curto prazo.
Quanto maior for o CCL maior será a flexibilidade financeira da empresa. A análise
da capacidade de pagamento interessa particularmente aos credores da
entidade. É o principal fator a ser considerado quando se trata
de efetuar um empréstimo em curto prazo ou um desconto de duplicatas
ou de conceder prazos para pagamento. |
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Tela 26 |
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2 - Índices de Liquidez Os índices
de liquidez não medem com exatidão matemática a
capacidade de pagamento da entidade, pois, como vimos anteriormente,
receitas não são entradas de caixa. Para isso, teríamos
que ter uma previsão exata dos fluxos de caixa.
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a) Índice de liquidez corrente - Este índice mostra quantas unidades monetárias a entidade tem a receber no curto prazo (ativo circulante), para cada unidade monetária que tem a pagar no mesmo período (passivo circulante). Resulta, pois, da divisão do ativo circulante pelo passivo circulante.
Muito divulgado e considerado o melhor indicador da capacidade da organização de pagar suas dívidas em curto prazo, o índice de liquidez corrente exige do analista atenção para o fato de que, tanto no numerador (dividendo) como no denominador (divisor) estão agrupados valores com prazos de vencimento diferentes.
b) Índice de liquidez Seca – os estoques, em princípio, têm a mais demorada conversibilidade em dinheiro, além de apresentarem também o menor grau de certeza quanto a sua conversibilidade. Este índice mede a dependência da empresa em relação à realização dos estoques. Utiliza-se este índice, bastante conservador, para avaliar a situação de liquidez das entidades com maior segurança. Resulta também da divisão do ativo circulante, porém excluídos os estoques, pelo passivo circulante.
Com esse procedimento elimina-se do ativo circulante o elemento de conversibilidade mais incerto e, ainda, cuja avaliação dá margem a dúvidas.
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c) Índice de liquidez geral - este índice embora sofra restrições ainda maiores que o índice de liquidez corrente, face à grande variabilidade dos prazos de recebimento e pagamento, é o índice utilizado para avaliar a capacidade total de pagamento da organização em curto e longo prazo. Em outras palavras, mostra quantas unidades monetárias ela tem a receber, em curto e longo prazo, para cada unidade monetária que tem a pagar, também em curto e longo prazo.
Apesar da limitação apontada, o índice de liquidez geral mostra-se útil também por permitir identificar distorções no índice de liquidez corrente, provocadas por variações nos itens de longo prazo. Por exemplo, um excesso de liquidez ocasionado pela entrada de um grande volume de recursos no circulante, tendo como origem empréstimos em Longo prazo. Vejamos um exemplo: |
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Cia.
Exemplo
Vamos supor que do total do ativo circulante, R$10,00 sejam disponíveis, R$190,00 sejam duplicatas a receber e R$ 100,00 sejam estoques.
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3 - Índices de Endividamento a) Histórico e média de endividamento No primeiro número, em 1973, Melhores e Maiores, publicada pela Revista Exame, o Capital de Terceiros utilizado para financiar o Ativo era de aproximadamente 30% (70% de Capital Próprio). Em menos de 10 anos a situação quase se inverteu: a empresa brasileira utilizava-se de mais de 60% de Capital de Terceiros para constituir o seu Ativo (menos de 40% de Capital Próprio). As edições mais recentes da Revista Exame apontam uma tendência de endividamento da ordem de 60% a 90%, dependendo do setor de atividade. Naturalmente, as empresas que necessitam de elevado capital para investir no seu imobilizado tendem a apresentar maior endividamento em determinados momentos. Vale destacar que a estabilidade econômica alcançada pelo Brasil, sinalizou a possibilidade de utilização de recursos de terceiros com menor risco para as empresas. O nível de endividamento não aumentou muito devido ao elevado custo do capital, mas isso pode mudar ao longo dos próximos anos. b) Considerações sobre o Ativo Imobilizado
O volume de aplicações no Imobilizado varia de empresa
para empresa, de acordo com o seu ramo de atividade: |
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c) Capital próprio X Capital de terceiros Sabe-se que o Ativo (aplicação de recursos) é financiado por Capitais de Terceiros (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) e por Capitais Próprios (Patrimônio Líquido). Portanto, Capitais de Terceiros e Capitais Próprios são fontes (origens) de recursos.
