Essas virtudes foram elaboradas na teoria do justo-meio, ou mediania, como é conhecida até a atualidade.

E o que foi a teoria do justo-meio? O professor Flávio Netto Fonseca elucida muito bem o conceito:

A Teoria do justo-meio de Aristóteles pressupõe o homem na busca da felicidade da pólis, ou seja, o homem é parte da cidade e sua felicidade depende da felicidade da cidade. Portanto, o homem feliz é aquele que chega à cidadania. Para que isso ocorra, o homem tem que buscar a excelência, ser virtuoso, ele tem que agir conforme as virtudes (justo-meio).

No livro V de sua obra Ética a Nicômano Aristóteles se concentra no conceito de justiça, apontada como cerne essencial da virtude, o coração do estudo ético, pois, para o filósofo, a justiça é a maior virtude ética.

No decorrer da obra se evidenciam algumas preliminares a respeito da justiça, uma delas é a de que a justiça sempre será uma via de mão dupla, sempre haverá dois caminhos para se alcançar, o excesso e a escassez. Outro entendimento que é possível extrair do estudo aristotélico diz respeito à forma como a justiça é conceituada para o filósofo, de uma maneira universal, denominada por ele de “justo total”.

Justiça é a ação do indivíduo em sempre buscar se portar de maneira justa com os seus e consigo, o comportamento que divergir a isso, será sinônimo de injustiça.

Portanto, segundo o entendimento de justiça universal de Aristóteles, o homem deve ter comprometimento com a sociedade na realização das suas ações, isto é, o sujeito deve sempre buscar o justo na prática dos seus atos com o próximo.

Ser justo na prática dos seus atos tem relação com as leis de toda uma comunidade, portanto, a obediência às leis, o desrespeito a elas é a prática de injustiça. Ser justo para Aristóteles é, sobretudo, ser ético.
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