No início do século XIX operários ingleses se voltaram de forma negativa à invenção da indústria têxtil, pois acreditavam que esta nova tecnologia seria a responsável pela perda de milhares de empregos, com a substituição do trabalho braçal humano pelas máquinas.
Entrando no século XXI, descobre-se que não são mais os operários necessitados que se voltam contra uma ameaça a seu suado ganha-pão, agora é a vez da indústria se revoltar contra o homem, por julgar que este poderá lhe afetar, não mais no sentido literal, mas econômico. Verdade é que para o nosso estudo, a história se repete, com personagens bem distintos.
Na Antiguidade e na maior parte da Idade Média as dificuldades inerentes ao processo de reprodução dos originais, por si só, já exerciam um poderoso controle da divulgação de ideias, pois o número de cópias de cada obra era naturalmente limitado pelo trabalho manual.
Com a invenção da imprensa, os soberanos sentiam-se ameaçados com a iminente democratização da informação e criaram um instrumento de censura, consistente em conceder aos donos dos meios de produção dos livros, o monopólio da comercialização dos títulos que editassem, a fim de que estes, em contrapartida, se preocupassem para que o conteúdo não fosse desfavorável à ordem vigente, isto é, ao modelo de estado da época.
Sob a liderança de Ned Ludd, os operários invadiram fábricas, destruíram máquinas e deixaram registrado na história o equívoco que é lutar contra uma inevitável revolução tecnológica. O movimento ficou conhecido como luddismo.
XOs empresários da indústria cultural defendem seus lucros: “estamos perdendo milhões por causa da Internet”, “é preciso combater a pirataria”, “se os downloads ilegais não acabarem, os artistas vão parar de produzir”. Outros argumentos levantados pela indústria fonográfica: