| Unidade 4 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1 - Segmentação Com a revolução industrial iniciou-se uma nova fase de comércio e consumo de massa. Porém, vivemos um longo período no início do Século XX em que havia muita procura por produtos e concorrência restrita, o que deu origem ao marketing de massa. Nickels e Wood definem o marketing de massa como “o processo de usar uma estratégia padrão para vender produtos padronizados e fabricados em massa para todos os consumidores no mercado”. Assim, a empresa se dedica à produção, distribuição e promoção em massa de um produto para todos os consumidores. |
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Tela 2 |
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Porém, o cenário mudou. A crescente competição entre as empresas deixou claro que é preciso se especializar para atender bem, o que fez surgir o marketing segmentado, pois é difícil um único produto conseguir satisfazer a todos os clientes em um mercado. A base da estratégia da segmentação está então nas diferenças que existem entre as pessoas e as suas necessidades. Ou seja, o foco de atuação das empresas deve estar no consumidor e em buscar atender às suas diferentes demandas. Assim, a segmentação é uma abordagem que fica entre o marketing de massa e o marketing um-a-um (ou marketing individualizado). A idéia básica da segmentação é de dividir os consumidores em grupos que tenham características de consumo que sejam semelhantes. |
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Kotler descreve um segmento de mercado como “um grande grupo que é identificado a partir de suas preferências, poder de compra, localização geográfica, atitudes de compra e hábitos de compra similares”. Já os autores Pride e Ferrell (2001, p. 129) ”um segmento de mercado consiste em indivíduos, grupos ou organizações com uma ou mais características semelhantes que os levam a ter necessidades de produtos relativamente parecidas”. Em uma e em outra definição fica claro que estamos falando em uma classificação de grupos de consumo que têm semelhanças em suas demandas. Assim, a idéia central da segmentação é tentar compreender como se dá o comportamento de consumo e como se distribui o mercado em um determinado setor e, a partir disso, dividir esse mercado em segmentos. O passo seguinte, analisando todos os segmentos desse mercado, é definir quais os segmentos serão atendidos pelos produtos e serviços da empresa. Porém, é preciso escolher segmentos que a empresa possa realmente atender satisfatoriamente. As características essenciais de um bom segmento são: acessibilidade , mensurabilidade e relevância. A Figura 1 mostra que um bom segmento precisa estar sustentado por este tripé.
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Tela 4 |
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Mas, além de considerar os aspectos de acessibilidade, mensurabilidade e relevância, é preciso conhecer a fundo os segmentos e dividi-los de acordo com suas características essenciais. Para facilitar esse processo, foi listada uma série de variáveis que podem influenciar a decisão de consumo, as quais foram agrupadas em quatro tipos de segmentação: geográfica, demográfica, psicográfica e comportamental, como mostra a Figura 2.
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A segmentação geográfica divide o mercado com base em localidades. Essa segmentação é útil para reconhecer as tendências gerais de compra de uma determinada região. Também é necessária porque são poucas as empresas que conseguem atender ao mercado global. Pode-se considerar nessa divisão por localidades não só a localização geográfica como também a densidade populacional e o clima. Quando se define um mercado geograficamente mais amplo, é importante levar em consideração as diferenças entre os costumes das regiões e, mais ainda, se a decisão for de atender a mais de um país. Nesse último caso será importante conhecer também a legislação dos países que se prentede atender. |
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A segmentação demográfica costuma ser bastante utilizada na prática e baseia-se em variáveis: ocorre de acordo com variáveis como gênero, idade, renda, ocupação, educação, tamanho da família e estagio de ciclo de vida da família. Esta segmentação pode ser conhecida também como sócio-econômica. São variáveis de segmentação demográfica: o gênero (sexo masculino ou feminino), a idade, o estágio de ciclo de vida da família , o grau de escolaridade, a formação profissional, a renda, a classe social, a religião, a raça, a ocupação, a nacionalidade etc. Mas há outros aspectos importantes no processo de consumo que não estão contemplados nas segmentações demográficas e geográficas: o estilo de vida de cada um, as necessidades e os desejos das pessoas. Assim, é preciso considerar também a segmentação psicográfica e a comportamental. |
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Tela 7 |
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A segmentação psicográfica envolve a medição de estilos de vida dos consumidores, ou seja, a maneira como as pessoas conduzem sua vida, incluindo suas atividades interesses e opiniões. Os indicadores do estilo de vida são as Atividades, Interesses e Opiniões (A-I-O). As atividades e interesses envolvem os aspectos relacionados a lazer, vida cotidiana e trabalho. O indicador opiniões revela um sistema de crenças e valores da pessoa em face dela mesma e em seus relacionamentos. |
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Finalmente,
na segmentação comportamental, os compradores são
divididos em grupos de acordo com seus comportamentos de compra que
envolvem o conhecimento de um produto e suas atitudes com relação
a ele, no uso dele ou em resposta a ele. Kotler defende que as variáveis
comportamentais são os melhores pontos de partida para se construir
segmentos de mercado. As principais variáveis comportamentais
são: ocasião
, benefícios
, status
do usuário ,índice
de utilização , status
de fidelidade e atitude
em relação ao produto.
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Tela 9 |
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2 - Diferenciação A idéia da segmentação baseia-se, portanto, na divisão do mercado para que seus diferentes segmentos possam ser atendidos de forma diferenciada. Ou seja, nem todos querem a mesma coisa, portanto, é preciso que os players de mercado apresentem produtos, serviços e propostas de atuação diferenciados, cada um buscando atender ao máximo às demandas de seu segmento-alvo. Porém, como bem salienta Michael Porter, a disputa está cada vez mais voraz, resultando em maior atratividade da arena, isto é, os concorrentes são a cada dia mais atraídos para a arena da disputa pelo consumidor. Essa atratividade cada vez maior da arena, leva acriações sucessivas de vantagens competitivas que vão sendo criadas e rapidamente copiadas, deixando portanto de ser um diferencial e ocasionando a chamada “erosão da vantagem competitiva” descrita por Porter. |
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Em síntese, a partir da definição da segmentação, uma empresa realiza suas pesquisas para conhecer a demanda de seus clientes em potencial e estabelece algumas vantagens e/ou benefícios como diferenciais. Porém, o que é um diferencial hoje pode não mais ser amanhã se os demais concorrentes resolverem apresentar para os clientes o mesmo tipo de benefício ou vantagem. Ou seja, o diferencial pode ser algo bastante volátil, como mostra o ciclo da Figura 4, indicando que a empresa sempre precisa realizar novas pesquisas com seus consumidores e criar novos diferencias, mesmo sabendo que eles poderão ser copiados pela concorrência.