Quanto maior for o Capital de terceiros, mais a empresa estará endividada (quantidade de dívida). Todavia, ao se analisar o Capital de Terceiros, detecta-se:
d)
Os índices de endividamento, usualmente expressos
em porcentagens, permitem avaliar o quanto à organização
depende de capitais de terceiros, bem como a distribuição
de suas obrigações entre o curto e o longo prazo.
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No cálculo
do grau de endividamento buscamos identificar se a empresa recorre a
mais capital de terceiros ou capital próprio para financiar seu
ativo.
Seu cálculo é feito da seguinte forma:
No tópico anterior, analisamos o “quanto” a empresa tem de dívidas, dividindo o passivo em capital de terceiros e capital próprio. Vamos, agora, estudar a composição de endividamento. Neste estudo vamos nos preocupar apenas com as dívidas exigíveis (capital de terceiros), buscando identificar quanto da dívida é exigível no curto e quanto é exigível no longo prazo. O cálculo é feito da seguinte forma:
Obviamente, a diferença entre 100% e o percentual encontrado nos dirá qual a participação do Exigível em Longo Prazo no endividamento total. Vejamos um exemplo:
Cia. Exemplo
Temos um passivo total de R$1.000,00 dividido entre R$600,00 de capital de terceiros (passivo circulante + passivo não circulante) e $400 de capital próprio. |
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O
capital de terceiros está dividido em R$120,00 de dívidas
de curto prazo e R$480,00 de dívidas de longo prazo. Vejamos
o Quadro de Endividamento: Quadro de Endividamento
Da
análise do quadro acima, podemos concluir que 60% do ativo
da empresa é financiado por capital de terceiros e 40% por
capital próprio; e |
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Tela 34 |
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4 - Lucro e lucratividade
Por lucrativa
entende-se, portanto, uma entidade capaz de gerar receitas superiores
às suas despesas. As medidas de lucratividade, denominadas margens, recebem diferentes denominações, segundo o tipo ou expressão de lucro a que se referem: margem bruta, margem operacional e margem líquida. Em si,
esses indicadores pouco nos revelam. No entanto, confrontados com os
indicadores de outras empresas, do mesmo porte e ramo, permite saber
se nossos custos e despesas são compatíveis como que se
verifica no mercado.
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Tela 35 |
| 5 - Indicadores de lucratividade Uma vez
que o volume de vendas, do ponto de vista financeiro, é o fator
determinante do lucro, pois para que haja lucro é indispensável
vender para gerar receitas, os indicadores básicos da lucratividade
(as margens) relacionam as várias expressões de lucro
com as vendas. Demonstração
do Resultado do Exercício de 2009
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Tela 36 |
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a)
Margem Bruta
Margem
Bruta (2008) = 600 ÷ 1.000 = 0,60 = 60% b)
Margem Líquida
Utilizando os dados da DRE do Exemplo S/A: Margem Líquida (2008) = 205 ÷ 1.000 = 0,21 = 21%. Margem Líquida (2009) = 470 ÷ 1.500 = 0,31 = 31%. A importância da margem líquida torna-se evidente se considerarmos que a magnitude da lucratividade líquida é que tornará possíveis maiores ou menores remunerações aos proprietários (dividendos). |
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Tela 37 |
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6
- Indicadores de rentabilidade |
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Tela 38 |
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a)
Taxa de Retorno sobre o Investimento Para DRE, por ser dinâmica, iremos utilizar o valor anual.
No caso
da empresa exemplo, temos: Lucro líquido (2009) = R$470,00 TRI = R$ 470,00/R$ 2.540,00 = 0,1850 = 18,50%. A conclusão
que temos é de que, em 2009, os investimentos feitos no ativo
geraram um retorno (lucro) de 18,50%. |
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Tela 39 |
| b)
Taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido
No caso da empresa Exemplo S/A:
Convém salientar que os resultados (lucros) obtidos pelos proprietários foram gerados tanto pela aplicação de recursos dos proprietários (capitais próprios) como de terceiros, devendo ser, estes últimos, remunerados pela empresa.
