| Unidade 1 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1 - Introdução Até o advento da Revolução Industrial, os modelos de produção no Ocidente eram essencialmente artesanais. As comunidades possuíam seus artesãos: ferreiro, alfaiate, padeiro, oleiro, todos produzindo para um consumidor determinado e atendendo apenas por encomenda ou sob medida.
Até essa época, quem produzia alguma coisa interessava-se apenas em prover as necessidades básicas dos consumidores: roupas, alimentos e bebidas. Na maior parte das vezes, fabricava-se na quantidade certa do consumo. |
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Tela 2 |
| A especialização de mão-de-obra, desenvolvida a partir da Revolução Industrial e das técnicas de produção em massa, concorreu para o aumento expressivo dos índices de produtividade. Mais bens eram produzidos, a preços mais baixos.
A capacidade de produzir em série teve como foco os produtos básicos. A padronização, com raras variações de cor e tamanho, trouxe consigo hábitos de consumo novos. Os produtos passaram a ser industrializados e estocados. Os mercados eram estudados apenas como vias de distribuição e escoamento de estoques. Buscava-se meios para produzir mais e mais, transportar e distribuir mais e com maior rapidez, para atender a mercados de consumo de massa. |
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Tela 3 |
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| Na primeira metade do Século XX, notadamente até o fim da Segunda Grande Guerra, os pensadores ocidentais começaram a produzir os primeiros ensaios, objetivando compreender o consumidor e seus hábitos de consumo, mas o foco ainda era o produto e como vendê-lo mais. Nos idos de 1943, tivemos a primeira apresentação de importante estudo, de autoria de Abraham Harold Maslow, intitulado Motivation and Personality, publicado na US Psychological Review, que trouxe à luz uma brilhante conceituação: a hierarquia de necessidades humanas, depois editado e lançado pela Harper & Row, no ano de 1954. |
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Tela 4 |
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Para que possamos compreender a importância do estudo de necessidades, devemos entender a sua essência. A necessidade pode ser definida como a iniciativa motivadora da ação de suprir estados de privações humanas.
Desejos - são carências por satisfações específicas para atender às necessidades. Os desejos humanos são continuamente moldados por forças e instituições sociais, incluindo igrejas, escolas, famílias e empresas. |
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Tela 5 |
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Maslow estabeleceu que as primeiras necessidades (fisiológicas) dominam o comportamento da pessoa até que sejam satisfeitas, em seguida a segunda torna-se preponderante até que seja satisfeita, e nesta ordem até a última. Qual a importância para o marketing, do reconhecimento e da determinação das necessidades humanas e seu ordenamento hierárquico? Se entendermos que toda necessidade decorre de uma privação e, conseqüentemente, produz uma demanda para satisfazer essa necessidade, então podemos pesquisar, desenvolver, produzir e ofertar produtos que possam suprir com eficácia tal demanda. Desta forma, o estudo de Maslow é de importância fundamental para o marketing, pois nos permite identificar e ordenar as necessidades que os consumidores estejam buscando satisfazer ao adquirir determinados produtos. |
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Tela 6 |
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| Na segunda metade dos anos 60 surge Philip Kotler que estabeleceu os princípios elementares do pensamento mercadológico, trazendo uma demonstração objetiva dos fundamentos de marketing e amarrando definitivamente o produto à satisfação de necessidades.
Até então, produzia-se e promovia-se para vender e as definições do que seria o marketing eram profusas e difusas. |
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Tela 7 |
| Kotler estabeleceu toda uma cultura de marketing voltada para produzir o que o consumidor deseja para satisfazer suas necessidades:
Assim, chegamos ao atual conceito de marketing:
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Tela 8 |
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2 - Fases do Marketing Tudo começou com o freguês de caderneta, conhecido pelo nome, indagado sobre seus familiares, cumprimentado em seu aniversário e avisado quando chegava o produto de sua preferência. Essa época foi denominada a primeira geração do marketing.
Os mercados cresceram, o marketing passou a ser caracterizado por elevadas taxas de inovação de produtos, concorrência intensa, múltiplos instrumentos de persuasão, complexos canais de distribuição e de comunicação e por padrões sofisticados de comportamento do consumidor. |
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Tela 9 |
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| Não
foi mais possível manter o freguês de caderneta, pois teve
início um intenso processo de produção.
Era época de fazer bem o produto e criar mecanismos de venda. Foi o domínio da produção, distribuição e promoção de massa. O marketing orientado para a produção era visto como o conjunto das atividades que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor para o consumidor ou usuário. Foi incorporada a idéia de que marketing se inicia com os produtos existentes e termina com a sua venda. |
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Tela 10 |
| Nos anos 70, já em sua terceira geração, descobre-se que o marketing, como já vinham defendendo Peter Drucker, Theodore Levitt e Kotler, deveria ser voltado para o cliente: produzir o que ele precisa e deseja comprar.
O marketing deixa de concentrar suas energias na modificação da mentalidade do cliente, de modo a adaptá-la ao produto. É o fim da escola de marketing do "qualquer cor, desde que seja preto". |
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Tela 11 |
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| O marketing
entra em sua quarta geração.
Essa geração passa a ser conhecida como a da imagem corporativa: é o marketing cada vez mais segmentado. |
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Tela 12 |
| O marketing fecha o ciclo e retorna, de forma atualizada, aos primórdios de sua história, ingressando em sua quinta geração. O marketing, neste novo milênio, é, novamente, o marketing do freguês de caderneta, mas com outra nomenclatura mais adequada e verdadeira: marketing um-a-um ou marketing individual. Hoje, o marketing não é uma função, é uma forma de fazer negócios. Tornou-se uma atividade difundida, parte do trabalho de todos, das recepcionistas à diretoria. Sua tarefa não é enganar o cliente, nem falsificar a imagem da empresa. É integrar o cliente à elaboração do produto e desenvolver um processo sistemático de interação que dará firmeza à relação. |
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Tela 13 |
| Marketing, hoje, significa poder responder às perguntas dos consumidores:
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Tela 14 |
| 3 -
Conceitos de Marketing
Marketing
como processo social: |
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Tela 15 |
| Troca é o ato de obter um produto desejado de alguém, oferecendo-se algo em contrapartida. A troca é o conceito básico que define marketing.
Para que a troca ocorra, cinco condições devem ser atendidas:
A troca é um processo de criação de valor, isto é, a troca normalmente deixa ambas as partes em condições melhores do que antes dela ocorrer. |
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Tela 16 |
| Uma das melhores definições para o marketing nos dias atuais é a de Levitt :
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Tela 17 |
| 4 - O Marketing hoje A diferença fundamental do atual conceito de marketing é que seu foco está centrado no cliente.