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Mas o fato é que, sem um diferencial, torna-se praticamente impossível conseguir a atenção dos consumidores. O diferencial é decorrência da segmentação e ao mesmo tempo, costuma levar a novas segmentações, num processo de segmentar, diferenciar, segmentar novamente, diferenciar novamente e assim por diante. Levada ao extremo, a segmentação conduz ao marketing customizado ou marketing um-a-um (one-to-one), tratando os clientes individualmente. O marketing um-a-um não é novidade. No passado, ele costumava ser aplicado em pequenos estabelecimentos, mesmo que sem o nome de “marketing”. Os comerciantes conheciam seus clientes pelo nome e sabiam o que gostavam e compravam. Ao entrar numa mercearia, um cliente era cumprimentado pelo nome, o atendente, muitas vezes o dono do estabelecimento, oferecia-lhe as compras habituais e sugeria-lhe novos produtos que estivessem de acordo com seus gostos ou, até mesmo, de seus familiares. Esse marketing um-a-um permite a fidelização dos clientes. Eles preferem voltar para um local, onde são conhecidos e bem tratados. Porém, a capacidade produtiva crescente provocou a busca por mais clientes e, conseqüentemente, por maiores fatias de mercado. A partir de então, passaram a ser desenvolvidas tanto pesquisas de mercado, com o objetivo de descobrir o que os consumidores de um determinado segmento preferiam, como estatísticas, que permitiam predizer tendências e padrões de compras. Dessa forma, viveu-se uma época de marketing de massa. |
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Tela 12 |
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Porém, a alta competitividade entre as empresas tornou o marketing de massa perigoso, pois as empresas deixavam de atender às demandas específicas de seus clientes. Em função disso, as empresas voltaram a segmentar, buscar conhecer seus clientes potenciais e apresentar diferenciais competitivos que satisfizesse a esses clientes. Mas como esses diferenciais não são perenes, as empresas perceberam que teriam que investir em um marketing que fosse quase individualizado e que conduzisse à fidelização dos clientes. Mas, mais que isso, elas perceberam que seria necessário que os clientes a percebessem de uma forma distinta da forma como percebem os outros players de mercado, surgindo, então, a idéia do conceito de Posicionamento. Basicamente, existem três maneiras de uma empresa fornecer mais valor que suas concorrentes: a) cobrando um preço menor; b) ajudando o cliente a reduzir seus custos; e, c) acrescentando benefícios que tornem o produto mais atraente. As empresas devem auxiliar seus clientes a obter o máximo valor de uso de seus produtos e procuram entender os negócios dos clientes. |
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A diferenciação de um produto no mercado pode estar baseada em vários fatores: tecnologia, preço, aplicação, qualidade, serviço, canais de distribuição, público-alvo, clientes específicos e alianças. Michel Porter enfatiza alguns conselhos fundamentais para as empresas que buscam um diferencial no mercado e, portanto, procuram destaque não como maiores, mas sim como as melhores em seu ramo de atividade. Segundo esse autor, a vantagem competitiva surge do valor que uma empresa consegue criar para seus compradores e que ultrapassa o custo de fabricação pela empresa. O valor é aquilo que os compradores estão dispostos a pagar. Uma empresa ganha vantagem competitiva executando suas atividades estrategicamente de forma mais barata ou melhor que a concorrência. E, para diagnosticar a vantagem competitiva, Michel Porter criou o conceito de cadeia de valores (reunião de todas as atividades – principais e de apoio – executadas por uma empresa de forma integrada). Mas, como obter vantagem competitiva? Porter responde que, na era da concorrência total, existem duas maneiras básicas para se obter vantagem competitiva: os custos baixos e a diferenciação. |
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Tela 14 |
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3 - Posicionamento Posicionamento é o pensamento organizacional central. Por meio dele se comunica ao mercado os diferenciais do produto e ao seu redor é construída a personalidade da marca. Ou seja, o posicionamento não só coloca uma marca num padrão de referência competitivo, mas também registra suas vantagens/benefícios como diferencial competitivo. Segundo Al Ries e Jack Trout, o posicionamento começa com um produto. Uma mercadoria, um serviço, uma empresa, uma instituição ou até mesmo uma pessoa... mas posicionamento não é o que você faz com o produto. O posicionamento é o que você faz com a mente do cliente potencial. Ou seja, você posiciona o produto na mente do cliente. |
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Tela 15 |
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Ries e Trout afirmam que produtos conhecidos geralmente possuem uma posição destacada na mente dos consumidores. Por exemplo, a Hertz é conhecida como a maior empresa de aluguel de carros do mundo. A Coca-Cola, como a maior empresa de refrigerantes. Seria difícil para um concorrente modificar as posições dessas marcas, mas eles apresentam algumas estratégias alternativas para os concorrentes. O quadro 1 apresenta posições que poderiam ser adotadas por marcas concorrentes.
Quadro 1: Estratégias alternativas para serem
adotadas por marcas concorrentes
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Cada empresa deve decidir quantas diferenças (benefícios, características) deve promover para seus consumidores-alvo. Muitos profissionais de marketing defendem a promoção de apenas um benefício central. Por exemplo, o creme dental Crest promove sistematicamente sua proteção anti-cárie, enquanto a Mercedes promove sua grande engenharia. Ries e Trout são a favor de uma mensagem de posicionamento sistemática. Para eles, cada marca deveria selecionar um atributo e tentar ser a ‘número um’ nesse atributo, pois os consumidores não conseguem memorizar muitas coisas sobre uma mesma marca, daí a necessidade de concentrar a divulgação em uma idéia central única. Os posicionamentos “número um” apresentam diferentes posições, por exemplo:
Quadro 2: Posições possíveis para empresas que buscam posicionamento “número um” |
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Tela 17 |
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Se uma empresa trabalhar com afinco em um desses posicionamentos e conseguir entregá-lo ao cliente, ela provavelmente será mais conhecida e mais lembrada por esse ponto forte. Os quatro principais erros de posicionamento que devem ser evitados são mostrados no Quadro 3.
Quadro 3: Principais erros de posicionamento |
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Tela 18 |
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Solucionar o problema do posicionamento permite à empresa definir as estratégias do mix de marketing. Por exemplo, a ‘posição de alta qualidade’ exige que a empresa fabrique produtos de alta qualidade, cobre um preço maior por eles, distribua-os por meio de revendedores de alto nível e divulgue-os em revistas de qualidade. A Figura 5 mostra que o Mix de Marketing precisa ser pensado de acordo com a estratégia de Posicionamento.
De maneira resumida, pode-se dizer que posicionamento é o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa para ocupar um lugar destacado na mente dos clientes-alvo. O resultado final do posicionamento bem-sucedido é a divulgação para os consumidores de uma proposta de valor distinguida no mercado. |
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Tela 19 |
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Resumo A crescente
competição entre as empresas deixa claro que é
preciso se especializar para atender bem, o que fez surgir o marketing
segmentado. A base da estratégia da segmentação
está nas diferenças que existem entre as pessoas e as
suas necessidades. Kotler descreve um segmento de mercado como “um
grande grupo que é identificado a partir de suas preferências,
poder de compra, localização geográfica, atitudes
de compra e hábitos de compra similares”. Para facilitar esse processo, foi listada uma série de variáveis que podem influenciar a decisão de consumo, as quais foram agrupadas em quatro tipos de segmentação: geográfica, demográfica, psicográfica e comportamental. |
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Tela 20 |
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A partir da definição da segmentação, uma empresa realiza suas pesquisas para conhecer a demanda de seus clientes em potencial e estabelece algumas vantagens e/ou benefícios como diferenciais. Porém, o que é um diferencial hoje pode não mais ser amanhã se os demais concorrentes resolverem apresentar para os clientes o mesmo tipo de benefício ou vantagem. Mas o fato é que, sem um diferencial, torna-se praticamente impossível conseguir a atenção dos consumidores. O diferencial é decorrência da segmentação e ao mesmo tempo, costuma levar a novas segmentações, num processo de segmentar, diferenciar, segmentar novamente, diferenciar novamente e assim por diante. Basicamente, existem três maneiras de uma empresa fornecer mais valor que suas concorrentes: a) cobrando um preço menor; b) ajudando o cliente a reduzir seus custos; e, c) acrescentando benefícios que tornem o produto mais atraente. A diferenciação de um produto no mercado pode estar baseada em vários fatores: tecnologia, preço, aplicação, qualidade, serviço, canais de distribuição, público-alvo, clientes específicos e alianças. |
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Tela 21 |
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Posicionamento é o pensamento organizacional central. Por meio dele se comunica ao mercado os diferenciais do produto e ao seu redor é construída a personalidade da marca. O posicionamento não só coloca uma marca num padrão de referência competitivo, mas também registra suas vantagens/benefícios como diferencial competitivo. Segundo Al Ries e Jack Trout, o posicionamento começa com um produto. Uma mercadoria, um serviço, uma empresa, uma instituição ou até mesmo uma pessoa... mas posicionamento não é o que você faz com o produto. O posicionamento é o que você faz com a mente do cliente potencial. Ou seja, você posiciona o produto na mente do cliente. Muitos profissionais de marketing defendem a promoção de apenas um benefício central como estratégia de posicionamento. Para eles, cada marca deveria selecionar um atributo e tentar ser a ‘número um’ nesse atributo, pois os consumidores não conseguem memorizar muitas coisas sobre uma mesma marca. Os quatro principais erros de posicionamento que devem ser evitados são sub-posicionamento, superposicionamento, posicionamento confuso e posicionamento duvidoso. Solucionar o problema do posicionamento permite à empresa definir as estratégias do mix de marketing com base na estratégia de Posicionamento. |
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| Unidade 4 | Módulo 2 | Tela 22 |
1
- Mix de Marketing |
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Tela 23 |
Para o Kotler “mix de marketing (ou composto de marketing) é o conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos de marketing no mercado-alvo”. A Figura 1 mostra os componentes de cada um dos 4 Ps e que serão abordados detalhadamente nos próximos tópicos.