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Tela 40 |
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Resumo Os índices de liquidez indicam a capacidade de pagamento da entidade. Os mais utilizados são o índice de liquidez corrente, que mede a capacidade da organização de honrar os compromissos assumidos no exercício seguinte com os recursos que tem a receber no mesmo exercício, e o índice de liquidez seca, que desconsidera os estoques existentes, por se tratar do item menos líquido do ativo circulante. Ao utilizar índices de liquidez é importante levar em conta que o fluxo dos recebimentos não coincide com o fluxo de pagamentos, nem há certeza absoluta de que todos os créditos e estoques se converterão efetivamente em disponibilidades monetárias. Os índices de endividamento são também importantes, por mostrarem o quanto a entidade depende de capitais de terceiros (grau de endividamento) e o perfil de sua dívida (composição do endividamento), que permite avaliar se a organização dispõe de tempo para alcançar resultados positivos e assim saldar os débitos contraídos. Os indicadores
de lucratividade e rentabilidade são os que despertam maior interesse
e causam maior impacto sobre as partes interessadas nas demonstrações
financeiras das entidades. Isso se deve ao fato de ser o lucro o fundamento
das atividades das organizações empresariais. Sem a perspectiva
de gerar lucros, inúmeras aplicações de recursos
deixariam de ser realizadas, por perderem a razão de ser, reduzindo-se
substancialmente as atividades econômicas, a geração
de emprego e renda. |
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| Unidade 4 | Módulo 4 | Tela 41 |
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1
- Indicadores da atividade empresarial
Estas
operações de compra de matéria-prima, transferência
da matéria-prima para produção, formando o estoque
disponível para venda, geram lançamentos contábeis,
a saber: |
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Tela 42 |
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Para
concretizar a operação retiramos a mercadoria da empresa
pelo seu valor de custo. Este Custo da Mercadoria Vendida será
deduzido da receita para apuração do lucro.
Esta relação entre as contas envolvidas nas operações de compra de matéria-prima, produção e venda é de vital importância para o estudo dos índices de atividade. Vejamos um resumo:
O
que pretendemos estabelecer é:
Essa
análise tem início com a apuração de indicadores,
ou índices, que nos dizem quantas vezes por ano se renovam (ou
se reproduzem, ou giram) esses elementos patrimoniais, registrados e
expressos pelas contas duplicatas a receber (ou clientes, ou contas
a receber), duplicatas a pagar (ou fornecedores, ou contas a pagar)
e estoques. |
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Tela 43 |
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Pela influência
que essas atividades têm na liquidez e na rentabilidade das empresas,
os indicadores obtidos são considerados de notável importância
para o analista. Balanço
Patrimonial
Demonstração
do Resultado do Exercício
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Tela 44 |
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a)
Giro das Duplicatas a Receber (GDR)
Uma vez obtido o Giro das Duplicatas a Receber, facilmente chega-se ao Prazo Médio de Recebimento das Duplicatas (PMRD), que é efetivamente, o que mais interessa para a análise, em dias, meses, ou até em semanas, caso se deseja.
Observe
que nem sempre é possível saber exatamente o montante
das vendas a prazo, sendo necessário utilizar o valor total das
vendas que aparece na DRE (Receita Líquida, Vendas Líquidas). |
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Tela 45 |
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b)
Giro das Duplicatas a Pagar (GDP)
Quando
a empresa vende mercadorias, ocorre a saída dos estoques em função
do custo da mercadoria vendida (DRE). Compras
= EF + CMV – EI |
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Tela 46 |
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As fórmulas de cálculo, no caso das duplicatas a pagar, são semelhantes à anterior:
Também
aqui vale o comentário anterior a respeito das duplicatas a receber:
caso não se possa obter os saldos mensais da conta duplicatas
a pagar, utilizam-se a média dos saldos dessa conta nos dois
exercícios das demonstrações que se dispõe.
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Tela 47 |
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c)
Giro de Estoques (GE)
A saída das mercadorias do estoque, por ocasião da venda, ocorre com o lançamento contábil que diminui os estoques e gera na DRE o Custo da Mercadoria Vendida. No caso do Giro dos Estoques, não se dispondo de informações mais detalhadas, ou como recurso para facilitar os cálculos, adota-se como numerador (dividendo) o Custo das Mercadorias Vendidas (dos Produtos Vendidos, caso se trate de uma indústria), constante da DRE. Como denominador (divisor) teremos o Estoque Médio, em que valem os comentários anteriores para o seu cálculo (utilização da média dos saldos das contas nos dois últimos exercícios), caso não se tenha meios de obter o valor dos saldos mensais dessa conta.
e
No caso
da nossa empresa:
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2
- Análise conjunta dos prazos médios
Quanto
menor (mais curto) o ciclo operacional, melhor para a organização,
pois terá que imobilizar menos recursos, e mais rapidamente realizará
lucros.