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Tela 18 |
| O marketing começa com os consumidores atuais e potenciais da empresa, e procura os lucros por meio da criação de satisfação do consumidor, esperando alcançar esse objetivo, mediante a adoção de um programa de marketing integrado.
Observe as diferenças entre as empresas orientadas para vendas e as empresas orientadas para marketing.
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Tela 19 |
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| A nova geração do marketing busca orientar as empresas para o marketing social, preocupada não apenas em satisfazer necessidades e desejos dos consumidores, como também em buscar o bem-estar deste consumidor e a melhoria de sua qualidade de vida. O marketing que antes era transacional, hoje passou a ser de relacionamento. Uma transação consiste da negociação de valores entre duas partes. As empresas ágeis tentam construir, em longo prazo, confiança e relacionamentos "ganha-ganha" com clientes, distribuidores, revendedores e fornecedores valiosos. Obtêm-se resultados favoráveis, construindo-se fortes laços econômicos, técnicos e sociais entre as partes envolvidas. |
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Tela 20 |
| As principais diferenças entre o marketing transacional e o marketing de relacionamento, defendidas por Nickels e Wood:
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Tela 21 |
| 5 - A Importância do Marketing nas Organizações O marketing deve possibilitar às organizações a prática de um pensamento estratégico, permitindo-lhes, assim, maior abertura para o mercado. Podemos afirmar, a partir da evolução sofrida pelo marketing, que o seu papel principal é levar toda a empresa à prática do pensamento estratégico. Para isso, são necessárias duas variáveis:
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Tela 22 |
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Esses procedimentos garantem a flexibilidade e a agilidade necessárias para responder às mudanças de comportamento e turbulências do mercado. As ações de marketing decorrem de objetivos traçados pela direção da empresa para toda a organização, que se desdobram nos objetivos das unidades de negócios, que, por sua vez, se desdobram em metas para cada uma das linhas de produto da empresa. Essas metas, para serem alcançadas, deverão ter estratégias claramente delineadas e alinhadas com o posicionamento estratégico da empresa. |
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Tela 23 |
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As empresas excelentes sabem como se adaptar a um mercado em contínua mutação.
Planejamento estratégico orientado para o mercado é o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação viável entre objetivos, experiências e recursos da organização e suas oportunidades em um mercado continuamente mutante. O propósito do planejamento estratégico é modelar e remodelar os negócios e os produtos da empresa com o objetivo de crescimento e lucro. |
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Tela 24 |
| Três
idéias chaves definem o planejamento estratégico:
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Tela 25 |
| Quando uma empresa inicia sua atuação em um mercado, após avaliar as oportunidades e as ameaças existentes, bem como as competências dos concorrentes, pode-se estabelecer o objetivo estratégico que será perseguido.
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Tela 26 |
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A empresa que decidiu buscar a liderança em um mercado poderá adotar as seguintes estratégias combinadas:
Exemplos de empresas líderes
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Tela 27 |
| Se a empresa for mais conservadora e julgar adequado ocupar o segundo lugar na preferência do consumidor, ela poderá estabelecer como objetivo ser uma desafiante, o que poderá, no médio e no longo prazo, levar a assumir a posição de líder, caso suas estratégias sejam vitoriosas. Exemplos
de empresas desafiantes
Caso a empresa julgue que suas competências são suficientes apenas para ocupar uma terceira posição no mercado, ela pode estabelecer como objetivo o de ser seguidora e então deverá optar por fazer um investimento para se fazer diferenciar do líder e do desafiante ou ser uma imitadora, o que lhe garante uma razoável participação no mercado sem grandes esforços financeiros.
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Tela 28 |
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Quando a empresa decide se concentrar em um segmento de mercado, focando-o como seu objetivo estratégico, ela terá as mesmas possibilidades de exercer liderança, de desafiar ou de seguir a organização que exerce a liderança neste segmento especifico de mercado. Exemplos de empresas focalizadoras
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Tela 29 |
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Resumo Até o advento da Revolução Industrial, os modelos de produção no Ocidente eram essencialmente artesanais. Na maior parte das vezes, fabricava-se na quantidade certa do consumo. A especialização de mão-de-obra, desenvolvida a partir da Revolução Industrial e das técnicas de produção em massa, concorreu para o aumento expressivo dos índices de produtividade. Até o fim da Segunda Grande Guerra, os pensadores ocidentais começaram a produzir os primeiros ensaios, objetivando compreender o consumidor e os seus hábitos de consumo, mas o foco ainda era o produto e como vendê-lo mais. A necessidade pode ser definida como a iniciativa motivadora da ação de suprir estados de privações humanas. O marketing não cria necessidades. Todos nascemos com necessidades. O marketing cria desejos. Na segunda metade dos anos 60, surge Philip Kotler, que estabeleceu os princípios elementares do pensamento mercadológico, trazendo uma demonstração objetiva dos fundamentos de marketing e amarrando definitivamente o produto à satisfação de necessidades. "Marketing é a atividade humana dirigida para a satisfação das necessidades e desejos, por meio dos processos de troca." A nova geração do marketing busca orientar as empresas para o marketing social, preocupada não apenas em satisfazer necessidades e desejos dos consumidores, como também em buscar o bem-estar deste consumidor e a melhoria de sua qualidade de vida. O marketing deve possibilitar às organizações a prática de um pensamento estratégico, permitindo-lhes, assim, maior abertura para o mercado. A empresa que decidiu buscar a liderança em um mercado poderá adotar as seguintes estratégias combinadas:
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| Unidade 1 | Módulo 2 | Tela 30 |
| 1
- Fluxo Básico de Planejamento e Controle Estratégico
Há uma certa confusão, para aqueles que não conhecem a disciplina, entre propaganda e marketing; da mesma forma, para outros, há falta de clareza sobre a real finalidade do marketing: O marketing não substitui, em momento algum, o papel estratégico de cada uma das áreas específicas da empresa que, em sua totalidade, representam a própria organização. O marketing não pode ser uma camisa de força da empresa; ele não é “o dono do planejamento estratégico”; ele participa do planejamento e controle estratégico; contudo, a ação organizacional deve ser o resultado da perfeita articulação entre as diversas áreas que compõem a organização. Assim, vamos explicitar algumas idéias não muito claras sobre o relacionamento entre o marketing e a estrutura organizacional formal, a partir de uma breve revisão do fluxo do planejamento estratégico. É preciso ter claro que o marketing não é tudo, em uma empresa. É, na verdade, uma estratégia diretamente relacionada ao núcleo do planejamento macro-organizacional que permeia todas as suas áreas e processos, a partir do momento em que se verifica a necessidade de gestão direcionada ao atendimento das necessidades de mercado.