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Tela 24 |
2
- Estratégia de Produto
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Tela 25 |
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De
acordo com a durabilidade ou tangibilidade os produtos podem ser classificados
em três grupos: bens
não duráveis, bens
duráveis , e serviços
.
Quadro 1: Decisões importantes sobre marcas de produtos Como será detalhado em módulos posteriores, o desenvolvimento de um produto demanda a pesquisa de necessidades do cliente e uma série de etapas para que possa ser lançado no mercado. |
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Tela 26 |
3
- Estratégia de Preço |
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Tela 27 |
Os
preços estabelecidos precisam ser, portanto, lucrativos e considerados
justificáveis pelo consumidor, sendo que a competitividade é
um dos fatores que mais influencia a estratégia de preço.
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Tela 28 |
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Normalmente, as políticas e as estratégias de preços são estabelecidas, ou modificadas, para ajudar a atingir um ou mais dos seguintes objetivos:
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Tela 29 |
Algumas estratégias de preço comumente utilizadas são mostradas no Quadro 2.
Quadro 2: Decisões importantes sobre marcas de produtos |
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Tela 30 |
Uma outra decisão a ser tomada relativamente ao preço refere-se ao preço de lançamento de novos produtos. Nesses casos, há duas estratégias possíveis: a estratégia de preço por desnatação (significa cobrar um preço alto inicialmente, em geral com distribuição seletiva, e ir abaixando este preço para atingir outras camadas do público-alvo) e a estratégia de preço por penetração (significa preço baixo e distribuição intensiva para conquistar o maior número de clientes potenciais possível). A estratégia de penetração é a mais indicada quando há a possibilidade de a concorrência oferecer o mesmo tipo de produto brevemente no mercado, pois, neste caso, o mercado estará mais “protegido”. |
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Tela 31 |
Finalmente, um aspecto muito importante relativamente ao preço é o equilíbrio necessário entre Preço e Qualidade. A seguir é apresentada uma matriz (Figura 3) que mostra como são classificadas as estratégias conjugadas de Preço e Qualidade, considerando as opções “Alto”, “Médio” e “Baixo” para cada uma delas.
Figura 3: Classificação das estratégias conjugadas de Preço e Qualidade |
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Tela 32 |
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Não há dúvida que a oferta de diferentes níveis preço-qualidade de produto permite atender melhor aos vários segmentos de demanda e possibilita capitalizar as relações que o cliente estabelece entre produtos de níveis diferentes. Nesse sentido é que se pode falar nas técnicas de trading-up e tranding-down. Embora essas duas estratégias possam ser muito eficientes, elas só devem ser utilizadas após profundo exame dos resultados que se pode esperar em termos de reação do consumidor e do volume de vendas para a linha já existente e para a linha que se pretende introduzir. |
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4
- Estratégia de Praça |
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Tela 34 |
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Um
canal convencional de distribuição consiste em um ou mais
fabricantes, atacadistas
e varejistas
() independentes. Cada um se constitui em um negócio separado.
Quadro 3: Classificações dos tipos de varejo |
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Tela 35 |
Os
atacadistas têm grande importância para os fabricantes, pois:
compram em grande quantidade; são escoadores de produção
e estoques excessivos; suprem o fabricante de importantes informações,
assumem o risco de crédito e ajudam a espalhar as mais diferentes
mercadorias pelo país. |
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Tela 36 |
Cada atacadista ou varejista constitui um canal do sistema de distribuição. O número de canais (ou intermediários) a ser utilizado é uma decisão que deve ser tomada quando se estabelece a Estratégia de Praça. Uma distribuição com canal de nível zero significa a venda direta do produtor ao consumidor. A distribuição de canal de nível um significa a presença de um intermediário – em geral um varejista. Finalmente, a distribuição de canal de nível dois compreende dois intermediários sendo o mais comum ter um atacadista e um varejista entre o produtor e o consumidor, como mostra a Figura 4.
Figura 4: Diferentes estratégias de definição de canais de distribuição |
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Tela 37 |
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A definição de quantos canais devem ser usados é influenciada pelo grau de exposição de mercado procurado pela empresa. Três graus de exposição de mercado podem ser adotados. São eles: |
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Tela 38 |
O sucesso de todo o sistema de marketing depende de quão bem os membros interagem para realizar o trabalho. Muitas empresas utilizam o sistema vertical de marketing para realçar a cooperação. Nesses arranjos, o produtor, o atacadista e o varejista se comportam como um sistema unificado, desse modo mantendo mínimo o nível de conflito, como ilustra a Figura 5.
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Tela 39 |
São
três os principais tipos de Sistema Vertical de Marketing - SVM:
SVM Corporativo, SVM Contratual (subdividido em produtor-atacadista, produtor-varejista
e varejista-atacadista) e SVM Administrado.
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Tela 40 |
No processo de distribuição física é preciso estabelecer alguns controles, relativos a: custo de processamento de pedidos, armazenagem, manutenção do estoque e transporte dos produtos acabados. Além disso, para diagnosticar se está tudo bem com a estratégia de distribuição, também é preciso verificar:
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Tela 41 |
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Quanto à distribuição logística, ela é usada para definir a procura, distribuição, manutenção e recolocação de produtos e pessoas. A área de logística está subdividida em três atividades básicas: Administração da Distribuição Física, Administração de Materiais, e Coordenação Logística. |
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Tela 42 |
O Franchising também pode ser considerado uma forma de distribuição que se caracteriza pelo licenciamento, pelo qual o proprietário ou titular (franchisor) de um produto ou método obtém sua distribuição através de revendedores afiliados (franchisee). O Franchising traz vantagens tanto para o franchisor como para o franchisee, como pode ser visto no Quadro 4.
Quadro 4: Vantagens do Franchising |
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Tela 43 |
5
- Estratégia de Promoção |
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Tela 44 |
A Estratégia de Promoção utiliza diversas ferramentas, sendo a Propaganda a mais difundida. Propaganda é o conjunto dos meios de comunicação destinados a informar o público e a convencê-lo a comprar um produto/serviço. Ela tem como objetivo criar um elo entre o produtor e o consumidor que, sem ele, se ignorariam mutuamente. Para veicular uma propaganda é preciso seguir alguns passos que começam com o plano de marketing e a análise dos objetivos de marketing e termina com a avaliação do quanto esses objetivos fora atingidos. A Figura 6 mostra as oito etapas essenciais no processo de contratação de uma campanha publicitária.
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Tela 45 |
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| Para compreender essas etapas é importante compreender alguns conceitos, são eles: |
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Tela 46 |
Para a
veiculação de uma campanha, pode-se usar vários tipos
de mídias, cada um com suas peculiaridades, vantagens e desvantagens.