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Prosseguindo,
temos que, entre as vendas efetuadas e o recebimento
Quanto
menor (mais curto) o ciclo de caixa, menos dependente será a
empresa de recursos de terceiros e da obtenção de prazos
para pagamento. |
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No
caso da organização que estamos examinando, temos que:
PME = 128,5 dias PMRD = 204,5 dias PMPD = 135 dias Considerando o tempo para produzir seus estoques, vendê-los e receber o dinheiro referente a estas vendas, a empresa leva 333 dias.
A empresa
leva 333 dias para produzir os estoques e receber os recursos referentes
a estas vendas. E tem um prazo de 135 dias para pagar suas compras de
estoques.
Esta defasagem
no ciclo de caixa significa necessidade de financiamento por capitais
de terceiros até que ocorra a realização de lucros. |
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Tela 51 |
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3
- Alavancagem financeira Os investimentos
são efetuados no ativo com a finalidade de gerar receitas e,
em consequência, lucros. Se o retorno (lucro) obtido com novos
investimentos for superior ao custo da utilização de capitais
de terceiros, teremos maiores lucros disponíveis aos proprietários.
Observe que, para fins de estudo da alavancagem financeira é utilizado para o cálculo da TRI, o Lucro Antes dos Juros e do Imposto de Renda (LAJIR). |
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Vejamos
um exemplo:
Seus índices de retorno são:
Caso, em 2009, a empresa decidisse realizar novos investimentos, aplicando mais recursos no Ativo, e para tanto houvesse realizado uma dívida (capital de terceiros), no valor de R$ 100,00 ao custo de 20%. Confirmadas as previsões da empresa, de que suas Vendas e seu Lucro, seriam elevadas em 100%, a Demonstração do Resultado do Exercício mostraria os seguintes dados (ao lucro antes das despesas financeiras e do Imposto de Renda chamaremos de LAJIR): |
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A Empresa Orga S/A, apresentaria agora, resumidamente, os seguintes valores em suas demonstrações contábeis (situação 2):
Seus índices de retorno são:
Como o custo do empréstimo (20%) foi igual à taxa de retorno sobre os investimentos, o aumento ocorrido no LAJIR foi suficiente apenas para arcar com as despesas financeiras. Ou seja, a utilização de capitais de terceiros não gerou nenhum benefício adicional aos proprietários. |
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Vamos,
agora, refazer os cálculos, considerando que o custo do empréstimo
seja de 10%.
Seus índices de retorno são:
O GAF de
1,5 significa que a utilização de capitais de terceiros
contribui para gerar um retorno adicional de 50% aos proprietários. |
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Tela 55 |
| A Empresa Orga S/A, apresentaria agora, resumidamente, os seguintes valores em suas demonstrações contábeis (situação 4):
Seus índices de retorno são:
O GAF de 0,5 significa que a utilização de capitais de terceiros reduziu o retorno dos proprietários em 50%.
O que podemos verificar nos exemplos acima é que para gerar retorno aos acionistas, o custo da dívida deve ser menor que o retorno obtido pelos investimentos adicionais. |
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Tela 56 |
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Resumo Os indicadores da
atividade empresarial, ou seja, da dinâmica dos seus negócios,
são elementos indispensáveis ao conhecimento e entendimento
da situação da entidade. Para o estudo destes indicadores, é fundamental estabelecermos a relação entre as contas patrimoniais e as contas de resultado, lembrando que para as contas patrimoniais, devemos utilizar o saldo médio. Para as contas de resultado, basta utilizar o valor constante da DRE, uma vez que esta demonstração é dinâmica, representa o total ocorrido no período. Alavancagem financeira
consiste na possibilidade de aumentar o lucro da empresa com utilização
de capital de terceiros. Considerando que a utilização
do capital de terceiros é remunerada, essa utilização
somente será vantajosa quando o retorno obtido sobre esses recursos
for superior ao custo da dívida. |
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