Então o que significaria lidar com o amigo na mesma situação, mas em outro papel, no caso, não como um meio e sim como um fim? Presumindo que o amigo que pediu o dinheiro emprestado não tenha necessariamente mentido e que tenha narrado ao amigo que necessitava daquele empréstimo para alcançar tal propósito, no entanto, não iria poder honrar com o pagamento. Restaria ao amigo decidir se emprestaria ou não o dinheiro, isto é, exerceria a sua própria vontade e autonomia. Caso resolvesse emprestar, decerto que seria escolha sua e dividiriam o mesmo objetivo no fim das contas, portanto não estaria ele sendo usado pelo amigo. Segue a frase do filósofo que exemplifica o entendimento:

Tudo tem ou um preço ou uma dignidade. Pode-se substituir o que tem um preço por seu equivalente; em contrapartida, o que não tem preço – portanto, o que não tem equivalente – é o que possui uma dignidade.

Immanuel Kant

A visão da ética kantiana e sua influência no papel educacional afirma que o homem tem que enxergar de forma mais sensível as questões da vida, mas com a necessária cautela para não incorrer na fraqueza da irracionalidade, de uma prática sobrenatural que não condiz com a própria realidade, aquilo que não é palpável, além de que todas as questões de ordem científica também devem ser testadas entre nós e com a finalidade de que sirva à nossa própria existência, que o conhecimento empírico não parta apenas de um homem que viveu ou vai vivê-lo, mas de diversos indivíduos que também possam produzir algo dali.

Kant propõe em seus estudos que observemos mais amplamente o que sugeriu o filósofo Aristóteles, pois ao considerar a racionalidade do homem como fator definitivo das próprias escolhas, tendo como ponto de partida a liberdade, ele coloca a ação racional do homem como fundamento de uma atividade autônoma e independente.
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