A seguir serão apresentados as mídias mais utilizadas no
Brasil: Televisão aberta, TV por assinatura, Rádio, Jornal,
Revista, Outdoor e Cinema. Rádio
- Permite aumentar o nível de freqüência com baixo investimento,
tanto em veiculação como em produção. É
uma fonte de diversão e entretenimento e de informação
e cultura. É um veículo de apelo popular, com o qual se
pode atingir rapidamente grandes massas. É um veículo de
ação local. Tem como vantagens ser fonte de entretenimento;
alto impacto pelo uso da música e da sonoplastia que reforça
o efeito da palavra; não absorve a atenção total
e por isso o ouvinte pode, ao mesmo tempo, executar outras tarefas; e
maleabilidade, pois permite cancelar, trocar ou inserir a mensagem publicitária,
em poucas horas. As desvantagens do rádio são: age exclusivamente
pelo ouvido, é inadequado para apresentação de temas
complexos ou muito técnicos, a mensagem radiofônica vive
apenas no momento em que está no ar. |
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Tela 47 |
Mas, independente da mídia que tenha sido escolhida, é fundamental avaliar se a propaganda foi eficaz. Para isso, é preciso considerar se ela cumpriu os objetivos básicos de comunicação, se evitou bloqueios sócio-éticos e jurídicos e se conseguiu ter apelos soft (estético e emocional) e hard (racional e comercial), como mostra a Figura 7.
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Tela 48 |
Além
da Propaganda, há outros meios bastante utilizados como estratégia
de Promoção, como o Merchandising, a Promoção
de Vendas e as Relações Públicas. |
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Tela 49 |
A Promoção de Vendas, por sua vez, corresponde ao conjunto de técnicas mercadológicas acionadas sobre os intermediários e consumidores para erguer a demanda através da aceleração do fluxo de consumo. Suas funções são: (a) acentuar o desejo de compra; (b) melhorar o nível de rotação dos produtos; (c) criar motivação para a força de vendas; e (d) enfatizar determinado produto em confronto com os concorrentes. |
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Tela 50 |
Finalmente, Relações Públicas refere-se ao processo de informação de conhecimento e de educação, com um fim social, utilizando-se de uma sistematização de técnicas para conseguir a boa vontade e a cooperação das pessoas com as quais uma entidade trata ou depende. Os objetivos das ações de Relações Públicas são construir uma imagem para a empresa e induzir o público-alvo a ações favoráveis em relação à mesma. Para isso, são realizadas atividades de relações com a imprensa, comunicações da corporação, lobby e preservação da imagem da empresa. |
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Tela 51 |
Resumo |
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Tela 52 |
Estratégia de Produto - Em marketing produto tem um conceito amplo. Ele é definido por Kotler como “Qualquer coisa que pode ser oferecida a um mercado para aquisição, atenção, utilização ou consumo e que possa satisfazer um desejo ou necessidade. Inclui objetos físicos, serviços, pessoas, locais, organizações e idéias.” Os produtos se dividem em: básico, tangível e ampliado. De acordo com a durabilidade ou tangibilidade os produtos podem ser classificados em três grupos: bens não duráveis, bens duráveis e serviços. Um aspecto importante em relação à estratégia de produto refere-se às decisões sobre as marcas dos produtos: colocar ou não marca no produto, patrocínio de marca, decisão de marca de família, decisão de extensão da marca e decisão de multimarcas. |
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Tela 53 |
Estratégia de Preço - O preço significa o valor estabelecido para a troca de um produto do ponto de vista tanto do comprador quanto da parte vendedora. O preço é a única estratégia do composto mercadológico que gera receitas para a empresa, pois todas as outras são investimentos a serem feitos. Assim, é comum que as organizações olhem para esta variável com bastante cuidado. Os preços estabelecidos precisam ser lucrativos e considerados justificáveis pelo consumidor, sendo que a competitividade é um dos fatores que mais influencia a estratégia de preço. Normalmente, as políticas e as estratégias de preços são estabelecidas para ajudar a atingir um ou mais dos seguintes objetivos: Taxas de Retorno, Liderança de Mercado e Liderança da Qualidade do Produto. Algumas estratégias de preço comumente utilizadas são: Preço baseado na concorrência, Preço baseado na demanda, Preço baseado no custo, Preço-isca, Preço promocional e Preço Psicológico. Uma outra
decisão a ser tomada relativamente ao preço refere-se ao
preço de lançamento de novos produtos. Nesses casos, há
duas estratégias possíveis: a estratégia de preço
por desnatação e a estratégia de preço por
penetração. Finalmente, um aspecto muito importante relativamente
ao preço é o equilíbrio necessário entre Preço
e Qualidade. |
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Tela 54 |
Estratégia de Praça - A estratégia de Praça é também conhecida como estratégia de Distribuição e consiste na tarefa de tornar um bem disponível no local e no momento em que será necessário ao seu usuário. É fundamental na determinação da própria estratégia de negócios e na diferenciação dos produtos/serviços como arma mercadológica. O planejamento da Distribuição consiste na tomada de decisão sistemática envolvida na implementação de programas para transferir fisicamente os produtos/serviços do produtor para o consumidor. Este processo inclui a seleção e o controle dos canais de distribuição. Um canal de distribuição são todos os indivíduos ou organizações envolvidos no processo de movimentação dos produtos/serviços do produtor para o consumidor. Um canal convencional de distribuição consiste em um ou mais fabricantes, atacadistas e varejistas independentes. Cada um se constitui em um negócio separado. Os atacadistas têm grande importância para os fabricantes e para os varejistas. Uma distribuição com canal de nível zero significa a venda direta do produtor ao consumidor. A distribuição de canal de nível um significa a presença de um intermediário – em geral um varejista. Finalmente, a distribuição de canal de nível dois compreende dois intermediários sendo o mais comum ter um atacadista e um varejista entre o produtor e o consumidor. A definição de quantos canais devem ser usados é influenciada pelo grau de exposição de mercado procurado pela empresa. Três graus de exposição de mercado podem ser adotados. São eles: distribuição intensiva, distribuição exclusiva e distribuição seletiva. O sucesso de todo o sistema de marketing depende de quão bem os membros interagem para realizar o trabalho. Muitas empresas utilizam o sistema vertical de marketing para realçar a cooperação. Nesses arranjos, o produtor, o atacadista e o varejista se comportam como um sistema unificado, desse modo mantendo mínimo o nível de conflito. O Franchising
também pode ser considerado uma forma de distribuição
que se caracteriza pelo licenciamento, pelo qual o proprietário
ou titular (franchisor) de um produto ou método obtém sua
distribuição através de revendedores afiliados (franchisee).