Para que o marketing estratégico possa ser compreendido em sua plenitude é fundamental a compreensão do ciclo básico de planejamento e controle estratégico que sofre impacto dos ambientes geral, operacional e interno, conforme representado pela figura abaixo. |
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Tela 31 |
Algum desajuste em qualquer um desses três ambientes (o geral, o operacional e o interno) provoca desalinhamento nas diretrizes estratégicas da empresa. Cabe aos administradores elaborarem um controle estratégico que perceba rapidamente os movimentos provocados por esses ambientes, e também que permita avaliar as informações vindas dos níveis gerenciais e dos agentes externos: clientes, fornecedores etc. Por isso, a comunicação entre os setores da empresa e entre todos os participantes do processo é vital para o aperfeiçoamento do negócio. Nas instituições financeiras esse procedimento é a razão da existência da organização.
De uma maneira geral, pode ser dito que uma organização seja a resultante de pessoas responsáveis pela operacionalização de processos. Elas, por sua vez, integram sistemas e sub-sistemas funcionais até alcançar a unidade corporativa. Portanto, um processo de comunicação organizacional adequado, nesse momento, passa a assumir um papel de agente catalisador para a estratégia corporativa: a comunicação é responsável pela integração das pessoas no processo organizacional. Para se entender a funcionalidade dos processos de uma organização, é bom relembrar a diferença existente entre eficiência e eficácia. A perfeita relação entre essas características organizacionais levará à efetividade e, conseqüentemente, ao alcance dos objetivos almejados. |
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Tela 32 |
Na fase de planejamento são definidos os caminhos a serem trilhados pela empresa. Também são montados cenários para avaliação dos resultados favoráveis ou desfavoráveis para o funcionamento das atividades da empresa. Observam-se aspectos da organização no tocante a sua missão, objetivos, metas e indicadores de desempenho. Abaixo está a representação do fluxo básico, que não tem por objetivo ser exaustivo em relação ao processo estratégico e sim possibilitar uma base que sirva como referência para a análise do papel do marketing estratégico no contexto atual. |
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Tela 33 |
Em relação à estrutura formal da organização temos:
O planejamento estratégico deverá abranger toda a estrutura organizacional; contudo, as decisões finais a respeito dos grandes rumos da empresa, de uma forma geral, são de responsabilidade do nível estratégico, enquanto o nível tático é responsável pelo controle e pela implementação dos planos de ação; e o nível operacional pela concretização desses planos. O planejamento estratégico ajudará a analisar e definir as mudanças que deverão ser implementadas para melhoria dos resultados da empresa. Reforçando o entendimento sobre o conceito de planejamento estratégico, Carlos Bonato, em uma interessante matéria publicada pela Gazeta Mercantil, em julho de 2002, ressalta:
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Tela 34 |
2 - A Empresa Orientada para o Mercado Lembra-se que no módulo I iniciamos os estudos sobre a empresa orientada para o mercado? Vimos que tais empresas conhecem tão bem seus mercados que identificam e nutrem seus clientes valiosos, além de não pensar duas vezes para desencorajar os clientes que drenam lucros. Assim, orientar-se para o mercado é ter a disciplina para fazer opções estratégicas saudáveis e implantá-las de forma coerente e completa. Para que as empresas possam voltar suas operações para o mercado, é preciso compreender os níveis de planejamento e controle estratégico, a partir da leitura da estrutura formal organizacional:
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Tela 35 |
Uma vez compreendidas as relações formais organizacionais, a amplitude das ações estratégicas de marketing deve ser analisada:
A relação entre o planejamento e controle estratégico e o marketing estratégico é mútua e direta, caracterizada pelo forte perfil de interdependência. Separar o marketing da estratégia, ou a estratégia do marketing significa administrar sem considerar as variáveis de mercado; e mais, significa gerir sem ter consciência das reais potencialidades estratégicas.
O marketing possui um íntimo relacionamento com a área macro-estratégica e, dessa forma, depende de toda a articulação dos elementos que constituem a organização (departamentos, áreas específicas, unidades de negócios). |
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Tela 36 |
3 - Planejamento e Planos de Marketing Para planejar eficazmente, os responsáveis por marketing devem entender a relação-chave entre os tipos de despesas do composto de marketing e suas conseqüências em termos de venda e lucro. Essas relações são demonstradas nas equações de lucro e vendas. O Planejamento de Otimização de Lucro leva a encontrar o Plano de Maximização de Lucro. Isso requer determinar o nível ótimo de despesa em marketing, o composto de marketing e a alocação de marketing. O Processo de Planejamento de marketing consiste em cinco passos essenciais: 1) análise de oportunidades de marketing; 2) pesquisa de mercados-alvo; 3) seleção de mercados-alvo; 4) desenvolvimento de estratégias de marketing; e 5) projeção de planos de ação. O Planejamento de marketing resulta em um documento chamado Plano de marketing. Esse enfatiza mais estreitamente um produto/mercado e desenvolve os planos e as estratégias detalhadas de marketing para atingir os objetivos dos produtos no mercado. Os planos de marketing são o instrumento central para direcionar e coordenar o esforço de marketing. |
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Tela 37 |
O Plano de Marketing contém as seguintes partes:
Assim como
o planejamento estratégico é resultante de planejamentos
específicos de cada linha executiva da organização,
ele depende – em níveis macro-organizacionais e departamentais
–, de forma direta, da adequação de recursos valiosos
em relação ao (s) mercado (s) de atuação.
Tal participação é caracterizada pela interação
do marketing com cada uma das áreas específicas da organização
e, por fim, com a unidade organizacional como um todo. |
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Tela 38 |
Resumo O marketing nem pode ser uma camisa de força da empresa nem ser “o dono do planejamento estratégico”, é uma estratégia diretamente vinculada ao núcleo do planejamento macro da organização, que perpassa toda a empresa, partindo de uma gestão orientada para as necessidades de mercado.
Qualquer desequilíbrio em um desses três ambientes gera desalinhamento nas diretrizes estratégicas da empresa. Assim, é de responsabilidade dos administradores o controle estratégico que identifique os movimentos provocados por esses ambientes, e também que permita avaliar as informações vindas dos níveis gerenciais e dos agentes externos. Como a organização é resultante da operacionalização de processos por pessoas por eles responsáveis, o fluxo da comunicação entre as áreas da empresa e entre todos os participantes do processo é vital para o aperfeiçoamento do negócio, pois é agente catalisador da estratégia corporativa. O planejamento estratégico auxilia a análise e a definição das mudanças a serem implementadas para melhoria dos resultados da empresa. É voltado para toda a estrutura organizacional; porém, as decisões finais sobre os caminhos a serem trilhados pela empresa, de uma forma geral, são de responsabilidade do nível estratégico. Já o nível o nível tático é responsável pelo controle e pela implementação dos planos de ação e o nível operacional pela concretização desses planos.
