3 - Princípios que fundamentam a Ética

Alguns princípios clássicos são condições indispensáveis para se estudar a fundamentação da ética. São eles:

Princípio da responsabilidade;
Princípio da colaboração;
Princípio religioso;
Princípio do respeito à vida.

Confira o quadro educativo dando conta das distinções entre os diversos princípios:

Princípio da responsabilidade	Princípio da colaboração	Princípio Religioso	Princípio do respeito à vida
Sujeito livre às suas escolhas e vontades.	Valorização da colaboração na coletividade.	Fraternidade, virtude humana reproduzida pela fé.	Detentores de direitos.

Nas questões ético-sociais do indivíduo enquanto sujeito de direitos, este princípio se evidencia como uma forma de equilíbrio para com algumas ações provenientes de uma ciência que interfere na vida do homem, ações que envolvem principalmente a bioética (área do conhecimento de origem filosófica que se destina dentre outros fatores, à área da saúde), como explica o professor Fábio Guimarães de Miranda:

"A bioética é a ponte entre as ciências da vida e os valores. A ideia de bio, vida, é que direciona, orienta. Mas quais critérios devem guiar o agir do médico e do biólogo, visando impedir a desvalorização da vida? No consenso de várias disciplinas será possível reformular atitudes quanto à melhor conduta a ser adotada em relação à pessoa humana."

Princípio da responsabilidade

No princípio da responsabilidade encontramos o homem responsável por si, senhor do seu próprio domínio e de suas ações, sujeito em condição de liberdade que se mantém atento às suas vontades, expressas por meio das suas realizações na sociedade. Este princípio é tratado ainda na antiguidade, ele permeia a ética e a moral, onde todo indivíduo detentor de escolhas deve arcar com o resultado delas. O filósofo Hans Jonas, em O princípio da responsabilidade, afirma que a responsabilidade alcança além do hoje, o amanhã também, tendo em vista que o homem é inteiramente responsável pela preservação da vida na terra. Este é um princípio bem importante diante do avançar da tecnologia, pois acaba por lembrar-nos que a conduta ética precisa ser responsável ainda com a modernização dos alicerces do desenvolvimento na era digital.

Princípio da colaboração

O princípio da colaboração é uma moção ética, pois norteia o desempenho dos nossos atos e de toda uma coletividade, fugindo por completo da falsa máxima do “Olho por olho” e percorrendo mais para um caminho do “Um por todos e todos por um”. O princípio em nada se enquadra nos meios de produção de um mundo globalizado e capitalista, uma vez que ele retoma a linha tênue da criação, onde só será provável a produção se ocorrer uma colaboração em conjunto para que aquela produção se concretize.

Princípio religioso

Seguidamente, o princípio religioso corresponde ao que determina e instrui as ações do homem de uma forma mais fraterna. É importante estabelecer que religião não é sinônimo de ética, mas nos cabe também a crítica positiva de que a religião enquanto reprodutora de fé, acaba por propiciar certa meditação acerca da vida e sobre a virtude humana, além de servir como experiência e vivência da ética em sua plenitude.

Princípio do respeito à vida

O princípio do respeito à vida caminha lado a lado com o princípio da dignidade da pessoa humana, Plácido e Silva nos ensina que: “dignidade é a palavra derivada do latim dignitas (virtude, honra, consideração), em regra se entende a qualidade moral, que, possuída por uma pessoa, serve de base ao próprio respeito em que é tida”.