O Franchising traz vantagens tanto para o franchisor como para o franchisee. |
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Tela 55 |
Estratégia de Promoção - A Estratégia de Promoção pode também ser denominada Estratégia de Comunicação ou Estratégia de Divulgação e refere-se à informação feita pelo vendedor para influenciar as atitudes e o comportamento dos compradores potenciais. Para Boone e Kurtz, promoção é o elo de comunicação entre vendedores e compradores. As empresas usam meios muito diferentes para enviar suas mensagens sobre bens, serviços e idéias. A mensagem pode ser comunicada diretamente pelo pessoal de vendas ou indiretamente por meio de anúncios e promoções de vendas. A Estratégia de Promoção utiliza diversas ferramentas, sendo a Propaganda a mais difundida. Propaganda é o conjunto dos meios de comunicação destinados a informar o público e a convencê-lo a comprar um produto/serviço. Ela tem como objetivo criar um elo entre o produtor e o consumidor que, sem ele, se ignorariam mutuamente. Para a veiculação de uma campanha, pode-se usar vários tipos de mídias, cada um com suas peculiaridades, vantagens e desvantagens. As mídias mais utilizadas no Brasil são: Televisão aberta, TV por assinatura, Rádio, Jornal, Revista, Outdoor e Cinema. Mas, independente da mídia que tenha sido escolhida, é fundamental avaliar se a propaganda foi eficaz. Para isso, é preciso considerar se ela cumpriu os objetivos básicos de comunicação, se evitou bloqueios sócio-éticos e jurídicos e se conseguiu ter apelos soft (estético e emocional) e hard (racional e comercial). Além da Propaganda, há outros meios bastante utilizados como estratégia de Promoção, como o Merchandising, a Promoção de Vendas e as Relações Públicas. Merchandising é o conjunto de operações táticas efetuadas no ponto de venda para se colocar no mercado: o produto/serviço certo, no lugar certo, na quantidade certa, com o preço certo, no tempo certo, com impacto visual adequado e na exposição correta. O objetivo do merchandising é criar um cenário para o produto/serviço no ponto de venda, proporcionando maior giro nos estoques. A Promoção de Vendas, por sua vez, corresponde ao conjunto de técnicas mercadológicas acionadas sobre os intermediários e consumidores para erguer a demanda através da aceleração do fluxo de consumo. Suas funções são acentuar o desejo de compra, melhorar o nível de rotação dos produtos, criar motivação para a força de vendas e enfatizar determinado produto em confronto com os concorrentes. Finalmente, Relações Públicas refere-se ao processo de informação de conhecimento e de educação, com um fim social, utilizando-se de uma sistematização de técnicas para conseguir a boa vontade e a cooperação das pessoas com as quais uma entidade trata ou depende. Os objetivos das ações de Relações Públicas são construir uma imagem para a empresa e induzir o público-alvo a ações favoráveis em relação à mesma. Para isso, são realizadas atividades de relações com a imprensa, comunicações da corporação, lobby e preservação da imagem da empresa. |
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| Unidade 4 | Módulo 3 | Tela 56 |
| 1 - Ciclo
de vida de produtos A análise do ciclo de vida dos produtos busca entender os movimentos do mercado, a fim de que possam ser traçadas estratégias para se adequar a esses movimentos. Raimar Richers defende que, para ser de utilidade estratégica, o estudo do ciclo de vida dos produtos deve atender a três objetivos:
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Tela 57 |
| Porém,
como o próprio Raimar Richers esclarece, esses objetivos tornam-se
progressivamente mais difíceis na prática, pois as influências
ambientais são muitas. Porém, o autor, no livro Surfando as
Ondas do Mercado, diz que todos os profissionais de marketing que quiserem
ver o sucesso de suas empresas precisam aprender a conhecer e prever os
movimentos do mercado. Tornar-se hábil na avaliação e na antecipação das “ondas do mercado” – como bem fazem os surfistas – para poder saber quais são as estratégias mais adequadas para serem adotadas em cada momento. O estudo do ciclo de vida corresponde, portanto, a uma separação didática do curso de vendas e dos lucros de um produto em seu tempo de vida. Kotler divide o ciclo de vida em cinco fases: desenvolvimento, introdução, crescimento, maturidade e declínio. Mas vários outros autores como Francisco Gracioso, Rocha & Christensen, Churchill & Peter e Raimar Richers, descrevem o ciclo de vida começando na fase de introdução, como mostra a Figura 1.
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Tela 58 |
| Cada uma
dessas fases tem as suas peculiaridades, como é mostrado na Figura
2, que apresenta as modificações que vão ocorrendo
no decorrer do ciclo de vida de produtos.
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Tela 59 |
| 2
- Gestão do ciclo de vida de produtos A
Matriz de crescimento do mercado e participação no mercado
(market share), também denominada Matriz BCG, é um método
de planejamento de portfólio que avalia as unidades estratégicas
de negócios de uma empresa em termos de suas taxas de crescimento
e participação relativa no mercado. A fase de
introdução, ou Fase do Produto Criança,
caracteriza-se por baixas vendas, lucros praticamente desprezíveis
um fluxo de caixa negativo (em função do grande gasto inicial
que se tem com o desenvolvimento e o lançamento do produto no mercado),
consumidores com perfil inovador e poucos concorrentes. |
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Tela 60 |
| Na fase de crescimento, ou Fase do Produto Estrela, a situação começa a mudar. As vendas passam a ter um crescimento rápido, os lucros atingem níveis máximos, o fluxo de caixa é moderado (porque boa parte do investimento inicial já foi amortizado), começa-se a se atingir o mercado de massa e também começam a aparecer mais concorrentes. |
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Tela 61 |
| Na fase da maturidade, ou Fase do Produto Vaca Leiteira, o cenário já é praticamente o oposto do inicial. As vendas estão em crescimento lento, os lucros estáveis ou em declínio, porém o fluxo de caixa é elevado (porque o investimento inicial já foi pago e vendem-se grandes quantidades do produto), o mercado nessa fase é claramente de massa e há muitos concorrentes, o que faz o preço dos produtos baixarem. |
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Tela 62 |
| Por fim, na fase do declínio, na fase do declínio, ou Fase do Produto Abacaxi, as vendas estão em declínio, os lucros baixos ou inexistentes, o fluxo de caixa também baixo, os consumidores passam a ficar desinteressados pelo produto e o número de concorrentes começa a baixar. |
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Tela 63 |
| Conhecendo
essas características de cada uma das fases fica mais fácil
de analisar em que fase cada produto comercializado pela empresa se encontra.
Porém, em importante destacar que o ciclo de vida é um movimento
do mercado e que nada tem a ver com o tempo de vida que o produto tem na
empresa. Ou seja, mesmo um produto que uma empresa acabou de lançar
pode encontrar-se na fase vaca leiteira, por exemplo, se em termos de mercado
ele já estiver com as características da fase de maturidade.
O Quadro 1 resume as principais características de cada uma das quatro fases do ciclo de vida, no que diz respeito a vendas, lucros, fluxo de caixa, consumidores e concorrentes.
Quadro 1: Principais características das fases do ciclo de vida de produtos. |
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Tela 64 |
| Assim, o
primeiro passo é identificar a fase do ciclo de vida em que os produtos
da empresa se encontram. Em geral, isso é feito na Matriz BCG, a
partir da análise do crescimento e da participação
relativa de mercado, como mostra o exemplo apresentado na Figura 3.
Nessa figura fica claro que a empresa que está em análise apresenta três produtos na fase criança e um produto na fase da maturidade. Essa empresa precisa tomar cuidado, pois se o Produto I entrar em fase de declínio, ela poderá ficar com poucos recursos para investir nos seus outros três produtos que estão na fase criança.
Figura 3: Exemplo de Análise de Ciclo de Vida
na Matriz BCG
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Tela 65 |
| Mas posicionar os produtos da empresa na Matriz BCG também não é o bastante, pois é necessário fazer projeções de como esses produtos estarão nos próximos anos, pois o tempo que um produto fica, por exemplo, na fase estrela, pode ser muito distinto do tempo que um outro produto permanece nessa fase, pois os ciclos de vida de cada um costumam ter durações distintas. |
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Tela 66 |
| A Figura
4 mostra um exemplo de projeções de como esses produtos estarão
nos próximos dois anos. Nesse exemplo fica claro que o Produto I
tende a permanecer na fase de maturidade por mais um ano e que depois começará
a entrar na fase de declínio. Também é possível
observar que o Produto II é o que apresenta o ciclo de vida mais
rápido, pois é esperado que em pouco mais de um ano ele já
esteja na fase de maturidade. Por outro lado, os Produtos III e IV terão
um crescimento de mercado mais lento e não tendem a atingir a fase
de maturidade nos próximos dois anos.