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| Unidade 1 | Módulo 3 | Tela 39 |
| 1 - O que é Endomarketing Em primeira aproximação, pode-se dizer que o endomarketing consiste em ações de marketing para o público interno da empresa, com o fim de promover valores destinados a servir o cliente entre os seus funcionários e departamentos. Essa noção de cliente, por sua vez, transfere-se para o tratamento dado aos funcionários comprometidos de modo integral com os objetivos da empresa. O comprometimento implica adesão aos valores e objetivos da empresa por meio do endomarketing e pressupõe o trabalho em equipe, num contexto marcado pela cooperação e pela integração dos vários setores da empresa. Muito mais do que
um nome, endomarketing é um novo conceito, uma nova postura, uma
ferramenta que corresponde a uma nova abordagem do mercado e da estrutura
organizacional das empresas, ligadas a todo um contexto de mudanças.
No novo cenário de economia orientada para o cliente, o endomarketing
contribui decisivamente para a formação de um ambiente empresarial
favorável ao conhecimento e aos valores compartilhados por todos
que compõem uma empresa, do topo à linha de frente. |
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Tela 40 |
| Aqui está a importância do endomarketing e de sua proposta de transformar o marketing em um valor presente em todas as atividades da empresa. O Departamento de Marketing mantêm-se com sua atividade especializada e seus especialistas, mas a mentalidade do marketing, seus valores e noções orientam a empresa em todos os seus níveis e atividades.
O endomarketing faz isso promovendo a integração dos setores em função do objetivo final da empresa e disseminando por toda a organização a noção de cliente interno, o que implica na valorização do funcionário. A valorização do funcionário, por sua vez, requer a ênfase no conhecimento, a prática do poder compartilhado, o aumento da capacidade de decisão de cada em seu devido setor e a devida recompensa. |
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Tela 41 |
| 2 - Fundamentos do Endomarketing O endomarketing sempre existiu, mesmo que de maneira informal e intuitiva, nas empresas dirigidas com espírito de liderança integradora e eficiência. O objetivo desse processo é fazer com que os diversos departamentos e seus funcionários compartilhem os valores e objetivos da empresa. Deste modo, surge um processo de coesão e comunicação no ambiente interno. A função do endomarketing é integrar a noção de cliente nos processos internos da estrutura organizacional para propiciar melhorias substanciais na qualidade de bens e serviços. Em outras palavras, o objetivo consiste em atrair e reter o cliente interno – os funcionários – com a função de obter resultados eficientes para a empresa, atraindo e retendo seus clientes externos. Essa é a importância básica do endomarketing para o resultado final da empresa: tornar-se mais eficiente e competitiva. Já vimos que o endomarketing possui uma importância estratégica e, neste sentido, não pode ser separado do marketing. Sabe-se que na preparação de um bom plano estratégico deve ser realizada uma avaliação do cenário ambiental. Essa avaliação do ambiente externo é sempre feita com pleno uso dos recursos, mas normalmente limitados. Para tal, faz-se a pesquisa para identificar necessidades não satisfeitas dos clientes, analisa-se o ambiente econômico, tecnológico, social, cultural e até governamental do ambiente externo. Mas, todo esse trabalho corre o risco de ser subtilizado, porque é incompleto. Falta a avaliação do ambiente interno da organização. A importância da avaliação do ambiente interno da organização é tão importante quanto a avaliação de seu ambiente externo. Guardadas as devidas proporções, é preciso conquistar primeiro o mercado dos clientes internos para, em seguida, lançar-se ao mercado externo. Não se pode partir do pressuposto de que todos vestem a camisa da empresa, pois isso nem sempre é verdade. |
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Tela 42 |
| Uma avaliação preliminar do ambiente interno implica algumas perguntas:
Se for dada
uma “olhadinha” para dentro da empresa, pode-se observar que
nem tudo está no melhor dos mundos. E isso ocorre não só
em função dos próprios desafios enfrentados pela
organização, mas em conseqüência da existência
de pontos de vista e interesse divergentes entre os vários departamentos
da empresa. Esses conflitos devem ser administrados para que a cooperação
prevaleça. A harmonia é sempre o resultado de administrar
bem os interesses divergentes e, às vezes, conflitantes. |
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Tela 43 |
| Por exemplo, o departamento de vendas gostaria de vender a um preço menor ou com mais descontos, já o pessoal de finanças acha que o preço está baixo e que os prazos de pagamento podem ser reduzidos. Por sua vez, a produção queixa-se das pressões que sofre, pois considera que perde um tempo precioso com essas pressões, um tempo que poderia ser investido em dar mais qualidade à fabricação padronizada do produto. Ou, então, há o conflito entre a visão necessariamente de curto prazo do departamento de marketing e a visão de longo prazo do departamento de pesquisa e desenvolvimento de produtos. Esses são conflitos clássicos. Mas há ou pode haver algo bem mais grave como um clima de desmotivação geral ou insatisfação. Em geral, as empresas não valorizam suficientemente seus funcionários para que estes possam dar como resposta um atendimento satisfatório e correto ao cliente. Assim, a relação com o cliente deixa de ser produtiva para a empresa. De um modo
geral, o pessoal da linha de frente, em contato direto com o consumidor,
é o menos valorizado e por não possuírem informações
suficientes, acabam passando uma imagem inadequada da empresa. Além
disso, têm uma limitadíssima margem de poder de decisão
para resolver qualquer problema ou dificuldade momentânea. Muitas
vezes, esta situação pode gerar atitudes de displicência
nas pessoas que lidam com os clientes, caracterizando um mau atendimento. |
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Tela 44 |
| Esse fato
costuma também provocar a cultura
do não ou a cultura
da transferência. Esse tipo de atitude costuma ser fatal, pois
provoca uma situação altamente negativa no relacionamento
do cliente com qualquer empresa. No entanto, é comum ver-se atitudes
desta natureza nas pessoas que fazem o contato, que lidam com o consumidor
face a face.
Aqui prevalece uma lei: cliente insatisfeito não reclama, vai embora. Apenas cerca de 4% dos clientes insatisfeitos reclamam. Para cada cliente que reclama, existem 20 outros que não o fazem. E, entre os que não reclamam, uma média que vai de 65% a 90% deixa de comprar o produto. Por fim, sabe-se que o custo de conquistar um cliente é cinco vezes maior que o custo de reter um cliente ativo. Quando as
reclamações são atendidas, pesquisas mostram uma
resposta positiva do cliente. 82% dos que reclamaram voltam a comprar
da empresa. Além disso, esse contato com o cliente gera informações
valiosas sobre o produto e sobre a empresa do ponto de vista do consumidor.
