Na idade média a religião era a precursora da ação moral e ética do homem. Ela era determinante no comportamento, inclusive influenciou boa parte dos filósofos do nosso estudo. Com os valores cristãos como máxima das leis, a lei que se estabelecia era a lei de Deus. Milhares de pessoas morreram e foram julgadas injustamente pelas suas condutas por tribunais religiosos.
Essas ações, naquele período histórico, eram consideradas éticas, porque eram ações que baseavam suas virtudes em supostas e frágeis verdades. Mulheres eram apedrejadas por cometer adultério, mulheres eram queimadas em fogueiras “santas” por contar mentiras, ou não se portarem como a igreja determinava.
É impensável imaginar que certas violências aconteceram em determinado período histórico em nome de uma moral e de uma ética, não é mesmo? É por isso que nosso ideário de moral muda com o tempo. Conforme dispôs o filósofo Friedrich Nietzche:
“Se todos aqueles que tiveram em tão alta conta a sua convicção, que lhe fizeram sacrifícios de toda espécie e não pouparam honra, corpo e vida para servi-la, tivessem dedicado apenas metade de sua energia a investigar com que direito se apegavam a esta ou àquela convicção, por que caminho tinham a ela chegado: como se mostraria pacífica a história da humanidade! Quanto mais conhecimento não haveria! Todas as cruéis cenas, na perseguição aos hereges de toda espécie, nos teriam sido poupadas por duas razões: primeiro, porque os inquisidores teriam inquirido antes de tudo dentro de si mesmos, superando a pretensão de defender a verdade absoluta; segundo, porque os próprios hereges não teriam demonstrado maior interesse por teses tão mal fundamentadas como as dos sectários e ortodoxos religiosos, após tê-las examinado.”
Nietzche
NIETZCHE F. Humano, demasiado humano. São Paulo: Editora Schwarcz, 2009, p.266.
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