Figura 4: Exemplo de Projeção de Evolução Comparativa de Produtos. |
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Tela 67 |
| Finalmente,
após a identificação das fases em que se encontra cada
produto e a realização das projeções de evolução
desses produtos na Matriz BCG, é preciso saber que estratégias
de marketing devem ser adotadas como resposta a esse cenário de mercado.
Evidentemente, não existem estratégias que possam ser padronizadas para cada uma das fases, pois cada mercado é um mercado e cada empresa tem sua forma particular de estabelecer as estratégias. Porém, a observação dos mercados e das estratégias adotadas por grande parte dos players permite verificar que há algumas tendências de respostas de marketing para cada uma dessas fases. |
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Tela 68 |
| Na fase de introdução,
por exemplo, o foco estratégico costuma estar em expandir o mercado.
Portanto, os gastos com marketing são elevados, pois a ênfase
de marketing está em tornar o produto conhecido. A distribuição
ainda é difusa e o preço pago pelos consumidores inovadores
é alto. Em geral, o produto ainda encontra-se na versão básica,
tendendo a receber melhorias nas fases seguintes.
Já na fase
de crescimento, a tendência é de que o foco estratégico
esteja na penetração no mercado e que os gastos com marketing
ainda estejam elevados, mas percentualmente em declínio. A ênfase
de marketing passa a ser na divulgação da marca (e não
mais do produto) e a distribuição passa a ser intensiva.
Em geral, o produto começa a apresentar preços mais baixos
e uma versão melhorada. |
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Tela 69 |
| Na fase da maturidade
as respostas de marketing sofrem novas mudanças. Em geral, o foco
estratégico passa a estar na defesa da participação
no mercado (market share) e os gastos com marketing estão em declínio.
A ênfase de marketing nesse momento passa a ser na busca da lealdade
à marca e a distribuição continua intensiva. Os preços
agora atingem os níveis mais baixos e o produto já se encontra
diferenciado.
Finalmente, na fase de declínio, a tendência é de que o foco estratégico esteja na produtividade da empresa (ponderando-se se vale ou não a pena continuar produzindo esse produto). Os gastos com marketing passam a ser baixos e a ênfase de marketing, assim como a distribuição do produto, passa a ser seletiva. Os preços do produto começam a subir e o produto permanece inalterado, pois as empresas param de investir em estratégias de diferenciação. |
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Tela 70 |
| O Quadro 2 resume as principais respostas de marketing que costumam ser dadas em cada uma das quatro fases do ciclo de vida.
Quadro 2: Principais respostas de marketing às fases do ciclo de vida de produtos. |
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Tela 71 |
| Mas para
definir as estratégias de marketing também é interessante
analisar a matriz de crescimento de produto e mercado, também denominada
Matriz de Ansoff. Segundo Kotler, essa é uma ferramenta de planejamento
do portfólio para identificação para identificação
das oportunidades de crescimento da empresa por meio da penetração
de mercado, desenvolvimento de mercado, desenvolvimento de produto ou diversificação,
conforme ilustrado na Figura 4.
Figura
4: Matriz de crescimento de produto e mercado. |
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Tela 72 |
| 3
- Estratégias de marketing para produtos Diante deste cenário cada vez mais competitivo, as empresas necessitam diferenciar os seus produtos, sobretudo quando eles se encontram nas fases de crescimento e maturidade. Deschamps & Nayak, no livro Produtos Irresistíveis, afirmam que é preciso fugir da estratégia simples do custo baixo ou alta qualidade, explicando que agora não se trata mais de uma questão em que se tem “ou isso ou aquilo”. Os clientes exigem ambos: preço baixo, sem perda da qualidade. Isso cria a necessidade de pensar outras oportunidades de aumento de valor para os clientes. Os autores apresentam uma série de sugestões entre as quais destacamos:
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Tela 73 |
| Porém,
quem garante que o cliente prefere atendimento ou velocidade? Mais ainda,
quem consegue explicar o fracasso de empresas (como a Mesbla) que durante
anos tinha não só a liderança, mas também um
número que chegava a centenas de milhões de clientes.
Saber o que
o cliente pensa é fundamental para a gestão do ciclo de
vida e para a proposição de estratégias de marketing.
Por isso, apresentamos a seguir algumas possíveis alternativas
para compreender os clientes e conseguir atendê-los bem. |
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Tela 74 |
| A primeira
alternativa, como não poderia deixar de ser, consiste na realização
de pesquisas de mercado, quantitativas e qualitativas, que pesquisem os
hábitos de consumo, as demandas, os interesses e as opiniões
dos clientes. Uma outra proposta é, além das pesquisas de mercado, adotar também iniciativas empresariais de relacionamento com o cliente, que permitam não só a busca da sua fidelidade, mas sobretudo o conhecimento de seus anseios e de seu estilo pessoal. Também é importante buscar enxergar o indivíduo em cada consumidor, pois o nosso comportamento de consumo não é definido apenas pelos estímulos que recebemos, mas também por nossas necessidades mais profundas e pelos processos cognitivos que desenvolvemos. Por fim, como as pessoas são muito distintas, a alternativa para atendê-las é segmentar, segmentar e segmentar de novo, pois apenas assim será possível aproximar o que ofertamos daquilo que espera cada um de nossos consumidores. A Figura 5 ilustra essas quatro alternativas que precisam ser consideradas no processo de construção de estratégias de produtos, basicamente para quase todos os setores de atuação.
Figura
5: Alternativas para buscar atender às especificidades dos clientes |
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Tela 75 |
| Resumo
A análise do ciclo de vida dos produtos busca entender os movimentos do mercado, a fim de que possam ser traçadas estratégias para se adequar a esses movimentos. O ciclo de vida dos produtos apresenta quatro fases: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Cada uma delas com suas peculiaridades. A fase de introdução caracteriza-se por baixas vendas, lucros praticamente desprezíveis um fluxo de caixa negativo, consumidores com perfil inovador e poucos concorrentes. Na fase de crescimento, as vendas passam a ter um crescimento rápido, os lucros atingem níveis máximos, o fluxo de caixa é moderado, começa-se a se atingir o mercado de massa e também começam a aparecer mais concorrentes. Na fase da maturidade, as vendas estão em crescimento lento, os lucros estáveis ou em declínio, porém o fluxo de caixa é elevado, o mercado é claramente de massa e há muitos concorrentes. Por fim, na fase do declínio, as vendas estão em declínio, os lucros baixos ou inexistentes, o fluxo de caixa também baixo, os consumidores passam a ficar desinteressados pelo produto e o número de concorrentes começa a baixar. |
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Tela 76 |
| A Matriz de crescimento
do mercado e participação no mercado (market share), também
denominada Matriz BCG, é um método de planejamento de portfólio
que avalia as unidades estratégicas de negócios de uma empresa
em termos de suas taxas de crescimento e participação relativa
no mercado.
Mas posicionar os produtos da empresa na Matriz BCG não é o bastante, é necessário fazer projeções de como esses produtos estarão nos próximos anos e saber que estratégias de marketing devem ser adotadas como resposta a esse cenário de mercado. Para definir as estratégias de marketing, também é interessante analisar a matriz de crescimento de produto e mercado, também denominada Matriz de Ansoff. Segundo Kotler, essa é uma ferramenta de planejamento do portfólio para identificação para identificação das oportunidades de crescimento da empresa por meio da penetração de mercado, desenvolvimento de mercado, desenvolvimento de produto ou diversificação. |
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Tela 77 |
| Diante deste cenário
cada vez mais competitivo, as empresas necessitam diferenciar os seus produtos
e fugir da estratégia simples do custo baixo ou alta qualidade.