Entre essas informações, aparecem também sugestões
que podem ser aproveitadas para novos produtos. |
Tela 45 |
O endomarketing
deve partir de três premissas básicas:
Essas três premissas trazem como conseqüência um princípio: este processo de envolvimento, comprometimento e valorização do funcionário deve preceder o marketing externo. |
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Tela 46 |
Depois do reconhecimento das premissas, é necessário verificar e examinar as condições para a implantação do endomarketing. O exame das condições internas necessárias para a aplicação do endomarketing é de importância decisiva, pois remete à cultura organizacional e à decisão dos gerentes de implementarem o processo. Por isso:
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Tela 47 |
Aqui esbarramos em um componente psicológico, formado de hábitos adquiridos, de valores obsoletos ligados a estruturas organizacionais sem flexibilidade. O grande inimigo do endomarketing é a resistência que pode ser oferecida à sua implantação por alguns setores da empresa. Essa resistência pode assumir a forma de argumentos. Acrescente-se também que o processo de endomarketing requer, em muitos casos, mudanças na cultura organizacional no sentido de torná-la mais flexível, de disseminar conhecimento, gerar responsabilidades e delegar poder de decisão aos funcionários. A resistência é processo inevitável que termina com a afirmação da nova idéia, porque ela corresponde a realidade nova, avanço em determinado campo do comportamento ou do conhecimento humano. Com o endomarketing não é diferente. O passo seguinte
deve ser o envolvimento da administração média, gerentes
e supervisores. Trata-se de um processo de convencimento, para que eles
aceitem o endomarketing e assimilem a sua necessidade dentro dos objetivos
estratégicos da empresa. O comprometimento dos gerentes com o processo
visa transformá-los em agentes de mudança, de uma nova atitude
de comprometimento capaz de envolver os funcionários, dando-lhes
a percepção de que todos são de algum modo “pessoas
de marketing”. |
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Tela 48 |
3 - Programa de implantação do Endomarketing Somente a partir de uma avaliação cuidadosa e sistemática do ambiente interno da empresa, um programa de endomarketing pode ter sucesso. Nesta avaliação, como visto anteriormente, obtêm-se os pontos fortes e fracos da empresa do ponto de vista de seu ambiente interno, do ponto de vista de sua cultura organizacional. Esta avaliação do ambiente interno traz à tona aqueles mesmos fatores presentes na avaliação estratégica do ambiente externo, conhecidos como SWOT. Pode-se citar, por exemplo, uma empresa que pode estar perdendo uma boa oportunidade frente ao mercado porque seu pessoal de linha de frente não recebe informações adequadas para ter uma visão correta da importância do bom atendimento ao cliente. Outro caso é o de que a baixa motivação dos funcionários, sobretudo daqueles em contato direto com os clientes, constitui uma ameaça para o desempenho da empresa. Quando pontos de estrangulamento como esses são identificados, devem receber um tratamento prioritário do programa de endomarketing. |
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Tela 49 |
De acordo com o diagnóstico obtido, podem surgir três níveis de abrangência para um Programa de Endomarketing:
Seja qual for o nível de abrangência do endomarketing, há sempre duas linhas de ação que guiam esse processo: atitude e comunicação. Definir estas duas linhas de ação ajuda a avaliar e testar a consistência de um programa de endomarketing. Verificando se o programa contempla essas duas linhas de ação, a empresa se dá conta, por exemplo, da prioridade da linha de atitude em relação à comunicação e de que maneira procura integrá-las. É preciso usar as duas mãos para fazer um gesto só: criar o endomarketing. |
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Tela 50 |
Um programa de endomarketing deve conter os seguintes tópicos:
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Tela 51 |
4 - Avaliação do Endomarketing Um instrumento muito empregado e válido para a avaliação do programa de endomarketing é o GRID – Grupo Interno de Diagnóstico. O GRID faz esta avaliação a partir de reuniões entre departamentos ou entre funcionários de um mesmo departamento. Nestas reuniões, deve-se também esclarecer e resolver problemas que possam surgir na prática do endomarketing.
Estes problemas podem abranger as mais diversas áreas ou aspectos, indo desde questões internas de um departamento até sondagens para verificar, por exemplo, como a prioridade para os valores do cliente está sendo assimilada pela linha de frente ou por outros departamentos. Mas não é só, pois a avaliação pode se concentrar ainda na própria questão da resistência ao processo de endomarketing, procurando identificar onde, como e por que surgem estes focos de resistência. Outra ferramenta de
avaliação é a técnica de espelho, em que “fotografa-se”
a empresa em um momento zero, ou seja, exatamente no início do
programa de endomarketing e, gradativamente, vão sendo realizadas
releituras periódicas com o objetivo de se verificar como está
se processando a assimilação dos novos valores, o grau de
comprometimento e envolvimento dos funcionários, a relação
interna entre os departamentos e os prováveis pontos de resistência
e seus motivos. Como se vê, os objetivos da técnica do espelho
são os mesmos do GRID. |
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Tela 52 |
Aqui se torna fundamental ter em vista que, seja qual for o método de avaliação empregado, o acompanhamento pode ser consolidado por meio da sistematização de um conjunto de procedimentos gerenciais:
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Tela 53 |
5 - Perspectivas do Endomarketing Na abordagem do endomarketing, o gerente precisa ser “realfabetizado” ou reeducado para assumir seu novo papel com eficácia dentro de uma estrutura solidária: baseada na delegação de poder e na iniciativa. As empresas precisam se convencer de que, devido à sua posição entre a cúpula e a base, o gerente será auxiliado por uma cultura organizacional que assegure a presença de valores compartilhados tanto pela cúpula como pela base.
A prioridade,
para o gerente, é centrar o serviço no cliente, sempre captando
a percepção e a expectativa deste cliente em relação
aos benefícios prometidos pelo serviço da empresa. Absorver
e compreender o que ocorre entre o cliente, o gerente e a equipe comandada
por ele. Esta será também a orientação que
vai transmitir à sua equipe, incluindo-se neste contato com seus
comandados a noção de cliente interno. |
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Tela 54 |
A melhor imagem para esse tipo de liderança é a do “treinador”, que organiza uma equipe para atuar solidariamente, criando as condições para que todo o grupo esteja entrosado para o trabalho coletivo, isto é, para o jogo. Ele orienta a equipe com instruções, corrigindo posições, incentivando o time, treinando jogadas, dando liberdade de ação para que tenham iniciativa e organizando a melhor tática possível para obter um resultado positivo. Em seu novo papel de líderes, os gerentes precisam de modelos, os quais têm que estar dentro das empresas a que pertencem. Precisam vir da alta direção. Neste sentido, os gerentes também são transmissores de valores, homens que recebem e transmitem valores. O novo gerente como líder não tem o perfil de “chefão”, mas de comunicador, capaz de passar bem a mensagem, de transmitir confiança e credibilidade. Ao mesmo tempo, os valores compartilhados pela cultura organizacional irão incentivar sua iniciativa para que ele possa assumir papel cada vez mais criativo, sugerindo metas, alternativas operacionais, soluções. Deixa assim de ser simples intermediário para assumir uma posição de maior autonomia. |
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Tela 55 |
Todo o processo de endomarketing consiste, num sentido amplo, em promover mudanças de valores para adequar as empresas à nova configuração do mercado de serviço. A partir dessa perspectiva, vale a pena finalizar alinhando alguns fatores que já constituem uma realidade, mas que irão se consolidar cada vez mais com o tempo:
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Tela 56 |
Resumo Em uma primeira aproximação, pode-se dizer que o endomarketing consiste em ações de marketing para o público interno da empresa, com o fim de promover entre os seus funcionários e departamentos valores destinados a servir o cliente. No novo cenário de economia orientada para o cliente, o endomarketing contribui decisivamente para a formação de ambiente empresarial favorável ao conhecimento e aos valores compartilhados por todos que compõem uma empresa, do topo à linha de frente. O endomarketing sempre existiu, mesmo que de maneira informal e intuitiva, nas empresas dirigidas com espírito de liderança integradora e eficiência. A função do endomarketing é integrar a noção de cliente nos processos internos da estrutura organizacional para propiciar melhorias substanciais na qualidade de bens e serviços. Em outras palavras, o objetivo consiste em atrair e reter o cliente interno – os funcionários – com a função de obter resultados eficientes para a empresa, atraindo e retendo seus clientes externos. A importância da avaliação do ambiente interno da organização é tão importante quanto a avaliação de seu ambiente externo. Guardadas as devidas proporções, é preciso conquistar primeiro o mercado dos clientes internos para, em seguida, lançar-se ao mercado externo. O endomarketing deve partir de três premissas básicas: Estamos em mercado orientado para clientes, funcionários têm expectativas, são ativo valioso e constituem o primeiro mercado para a organização, e excelência de serviços para os clientes e gerenciamento de recursos humanos significam muito mais do que sorrisos e tapinhas nas costas. Significam envolver e comprometer os funcionários com os objetivos e decisões da empresa. Essas três premissas trazem como conseqüência um princípio: este processo, de envolvimento, comprometimento e valorização do funcionário, deve preceder o marketing externo. Depois do reconhecimento das premissas, é necessário verificar e examinar as condições para a implantação do endomarketing. O passo seguinte deve ser o envolvimento da administração média, gerentes e supervisores. De acordo com o diagnóstico obtido, podem surgir três níveis de abrangência para um Programa de Endomarketing. Seja qual for o nível de abrangência do endomarketing, há sempre duas linhas de ação que guiam este processo: atitude e comunicação. Um programa de endomarketing deve conter os seguintes tópicos: treinamento sob a ótica de educação e desenvolvimento, processo de seleção, planos de carreira, motivação, valorização e comprometimento do funcionário, sistema de informações e rede de comunicação interna, segmentação do mercado de clientes internos e cenários para novos produtos e campanhas publicitárias. Um instrumento muito empregado e válido para a avaliação do programa de endomarketing é o GRID – Grupo Interno de Diagnóstico. Outra ferramenta de avaliação é a técnica de espelho. Seja qual for o método de avaliação empregado, este tipo de acompanhamento pode ser consolidado por meio da sistematização de um conjunto de procedimentos gerenciais. Na abordagem do endomarketing, o gerente precisa ser “realfabetizado” ou reeducado para assumir seu novo papel com eficácia dentro de uma estrutura solidária: baseada na delegação de poder e na iniciativa. Em seu novo
papel de líderes, os gerentes precisam de modelos, os quais têm
que estar dentro das empresas a que pertencem. Precisam vir da alta direção. |
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| Unidade 1 | Módulo 4 | Tela 57 |
| 1 - Novos tempos À medida que avançamos no século XXI, governos, empresas e cidadãos ficam imaginando o que os espera. O motivo da preocupação não é apenas o fato de haver mudanças, mas sua velocidade acelerada.As empresas nem sempre percebem que os mercados estão mudando. As exigências dos clientes e as forças competitivas mudam significantemente, a cada período de poucos anos, setores como a siderurgia, telecomunicações, assistência médica, entretenimento e outros serviços. A estratégia vitoriosa do ano anterior pode ser o caminho do fracasso no próximo ano.
O
atual ambiente econômico está sendo moldado por duas forças
poderosas: a tecnologia e a globalização. O mercado está
hoje repleto de novos produtos que antes eram imaginados em filmes de
ficção, tais como satélites, filmadoras e câmeras
digitais, fotocopiadoras e scanners, computadores, máquinas de
fax, telefones celulares etc.
A tecnologia impulsiona a outra grande força, a globalização. Hoje, se um produtor rural do interior de Goiás quiser comprar um equipamento agrícola de última geração, poderá fazê-lo na página da Internet de um fabricante alemão da cidade de Bremem, utilizando-se de seu cartão de crédito internacional VISA e receberá o produto em casa por meio de empresas de courrier. Além
de tecnologia e globalização, outras forças estão
reconfigurando a economia como a desregulamentação de vários
setores e a privatização das gigantes empresas estatais. |
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Tela 58 |
Do seu lado os clientes estão exigindo cada vez mais qualidade e serviços superiores, além de alguma customização. Eles percebem menos diferenças reais entre os produtos e mostram menos fidelidade a marcas. Eles também podem obter muitas informações sobre produtos por meio da Internet e de outras fontes, o que permite que comprem de maneira mais racional. Os clientes estão mostrando mais sensibilidade em relação ao preço em sua busca por valor.
Os fabricantes de marcas reconhecidas estão enfrentando a concorrência de marcas locais e estrangeiras, o que está causando a elevação dos custos de promoção e a redução das margens de lucro. Eles estão sendo ainda pressionados por poderosos revendedores que disponibilizam espaço limitado nas prateleiras e estão lançando suas próprias marcas para concorrer com as marcas mais conhecidas. |
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Tela 59 |
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| 2
- A nova empresa
As empresas têm utilizado, em escala cada vez maior, a análise interna e de mercado e muitas delas já estão mudando para acompanhar tantas mudanças. Existem várias tendências que estão sendo utilizadas pelas empresas para se prepararem: Reengenharia: não mais se concentrar
em departamentos funcionais e passar a reorganizá-los seguindo
processos-chave administrados por equipes multidisciplinares. |
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Tela 60 |
| Comércio eletrônico: não mais atrair clientes para lojas ou enviar vendedores aos clientes e passar a disponibilizar praticamente todos os produtos na Internet. Os consumidores podem acessar fotos de produtos, ler as especificações, vasculhar os fornecedores on-line em busca de melhores preços e condições e simplesmente clicar para encomendar e pagar. Compras de empresas para empresas estão crescendo rapidamente na Internet: compradores podem utilizar sites para comprar itens rotineiros. Além disso, a venda pessoal pode ser cada vez mais realizada por meio eletrônico, com o comprador e o vendedor se vendo por meio de suas telas de computador em tempo real. |
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Tela 61 |
| O
Comércio eletrônico é a realização de
toda a cadeia de valor dos processos de um negócio num ambiente eletrônico,
por meio da aplicação intensa das tecnologias de comunicação
e de informação, atendendo aos objetivos de negócio.