Isso cria a necessidade de pensar outras oportunidades de aumento de valor para os clientes, entre elas: proliferação de produtos, valor do dinheiro pago, design como arma, inovação, atendimento e velocidade. Porém, quem garante que o cliente prefere atendimento ou velocidade? Saber o que o cliente pensa é fundamental para a gestão do ciclo de vida e para a proposição de estratégias de marketing. Por isso, devem-se buscar alternativas para compreender os clientes e atendê-los bem. Quatro alternativas para isso são: (a) realizar pesquisas de mercado; (b) adotar iniciativas empresariais de relacionamento com o cliente; (c) buscar enxergar o indivíduo em cada consumidor; e (d) segmentar, segmentar e segmentar de novo. |
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| Unidade 4 | Módulo 4 | Tela 78 |
| 1
- O Trabalho de Cenários x Planejamento Estratégico em Marketing
Atualmente, todos os fatores conjunturais combinam-se para tornar o planejamento empresarial, em geral, e o planejamento de marketing, em particular, cada vez mais difíceis do que foi no passado. Tais fatores também tornam esses planejamentos atividades mais vitais do que nunca. Nesse contexto, os estudos de cenários (análise do futuro) possibilitam à inteligência de mercado ir além da mera análise do passado e do acompanhamento de estatísticas correntes – sobre indicadores de mercado antecedentes –, fornecendo ao tomador de decisões indicações acerca do futuro. Diante disso, será estudada, neste módulo, a vinculação das estratégias do marketing ao estudo de cenários, bem como ao planejamento estratégico como processo fundamental para o desenvolvimento e implementação de ações estratégicas com possibilidades de sucesso mercadológico. Planejar é determinar os objetivos e os meios eficazes para alcançá-los. Diante da natureza proativa do planejamento estratégico, uma atividade contínua de análise do futuro (estudos de cenários) é uma exigência lógica e operacional para o marketing. Não efetuar essa análise significa admitir que há estabilidade no ambiente externo, o que contraria a experiência: observa-se, na verdade, uma alteração nas mudanças estruturais (econômicas, políticas, sociais, tecnológicas etc.), causa de rompimento entre os padrões conhecidos no passado e os esperáveis no futuro.
O trabalho
com cenários surge como importante subsídio para reduzir
as incertezas inerentes ao negócio e ao sistema considerado, proporcionando
o enriquecimento do debate sobre questões críticas relacionadas
ao futuro da organização por intermédio do trabalho
contínuo de identificação e projeção
de oportunidades e ameaças ao negócio, proporcionando as
condições necessárias para a revisão das opções
estratégicas existentes, frente a mudanças do ambiente externo.
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Tela 79 |
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Lembra-se do fluxo básico de planejamento e controle estratégico visto no Módulo I da Unidade I? Pois então, com base nele é possível dizer que o trabalho com cenários fornecerá importantes subsídios para o processo de elaboração estratégica na medida em que as projeções serão incorporadas para a decisão dos caminhos e das formas de atuação possíveis à organização. Como pode ser observado, em destaque em azul, na representação gráfica abaixo, o trabalho com cenários integra a proposta de planejamento e controle estratégica.
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Tela 80 |
| A chamada
“gestão por resultados” tem sido uma preocupação
cada vez maior dos profissionais da área de marketing e é
justificada pela necessidade da mensuração clara e precisa
dos objetivos organizacionais. As ferramentas de avaliação
do desempenho estratégico são instrumentos eficientes para
viabilizar tal gestão.
A busca da vantagem competitiva continuada, a partir da antecipação
de ações e reações do mercado que possibilitem
a construção de estratégias que preservem os ativos
e as capacidades superiores, faz com que as organizações
tenham que fundamentar seus planejamentos na escolha de estratégias
alternativas que possibilitem a consolidação de planos de
ação eficazes. Os estudos de cenários
possibilitam à inteligência ir além da mera análise
do passado e do acompanhamento de estatísticas correntes –
sobre indicadores de mercado antecedentes –, fornecendo ao tomador
de decisões indicações acerca do futuro. |
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Tela 81 |
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2 - O Processo de feedforward e o Marketing Estratégico
Os indicadores de desempenho exercem um importante papel no que tange ao controle entre o padrão desejado e o padrão verificado pela organização em relação ao mercado: o controle por ações corretivas e por informações possibilita o feedforward ou a retro-alimentação sistêmica da organização. Do ponto de vista estritamente lógico, os objetivos são visualizados e devem ser analisados porque se realizarão no futuro. Do ponto de vista da eficácia da decisão, é preciso saber “ver antes”, para modificar, aproveitar ou induzir ocasiões a favor da empresa.
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Tela 82 |
O marketing, em termos de trabalho sobre projeções futuras (natureza essencial de sobrevivência no mercado), pode ser descrito sobre três dimensões coexistentes: a) filosófica; b) funcional; e c) operacional:
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Tela 83 |
| 3
- O Marketing e o Plano de Negócios
Assim como na estrutura básica de business plan (plano de negócios), o marketing compreende a tomada de decisões nas quatro funções da administração: 1) planejamento; 2) organização; 3) direção; e 4) controle. Vejamos cada uma delas:
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Tela 84 |
Para que o exercício de planejamento de marketing seja adequadamente executado, é preciso, portanto, que ele tenha uma base sólida. Assim, é fundamental que se disponibilize para os responsáveis pelo planejamento de marketing todas as informações possíveis a respeito:
Somente com base em informações desse tipo será possível avaliar corretamente os riscos e as conseqüências das várias linhas de ação alternativas e escolher aquela que melhor convenha à empresa na ocasião. As contínuas
e aceleradas mudanças sociais, econômicas, tecnológicas
e culturais que caracterizam o ambiente de marketing da organização,
associadas às mudanças vividas pelas empresas, com acréscimos
e perdas de capacitações, novas estruturações,
alterações nas políticas e estratégias, aquisições
e incorporações, disponibilidade ou não de recursos
de vários tipos, dificuldades momentâneas etc., fazem com
que a tarefa do administrador de marketing fique cada vez mais complexa
e arriscada. A forma de reduzir este risco é dispor do máximo
de conhecimento a respeito dessas variáveis; daí a importância
cada vez maior do sistema de inteligência de marketing. |
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Tela 85 |
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| 4
- A Integração do Marketing
A fim de estruturar as bases para a manutenção e expansão de seu portfólio de clientes, a organização deverá trabalhar, de forma alinhada e integrada, todas as ações relacionadas aos processos de back-office e front-office de sua operação. Simplificando, a organização não deverá priorizar somente as ações da linha de frente com o mercado (front-office) e sim proporcionar condições para que sua posição competitiva seja fundamentada em bases sólidas de desenvolvimento de toda a estrutura organizacional (back-office) - responsável pelo apoio estratégico, tático e operacional à atuação comercial da organização. Essa tendência pode ser claramente observada com a importância, cada vez maior, atribuída às ferramentas de marketing de incentivo. Veja um bom exemplo disso. O marketing é
uma coisa importante demais para ser deixada a cargo apenas do departamento
de marketing: O marketing é uma tarefa de todos na organização.
As ações de todos podem ter um impacto sobre os clientes
finais e sobre sua satisfação. Para um diretor de produção, a orientação de marketing pode significar a alocação de escassos recursos financeiros no controle da qualidade e não em linhas de produção supersofisticadas, se a qualidade interessar mais ao cliente. Pode significar que a eficiência de produção que exige produtos padronizados seja contrabalançada com produtos variados e possibilidades de escolha induzidas pêlos clientes. Para o vendedor, pode
significar estar preparado para ouvir o que deseja o cliente, em vez de
usar os elegantes e sofisticados discursos de venda criados no escritório.