Os processos podem ser realizados de forma completa ou parcial, incluindo
as transações empresa-a-empresa, empresa-a consumidor e intra-organização,
numa infra-estrutura predominantemente pública de fácil e
livre acesso a baixo custo.
Dependendo de para quem se pergunte, comércio eletrônico pode ter definições diferentes:
Os sistemas de comércio eletrônico podem
ter valor significativo como uma alavanca para novas estratégias
de gerenciamento de clientes, principalmente porque eles:Conectam diretamente
compradores e vendedores;Apóiam a troca de informações
totalmente digitalizadas entre eles;Eliminam os limites de tempo e lugar;Apóiam
a interatividade, podendo adaptar-se dinamicamente ao comportamento do
cliente; e Podem ser atualizados em tempo real, mantendo-se sempre atualizados.
Existem basicamente dois grupos de opiniões e postura sobre o uso
do comércio eletrônico. No primeiro, estão as empresas
que acreditam que a Internet é como a corrida do ouro, quando somente
uma empresa vendia um produto específico e seus vendedores ganhavam
muito dinheiro, ou ainda aquelas que acreditam que os investimentos na
WWW devem ser realizados para o futuro, e que seu uso não apresenta
nenhum valor no presente. No segundo grupo estão as empresas que
acreditam que podem obter significativo valor no presente, explorando
o comércio eletrônico para fins de comunicação
entre filiais, conectividade com clientes e fornecedores, propaganda e
realização de transações comerciais. |
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Tela 62 |
| Benchmarking:
não mais depender do auto-aperfeiçoamento e passar a estudar
o desempenho de empresas de classe mundial e adotar as melhores práticas.
Alianças estratégicas: não mais tentar ganhar tudo sozinho e passar a formar parcerias. Fornecedores-parceiros: não mais utilizar muitos fornecedores e passar a utilizar um número menor deles, mais confiáveis e que trabalhem estreitamente com a empresa em um relacionamento de parceria. Foco no mercado: não mais se organizar de acordo com o produto, mas por segmentos de mercado. Globalização: não mais ser apenas local, mas tornar-se global e local. Descentralização:
não mais ser uma administração de cima para baixo
e passar a estimular mais a iniciativa e o espírito empreendedor
em nível local. |
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Tela 63 |
| O
atual momento da economia mundial é caracterizado por um aumento
da competição entre as empresas, à medida que as economias
nacionais abrem-se aos investimentos externos e novos concorrentes entram
nos diferentes mercados. Simultaneamente, o aumento da quantidade e escopo
das informações disponíveis aos consumidores faz com
que estes se tornem mais exigentes em relação à qualidade,
à tecnologia e ao preço dos produtos.
Diante da necessidade de adaptação a esse ambiente de acirrada competição, empresas em todo o mundo têm, paradoxalmente, recorrido a estratégias colaborativas como forma de adquirirem habilidades que ainda não possuem. O número de associações entre empresas tem crescido consideravelmente nos últimos anos. Entre as principais razões desse crescimento estão:
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Tela 64 |
| Freqüentemente
ouvimos termos tais como mercados globais, competição global,
tecnologia global e competitividade global. Antes dos anos 90, utilizavam-se
como se tivessem o mesmo sentido, as palavras internacional e multinacional,
e não a palavra global. O que tem ocorrido desde os anos 80? Esses
termos são conceitos apenas em moda, sem qualquer significado de
profundidade? Ou algo mudou na sociedade?
Acredita-se que, realmente, algo profundo tenha ocorrido na visão de concorrência em todo o mundo. Há cerca de trinta anos, os maiores fabricantes de automóveis do mundo eram a GM, a Ford e a Chrysler. Hoje, empresas como Toyota, Honda e BMW, entre outras, são nomes expressivos no mercado automobilístico. Similarmente, a palavra computador quase foi sinônima de IBM, que dominou o negócio em todo o mundo. Hoje o mercado de computadores está inundado de marcas como Toshiba, NEC, Fujitsu, Siemens e até Xerox. As Tv’s em cores foram inventadas nos Estados Unidos, mas, hoje, é quase impossível encontrar um desses aparelhos fabricado por uma empresa americana. Ao contrário, marcas estrangeiras como Sony, Panasonic, LG e até nacionais como Gradiente e CCE estão na maioria dos lares brasileiros. Um exame das 100 maiores empresas do mundo ilustra claramente as mudanças profundas nas condições competitivas observadas nos últimos trinta anos. Das 100 maiores empresas industriais do mundo, 64 estavam nos Estados unidos em 1970; em 1980, o número declinou para 45. Em 1997, eram apenas 24. O número de empresas japonesas entre as 100 maiores aumentou de 8, em 1970, para 29, em 1997, quase quadruplicando. Aumento semelhante também foi observado com empresas francesas, de 3 em 1970 para 13 em 1997. O declínio relativo do número de empresas americanas entre as 100 maiores do mundo é refletido igualmente nos setores de bancos, seguros e outros serviços. Em resumo, o domínio norte-americano do pós-guerra no comércio internacional tem estado sobre crescente pressão dos países estrangeiros. As mudanças observadas nos últimos trinta anos simplesmente refletem que as empresas têm crescido em todo o mundo. Em outras palavras, o ambiente de hoje é caracterizado por muito mais concorrência em todo o mundo do que no passado. Como resultado os executivos estão sentido uma urgência competitiva no desenvolvimento de produtos, aquisição de materiais, produção e marketing. Não é apenas essa força competitiva que está moldando os negócios de hoje. Particularmente nos últimos anos, muitos eventos políticos e econômicos têm afetado a natureza da competição global. A queda da União Soviética, o estabelecimento da Comunidade Européia, do Nafta e do Mercosul, a desregulamentação de setores como energia e telecomunicações, a privatização de empresas estatais, as guerras e os atentados terroristas têm também mudado os ambientes de mercado. Além disso, os mercados emergentes do Leste Europeu,
a Índia, a China, a Rússia e o Brasil, e os mercados de
crescimento rápido do sudoeste asiático também acrescentaram
promessas aos negócios internacionais. |
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Tela 65 |
| Historicamente,
a gestão do planejamento tem uma relação muito forte
com a evolução das transformações estruturais
das organizações. Desde o modelo burocrático até
o matricial, sempre se buscou modificar a estrutura organizacional de uma
empresa de maneira a favorecer o fluxo de tomada de decisão.