Para o responsável pela P&D, pode significar a solução
de problemas técnicos pouco sofisticados que provocam a insatisfação
do cliente, em vez de dedicar-se ao desenvolvimento de um produto com
a última palavra da tecnologia. Para o departamento financeiro,
pode significar estar preparado para investir em novas oportunidades sem
um retorno imediato, para construir um futuro mais sólido no mercado. |
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Tela 86 |
Cada departamento terá seus próprios interesses, muitas vezes suas próprias metas e sistemas de recompensa. Entretanto, no final, a maneira como cada departamento opera deve estar voltada para criar satisfação para o cliente, em vez de satisfazer seus interesses próprios, muitas vezes, míopes. Uma das tarefas mais importantes do executivo-chefe é assegurar que todas as operações da empresa sejam direcionadas para o mesmo fim. Para isso, é fundamental que a personalidade desse executivo entenda o papel central do marketing na organização.
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Tela 87 |
| O
perigo de se distanciar dos clientes e daquilo que desejam aumenta com o
tamanho, a complexidade e a burocracia da organização. Porém,
até mesmo nas grandes organizações a comunicação
ainda é possível.
Cabe ao nível hierárquico mais alto da empresa fazer do cliente o centro de suas operações, se é que temos alguma esperança de que penetre em todos os aspectos da empresa. A adoção de uma filosofia de marketing e sua implementação eficaz em toda a organização é uma das principais características de todos os executivos-chefe mais bem-sucedidos. Estar ciente do grau de mutação do ambiente em que o marketing ocorre é de grande importância para o desenvolvimento e implementação de uma orientação de marketing. Os horizontes de planejamento foram reduzidos. Em certos ramos, onde o planejamento de longo prazo em mercados relativamente previsíveis poderiam abranger períodos de 10 a 15 anos, pouquíssimas empresas hoje em dia são capazes de planejar além de alguns poucos anos à frente, em qualquer aspecto, exceto nas questões mais genéricas. As estratégias mais bem-sucedidas sofrem uma erosão ao longo do tempo. Aquilo que foi um sucesso numa certa época, em um mercado, não pode garantir o sucesso no futuro no mesmo ou em outros mercados. GRANDES EMPRESAS x PEQUENAS EMPRESAS / MARKETING PRODUTOS x MARKETING DE SERVIÇOS Muito se
ouve falar sobre a diferença existente entre o marketing praticado
para produtos tangíveis, ou seja, para os considerados “produtos”,
e o praticado para produtos intangíveis, também conhecidos,
em geral, por “serviços”. Da mesma forma, a aplicação
das ferramentas de marketing sempre é questionada quanto ao tamanho
da organização: é comum, em salas de aula e em ambientes
de negócio, ouvir citações como “os professores
somente ensinam marketing usando exemplos de empresas de grande porte”
e “a realidade de grandes empresas não pode ser comparada
à encontrada em empresas menores”. 1. As ferramentas
mercadológicas possuem uma base comum de aplicação
e Em relação ao primeiro ponto, por incrível que pareça, as ferramentas mercadológicas são comuns a todas as aplicações particulares. Em outras palavras, ao contrário do que muitos autores pregam – com ''marketing específico disto ou daquilo'' –, as especificidades de produtos, quer sejam tangíveis ou intangíveis, requerem apenas adaptação da forma e intensidade de aplicação da ferramenta. Esta é uma visão bastante particular e prática, livre de maiores fundamentações convencionais exercidas pela Academia. É lógico que produtos intangíveis requerem muito mais atenção (e em geral esforços) de marketing: ao ''vender'', no sentido mais amplo da palavra, um produto que não pode ser tocado e que, muitas vezes representa o conceito de ''promessa'' (você não sabe se vai funcionar da forma que lhe é dito ou não), há que se trabalhar muito a questão da credibilidade, que encontra-se diretamente relacionada com o marketing institucional e de marca, como exemplos da própria aplicação do arcabouço mercadológico. Independentemente da natureza do produto, todas as ferramentas deverão ser adaptadas e utilizadas considerando as particularidades de cada mercado. A respeito de exemplos de marketing utilizados oriundos de ''grandes empresas'', é válida uma das mais clássicas analogias utilizadas em administração, relacionada com a Guerra e o Planejamento Estratégico e amplamente discutida em análises de conteúdo do livro Arte da Guerra: se você vai para uma guerra, precisa saber exatamente como ler os mapas, utilizar as armas, quem está ao seu lado (com quem você pode contar) e do lado oposto (quem você irá enfrentar). Um ''soldado'' altamente qualificado e treinado para utilizar as suas ''armas'', ler os seus ''mapas'' e interagir com as situações apresentadas, apresenta muito mais probabilidade de ser bem sucedido em sua incursão que um ''soldado'' que não conhece todas as ''armas'', que não está preparado para ''ir ao campo de batalha'' e que não foi treinado para interagir com situações adversas. O mesmo pode-se dizer do marketing. Ao analisar casos de empresas de grande porte estamos, na realidade, analisando situações muito mais complexas se comparadas às observadas em empresas de menor porte. Quando se aprende a lidar com as principais ferramentas mercadológicas – incluindo a análise estrutural de mercado (competição e recursos valiosos) –, passa-se a ter a opção de uso do conhecimento. Isso significa que, ao lidar com realidades menos complexas, é possível, simplesmente, reduzir o “número de ferramentas” a ser utilizado. Por outro lado, o caminho inverso não é possível: ao desenvolver conhecimentos (base de aprendizado) direcionados apenas sobre mercados e estruturas que apresentam um menor índice de complexidade, quando se depara com realidades mais elaboradas não se tem capacidade de reação. Por esta
razão que os estudos foram direcionados, desde o início,
para a compreensão de organizações consideradas como
“mais complexas”. fazer com que se adquira ferramentas que
possibilitem habilitar a atuação em diversos segmentos de
mercado. Ainda, de acordo com a experiência profissional relatada
e publicada por diversos professores e consultores de mercado, o aprendizado
obtido por intermédio da prática do marketing em organizações
de grande porte, em geral, possibilita a transposição tanto
para casos de produtos intangíveis (serviços), como para
empresas de menor porte – facilitando, neste caso, o trabalho do
profissional devido ao maior conhecimento sobre as “armas”
que dispõe para sua atuação. |
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Tela 88 |
| Resumo
O planejamento estratégico de marketing tenta tornar a flexibilidade uma característica inerente à organização para torná-la capaz de enfrentar o crescente nível de complexidade e incerteza, e aproveitar ao máximo as mudanças no ambiente. No centro desse processo de planejamento está a criação de uma posição competitiva forte, que é o pilar central do marketing contemporâneo, tendo na análise de cenários um instrumento fundamental para a empresa adotar ações estratégicas. O trabalho
com cenários: A vantagem competitiva continuada somente poderá ser articulada por intermédio da antecipação de ações e reações do mercado a fim de possibilitar a construção de estratégias que preservem os ativos e as capacidades superiores – de forma a fundamentar seus planejamentos com a escolha de alternativas que possibilitem a consolidação adequada de planos de ação. O marketing apresenta três dimensões que coexistem: a) filosófica; b) funcional; e c) operacional. Também abarca, na tomada de decisão, a funções da administração planejamento, organização, direção e controle. Precisa ser trabalhado de forma integrada, cabendo à a empresa alinhar seus procedimentos aos processos de back-office e front-office (ações da linha de frente com o mercado) de sua operação. Trata-se de uma atividade que deve ser de responsabilidade de toda a organização e depende, para sua viabilização, do apoio da alta direção da empresa. Cada área terá seus próprios interesses, mas que deverão estar focados na satisfação do cliente. Independentemente do setor da indústria, porte ou tangibilidade de produto comercializado, as ferramentas mercadológicas possuem uma base comum de aplicação e o marketing, exercido em sua totalidade, pode ser transportado para qualquer organização A consciência
sobre o grau de mutação do ambiente em que o marketing opera
é de grande importância para o desenvolvimento e implementação
de estratégias de sucesso. |
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