Segundo MOTTA (1976), a estrutura burocrática representou, em um dado momento, um grande passo em direção à racionalidade, substituindo critérios tradicionais como herança e direito, por critérios racionais, como capacidade. O modelo, tipicamente “do topo para baixo”, revelou-se, posteriormente, inadequado para grande número de organizações, principalmente pelo fato de haver dificuldade em reunir em torno de um ocupante de cargo todo o conhecimento especializado necessário ao desempenho do seu papel. Para MOTTA, Tal dificuldade levou ao surgimento de um segundo tipo de estrutura que ficou conhecida como “linha-estafe”. Nesse modelo, ainda predominantemente “do topo para baixo”, surgia o papel do assessor (staff), que não tinha poder de decisão e agia como aconselhador. Ainda assim, um problema persistia: como adequar ações de determinada área se estas dependiam de ações de outra área para funcionar? MOTTA indica que uma tentativa de solução para o problema foi a chamada estrutura funcional, na qual um cargo ou uma unidade administrativa tem autoridade sobre outra em um campo restrito e especializado, mesmo que não haja uma relação de linha. Esse é o modelo tipicamente adotado na grande maioria das organizações modernas, inclusive aquela que será alvo de estudo de caso, mais à frente. Para PALAZZO (1993), à medida que o organograma crescia, tanto lateralmente como verticalmente, a complexidade aumentava. Desta forma, ficava cada vez mais difícil utilizar o modelo de Descartes, visto que se possuía mais e mais partes e estas estavam cada vez mais afastadas do todo. Assim, essas partes começavam a ter vida própria, e o gerente responsável perdia o controle sobre suas ações, prejudicando o planejamento. É exatamente isso que OUCHI (1988) critica nas empresas ocidentais no seu estudo sobre a organização das empresas orientais, em especial as japonesas. OUCHI (1988) indica pelo menos três grandes diferenças que fazem com que as empresas japonesas superem as ocidentais em termos de produtividade: os valores coletivos, que geram senso comum de responsabilidade; o interesse holístico pelas pessoas, o que faz com que cada membro da empresa sinta-se como pertencendo a uma família. Pode ser que seja exagero fazer com que
tantas pessoas estejam envolvidas em um processo de planejamento, pois
este encerra uma grande quantidade de atividades técnicas não
compreensíveis pela grande maioria dos funcionários, mas
o conceito de participação, de informação
deve ser observado em favor do comprometimento em relação
ao que ficou definido como objetivo ou meta. |
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Tela 66 |
| 3
- O novo marketing
As empresas também estão repensando suas filosofias, seus conceitos e suas ferramentas. Neste novo milênio, os principais temas do marketing são: • O Marketing de relacionamento: deixar de se concentrar em transações para se preocupar com a construção de relacionamentos lucrativos de longo prazo com os clientes. As empresas concentram-se em seus clientes, produtos e canais mais lucrativos.
• Valor do
cliente ao longo do tempo: deixar de realizar um lucro sobre
cada venda para realizar lucros por meio da gestão do valor do
cliente em longo prazo. Algumas empresas se comprometem a fornecer regularmente
um produto de necessidade constante a um preço unitário
menor por acreditarem que se beneficiarão dos negócios do
cliente por um período mais longo. |
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Tela 67 |
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| •
Participação nos clientes: deixar de se concentrar
no ganho de participação de mercado e passar a se concentrar
no aumento da participação em cada cliente. As empresas fornecem
uma variedade maior de produtos aos consumidores existentes. Elas treinam
seus funcionários em vendas
cruzadas e na venda de produtos mais sofisticados. • Marketing para mercados-alvos: deixar de tentar vender para todos e procurar se tornar a empresa que melhor atende a mercados-alvo bem definidos. O marketing para mercados-alvo está sendo facilitado pela proliferação de revistas, canais de TV e grupos de discussão na Internet, todos voltados para interesses específicos. • Individualização: deixar de vender o mesmo produto da mesma maneira para todos no mercado-alvo e passar a individualizar mensagens e ofertas. Os clientes poderão escolher as características de seus produtos nos sites das empresas. • Bancos de dados: deixar de coletar dados de vendas e passar a elaborar um data warehouse rico em informações sobre compras, preferências, demografia e lucratividade de clientes individuais. As empresas podem garimpar dados para detectar diferentes agrupamentos de necessidades de clientes e fazer ofertas diferenciadas a cada agrupamento. |
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Tela 68 |
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• Comunicação integrada de marketing: deixar de depender de uma só ferramenta de comunicação, como a publicidade e a força de vendas e passar a combinar várias ferramentas para proporcionar uma imagem de marca consistente aos clientes e cada contato que eles tiverem com a marca. • Parceria com canais de distribuição: deixar de tratar os intermediários como clientes e passar a tratá-los como parceiros na entrega de benefícios a clientes finais.
• Marketing Integrado: deixar de pensar que o marketing é realizado apenas pelas equipes de marketing, vendas e atendimento ao cliente e passar a reconhecer que todos os funcionários devem se concentrar no cliente. • Tomada
de decisão baseada em modelos: deixar de decidir com base
na intuição ou a partir de dados inconsistentes e passar
a embasar decisões em modelos e fatos relacionados ao modo como
o mercado funciona. |
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Tela 69 |
| Resumo
O atual ambiente econômico está sendo moldado por duas forças poderosas: a tecnologia e a globalização. Além de tecnologia e globalização, outras forças estão reconfigurando a economia como a desregulamentação de vários setores e a privatização das gigantes empresas estatais. Do seu lado os clientes estão exigindo cada vez mais qualidade e serviços superiores, além de alguma customização. Eles percebem menos diferenças reais entre os produtos e mostram menos fidelidade a marcas. Os fabricantes de marcas reconhecidas estão enfrentando a concorrência de marcas locais e estrangeiras, o que está causando a elevação dos custos de promoção e a redução das margens de lucro. Eles estão sendo ainda pressionados por poderosos revendedores que disponibilizam espaço limitado nas prateleiras e estão lançando suas próprias marcas para concorrer com as marcas mais conhecidas. As empresas têm utilizado, em escala cada vez maior, a análise interna e de mercado e muitas delas já estão mudando para acompanhar tantas mudanças. Existem várias tendências que estão sendo utilizadas pelas empresas para se prepararem: terceirização, comércio eletrônico, benchmarking, alianças estratégicas, fornecedores-parceiros, foco no mercado, globalização e descentralização. As empresas também estão
repensando suas filosofias, seus conceitos e suas ferramentas. Neste novo
milênio, os principais temas do marketing são: marketing
de relacionamento, valor do cliente ao longo do tempo, participação
nos clientes, marketing para mercados-alvos, individualização,
bancos de dados, comunicação integrada de marketing, parceria
com canais de distribuição, marketing integrado e tomada
de decisão baseada em modelos. |
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